–Como é?-Perguntou Ruth.

–Sou a protagonista.-Repetiu Rose.-O senhor Hyde e o senhor Jekyll me acharam qualificada para fazer o papel da Julieta.

–Oh, Rose, estou tão feliz por você! Vai virar uma atriz famosa, hein?!-Disse Molly dando um abraço apertado em Rose e com um sorriso largo.

–Ah, filha, estou feliz que esteja se divertindo, mas preciso conversar com você.-Disse Ruth.

Rose revirou os olhos, ela achava que a mãe ia falar algo sobre seu trabalho, mas foi algo diferente.

–Se lembra daquela mulher que estava aqui hoje cedo, Kate?-Perguntou Ruth.

–Lembro.-Disse Rose.

–Eu estava conversando com ela e ela me disse que dos 5 filhos dela, apenas um estava solteiro.E só estava solteiro por que tem se ocupado muito com o trabalho de advogado.Falei que você só estava solteira por que queria, obvio! E...

Os olhos de Ruth brilhavam.Rose não aguentava mais.

–E oque que você quer, mamãe? Que eu me case com o filho dela?

–Tirou as palavras da minha boca!

Rose não aguentava mais olhar a mãe.

–EU DISSE QUE NÃO QUERO ME CASAR AGORA, SERÁ POSSÍVEL?-Disse Rose, estava furiosa.

–NÃO USE ESSE TOM COMIGO, VOCÊ SABE QUE SEU PAI NÃO NOS DEIXOU NADA E UMA DAMA DA SOCIEDADE PRECISA ESTA CASADA.

–Mamãe, quando é que a reputação vai deixar de ser mais importante que a felicidade? A senhora quase morreu com o naufrágio do titanic, será que não refletiu um pouco?-Perguntou Rose, encarando a mãe.

–Rose esta certa, Ruth, deixe-a viver como bem entender.-Disse Molly que estava alí o tempo todo.

–Mas o que?-Perguntou Ruth indignada.

–Obrigada, Molly.-Disse Rose, saindo da sala.

–Tem noção do que acabou de fazer, Margareth?!-Perguntou Ruth ainda com raiva.

–Fique calma, Ruth.A garota só quer se divertir, quando menos esperarmos ela já vai estar querendo casar de novo.-Disse Molly levando Ruth para a cozinha para tomar chá.

–Não sei onde errei com ela, Molly, não sei.-Disse Ruth dando um suspiro.

No quarto Rose olhava o desenho que Jordan tinha feito, ela estava pensando bem menos nele, mas ela ainda tinha dúivida se ele sentia falta dela.

A vida de Jordan era normal, aquela mesma rotina, ele apenas pensava em Rose quando voltava pra casa.No começo ele estranhou o silêncio da casa.Um dia ele resolveu sair.Era feriado e não ia ter clientes para atender, então ele foi passear, sozinho.No caminho encontrou uma mulher que vendia roupas, na rua.

–Bom dia.-Disse ela

–Bom dia.-Respondeu Jordan.

–Roupas para crianças? Leve umas pro seus filhos.-Ofereceu a moça.

–Obrigada, mas eu não tenho filhos.-Disse Jordan.

–Oh...Nem eu.É uma pena, crianças alegram tanto a gente...-Disse a mulher.-Prazer, me chamo Taylor.

–Jordan.-Disse ele.

Taylor era bonita.Tinha olhos pretos e cabelo castanho escuro totalmente liso.Era nova, talvez não passasse dos 23 anos.

–Odeio feriado, ninguém compra nada, só se diverte.-Disse ela guardando as roupas numa sacola.

–E por que você não se diverte também?-Perguntou Jordan.

–Ganhar o pão de cada dia, né?-Disse ela, como se fosse óbvio.

–Quer dá uma volta?-Perguntou Jordan.

–Claro! mas vai ter que pagar comida e bebida pra mim, por que eu não vendi nada hoje.-Disse ela, sorrindo.

–Fechado.

Eles andaram e viram as pessoas dançando e se divertindo.Taylor contou sobre a vida dela, sobre como ela tinha perdido o pai e a mãe no tiroteio no lugar que ela mora e como ela vive da costura, que foi o que aprendeu com a mãe. No final do dia ela resolveu ir para casa.

–Oque? Você vai voltar pra lá?-Perguntou Jordan.

–Vou, né? É lá que eu moro.-Disse ela

–Você ainda tem coragem de voltar lá?

–Tenho um pouco de medo por ser um lugar barra pesada, mas eu não conseguiria me mater sem as amigas da minha mãe que me ajudam com o trabalho.

–Você não vai voltar!-Exclamou Jordan.Depois de tudo que ele escutou sobre o lugar, ele estava decido que não a deixaria voltar lá.

–Como é que é?-Perguntou ela.

–Eu tenho um atelier, você pode vender suas roupas lá, tenho muitas clientes com crianças.

–Mas e o tecido?

–A gente compra, eu ajudo.

Taylor estava feliz, ela pulou nos braços de Jordan com a maior felicidade.Felicidade por não precisar mais voltar ao lugar em que vivia e onde seu pais morreram, mas também havia algo naquele olhos azuis de Jordan que ela não queria desviar o olhar deles, nunca.