A Disléxica Anormal escrita por Toujours


Capítulo 7
Capítulo 7




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–Oi, Alice- aquela estranha disse- posso te abraçar?

– Quem é você?- Pergunto, ignorando sua pergunta, ela faz o mesmo e ignora minha pergunta-resposta, me abraçando. Não sei quem é ela, mas seu abraço é gostoso.

– Eu sou a Beatrice- ela diz baixinho, ainda me abraçando e chorando muito. - Sua melhor amiga.

Olho pra ela com um expressão de dúvida e logo ela continua. - Eu não sei se você me considerava sua melhor amiga, mas você era a minha. Você se mudou pra cá com a sua mãe, depois que seu pai morreu e...

– MEU PAI MORREU?- Interrompi

Assim que fiz a pergunta, o médico apareceu.

– A paciente não está completamente recuperada, pare de confundir a cabeça dela- Ele disse, olhando pra "Beatrice".

A menina sai, meio brava, meio triste.

– Cadê minha mãe?- Pergunto

– Não está em condições de visitá-la- responde o médico

– POR QUE? O QUE ACONTECEU COM ELA? ELA MORREI TAMBÉM? VOCÊS MATARAM ELA? APAGARAM A MEMÓRIA DELA COMO FIZERAM COM A MINHA?- pergunto, gritando, sem me importar se alguém além dele está ouvindo.

Ele pede pra eu ficar calma, explica tudo e chama a enfermeira, ela me trata com carinho, meche em meus cabelos e pergunta se eu gosto de chá de camomila.

– Não sei- digo- não sei de nada, mas posso experimentar.

Um tempo depois eu fico sozinha e não consigo conter as lágrimas. O médico havia dito que eu sofrera um acidente de carro, mas eu acho que sem querer não foi. "Não sou louca" digo à mim mesma, pensando. Olho para o meu corpo, meus pulsos estão rasgados, destruídos, horríveis. Penso então que eu era uma louca, que eu me cortava, e eu me sentia triste quase o tempo todo. E vi que isso não valia a pena, minha mãe está louca por causa de mim, então ela me amava. Essa menina chamada Beatrice era minha melhor amiga, e pelo jeito que ela chorava, ela também me amava. Não sei mais quantas pessoas podem estar tristes pelo que eu fiz, mas sei que isso foi um ato egoísta. Eu queria me matar, não pensei na vida, nas pessoas que amo, na escola, no meu futuro. Foi um ato irracional e ridículo. Assim como me cortar.


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