E Se Houvesse Amanhã escrita por MrsEverdeen


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Bom, desculpem a demora, mas aqui está.

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Depois de um longo tempo abraçados, Percy disse:

- Você não.

-Eu não o que, Cabeça de Alga?

- A primeira coisa que você me disse depois de eu ter de fato acordado após a luta com o Minotauro na Colina Meio-Sangue, foi: Você baba enquanto dorme! – E agora eu posso dizer que você não – disse o garoto sorrindo.

- E porque você só me diz agora essa informação “super valiosa”? – disse a menina sarcástica.

- Percebi que esta foi a primeira vez que eu te vi realmente dormindo, você sabe, sem nenhum monstro nos caçando - “pelo menos por hora”, pensou o garoto – , ou o ronco do menino-bode por perto.

Annabeth riu, e depois de uma pausa disse:

- Você também não.

- Eu não o que, Sabidinha?

- Você também não baba enquanto dorme – disse a garota indiferente.

- O que? – Percy a encarou perplexo – Então porque...

- Aquela foi a primeira vez – Annabeth o cortou –, que eu não sabia o que dizer.

- Então pra não ficar por baixo você me deixa com cara de bobo e depois sai correndo? – Disse o garoto em uma tentativa de soar irritado, mas já começando a rir.

Annabeth o acompanhou, rindo com o namorado, mas ao fazer isso todo o seu corpo estremeceu e a menina emitiu um gemido de dor que fez a expressão de Percy voltar a ficar séria.

- Você fica uma gracinha quando está preocupado – murmurou ela – Suas sobrancelhas ficam juntas e franzidas.

Percy acariciou seu rosto.

- Você disse exatamente isso ano passado, no Plaza. Lembra-se?

- Como poderia esquecer? – respondeu a menina segurando a mão do namorado- E cá estamos nós novamente, nas mesmas circunstancias, então acho certo usarmos os mesmos termos. Alias, o que houve?

- Sinceramente não sei Annie – Não deixei que mexessem em você.

- Bem possessivo da sua parte, não acha? – perguntou a Filha de Atena puxando o namorado para mais um beijo.

- Pode até ser, mas me dei este direito sobre você por toda a dificuldade que passei enquanto estivemos separados.

- Tudo bem herói – Que lugar é este?

- É o alojamento da Quinta Coorte – Percy explicou – Me ofereceram a casa de pretor na Via Principalis, mas recusei.

- Pretor hein? – disse a menina só então reparando na forma como Percy estava vestido. – Se adaptou rápido aos romanos.

- Tá com ciúmes Sabidinha? Você mais do que ninguém deveria saber que é impossível resistir aos meus encantos!

- Por que mesmo a gente namora, hein Cabeça de Alga?

- Digamos que você adore beijos subaquáticos.

- Alguém está ficando muito convencido.

- Você sabe que é verdade!

- Certo! E então Cabeça de Alga – provocou Annabeth –, conseguiu fazer alguma coisa sem mim?

- Algumas Sabidinha – rebateu Percy – Enfrentei duas górgonas, fui ao Alaska, consegui não ser morto por Lupa, derrotei Polibotes, afundei uma legião de espíritos romanos enfurecidos... Não necessariamente nesta ordem.

- É, até que não foi tão mal – disse a Filha de Atena dando-lhe um soco na barriga.

- Ok. Você já está bem para me bater, então vou chamar os outros.

- Não vou sair daqui – Prometo.

- Eu acredito. E mesmo que saísse – continuou o garoto –, eu iria atrás de você até o Tártaro se preciso.

- Sei disso. Agora vá lá e me apresente seus novos amigos.

Percy hesitou, olhou para Annabeth – que lhe dirigiu um sorriso confiante –, e foi.


Depois que o garoto saiu, Annabeth tratou de analisar os danos. Seu pulso latejava e estava inchado, e uma dor excruciante na região do tórax dificultava sua respiração. Ela já havia sentido aquilo antes, na vez em que saiu com Percy e outros colegas para uma missão no Mar de Monstros – Com certeza algumas costelas estavam quebradas.

Quando o Filho de Poseidon voltou, trouxe consigo um comitê de filhos do deus do Sol – que logo começaram a tratar dos ferimentos da garota –, o menino e a menina que seguiam Percy enquanto Annabeth desembarcava, Leo Valdez e a pretora, a quem o garoto musculoso chamou de Reyna.

Reyna se apresentou, deu as boas-vindas a garota, lançou um olhar furioso a Valdez e saiu.

O Filho de Hefesto pediu licença, fez uma reverência desajeitada e apressada e foi atrás da pretora.

Houve silêncio, e então os quatro riram.

Os filhos de Apolo terminaram seu trabalho, mas recomendaram que Annabeth ficasse descansasse um pouco antes de tentar se levantar, para que a ambrosia pudesse fazer efeito.

Percy apresentou os amigos:

- Este é Frank Zhang, filho de Marte, e esta é Hazel Levesque, filha de...

- Hades – Annabeth falou antes que Percy pudesse completar a frase.

- Bem, na verdade Plutão – disse Hazel rindo –, mas sim, como soube?

- Vocês irradiama mesma aura – Quer dizer, você e Nico. Aliás, estou preocupada com ele Percy. Desde a batalha contra Cronos, Nico passou a frequentar bastante o acampamento, mas a semanas não tenho notícias dele.

- Nós sim – murmurou Frank.

Annabeth olhou para o namorado em busca de explicação.

- Nico tinha acesso aos dois acampamentos, mas não pôde interferir nos planos de Hera.

- E mesmo que pudesse – interveio Hazel – não creio que ele tenha tido contato com vocês após Percy chegar ao acampamento Júpiter.

- Sim – Frank concordou – Ele desapareceu logo depois que Percy chegou.

Annabeth trabalhava nas possibilidades, até que disse:

- E ele não lhes deixou nenhuma pista de para onde seguiria?

- Para mim nada. Ainda quero dar uma bronca naquele moleque por ter fingido não me conhecer.

- Ele também não disse nada para mim. A única com quem Nico realmente conversou foi Hazel.

Todos os rostos se viraram para a menina, na expectativa.

A Filha de Plutão franziu o cenho, como se tentasse com grande esforço se lembrar de algo, mas por fim, balançou a cabeça e disse:

- Não. Sinto muito.

- Tudo bem – disse a Filha de Atena de forma tranquilizadora –, o garoto fantasma sabe se virar sozinho.

- Espero que sim – murmurou Hazel preocupada.

- Ah, mas pode apostar. Nós já vimos Nico fazer coisas que nem em mil anos eu poderia ter imaginado – Percy tentou anima-la –, não é Annie?

Annabeth balançou a cabeça, em sinal positivo, e percebendo que a tentativa de Percy não havia dado certo, mudou de assunto.

- E então romanos –, que troca de olhares foi aquela entre Reyna e Valdez?

- Parece que seu amigo faísca tentou chamar atenção, e Reyna não é muito fã desse comportamento – explicou Percy.

- Ouvi dizer que eles tiveram uma briga também – acrescentou Frank.

- Aquele estúpido filho de Hefesto – sempre arrumando confusão...

Hazel permanecia calada, mas após o fim da conversa sobre Leo Valdez, disse:

- Percy, Annabeth, vocês vão ao baile?

- Baile? – quis saber a Filha de Atena.

- Oh, sim. Em função de sua chegada, e da dos outros, é claro.

- Disso eu não sabia.

- Como poderia, tendo estado ao lado de Annabeth durante todo o dia?

Os olhos da garota se arregalaram.

- Como assim? O dia inteiro? Que horas são Percy?

- 19:43 hs exatamente – o filho de Marte respondeu pelo amigo enquanto olhava o relógio no pulso.

Só então Annabeth pareceu perceber por quanto tempo havia ficado apagada. Percorreu toda a extensão do cômodo com os olhos – estandartes, mesas das que se vê em oficinas, computadores, escrivaninhas, muitos beliches, diversas imagens dos deuses em sua forma romana, baús e acessórios de guerra por todos os lados, mas nem mesmo uma única janela – e ficou frustrada com a possibilidade de que poderia ter atrasado o grupo por conta de um estúpido desmaio.

- Se acalme Sabidinha – Você não nos prejudicou em nada. Não vamos sair daqui tão cedo. Octavian viu em seus augúrios que devemos nessa missão, nos guiar pela Lua, seja lá o que isso signifique.

- O que? Isso não faz sentido. E quem é esse Octavian para nos dizer o que deve ou não ser feito? – questionou a garota irritada.

- É um estúpido legado de Apolo e... – Hazel se interrompeu ao ver o olhar de quem não entendeu no rosto de Annabeth.

Frank levantou a mão – como alunos fazem em uma sala de aula –, disposto a explicar o termo usado por Hazel.

-São chamados de “legados”, aqueles descendentes de semideuses.

Um pensamento feliz passou pela cabeça de Annabeth, e ela se viu no futuro, olhando Percy ensinar as primeiras palavras para seu filho; depois, os viu rolando pelo chão com o filho de Poseidon aplicando golpes no garoto, enquanto os três riam; em seguida estavam Percy e o menino jogando videogame, enquanto Annabeth embalava nos braços, uma criança de olhos tão verdes quanto os de Percy – Neste momento, a garota voltou de seus devaneios encarando o namorado, e ficou imaginando se ele também já havia pensado nesta possibilidade.

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Percy sabia porque Annabeth permanecia olhando fixamente para ele. Foi a primeiro vez que ele a compreendeu e percebeu o que se passava na cabeça da garota sem se esforçar.

O garoto se lembrou do dia em que chegou ao acampamento Júpiter, e depois de ficar sabendo sobre oque são legados, ter imaginado um possível futuro ao lado de Annie. Na época, nem Annabeth e nem seu futuro eram uma certeza. Agora ele já tinha de volta sua namorada, mas seu futuro ainda era apenas uma interrogação, com toda aquela coisa do fim do mundo se aproximando.

Houve uma troca de olhares entre ele e a garota, e com isso uma mensagem: Conversaremos sobre isso depois.

Hazel cortou o momento de entendimento entre o casal, completando sua explicação.

- Então, como eu ia dizendo, Octavian prevê os acontecimentos e a sorte do acampamento, dos meio-sangues, e como neste caso, das missões.

Dito isso, um garoto entrou correndo no alojamento, pegou em um baú uma muda de roupas e já quase na porta de saída, pareceu notar a presença do grupo.

- Por Júpiter, os gregos! Me desculpem. Eu só vim pegar essas... Ah, deixa pra lá! Hazel, Frank, vocês não vão se aprontar para o baile?

- Oh, puxa! É mesmo Matt. Já estamos atrasados. Vamos Hazel. Até breve pessoal. E, Percy... O baile é às 21:00 hs.

Hazel e Frank foram atrás do garoto, Matt como Frank o havia chamado, deixando Percy sozinho novamente com a namorada. Os dois de olharam e riram da visão de Frank nervoso.

Os dois continuaram a rir por um longo tempo, como se quisessem suprir os momentos de alegria que lhes foram negados por terem sido separados por tanto tempo.

Por fim, Annabeth disse:

- Parece que esse Octavian não é de muitos amigos.

- Ele não é confiável. Não sei nem porque deveríamos fazer as coisas de acordo com o que ele diz.

- Já que é assim, também não confio nele.

- Mas confia em mim? – perguntou uma voz conhecida.



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Notas finais do capítulo

E então pessoas? Quem será "a voz conhecida"? Alguém arrisca um palpite? Não? Ok então.

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