Casos E Acasos escrita por Bia chan


Capítulo 2
A Viagem




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- Julchen, já estava até desistindo de você. – Disse Francis sorrindo para mim enfrente a casa.

- Eu sei, muitos falam isso de mim. – Respondi desmontando do cavalo – A que horas meu navio sai?

- Daqui duas horas, e vejo que você não trouxe bagagem, está achando que vai até a esquina?

- Não, vou pegar minhas coisas que estão aqui da minha ultima visita e aquelas que eu tenho certeza que você preparou para mim.

- Claro, entre e vou falar sobre como será sua viagem e de como você deve agir quando chegar lá.

- Como quiser, já estou nessa porcaria mesmo, acho que te escutar um pouco não vai ser tão ruim. – Eu disse seguindo Francis dentro da casa, que era enorme e bem chamativa como o ele próprio. Sentamos na sala de estar, e os empregados serviram o chá.

- Bom, já mandei arrumar umas malas para você, e quando embarcar não fique falando com todo mundo, seja discreta, se isso for possível – Senti que ele olhava para mim de cima a baixo, tudo bem eu não sou a pessoa mais normal do mundo, mas acho que aquilo não era a melhor hora de lembrar daquilo.

- Certo, mas como vou saber aonde ir quando chegar lá? – Perguntei – Nem se quer conheço esse tal de Arthur

- E de inicio não vai precisar conhecer, você vai ter que ir até a casa dele, que fica perto do campo, vai ter que pedir informações, então pergunte pela casa do Mr. Kirkland – Ele falou o fim da frase com um tom todo fresco (mas do que sua voz já era) que me fez rir.

- Ok, acho que isso era tudo, ah lembrei, como chama mesmo seu irmão? – Perguntei tentando não rir muito.

- Ele chama Matthew, é loiro e está sempre com um ursinho – Disse ele sério tomando um pouco de chá. – É melhor eu te levar logo para o porto.

            Uma carruagem nos esperava na frente da casa, atrás dela havia duas malas daquelas bem grandes. – Francis você acha que eu vou precisar de tantas roupas assim?

- Amorzinho, só de viagem você vai ter dois meses mais ou menos, e lá vai ter pelo menos duas semanas, então sim, você vai precisar de toda essa roupa.

- Se você tá dizendo, não vou discutir, mas um meses, acho que é muito tempo – Eu disse entrando na carruagem seguida por Francis. Até chegarmos ao porto Francis não parou de falar em como aquele inglês era horrível, de tudo o que ele havia feito contra ele, e como maltratava Matthew, comecei a achar que era exagero, mas pelo olhar de Francis parecia que a maior parte era verdade.

            Embarquei no navio, como já tinha ouvido falar não era muito limpo, do que eu havia notado só tinha homens e todos me olhavam com curiosidade, tentei não prestar atenção, fiquei a observar o mar e pensar no que me esperava além e no que eu tivera que deixar para trás. Anoiteceu rápido, e todos se reuniram no convés para comer, os marinhos cantavam coisas sobre o mar, sobre seus monstros e sobre piratas.

            O porão onde todos dormiam cheirava a rum e whisky, o que me deixou um pouco enjoada, odiava aquelas bebidas, mas o balanço do mar me fez dormir bem, nos dias seguintes não fiz muita coisa, mandei minha pequena passarinha levar uma carta para casa, andei por todo o navio, e ouvi as histórias dos marinheiros. Depois das primeiras semanas, comecei a ajudar os marinheiros com algumas coisas básicas do navio, me sentia como se tivesse nascido para aquilo. Ao desembarcar eu parecia uma total estranha, acho que depois de tanto tempo no mar a terra havia virado algo estranho para mim. 

O porto era belo e a cidade por mais que simples era cativante. Fui andando até o que me pareceu um correio, não falava muito inglês o que atrapalhou um pouco, mas consegui informação de onde era a casa de Arthur. Fui arrastando aquelas duas malas até o fim da cidade onde havia uma enorme estrada.

- Ótimo, agora vou demorar cinco anos para chegar até metade dessa estrada – Resmunguei sentando nas malas, quando um jovem passou de cavalo fazendo subir bastante pó da estrada. – Obrigada, eu podia ter terminado meu dia sem essa! – Gritei e ele voltou até mim, era loiro e tinha um ar convencido, era belo se não fossem pelas grossas sobrancelhas.

- Moça, eu não tenho culpa se você fica no meio da estrada achando que manda aqui.

- Claro que tem, você podia ter gritado pra eu sair, ou desviado, mas NÃO passou bem rente a mim soltando o maior pó! – Eu disse me levantando muito irritada

- Ah! Só me faltava essa, uma estrangeira me dando lição, e como você é arrogante, acha que o mundo gira em torno de você?

- Não! Mas acho que por você ser daqui se acha o melhor, e se é tãoooo bom assim podia ser pelo menos cavalheiro e me dizer seu nome, já que estamos tão “íntimos” – Eu disse me sentando de novo e ele descendo do cavalo.

- Certo, certo vamos lá, me chamo Arthur Kirkland e sou como posso dizer... Um país e você Miss Arrogância??

- Ahhh, não acredito que o destino tenha feito isso comigo – Levantei amarrando uma mala na outra, joguei elas bem rápido e montei no cavalo. – Obrigado pela informação Arthur, eu vou até sua casa e já volto. Porque você não me espera aqui?

- Ora sua... Espera se você sabe meu nome significa que Francis te mandou aqui para buscar Matthew – Disse ele puxando a espada, mas eu balancei as rédeas e o cavalo começou a correr.

- Como você é esperto – Gritei para ele enquanto tomava distancia, olhei para trás e só consegui ver sua agilidade de cavaleiro pulando em cima do cavalo e pegando as rédeas das minhas mãos e colocar a sua espada em volta de meu pescoço.

- Sim muito obrigado por reparar, agora desça do cavalo se não eu mesmo me livro de você.

- Eu não saio desse cavalo até chegarmos a sua casa e eu pegar o Matthew.

- Está certo, você vai, mas ele só volta se ele quiser, se eu vir você obrigando ele ou algo do tipo, eu mesmo te levo de volta para a França.  – Eu não tinha coragem de olhar em seus olhos, e nem podia com aquela espada, mas nenhum garoto havia feito aquilo, nem Francis e Antônio, até Daniel que está sempre brigando comigo, nunca me desaviou daquela maneira. – Então você aceita ou posso te levar de volta para o porto?

- Eu...Eu aceito sim – Eu disse ficando de lado no cavalo, enquanto ele abaixava a espada, olhando para ele fui perceber o quanto seus olhos eram verdes e ele parecia um daqueles guerreiros que tanto se falava pelas de meu país, ele não me olhava diretamente mas podia sentir seu poder de seu império.

- O que foi? Porque está me olhando como se eu fosse uma aberração de circo? Vai dizer que agora está com medo de mim?

- Claro que não! – Respondi rápido, mas percebi que minha voz saiu tremida e ele sorriu ao perceber isso.


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Notas finais do capítulo

Fanfic tá com o final ruim porque escrevi tudo direto, então desculpem.



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