- Thalia! – Annabeth tentou se levantar, mas logo ficou tonta e desistiu.

   - Calma aí, garotinha valente! – disse Thalia abraçando a menina.

   A Filha de Zeus estava novamente com suas roupas punk e portando apenas Aegis e sua costumeira lata de tinta spray, que se expande a fim de se tornar uma lança elétrica. Não se podia ver na garota nada que a identificasse como uma caçadora, nem mesmo o arco de prata que normalmente Thalia usa e que a patenteava como a tenente de Ártemis.

  - Por onde andou, Caçadora? – quis saber o Filho de Poseidon.

  - Hoje não Maremoto – brincou a Filha dos Céus – Hoje eu sou apenas a Filha de Zeus.

  - Como assim? E as caçadoras? Ártemis não...

  - Percy, você ainda não entendeu? Não existe mais as Caçadoras. Ártemis nos livrou do compromisso para com ela. Meu pai a está mantendo no Olimpo, juntamente com a maioria dos outros olimpianos. Somente Hermes nos mantem informados sobre o que está havendo lá, e mesmo esse, a semanas não dá notícias. Fora ele, apenas Poseidon e Hades podem permanecer fora do Olimpo para controlar a situação aqui em baixo. Novos monstros não param de aparecer, e se não fosse por seu pai, e nosso querido titio, os mortais já estariam apavorados. Os dois estão fazendo de tudo para deixar a Névoa o mais espessa possível, mas isso está lhes consumindo grande parte de seu poder que poderá nos fazer falta na hora da rel batalha.

  Annabeth ouvia a tudo calada, e Percy expressava em suas feições o cansaço que todos demonstravam após a batalha contra Cronos, como se o rapaz estivesse se lembrando dos terríveis dias de luta contra o Senhor do Tempo, e imaginando se os próximos dias seriam tão ruins quanto.

  Houve um silêncio perturbador na sala, até que a Filha de Zeus disse:

  - Mas acalmem-se. Ouvi dizer que esta missão deve ser guiada pela Lua certo?

  Ambos assentiram.

  - Pois então, isso significa que devem esperar instruções de Ártemis, que por sua vez está aprisionada no Olimpo, logo, vocês nada poderão fazer a não ser esperar que a mesma se pronuncie.

  Annabeth assentiu, desconfortável. A garota gostava de fazer as coisas pelos próprios métodos. Não gostava de não saber o que fazer, ou o que esperar. Muito menos esperar alguma coisa que ele não sabia o que seria, para poder fazer alguma coisa que ela também não sabia o que seria.

  Percy suspirou, e foi o primeiro a se pronunciar depois de outro longo momento de silêncio.

  - Bom, meninas, já que é assim, só podemos nos prender a isso e esperar novas instruções – disse o rapaz se levantando – Agora eu vou me arrumar para o jantar, e sugiro que vocês façam o mesmo. Até logo, meninas.

  - Percy, fique – Annabeth pediu.

  - Annie, Thalia veio pr...

  - Não Percy, Annabeth está certa. Fique. Eu vou procurar meu irmão – Percy ficou confuso, mas deixou pra lá – A gente se fala mais tarde, no baile. – Disse Thalia abraçando a amiga, e em seguida Percy.

  Depois que Thalia saiu, Percy sentiu que era a hora de erem a conversa que havia sido marcada telepaticamente.

  - Annabeth, o que você imagina para o seu futuro?

  - Percy, por favor, não... Não agora, não nessas circunstâncias. – disse a garota já quase chorando.

  - Annie, eu sei o que você pensou, e você sabe que eu já havia imaginado isso também. A gente e...

  - Filhos? – a garota perguntou.

  - Isso é você quem está dizendo, mas... Espera, você visualizou assim? – o garoto sorriu, pois Annabeth nunca havia citado esta possibilidade antes.

  - Sim, Percy. É isso o que eu quero para a gente, pro nosso futuro, mas toda vez que eu penso que poderíamos descansar e visualizar um futuro para a gente, acontece... Acontece, isso!

  Percy assentiu e a abraçou. Annie encostou a cabeça em seu peito. Tudo o que Percy queria estava ali em seus braços, mas tudo o que a garota disse era verdade. Era quase impossível para os dois planejar algo para o futuro, mesmo que fosse um futuro próximo.

  Annabeth desviou o olhar, e uma lágrima escorreu por seu rosto. Percy a ergueu da cama, rodopiando com a menina por todo o quarto.

  - Vamos Sabidinha! Vamos ao baile!

  A Filha de Atena ria, e era isso o que importava para Percy. Não importava quantos fins de mundo houvessem desde que ele estivesse ao lado de sua Sabidinha.

  Por fim, quando os dois já estavam completamente tontos, Percy mostrou a menina onde ela poderia se arrumar e se dirigiu a uma área da floresta que lhe permitia uma linda vista para a Lua e ficava perto de um lago. Perfeito.

  Arrumou tudo, e voltou ao alojamento, onde tomou banho e encontrou em seu beliche um terno perfeitamente passado e que lhe cabia, sem dúvidas. O garoto não entendia de tecidos, mas era óbvio que aquele que compunha o conjunto era caro. Parecia um que ele havia visto a muito tempo, e apesar de não ter confessado tinha gostado e se imaginado o vestindo. Sim, era aquele mesmo. Um terno Italiano como o que Caronte usava na primeira vez em que Percy fora ao Mundo Inferior. O rapaz se perguntou de quem seria aquilo, e teve uma surpresa ao tatear os bolsos da calça e encontrar um bilhete escrito em uma caligrafia impecável, que dizia claramente que o conjunto era de Percy – um presente de uma velha amiga, como dizia no papel.

  O Filho dos Mares vestiu o presente relutante, e de fato, não poderia ter servido melhor, e veio bem a calhar, já que o rapaz não possuía vestes apropriadas para a ocasião do baile. Quando se virou, no intuito de sair do dormitório, deu de cara com – assim como dizia no bilhete –, sua velha amiga.