Sangue de Jogos Vorazes escrita por Ytsay


Capítulo 40
Desisto de voltar!


Notas iniciais do capítulo

É a Maya vai partir, ela desistiu. Fim da historia... Espero que tenham gostado de todos esses capítulos, até as notas finais.



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Acordo e rapidamente percebo que não melhorei. Parece que meu corpo esta perdendo a força e eu não posso fazer nada. Sinto dores por todo o corpo, mas nenhuma como a que sinto na perna que é a que eu mais estou preocupada. O ferimento não é tão grave como poderia ser, mas essa arena com lama e coberta pela agua não ajuda a mantê-lo limpo para evitar uma infecção.

Levanto de onde passei a noite. Minhas pernas não estão muito firme, meus passos são lentos e confusos. Na verdade eu nem sei para onde estou indo.

Vou caminhando sem rumo, sem me importar com o há a frente. Penso procurando encontrar algo que me faça continuar. Que faça ter vontade de sair desse lugar.

O sol esta forte mesmo encoberto pelas nuvens. A garganta seca torna até respirar difícil. Estou ficando sem vontade de voltar para a casa. Não tem nada aqui ou lá fora que me faça querer lutar para me manter com vida.

Existe uma voz na minha cabeça que esta se destacando. Ela fala coisas que preferia não ouvir, mas é a minha realidade. Acho que vou fazer o que ela sugere: vou desistir. Quero logo o fim dessa historia e acabar com essa tortura.

Que esperança um tributo no meu estado tem? De alguém aparecer e me regatar de tudo isso? Não, acho que não. Uma pessoa solitária como eu não tem ninguém que realmente se importe. E aqui, nesse jogo, há menos chances ainda disso acontecer.

Vim só com minha alma e um corpo, sem nada de interessante. O que eles esperavam de mim? O que eles queriam de mim? Compara-me com a minha mãe? Eu não sou ela, nem sei como ela era. E com certeza sou uma decepção até nisso.

A capital deve estar me olhando neste momento e rindo da minha incapacidade. Não me importo com eles, estou me perdendo nesse lugar. E depois, quando tudo acabar, serei só mais um de vinte quatro tributos de um jogo qualquer.

Meu pequeno passeio sem rumo me levou ao meu destino final.

Estou de frente ao meu matador. O garoto treme um pouco, mas esta confiante que não terei chance. Ele também quer chegar ao fim do jogo. O tributo do distrito onze esta a uns dez metros e nos ficamos apenas nos encarando. Não me movo pensando se estou certa em desistir. O garoto prepara a sua arma, um martelo, sente o peso com gestos ameaçadores e eu continuo de pé sem expressar qualquer reação.

Não tenho armas, nem forças, nem como me defender. Fugir? Meu ferimento provavelmente me impediria de correr e ele me alcançaria facilmente. Me ajoelho. Estou cansada demais para realizar qualquer ação para impedi-lo. Me entrego. É estou desistindo.

Tem que ser agora, se é isso que nós queremos.

Vejo o garoto se aproximar. Meu coração não pode conter o desespero e bate muito rapidamente. A respiração se torna pesada e difícil. Inspiro uma ultima vez e espero ele chegar com os olhos fechados.

Mas...Escuto um zumbido abafado e depois o som da flecha perfurando carne, um grito de dor e horror, o estrondo de um corpo caindo no chão sem vida e, finalizando a sinfonia, o boom do canhão que me faz abrir os olhos.

–O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO?! Esta desistindo!- Vejo Pullker com o arco sem flecha na mão gritando comigo.

Ele se aproxima passando por cima do corpo do garoto. Força-me a ficar de pé novamente. Não posso evitar caretas de dor da brutalidade dele e do meu ferimento.

–Você não pode desistir. - Ele me encara avaliando meu estado. -Você que tem que ganhar, ou pelo menos tentar até o fim. Mostrar para todo mundo o quem você é de verdade.

Ele esta bem diferente de quando o vi pela ultima, com as roupas e ele estão sujos de lama fresca e seca.

Me solto e eu repondo:

– Eu! Eu estou no meu limite, não esta vendo! Porque devo me importar com os outros? Ninguém nunca se importou comigo. Agora vem me dizendo para fazer alguma coisa para voltar para deles? Não me importo mais com isso.

Ele respira com paciência.

–Maya, eu não disse para se importar com eles. Mas pelo menos antes de morrer mostre que você é muito mais do que eles pensam. Lembre-se de quantos vieram para os jogos e não tiveram chance de mostrar alguma coisa, nem chegaram aonde chegamos? Você é esperta, e tem uma ótima mira. Tem muito mais chances que muitos de nós.

Ao dizer ‘nós’ ele levou a mão sobre a barriga indicando que ele também. Foi então que notei seu ferimento encharcando a blusa. Um ferimento pior que o meu, com certeza.

Pullker não tinha muitas habilidades, estava gravemente ferido e mesmo assim não parecia capaz de desistir. Me condenei pela minha atitude, eu podia não ter e ser nada, mas tinha habilidades e uma boa historia para sair e continuar viva. Ele tinha total razão.

–O que foi isso?- perguntei apontando o ferimento após um tempo de silencio.

Ele levantou um pouco a blusa podendo ver a bandagem vermelha que cobria o corte e também mostrando a tatuagem que nos marcaram.

–O garoto do quatro, Criver. Nos encontramos esses dias, lutamos e bem... ele acabou me acertando. Agora é menos um dos carreiristas para se preocupar. –ele forçou um sorriu.

–Você tem alguma coisa de comer ou beber ai? –falei ao perceber meu estomago roncando alto. Ele sorriu de verdade e buscou na mochila dele. Não demorou em puxar uma maça e uma barrinha de cereal de dentro e me entregar. Não perdi tempo. Ele esperou para depois me entregar seu cantil com um pouco de agua.

Depois buscou o martelo do garoto e me entregou dizendo que era melhor continuarmos e sair daquele lugar.

Enquanto andávamos começamos a falar sobre as tatuagens e ele falou:

– Lembro de ter ouvi aquele pessoal de branco, que nos marcou, falar que não são todos que tem e que tem a ver com as com as notas que tiraram na apresentação.

–Acha que eles obedecem ao tributo a que pertence?

–Acho que sim...Um pouco... talvez.- disse ele desviando de um tronco. - O meu é uma serpente. Já encontrei com ela, mas logo depois foi destruída. E qual é o seu?

Eu não tinha visto nem pensado em ver até aquele momento. Puxei a minha blusa sob a jaqueta e encontrei a figura meio tribal do lado direito.

–Um leão. - Agora faz sentido, já encontrei o meu e a criatura me ajudou no ataque do garoto do distrito dois.


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Notas finais do capítulo

É não era o fim...hehe

Então Gaby queria saber sobre isso antes né, era bem previsível.

Mas agora não será fácil para ninguém os próximos capítulos. - isto é um aviso amados leitores.

Vou falar um pouco sobre os predadores:

Se eles encontrarem na arena um animal diferente ele podem ser feridos, mas não são mortos pelas criaturas, pode acontecer dele morrer pelos ferimentos, foi mais ou menos o caso do garoto do distrito 5. Agora se o tributo marcado encontrar com o animal que esta na tatuagem dele, ele não é atacado, e se tiver um inimigo por perto é para onde esta criatura vai atacar. Agora a lista do grupo depredadores:

Orik distrito 1:Urso. Maya distrito 8: Leão. Kirah distrito 1: Tigre. Dudha distrito 2:Leopardo. Ethan distrito2: Jaguar. Criver distrito 5: Lince. Anber distrito 5: Jacaréou crocodilo. Pullker distrito 8: Serpente.



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