Duas semanas se passaram, e nada de Ling, Jacob ou profecia. Não vou desistir, mas já estou ficando meio desesperada. A saudade aperta, a dor expande-se, a tristeza aumenta. Bem sei que podia voltar para o sítio a que chamo de lar, mas agora que estou tendo oportunidade de encontrar meu amor, não posso, não quero, nem consigo desperdiça-la.

Para juntar a essa emoções todas, um ardor na garganta evadiu-me, ficando mais forte ao passar dos dias. Preciso de me alimentar, urgentemente, antes de voltar para a civilização.

 Corri pela a floresta, mas no caminho, tropecei em alguma coisa. Herdei o desequilíbrio de minha mamãe (embora ela já não o tenha).

Me levantei e constatei que não tinha feridas, nenhumas. Logo depois, fui ver a maldita coisa que me tinha feito tombar. Estaquei na hora.

A pedra era castanha, em formato de coração, com algumas rachas. Mas o que me fez paralisar, foi o que tinha lá gravado:

“ Os místicos apaixonados, pelo destino foram separados, mas quando um raio de luz o céu cruzar, eles se vão encontrar. E a profecia se irá concretizar.

R & J “

Era minha profecia? Ou será que não? Que confusão!

Mas uma nova esperança renasceu em mim, pois se fosse minha profecia, eu ia encontrar o meu eterno apaixonado!

Retomei o caminho para o carro, para guardar a pedra. A coloquei, com cuidado para não quebrar, na mala do carro e o tranquei.

Depois, retomei minha caçada.

Me saciei com três leões da montanha e com dois ursos pardos. Se meios vampiros pudessem engordar, eu já estaria uma baleia.

Corri de volta para o carro, feliz e saciada.

Quando cheguei, notei um cheiro fresco, doce, que não reconheci. Vampiro. Abri a mala rapidamente, com o coração nas mãos. Pode-se dizer, literalmente, que ele caiu! A profecia não estava lá mais.

Furiosa e decidida, comecei a seguir o rasto de meu ladrão. Com meu novo poder era mais fácil de achar.

Sabia que seria perigoso, que   quem quer que esivesse no fim do rasto ia ter dobro de minha força e rapidez, por isso ativei meu escudo físico e psicológico.

O rasto parou numa casa de arvore. Subi a escada de lá e abri a porta.

Um vulto louro, que estava de costas, se virou e me encarou com os olhos vermelhos e dentes arreganhados… Mas estranhamente, me era familiar…