Entre O Amor E A Magia escrita por SuLinhares
Acordo com minha mãe me sacudindo. Dormi demais, já são uma hora da tarde, meu estômago está roncando muito.
– Boa tarde filha, dormiu bem?
Sorrio sem graça para minha mãe.
– Boa tarde mãe, dormi sim.
– Bom, seu pai e eu já almoçamos, estamos nos arrumando para ir ao sítio da sua avó, estamos organizando a ceia de natal.
Nossa! Me esqueci completamente! Cheguei em River Green no dia 21 de dezembro e amanhã já é véspera de natal, parece que estou aqui há um mês.
– Não sabia, teria colocado o despertador do celular para acordar mais cedo e ir com vocês.
– Não se preocupe você pode ir amanhã. Bom, o almoço está no forno, fiz lasanha e para sobremesa torta de limão. – Minha mãe me dá um beijo e vai saindo. - Ah! Ia esquecendo, Adam ligou mais cedo, pediu para você retornar. Beijos filha.
Adam ligou! Meu coração bateu tão forte que acho até que minha mãe ouviu também.
– Beijo mãe, mande beijo para todos.
Ele ligou sim ele ligou! Estou me sentindo como uma adolescente de 15 anos, o que está acontecendo com você Alice Miller? Nunca havia sentido isso antes, é uma sensação estranha e agradável ao mesmo tempo, parece que estou flutuando.
Começo a sorrir à toa, corro para o banheiro e tomo um banho super relaxante. Meus pensamentos estão em Adam, no seu sorriso, nos seus lindos olhos. Ele é totalmente encantador, gentil, adorável, parece um príncipe saído de um conto de fadas.
Termino meu banho, coloco um jeans e um suéter, o frio do inverno está começando a ficar mais forte. Vou almoçar, esquento a lasanha. Como uns três pedaços, isso sempre acontece quando estou em casa, as comidas da minha mãe são tão deliciosas que não consigo resistir. Quando vou em direção a geladeira para pegar um pedaço da torta de limão, o telefone toca.
Meu coração dispara, será que é ele? Corro para sala para atender:
– Alô? - Meu coração vai sair do meu corpo se os batimentos continuarem desse jeito.
– Alice? É Adam! – Sim, é ele. Sua linda voz me deixa embriagada, agora meu coração bate em ritmo tão forte que dá para ouvir em SunsetFalls.
– Oi Adam! Como você está?
– Estou bem Ali e você?
– Estou bem.
– Liguei mais cedo, mas você estava dormindo. Pedi para sua mãe lhe avisar.
– Ela avisou, estava terminando de almoçar e já ia ligar para você.
– Atrapalhei seu almoço?
– Não! Ia comer a sobremesa.
– Gostaria de passear de barco no rio comigo agora de tarde? Podermos fazer um piquenique nas margens.
Ai meu Deus! Um encontro a dois! Adam e eu, eu e Adam! Sem pessoas ao redor!
– Sim, claro que sim! – Não consigo esconder a minha empolgação.
– Ótimo! Passo ai em 15 minutos, até logo!
– Até logo!
Desligo o celular e fico estática olhando para o telefone. Preciso ligar para Cass. Ela atende no primeiro toque.
– É Alice, adivinha quem me ligou?
– Pelo amor de Deus diga que foi o Adam.
– Sim! Ele me convidou para passear de barco no rio!
Cassandra deu um grito que quase me deixou surda.
– O que você está fazendo no telefone?! Vai se arrumar Ali!
– Tá bom! - Minha voz é pura euforia.
– Ali!
– Oi.
– Aproveite o passeio, não fique pensando muito ou se questionando muito. Você merece ter um príncipe em sua vida. – Cass me conhece muito bem mesmo.
– Obrigada Cass, adoro você!
– Também adoro você! Tchau!
– Tchau!
Adam vai está em casa em 10 minutos, corro para meu quarto. Ainda bem que meu suéter é descente, é preto e vai combinar direitinho com minhas botas de cano alto pretas.
Desço correndo as escadas e pego a torta de limão de minha mãe e coloco em cima da bancada da cozinha, vou leva-la para degustar com Adam. Deixo um recado na porta da geladeira para meus pais:
“Fui fazer um piquenique nas margens do rio com Adam, estarei em casa para o jantar. Beijos, Ali.”
Escuto uma buzina, Adam chegou! Pego a torta e tento parecer um pouco mais calma do que aparento. Saio tranco a porta e vou em direção da pick-up, vejo Cass fingindo que está arrumando a varanda, aceno e ele sorri de volta.
Adam está todo sorridente me esperando encostado na frente da pick-up. Lindo, seu sorriso me deixa entorpecida.
– Oi Ali...Uau! Você está linda!
Fico sem graça e com o rosto enrubescido.
– Olá Adam! Você está lindo também!
Não sei de onde saio coragem para dizer tal coisa, mas era a pura verdade. Adam estava com uma calça jeans preta, casaco preto, blusa branco e botas pretas. A calça jeans valorizava as suas pernas bem definidas, e mesmo de casaco, era possível observar o quanto seus braços são musculosos.
– Obrigado senhorita, vejo que está trazendo uma tigela, o que será que tem dentro?
– Torta de limão da minha mãe, não está completa mas ainda tem bastante.
– Adoro torta de limão, vamos?
Faço que sim com a cabeça e entro no carro, Adam dá a volta e entra também. Ele liga o motor e vamos em direção ao rio.
Saindo da rua em que moro, a Rua das Violetas, fomos em direção a Rua Principal. Depois viramos a esquerda e pegamos a Rua Topázio, esta dá acesso a região rural de River Green. É na região rural que fica localizado o Rio Green, ele que dá o nome a cidade, justamente por ele delimitar o limite da cidade desde a porção noroeste até a porção norte da cidade.
As paisagens da Rua Topázio são lindas. São belas fazendas e sítios que dominam a paisagem, com seus rebanhos de gado ou ovelhas. Também há bastantes carvalhos, salgueiros e cedros, deixando o ar com um cheiro característico. O Rio Green passa por dentro de algumas propriedades, mas seu curso muda na direção norte da cidade, é justamente nesse ponto que é possível o acesso ao público.
Depois de 10 km a Rua Topázio começa a ser cortadas por vicinais, que são ruas feitas de cascalhos, elas dão acesso a entradas de fazendas e sítios, são cinco vicinais no total, a Rua Topázio termina na Vicinal 05, o fim da Vicinal 05 é na entrada de uma fazenda. Dobramos a direita e entramos na Vicinal 05, assim que entra nesta vicinal já é possível ver o rio com suas margens composta por cascalhos e árvores. Paramos o carro próximo a um pequeno píer que a prefeitura de River Green construiu para o torneio de remo que tem todo o mês de julho na cidade.
Adam e eu descemos da pick-up, essa parte da cidade sempre foi a minha preferida. O clima está ótimo, mesmo estando mais frio que o habitual. Adam foi na traseira da pick-up para retirar o barco a remo.
– Quer ajuda Adam?
– Não Ali, obrigada. Isso é pesado demais, não quero que você se machuque.
– Não sou feita de vidro. – Falo cruzando os braços e olhando sério para ele.
– Já vi que você é uma mulher decidida. – Ele me olha e sorri.
– Posso pelo menos pegar os remos?
– Vamos fazer o seguinte: eu tiro o barco e os remos e você pega a cesta de piquenique que eu preparei e a sua tigela com a torta.
Ele preparou a cesta de piquenique, quer dizer que ele planejou cada detalhe pessoalmente.
– Ok.
Esperei ele tirar o barco do guincho de trás do carro e empurrar a estrutura de ferro com rodinhas até uma rampa ao lado píer e colocar o barco na água. Eu fui logo atrás segurando a cesta e a tigela. Adam pegou os remos, colocou no barco, subi no pequeno píer e com ajuda dele entrei no barco, em seguida Adam fez o mesmo, sentou e encaixou os remos no suporte lateral do barco. Com remadas precisas e fortes fomos seguindo pelo rio.
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