Armistices Of Love escrita por TheSmithSisters


Capítulo 14
Flames Don't Last Forever


Notas iniciais do capítulo

Olá cupcakes!
Olá raios de sol!
Olá....tá bom já cansei. -_-' kkkkkk
Demoramos muuito...? :/
Mil desculpas aos anjos leitores maravilhosus hehe. Não tivemos tempo de entrar pq estavam viajandu :))))
MUUUCCCHOOS OBRIGADAAS GORDUCHOS para os coments que caíram do céu!! :O #fiqueibege
sério, malz aí para o nosso spanish... yo no soy fluente...kkkk
Vamos ao que interessa ne chicas?
BOA LEITURA! +_+



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POV Luca – Algumas semanas depois...

Eu tinha acordado mais cedo que o normal pensando na minha Destiny. Como eu me sentia completo ao chama-la de minha e me sentia vulnerável ao tê-la longe de mim. Eu precisava dela comigo. Quando ela estava longe, eu sentia um aperto do tamanho de um buraco negro em meu coração. Mas hoje, ela teria mais uma prova do meu amor... Fui até a praça dos ventos, que era uma praça perto da praia onde eu costumo caminhar todos os dias. Ao chegar lá, andei pelas ruas de pedra quebradiças e depois da fonte, ao longe, vi um montinho de crianças debaixo de uma árvore flamboyant avermelhado, em uma rodinha.

Levado pelo meu interesse me aproximei. No centro da roda haviam duas mulheres e uma delas estava com seu rosto tapado pelo livro infantil que ela lia. Ao abaixá-lo pude ver nada mais nada menos que meus apaixonantes olhos verde-azulados. Destiny estava sentada ao lado de uma mulher mais velha, e em seu colo haviam duas criançinhas. Aquela cena me pegou de surpresa...Ela era tão delicada e doce com as crianças...tão terna. Se um dia eu tivesse filhos, com certeza ela seria a mãe deles.

Quando nossos olhares se encontraram eu vi ela corar graciosamente e abaixar os olhos. Linda. Ela disse algo ao grupo de crianças, e depois de fazê-lo todas as criançinhas pularam em cima dela e ela caiu na grama rindo. Eu ri da cena. Como podia uma pessoa ser tão maravilhosa por natureza? Depois de dar um abraço na mulher mais velha, e fazer questão de dar um beijo na bochecha de cada criança ( que fazia questão de se pendurar no pescoço dela e choramingar pedindo pra ela ficar) ela veio até mim. Estava com o cabelo trançado e usava um vestido angelical branco com desenhos azuis e marrons.

– Luca, o que faz aqui? - ela perguntou enquanto eu pegava suas mãos e as beijava. O doce cheiro de morango e baunilha...

– Eu estava caminhando. E você, minha princesa? - posicionei seus braços ao redor do meu pescoço cuidadosamente e ela ficou na ponta dos pés, tentando parecer mais alta.

– Bem eu sou voluntária em uma escola aqui perto. - ela riu e abaixou o rosto. Peguei seu queixo cuidadosamente e levantei-o para mim. - Venho aqui quase todos os finais de semana para ler para as crianças. - ela desviou o olhar para as criançinhas que brincavam na grama e seus olhos brilharam.

– Quanto mais tempo eu passo com você, mais eu me apaixono – eu sussurrei em seu ouvido e ela mordeu o lábio inferior me fazendo arrepiar. - Será que você tem um tempo para o seu namorado?

– Depende, se você for fazer bom uso dele. - nós rimos e eu a dei um selinho.

– Eu ia te ligar e te fazer uma supresa, mas já que eu te encontrei aqui... - envolvi sua cintura com meu braço. - queria te mostrar uma coisa.

Levei-a até um cais perto da minha casa onde estava a lancha da família. Eu a fiz subir na lancha e apesar dela insistir em dizer aonde estavamos indo eu fiquei quieto. Quando chegamos ao alto mar ela começou a puxar a ponta do vestido, ou então se encolher, ou morder os lábios e olhar para os lados freneticamente ou ficar enrolando a ponta dos cabelos em seus dedos. Percebendo seu nervosismo, peguei suas mãos.

– Amor, está se sentindo bem? - perguntei preocupado.

– E-estamos meio...longe da borda. - ela gaguejou e sem hesitar peguei-a em meus braços.

– Nada pode te machucar, eu estou aqui. - começei a fazer um carinho em seu rosto e ela fechou os olhos escondendo o rosto em meu peitoral.

– Eu sei disso. - ela disse se apertando contra mim.

Quando chegamos na ilha Nebesnyy, parei a lancha bem perto da areia, e não a larguei até que estivessemos pisando somente em areia.

– Uma ilha? - ela perguntou maravilhada. Eu senti uma imensa vontade de beija-la...na verdade eu sempre sentia vontade de beija-la...

– É uma ilha de ancestrais da minha família. Eu costumava vir aqui no verão, porém há alguns anos atrás quando minha avó morreu, nossos parentes deixaram de vir com frequência... - eu dei ombros e ela continuava olhando cada centímetro como se fosse uma pedra preciosa.

– Nós estamos sozinhos na sua ilha? - seus olhos brilharam e meu sangue pulsou mais rápido.

– Não é tecnicamente minha mas...sim. - ela apertou meu pescoço com seu braço direito com mais força. E depois me envolveu com o outro braço. Foi chegando mais perto e quando nossos narizes se tocaram senti uma onda elétrica me percorrer. Ao nossos lábios serem selados senti aquele fogo me queimar e me consumir, me tirando totalmente de mim. Como aquela garota conseguia me deixar louco com sua presença, me transformar com seus toques e me possuir com seus beijos?! Quando o ar faltou nós recuamos e nossas testas se encostaram, seus olhos ainda estavam fechados. - Se for me dar um beijo desses à cada supresa que eu te fizer hoje, não vai sobrar oxigênio o suficiente neste mundo. - eu disse e ela riu. - Agora vamos até a casa de praia.

Quando chegamos à casa de praia de madeira, sofás de luxo de pau-brasil, portas e vidraças, paredes drywall, e almofadas de couro ela suspirou um suspiro que completou ainda mais minha vida.

– Isso é inacreditável Luca. - ela disse pegando minha mão e ainda olhando para a casa.

– Você vai me dar aquele beijo agora ou prefere que eu cobre depois? - perguntei.

– Não me seduza Luca Odair. - ela disse com a voz rouca e com seus dedos finos pegou meu queixo que ficou à um milímetro de seus lábios sedosos. - Porque você sabe que eu entro no seu jogo. - e então largou-me. Puxei-a pela cintura rindo. - Me mostre as outras surpresas e quem sabe, no final do dia, eu te dou outro beijo daqueles.

– Combinado.

Caminhamos até mais perto da varanda da casa de praia e eu forrei a areia com quatro panos de ceda brancos. Liguei o som velho de minha avó e deixei tocando a música que estava e peguei a cesta de piquinique que eu tinha trazido comigo. Depois de uma maratona de ficar jogando uvas na boca de cada um para ver se acertavamos ou não, deitei delicadamente Destiny em meus braços. Ela se aconchegou em mim e eu afaguei seus cabelos.

– Por que você faz isso? - ela perguntou de olhos fechados. - Esses gestos...

– Por amor. - as palavras saíram com naturalidade de minha boca. - Pelo seu amor.

– Mas...eu nunca vou te merecer Luca. - ela abriu seus olhos e não me encarou. Estava mergulhada em pensamentos.

– Tem razão você não me merece. - vi seus olhos brilharem com as lágrimas. - Você merece melhor. Bem melhor. Mas agora que eu te encontrei e você está aqui comigo, eu nunca mais vou deixar você partir. - senti seus dedos tremerem e então beijei uma de suas mãos. -Destiny... - tirei uma mecha de cabelo castanho-mel de seus olhos – eu nunca serei bom o bastante para você. Meus gestos não demonstram nem cinco por cento do que eu sinto por você. - Ela se virou e seus olhos estavam...apaixonantes. Tocou de leve minha mandíbula.

– Você bem que merecia aquele beijo agora...mas prefiro esperar até as outras supresas. - quase afundei com seu toque. Quando ouvi o que tocava tive que convidá-la para dançar. ( Clair de Lune – Claude Debussy )

– Des...você dancaria comigo? - vi ela corar.

– Eu não sei dançar música clássica. - eu a levantei com o maior cuidado, como se ela fosse de vidro e encachei nossas mãos.

– Só feche os olhos e sinta a música...

Ela se encachou na altura de meu pescoço e eu afundei meu rosto em seus cabelos, ao som de nosso balançar.

A música já havia parado, porém continuávamos nos balançando, as ondas quebravam e toda a natureza parecia em harmonia. Destiny rompeu nosso balançar me puxando pela nuca e deixando nossos narizes se tocarem, ainda de olhos fechados.

– Preparada para próxima surpresa? - perguntei avançando em seus lábios.

– Eu acho que posso arriscar. - ela respondeu me empurrando para longe.

O resto da tarde não poderia ter sido mais perfeito. Nós fomos em várias cachoeiras da ilha, e aliás Destiny ficava absurdamente mais perfeita ainda de biquini, o que me deixou um pouco...aéreo. Também caminhamos na praia, cozinhamos que nem bobos, ela ficou me ouvindo tocar ukulele, ficamos escrevendo coisas sem sentido com caneta em nós mesmos, ficamos deitados na areia, e fazendo o jogo das palavras. Ela falava algo como...maçã, e eu falava a primeira coisa que vinha na minha cabeça. Nossas últimas palavras foram Amor ( Ela ) e Eterno ( Eu).

Assim que o sol se pôs soltamos velas flutuantes chinesas nos ares que iluminaram toda a ilha e apostamos pra ver quem conseguia achar mais constelações.

– Ursa Maior! - ela gritou rindo.

– Cruzeiro do Sul! - falei e logo ri apontando para o céu estrelado.

Ou eu estava louco ou várias estrelas cadentes estavam caindo. Ficamos assim por um tempo encarando o céu, de mãos dadas, ouvindo o som dos grilos e das ondas, reconfortados pelo calor das velas chinesas.

– Deveríamos voltar para a costa. - ela sussurrou se aconchegando em meu ouvido e me fazendo cócegas.

– Deveríamos ficar aqui. - respondi suplicante. Ela riu graciosamente.

– Meus pais vão me m-a-t-a-r!

– Bem...pra isso que você tem um lindo namorado que tem um telefone com ótimo sinal á distância. - lhe entreguei meu celular e roronei em seu pescoço.

– Você está ensinuando que eu minta e que nós dois faltemos as aulas amanhã? Luca Odair você é um menino mau... - ela riu sensualmente e contornou com seu dedo indicador meu rosto o que causava leves choques em mim. - sem beijo para o namorado lindo hoje.

– Que injusto. - choraminguei e ela colocou o dedo em meus lábios fazendo-me ficar quieto, enquanto ela ligava para seus pais avisando que iria dormir na casa da Silver.

– Satisfeito? - ela me perguntou devolvendo-me meu celular.

– Ainda não. - respondi a envolvendo em um abraço.

Foi uma noite cheia de constelações, velas chinesas e ondas do mar.

Destiny e eu tínhamos adormecido ali mesmo na praia debaixo da cabana de panos de seda em frente à casa. Depois de mais algumas caminhadas na praia e alguns goles de água de coco fresca nós finalmente voltamos para costa e fomos para 12High. Chegamos bem na hora do intervalo e os corredores estavam mais cheios que nunca. Fomos para o pátio onde normalmente lanchávamos e logo vimos os gêmeos junto à Silver e Bianca.

– E aí vem o casal fujão. - anunciou Silver rindo. Matt e Mike colocaram as mãos nas cinturas e nos encararam com olhares reprovadores. Eu ri.

– Luca você tinha que levar a Des para o mau caminho? - perguntaram ao mesmo tempo e minha linda Destiny riu e os abraçou.

– Seus bobos. Luca não me levou para o mau caminho coisa nenhuma. - ela disse e eu apertei mais sua mão. Ela sentiu e como resposta também apertou a minha. Eles puxaram ela de mim sem mais nem menos e a agarram protetoramente.

– Pois é vocês faltaram três períodos de aula. - Bianca disse.

– Ah gente tenham dó...às vezes até que matar aula é saudável. - Destiny envolveu os gêmeos em um abraço e senti uma pontada de inveja. Peguei-a de seus braços a envolvendo novamente nos meus.

– Dá licença eu não sou de dividir. Principalmente minha princesa. - ela se apertou contra a minha jaqueta e os clones reviraram os olhos.

– Falando em coisas lindas, estão dizendo que tem um novo professor supergato que vai substituir o sr. Bennedet. - disse Bianca e os gêmeos se entreolharam e em menos de um segundo eu soube que eles estavam envolvidos. - dizem por aí que o nome dele é Tyler e que antes de ser professor ele era modelo...

– Tá bem chega! - eu gritei tentando desviar do assunto porém o sr. Bennedet passou por nós cheio de papéis e pastas de couro. Estava apressado.

– Sr. Bennedet está tudo bem? O que aconteceu? - Destiny era sempre tão doce...

– Ficamos sabendo que pediu demissão. - Silver disse sem medo algum.

– Patos! Mel por todo o lugar! Spray de tinta permanente! - ele começou a gritar coisas sem nexo e quando viu os gêmeos deu um pulo e cerrou os punhos como se fosse enfrentá-los. - Satanás! - e saiu correndo. Todos nós caímos na risada.

– Aquele cara tem problemas.

– Até que ele era legal – ela deu ombros e fez uma careta. - ás vezes. - e riu linda como sempre.

Quando bateu o sinal, fomos para a aula de inglês. Nas fileiras duplas sentei-me com a minha garota. Um cara novo e alto entrou na sala de aula com um óculos ray-ban preto e apoiou-se na mesa do professor. Que cara ridículo! Quando as garotas o viram começaram a dar gritinhos histéricos e vi Destiny olhar para ver o que havia. Os olhos dela ficaram...curiosos. Quem esse cara pensava que era?!

– Bom dia classe. - mais gritinhos. Argh. Ele deu um sorrisinho de lado muito enjoado. - Eu sou o sr. Fell o novo professor de inglês de vocês. Mas vocês podem me chamar de Tyler. - alguém gritou “Tyler gostoso” e eu começei a ficar com raiva. Destiny acariciou minha mão quente ao seu toque gelado. - Bem o tema da aula é “A Criação dos Distritos”. - ele passou a mão nos cabelos e ouvi suspiros. Ridículo. - Alguém pode me responder porque criaram a capital e os 12 distritos? - silêncio. O idiota metido a galã começou a andar pela sala e parou em frente a nossa mesa. - Que tal você, garota bonita? - ela olhou para MINHA Destiny e eu vi ela corar e desviar o olhar.

– Como é que é? - perguntei e ele tirou o ray ban. Mais gritinhos.

– Bem...quero saber se ela se importaria em responder.

– Acho que ela se importaria. - eu disse entredentes.

– Luca. - Destiny me repreendeu me olhando com seus olhos verde-azulados e me hipnotizando. - É claro que eu não me importaria. - O safado sorriu pra mim e se apoiou na minha mesa ficando cara a cara com a minha namorada. - Panem costumava ser um único e vasto distrito, porém os chefes locais começaram à formar fronteiras com suas tribos rivais, formando cidades separadas. Haviam treze chefes que eram irmãos e eles acabaram entrando em conflito para tentar ocupar o litoral, que era um ótimo lugar para exportação, além de comércio e pesca. Então os treze distritos entraram em guerra e o vencendor fora o chefe local Hernan de los leyes, e em homenagem ao seu nome, o distrito de mais importância que era o treze recebeu o nome de “Capital”.

– Adorei sua resposta senhorita...?

– Destiny. - era impressão minha ou aquele mané estava dando em cima dela?!

– Bem, agora, quem sabe por que hoje a Capital é no interior? - todos se entreolharam. Eu só queria esganar aquele cara profundamente. - Um pouco antes da terceira guerra mundial, Panem foi ameaçada pelo Reino da Misticna, antiga Inglaterra, e Hernan de Los Leyes quase foi capturado. Como a Capital era no litoral, os barcos rivais chegavam até ele com relativa facilidade. Então para dificultar os ataques à Capital, a mesma foi transferida para o interior e tem a mesma geografia dos dias de hoje. - como as garotas o achavam bonito? Ele era um metido!! - Alguém sabe a história do Distrito 13? O Distrito soterrado? - Destiny levantou a mão e Tyridículo sorriu.

– Há poucos registros, porém, acredita-se que havia um décimo quarto irmão. E que ele era o mais novo, por isso seus outros irmão nunca acreditaram em seu potencial e seu distrito sempre era atacado. Também acredita-se que esse irmão mais novo tenha feito uma emboscada para os soldados do Reino da Misticna terem conseguido chegar até a Capital e raptar o irmão mais velho, Hernan. - Tyidiota deu palminhas e senti a raiva me dominar.

– Agora que a amável Destiny fez a gentileza de responder algumas perguntas você podem fazer a página 245 do livro. - vi a MINHA amável Destiny abrir o livro e fiz o mesmo tentando me controlar. As líderes de torcida ficavam chamando o professorzinho o tempo todo fingindo ter dúvidas sobre a tarefa. Eu odiava o jeito de megera delas, porém mantinha esse cara ocupado da Des. Depois de alguns minutos o sinal bateu e um burburinho se formou em volta dele, e agradeci à Deus por aquela aula ter acabado. O safado saiu do murmúrio e se aproximou da nossa mesa. Se agaichou ao lado dela e passou seu braço ao longo da cintura dela descaradamente – Alguma dúvida senhorita Destiny? - cafajeste. Senti a fumaça saindo pelos meus ouvidos.

– Na verdade não Tyler, mas obrigada pela sua atenção. - ela graças à Deus tirou a mão dele de perto de sua cintura e saiu rápido da sala sem nem olhar pra mim. Aquilo não importava. Não agora.

– Quem você pensa que é? - perguntei olhando nos olhos do malandro.

– Perdão? - ele se fez de desentido e eu ri sarcásticamente.

– Sabe que é contra lei dar em cima de menores de idade? Ela é sua aluna e minha namorada.

– Sinto muito mas em primeiro lugar: Eu sou seu professor. E em segundo: Tenho total consciência de que a senhorita Destiny é minha aluna, não sou um homem fora da lei.

– Claro que não. Você é um cara de meia tigela que conseguiu um emprego em uma escola do Distrito mais odiado de todos e agora dá em cima de suas alunas. - eu disse cada palavra com convicção.

– Quer ir para diretoria garoto? - ele perguntou ameaçador apontando seu dedo para mim. O encarei sério por um minuto. Ele riu e colocou os óculos escuros.

POV Destiny

A tarde anterior tinha sido mágica... o efeito que Luca causava em mim era inesplicável. E tinhamos passado a noite inteira juntinhos, seu cheiro de mar e chuva me impregnava e eu amava isso. Eu me sentia leve e não conseguia parar de pensar nele. Tanta bagunça na minha cabeça me fez esquecer completamente o encontro de família. Depois de passar cerca de vinte minutos presa nos braços de Luca, que não ia deixar eu ir embora, finalmente o convenci de que se eu não aparecesse em casa, meus pais iriam me deixar de castigo e eu não o veria durante uma semana. Foi tortura pscicológica o bastante pra ele me deixar ir.

Eu pisei em casa e já sentia o clima festeiro da Effie impregnado em todo o condomínio. Passei pela enorme sala e luzes coloridas enfeitavam as paredes de pedra branca, as mesas estavam recheadas de comidas que eu poderia morrer sem saber que existiam. Meu pai apareceu em seu trajado azulado-marinho em um terno risca de giz e sapatos que eu sabia que ele só polia em ocasiões especiais.

– Pensei que a reunião ia ser caseira. - eu disse enquanto ele me abraçava.

– E ia.

– E o que tem de caseiro nisso? - perguntei rindo.

– Bem...todos os seus primos estão em casa. Você devia cumprimenta-los. - olhei rapidamente a casa. Havia gente em todo lugar, e eu reconheci algumas pessoas, mas só algumas.

– Tudo bem, eu vou me trocar.

Fui até minha casa dos fundos, passando pelas tendas envolta da piscina, do bar, da varanda, da jacuze. Cheio de gente. Entrei pela minha passarela de pedras que levava à minha porta de madeira. Abri-a com a chave que levava no bolso e a escuridão tomava o local. Quando localizei o interruptor pelo meu tato a luz do lustre iluminou tudo. Vi uma figura parada perto do desenho do tordo e quando ela se virou...eu reconheceria o perfume horrível em qualquer lugar.

– Oi priminha. - ela disse pisando com o salto agulha no meu tapete azulado.

– Kimberly. O que você está fazendo no meu quarto?! - perguntei entredentes. Percebi do que ela tinha me chamado e apaguei as luzes de novo. Consegui ouvir seus passos de salto agulha se aproximando de mim e engoli minha respiração. Quando senti sua silhueta do meu lado ela ligou a luz e eu fechei meus olhos com força.

– Que foi prima, algo errado? - apaguei a luz e ela a acendeu logo depois. - - Ótima tentativa.

– O que você faz aqui? - perguntei novamente sentindo meus dentes rangerem.

– Encontro de família fofa. Deveria entender já que é uma Everdeen Mellark. - respirei fundo e ela deu uma risada seca. - Sabe o que é estranho? Você ser matriculada como Clark Smith.

– Não somos parentes. - eu quase rosnei.

– Bem, meu pai é seu tio, o que nos torna priminhas.

– Ele não é meu tio de sangue.

– Mas isso não nos impede de ser primas. - ela cruzou os braços e eu abri a porta.

– Saia do meu quarto fazendo o favor. - apontei para fora e ela andou solenemente. Passou a mão por cima do desenho de tordo na parede e eu revirei os olhos.

– Não é lindo? - ela disse com sua voz nojenta. - Algum tipo de superstição da sua família? - ela deu ombros. - Tordos – ao pronunciar a palavra era como se tivesse nojo, e o único inseto nojento no quarto era ela.

– Saia de perto da parede.

– E quem vai me obrigar? Você, "Clark Smith"? - ela fez uma voz debochada ao pronunciar meu nome.

– Você não sabe do que está falando.

– Na verdade eu sei exatamente do que estou falando. - pegou um porta retrato com a foto da minha família e senti a raiva subir a cabeça.

– Não toque...

– Você é uma mentirosa – ela me interrompeu e eu peguei rudemente o porta retrato de sua mão. - Santinha. E pior...

– Cala essa sua boca. - quase gritei.

– Shh! - ela me interrompeu de novo e eu fiquei com vontade de avançar nela. - O pior, é que o seu namoradinho nem sabe quem você é.

– Não meta Luca na conversa.

– Na verdade. O Luca é o ponto da conversa. - ela deu ombros e suspirou. Mocréia. Eu não aguentei e a empurrei contra a parede sem dó.

– Qual é o seu problema garota! - eu gritei e Kimberly me empurrou para longe.

– Não devia me ameaçar desse jeito priminha... - eu queria vomitar e entortar aquele narizinho com meu punho. - Afinal eu vou te fazer um favorzinho. - ela tocou meu nariz com aquela unha de bruxa pintada de rosa e deu um risinho.

– O que você quer?!

– Bem...eu não irei contar seu segredinho sujo, mas...

– O que você quer em troca?! Fale logo!

– Luca. Eu quero o Luca! - eu ri e a empurrei de novo.

– Você enlouqueceu?!!

– Claramente você que enlouqueceu. Mas serei justa: você tem até o fim dessa semana para acabar com Luca.

– O quê?! - meu coração começou à palpitar como se estivesse à ponto de explodir.

– Terminar. O . Relacionamento. - ela disse pausadamente e senti as lágrimas brotarem de meus olhos.

– Mocréia...

– E SE VOCÊ não cumprir com o acordo... - ela gritou e pegou o retrato novamente pelas pontas dos dedos o balançando - seu segredinho sujo e nojento, é revelado. Para. Todos. - e o deixou cair quebrando-o em várias partes minúsculas, exatamente como acontecia com meu coração.

POV Luca

Eu tinha passado dois dias sem Destiny e era como se minha alma tivesse sido triturada. Principalmente porque ela não respondia minhas ligações. Quase não tinha dormido esperando que segunda chegasse para poder vê-la de uma vez, e sentir seu cheiro de morango e baunilha pertinho de mim...

Depois de chegar ao portão da escola e ter que ser torturado pelas piadas não hilariantes dos gêmeos vi minha princesa se aproximar e passar direto por mim. Estranhando a atitude eu a seguirei por trás e ela deu um pulo.

– Oi minha flor. - eu disse a dando um beijo ligeiramente perto de seus lábios maravilhosos.

– Luca... - linda. Mesmo parecendo...cansada, era linda. Ela tirou minhas mãos de sua cintura. - Eu tenho que ir pra aula não quero chegar atrasada. - e simplesmente saiu andando. Foi estranho...

– Eita Luca, é impressão minha ou você acabou de levar um gelo? - perguntou Mike indo para sua classe também.

– Pois é levou um cano da Des... - completou Matt seguindo o irmão. Eu bufei.

Três dias tinham se passado e a Destiny continuava me evitando...não me atendia meus telefonemas, não respondia minhas mensagens, fugia de mim no recreio e sempre inventava uma desculpa para se afastar de mim depois da escola. Aquilo estava realmente começando a me preocupar, eu não saberia viver se ela pensasse em e afastar de mim...

Eu tinha falado com Silver e Bianca e eles haviam dito que não sabiam de nada, mas também tinham percebido com Destiny estava meio estranha. Talvez fosse algo impessoal, mas minha cabeça estava explodindo de tanta culpa...Será que eu tinha feito algo que tinha a aborrecido? Tal possibilidade me devastava por dentro. Finalmente resolvi pergunta-la o que tinha acontecido, eu a encontrei no meio do corredor no intervalo e antes que ela fugisse toquei seu pulso com a maior delicadeza.

– Des precisamos conversar... - ela se largou de mim quase tão depressa quanto eu a tinha tocado.

– Luca eu não posso.

– Por que você está me evitando a semana toda? - eu respirei fundo e ela pareceu ver a dor na minha face porque pegou minha mão levemente.

– É que... e-eu... - ela engoliu em seco por um momento, fechou os olhos e quando os abriu novamente eles estavam mais verdes que nunca. - e-estou “naqueles dias”. - ela parecia sincera, e honestamente eu meio que tinha medo das mulheres quando ficavam de TPM. Graças à Deus ela estava bem. - Eu estou meio deprimida e brava e...confusa. Não quero descontar nada em você. - sem hesitar eu a envolvi em um abraço e por um momento ela retribuiu, em menos de um segundo voltou a ficar dura como pedra. Coloquei seu rosto gelado entre minhas mãos quentes e encarei seus olhos.

– Des, por que não me disse antes? Podemos lidar com isso juntos. Eu tenho certeza de que posso te animar...

– Luca. - ela me interompeu e colocou as mãos por cima das minhas as removendo. Seus dedos tremiam. - Eu quero mesmo ficar sozinha. Obrigada mas... - ela suspirou – eu preciso ficar em paz. - soltou minhas mãos sem vida e saiu andando. Seus olhos estavam vivos, mas pareciam mortos. Ao mesmo tempo.

Eu não tinha dormido nada aquela noite. Eu ficava me movimentando de um lado para o outro e o quarto parecia estar me cozinhando vivo. As paredes pareciam se fechar contra mim. Meu estômago parecia pipoca estourando. Eu não estava aguentando e percebi que precisava relaxar, então fui para a varanda, para tentar esvaziar a cabeça e ficar ouvindo o barulho das ondas, para minha infelicidade o meu irmão estava sentado nos degraus da varanda com um copo de bebida. Ele olhou para trás e deu o sorriso que eu odiava.

– Acordado até essa hora irmãozinho? - ele perguntou e eu me apoiei no corrimão da varanda olhando para o mar.

– Não fale comigo.

– Qualé, você não pode me ignorar pra sempre. - ele deu outro gole em sua bebida e me encarou. - você não parece nada bem.

– Já disse pra não falar comigo. - eu disse entredentes reprimindo a vontade de socá-lo.

– Qual é o seu problema?

– Bem o meu problema é que você acabou com todos os meus relacionamentos, e tentou seduzir a Destiny!! - eu gritei.

– Eu não tentei seduzi-la! Quem te disse isso?! - mentiroso. Mentiroso, mentiroso, mentiroso!

– Mudando de assunto por que você voltou pra casa?

– Eu até teria te dito mas você estava ocupado demais me evitando. - ele riu e deu outro gole. - Digamos que eu estou dando um tempo na faculdade... - eu revirei os olhos, não queria saber mais detalhes. Ele me ofereceu a garrafa com vodka e eu desviei os olhos.

– Eu não bebo. - respondi. Ele deu ombros.

– Você que perde. - não sei por quanto, mas foi bastante tempo de silencio tanto que eu tinha esquecido da presença de meu irmão. Quando voltei para cama, ela não parecia mais um forno, parecia uma máquina de tortura.

No dia seguinte, eu fiquei nos corredores sozinho, via os alunos andarem e pensava, preso em meus devaneios. Vi Destiny passando, e eu começava a acreditar que quanto mais eu a via, mais ela parecia uma deusa. Usava um vestido branco com uma renda florida por cima, e um cinto dourado que marcava graciosamente sua cintura.

– Destiny! - eu disse caminhando até ela. Sua respiração estava ofegante e ela estava tremendo... - O que foi amor? Se sente melhor? - peguei suas mãos e ela praticamente arrancou as suas das minhas.

– Luca, precisamos conversar. - sua voz estava trêmula.

– É parece que sim. - eu disse sério. Consegui ver ela engolir seco.

– E-eu... n-não... - ela mordeu os lábios e fechou os olhos. Peguei seu queixo.

– Você não está com nenhuma doença não é? - Ela abriu os olhos cabisbaixa e tirou meus dedos de seu queixo.

– Não Luca. Eu não...consigo mais lidar com isso. - meu coração bateu mais rápido.

– Como assim? O que tem de errado?

– A nossa relação...ela tem que acabar. - ela disse com o queixo batendo de tanto tremer e deixei minha mochila cair.

– O-o que? - pisquei algumas vezes. - Isso é algum tipo de surto? Você ainda está “naqueles dias”? - minha respiração aumentou.

– Quem me dera. - ela virou a cabeça desviando de mim.

– Destiny é por minha causa? Eu fiz algo...

– Não Luca. - ela me interrompeu. - Não é você...

– Sou eu! Não é você sou eu... eu já ouvi essa. - foi minha vez de interrompe-la. - Destiny eu não entendo...Por que está dizendo isso? Está me machucando... - Vi ela pigarrear. Minha garganta começou a arder.

– Eu não tenho escolha! - ela ia correr porém segurei-a e olhei bem no fundo de seus olhos, vazios e cheios de vida. Novamente.

– Eu consigo ver. Você me ama, e eu te amo tão desesperadamente! Por que está nos torturando assim?! - ela se largou de mim e percebi que ela fungava.

– É assim que tem que ser...

– Não! Me diga o que há de errado e podemos dar um jeito...

– Não, não há saída Luca. Eu sinto muito. - ela virou o rosto e caminhou para longe.

– Destiny não faça isso. - sussurrei.

– Adeus Luca. - agora eu que estava chorando.

Eu tinha chegado em casa e sinceramente queria me afogar naquele mar. Tudo parecia tão morto, como acordar de uma ilusão. Tudo estava tão morto, morto, queimando como minha própria vida. Não conseguia ver, ouvir claramente e minha cabeça parecia à ponto de se desligar totalmente. Ao entrar pela varanda esbarrei na última pessoa que queria ver, mas também a única pessoa que conseguiria me fazer esquecer os problemas.

– Nossa estressadinho irmãozinho? - perguntou Jake sarcástico. Respirei fundo e comprimi meu ódio.

– Você ainda tem aquela bebida?


Diga-me Porquê ( Tell Me Why - Taylor Swift )

Aproveitei a chance, eu levei um tiro

E você talvez pense que eu sou à prova de balas, mas eu não sou

Você tomou um empurrão, eu a levei duramente

E aqui em baixo, do chão, eu vejo quem você é


[Refrão] Eu estou cheia e cansada da sua atitude,

Eu estou sentindo como se eu não te conhecesse

Você me diz que você me ama e então, me derruba

E eu preciso de você como um batimento cardíaco

Mas você sabe que tem uma tendência à maldade Isso me faz correr e me esconder quando você está por perto

E isso é para você e seu temperamento,

Sim, eu lembro o que você disse noite passada

E eu sei que você vê o que você está fazendo para mim

Diga-me o porquê


Você pode escrever um livro sobre como arruinar o dia perfeito de alguém

Bem, eu estou muito confusa e frustrada

Esquecendo o que eu estou tentando dizer, ohh


Eu estou cheia e cansada das suas razões,

Eu não tenho que acreditar nelas

Você me diz que me quer, e então me empurra para longe

E eu preciso de você como um batimento cardíaco

Mas você sabe que tem uma tendência à maldade Isso me faz correr e me esconder quando você está por perto

E isso é para você e seu temperamento,

Sim, eu lembro o que você disse noite passada

E eu sei que você vê o que você está fazendo para mim

Diga-me o porquê


Porque, você me faz sentir pequena?

Então você pode se sentir cheio por dentro

Porque, você estraga meus sonhos?

Então você é a única coisa em minha mente


[Refrão] Eu estou cheia e cansada da sua atitude,

Eu estou me sentindo como se eu não te conhecesse

Você me diz que você me quer, e então me derruba

Eu estou cheia e cansada das suas razões,

Eu não tenho que acreditar nelas

Você pede pelo meu amor, então me empurra para longe

E aqui está para você e seu temperamento

Sim, eu lembro o que você disse noite passada

E eu sei que você vê o que você está fazendo para mim

Diga-me o porquê

Porque, diga-me o porquê


Eu dou um passo para trás e deixo você partir

Eu te disse que eu não sou à prova de balas

Agora você sabe


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Notas finais do capítulo

BAM! Chamas não duram pra sempre não é? Mas quem brinca com fogo sai queimado...estou certa ou errada?
kkkkk
COMENTS ACEITOS COM UMA CARINHA FELIZ!!!
Team Lesty não fiquem triste ok? :))))
Vcs sabem bem no fundo que o amor deles nunca irá morrer....muahaha
BESITOS
- B. & V.