Leah 2 escrita por Jane Viesseli


Capítulo 39
O Fim é Apenas o Começo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/298372/chapter/39

A noite estava sendo ainda mais tranquila do que a loba quileute esperava. Leah tinha ciência do quanto as atitudes de Nicolas irritavam o cherokee, mas estava feliz por Lucian ser forte e maduro o suficiente para manter o garoto longe de seus pensamentos e da mira de sua fera.

Durante vários momentos o lobisomem negro olhava-a com expectativa, como se esperasse pela sua transformação e, pacientemente, Leah balançava a cabeça em negativa, tentando explicar-lhe o que, com certeza, não compreenderia... Mulher e lobisomem caminhavam lado a lado pela floresta, situação esta que era bastante familiar à quileute, fazendo-a ficar com certo medo de ouvir aquele tão temido uivo que antecedera a queda e a captura de Lucian anos atrás.

Também andando pela floresta, estava o mestiço e a sua parceira albina. A fêmea era quem comandava o passeio naquele momento, sempre vasculhando e sendo guiada pela sua curiosidade, sua inexperiência poderia lhe custar à vida, mas, para sua sorte, o lobisomem cinzento estava sempre em seu encalço, com as orelhas sempre alertas e rosnando quando ela se afastava demais.

Harry era um bom lobisomem e não costumava se afastar muito do alfa-mor, contudo, aquela noite estava sendo uma exceção à regra. Ele estava bastante satisfeito por ter sua parceira ao seu lado e pouco se importava de que tinha um bando naquele momento... O barulho de água corrente logo chega aos ouvidos da fera branca, fazendo-a lamber os beiços instantaneamente, ela tinha sede e não hesitou em se aproximar das águas claras e frescas.

O mestiço corre atrás da fêmea soltando um rosnado irritado, não aprovando aquela atitude e fazendo-a se encolher. Ela o olha em obediência, como se esperasse sua permissão para saciar sua sede e, somente quando o lobisomem cinzento começa a beber daquela água, é que ela se atreve a fazer o mesmo. Lobisomens normais não costumavam obedecer aos seus alfas tão fielmente, porém, como a lobisomem branca havia sido criada por ele, estava afeiçoada a ele e por isso seria leal até seus últimos dias.

Com a sede devidamente saciada, era hora de retornar. Do outro lado daquelas águas estava o território Cullen e a lobisomem parecia realmente disposta a explorá-lo. Se realmente ousasse invadir, seria um caminho sem volta e certamente mais conflitos surgiriam, mas, como sempre, quem dava a ordem final era o mestiço e ele não parecia empolgado a fazer tal coisa.

Do outro lado da margem, escondido por entre as árvores estava o bando quileute, espreitando as duas feras e torcendo para que eles não avançassem mais. Há muito os lobos não precisavam vigiar as transformações dos Filhos da Lua, contudo, com a presença dos Cullens, eles eram obrigados a voltar à ativa e sentir de novo o receio de enfrentá-los.

Harry possuía o mesmo porte alfa de Lucian, apesar de ser um pouco mais baixo. Seu peito estufado exalava poder e superioridade, e seu rosto trazia aos quileutes o mesmo medo que o pai lhes trouxera quando aparecera pela primeira vez em La Push. Mas, por sorte, aquela não fora uma noite de confusões, para o alívio de todos.

Quando o Sol começa a raiar, os lupinos uivam para o céu em despedida e logo deixam suas formas serem levadas pelo vento, restando apenas os corpos humanos e exaustos. Harry deixa seu corpo ir ao chão sentindo a frieza da terra sob suas costas, cansado o bastante para dormir ali mesmo na floresta, mesmo sabendo que precisava procurar por Elena.

― Elena – sussurra ele, forçando seu corpo a se levantar.

A lobisomem branca estava ali perto, atordoada e confusa, andando de um lado a outro como se procurasse um lugar para se esconder. Ela podia sentir a consciência de Elena ganhando força novamente e tentando assumir o controle, mas ela não queria partir, não queria ficar 'presa' novamente. Seu rosto irracional lembrava muito o de Doritos, quando fora abandonado na estrada, porém, aquela não era a mesma situação e a lobisomem branca não precisava realmente temer.

Harry se aproxima da fera roubando-lhe a atenção, tenta alcançar seu focinho com a mão, mas ela era muito mais alta. Somente com o debruçar da fêmea sobre ele, é que conseguira lhe fazer uma leve carícia.

― Você é Elena e Elena é você, onde ela estiver você estará também e ainda nos veremos em muitas e muitas luas – diz ele de maneira reconfortante.

Como se tivesse compreendido todas as suas palavras, a fera branca uiva em direção ao céu e desaparece em forma de poeira, devolvendo à Elena o controle de seu próprio corpo. E como era de se esperar, ela mal conseguia se manter em pé e seus olhos não conseguiam se focar em nada, fechando-se contra a sua vontade. Nunca, em toda a sua vida, ela sentiu-se tão cansada como naquele dia.

Somente depois de longos minutos é que Elena percebera que havia mais alguém ali e que esse alguém a envolvia com carinho, já que suas próprias pernas se recusavam a trabalhar.

― Harry? – pergunta em dúvida, pois tudo parecia embaçado aos seus olhos.

― Sim, sou eu... Cansada?

― É – resmunga. – Acho que um pequeno cochilo cairia bem agora.

Harry ri e Elena sente seu coração acelerar com o som de seu riso, seu corpo todo treme com aquele ressonar, como se o mais poderoso trovão tivesse ecoado no céu. O mestiço a pega no colo e caminha em direção a uma árvore de tronco largo, recostando-se nela e deixando o corpo deslizar até o solo.

Elena já havia sido capturada pelo cansaço quando ele se aconchegou na terra frio e no tronco áspero, com ela ainda em seus braços. Harry estava feliz e não resiste a uma última carícia nas olheiras que se formaram abaixo dos olhos de sua parceira, antes de ser vencido pelo cansaço e pegar no sono logo em seguida.

Já havia passado do meio-dia quando a recém-transformada abriu os olhos. De início, se irritando com a claridade e xingando-se mentalmente por não ter fechado as janelas de seu quarto, mas, quando viu a paisagem ao seu redor, perguntou-se como havia parado ali.

Levou alguns segundos para que as memórias do dia anterior bombardeassem a sua mente com rapidez, ela havia se transformado e por isso não se lembrava do fizera a noite toda. Elena sorri, orgulhosa de si mesma por ter sido realmente capaz de se transformar e voltar ao normal, o que poderia ser considerado uma grande aventura para uma humana.

Ela é retirada de seu devaneio quando sente algo se movimentar abaixo de seu corpo, somente então, percebendo que se encontrava deitada sobre o tórax despido de Harry. Apesar das roupas estraçalhadas proporcionarem um contato maior entre suas peles, suas temperaturas agora eram as mesmas e por isso ela mal notara sua presença.

― Bom dia – sussurra ele.

Elena sente o coração galopar em seu peito com o som grave perto de seu ouvido. Ela apoia as mãos no chão, erguendo seu tronco, e, quando seus olhos miram o rosto sorridente de Harry, sente algo pulsar em seu peito.

Seu corpo parecia ter entrado em choque, no mais profundo estado de torpor. A sua frente estava o garoto de pele morena, que já desfazia seu sorriso e assumia uma expressão de preocupação, seus olhos pareciam ter capturado os dela e seus lábios entreabertos ameaçavam dizer alguma coisa.

"Tudo bem?", perguntou ele somente, desencadeando em Elena um arrepio por toda a extensão de sua pele. Logo, tudo que considerava importante se esvaiu, todas as suas lembranças pareciam ter sido empacotadas e guardadas com a etiqueta "coisas comuns" dentro de sua mente, enquanto algo novo tomava a posição da coisa mais importante de sua vida... E esse algo, era Harry.

Surpreendentes imagens começam a bombardear sua mente, fazendo-a sorrir ao reconhecer Harry na figura de uma criança, que assistia pela primeira vez a transformação do pai. Em seguida, vieram as imagens de seu primeiro dia na escola de Forks, seu primeiro salto do penhasco ao lado de Lucian, a alegria com que fazia poses em frente ao espelho e notava que estava ficando sarado sem precisar frequentar academias. Porém, as memórias não parava por ai... Muitas outras imagens chegaram ao conhecimento de Elena, imagens que correspondiam às lembranças mais importantes de Harry, tanto boas quanto ruins, deixando-a ciente do que ele sentira em cada acontecimento.

Quando sua mente finalmente lhe deu trégua, foi à vez dos laços que os uniam fazer a sua parte. As cordas do imprinting de Harry estavam ali o tempo todo, mas não podiam ser notadas por suas condições humanas. Contudo, a situação agora era outra e Elena podia sentir as cordas ao redor de seu corpo se moverem.

E com apenas um puxão daquele elo mágico, ela cai sobre o tronco de Harry, espalmando suas mãos em sua clavícula e sentindo seu coração bater forte, como se quisesse pular de seu corpo. O imprinting os aperta um contra o outro e Harry sorri, finalmente entendendo o que estava acontecendo. Ele acaricia o rosto feminino com os dedos e a beija, selando aquela magia até o fim de seus dias.

Naquela manhã, Lucian e Leah nem sequer os procuraram, preferindo deixá-los sozinhos, tendo eles também um momento a sós. E, nos dias que se seguiram, Elena tivera suas primeiras aulas como uma iniciante lupina, aprendendo a se transformar sozinha, a manipular as garras e efetuar alguns movimentos de luta. Tudo o que aprendia em meio às árvores, a recém-transformada repetia em casa para mostrar a Lyssa, enchendo-a de orgulho, apesar de não apreciar os pratos de porcelana quebrados e os móveis partidos ao meio que sucediam as transformações.

...

Certo dia, na casa dos Clearwater, Leah mudava os canais da televisão freneticamente sem encontrar nada interessante, visto que o mal estar que se instalara em seu corpo a deixara extremamente mal humorada. Sua mão livre estava repousada sobre a barriga volumosa, que já lhe proporcionavam grandes enjoos e uma debilidade nunca sentida antes. Segundo Carlisle, aquela gravidez parecia correr tão rápido quanto a de Harry, sendo acompanhada de todos os sintomas desagradáveis que não sentira da primeira vez: cansaço, enjoos, desequilíbrios, tudo...

A campainha toca de repente, fazendo a quileute revirar os olhos, quem seria àquela hora da manhã?

― Não atenda! – grita Lucian da cozinha, no exato momento em que Leah se levantava do sofá.

― Por quê? – questiona ela, sentando-se novamente.

― Nada de importante, apenas não abra a porta!

Leah franze a testa, confusa. Quem poderia estar ali? Seu olfato estava prejudicado devido ao seu novo bebê, que já sugava todo seu talento lupino e, por isso, não podia identificar o visitante. Mas, antes que qualquer outra pergunta fosse feita, Harry entra na casa, iluminando a sala com seu largo sorriso.

― Olhe quem veio nos visitar! – anuncia ele, enquanto abria passagem para a visitante.

― Bom dia, família! – cantarola Evi, fazendo sua entrada triunfal no cômodo e abrindo os braços como se esperasse ser abraçada por todos. – Cadê meu sobrinho ingrato que não vem abraçar a tia Evi?

― Ah, Harry! – retruca Lucian ao avistar a sua sempre jovem tia. – Por que deixou ela entrar na minha casa? Agora levarei uma eternidade para enxotá-la daqui...

― Pai, não fale assim, tia Evi é minha madrinha e eu gosto dela!

― Só você me ama meu lobinho lindo – fala Evi apertando-lhe as bochechas. – Quem é a loba branca mais linda e perfeita do meu bebezinho Harry?

― Elena! – responde ele, em meio a careta engraçada.

― O quê? – grita dramaticamente, como se tivesse sido apunhalada pelas costas.

― Elena, minha namorada, ela é a loba branca mais incrível que já vi em minha vida – confessa sorridente.

― Estou cercada de traidores! Um sobrinho rabugento e um afilhado que não me ama mais. – Ergue os braços dramaticamente até que seus olhos se prendem em Leah. – Só você me ama, Leah – Joga-se no sofá e deita no colo da quileute.

― Tire os sapatos, está sujando tudo! – esbraveja Lucian ao ver os tênis enlameados da tia sobre o estofado do sofá. – Garota impulsiva e irritante! – retruca, enquanto voltava para a cozinha.

― Eternamente velho – comenta Evi, levantando-se do colo que lhe servia de travesseiro. – Leah, você engordou! O que esses marmanjos estão lhe dando para comer?

― Um bebê! – grita Lucian do outro cômodo.

― Que horror, estão virando canibais!!!

― Claro que não madrinha – explica Harry entre risos. – Minha mãe está grávida!

― Vou ser madrinha de novo.

― Não vai não! – rebate Lucian, acabando com sua empolgação.

Evi tagarelou a manhã inteira com o afilhado, tentando conhecer os detalhes de sua história com Elena. Houve uma pausa para o almoço e, quando retornaram para a sala, Harry esperou que a conversa continuasse, mas não aconteceu... Estranhamente, Evi tinha o olhar distante e um semblante pensativo, que contrastava com seu natural jeito falador e impulsivo.

Um silêncio constrangedor se instalou no cômodo, fazendo o cherokee se incomodar. Ele senta-se ao lado do filho, sem efetuar nenhum tipo de invasão mental, apenas esperando para ouvir o que a tia tinha a dizer.

― Daqui para frente vou demorar mais para visitá-los – começa ela, não sabendo ao certo que palavras usar.

― Você já vem tão pouco para cá, por que vai demorar mais? – pergunta Harry.

― Essa é minha última viagem como uma lobisomem, transformada e correndo em alta velocidade. Na próxima vez, virei apenas como uma humana...

― O que isso quer dizer, exatamente? – pergunta Leah desconfiada.

― Quer dizer que ela não vai mais se transformar – explica Lucian bastante surpreso. – Com exceção da lua cheia, em que é obrigada, ela não assumirá sua forma lupina nunca mais!

Evi sorri fracamente indicando seu acerto e acena positivamente com a cabeça. Lucian ainda não conseguia entender aquela situação e logo começa a passear pela sua mente em busca de respostas.

― Não precisa invadir meus pensamentos – comenta Evi, o revelando –, não tenho nada a esconder de vocês... Quando conheci o amor de minha vida ele era um pouco mais novo do que eu. Com o tempo, ele descobriu meu segredo e me aceitou do jeito que era, mas agora... – Suspira profundamente. – Ele está ficando muito mais velho.

― Tia Evi, você... – começa Harry.

― Sim! – confirma com um sorriso. – Eu quero envelhecer junto com ele! Neste exato momento ele está indo para a Inglaterra, desviei meu caminho apenas para visitá-los e o encontrarei lá, em breve.

― Nunca pensou em transformá-lo? – questiona Leah.

― Ele não quer e eu respeito sua decisão!

― Se envelhecer, você morrerá um dia – lembra Lucian, não se alegrando com a ideia de perder o pouco de sua família cherokee que ainda lhe restara.

― Morrer não é tão ruim, perto da ideia de meu imprinting falecer e eu viver eternamente... Acho que não suportaria essa dor!

O lobisomem negro assente com a cabeça, tentando imaginar como seria sua própria vida caso Leah viesse a falecer. Por um instante, seu ar faltou e sua vida pareceu perder o sentido, somente por imaginar a situação.

― Parabéns, tia Evi – diz Harry quebrando o silêncio. – Desistir de sua imortalidade pela pessoa que ama é a coisa mais bonita que já vi acontecer.

― Ter a coragem de morder sua namorada para lhe dar a imortalidade também é a coisa mais bonita que já vi – responde ela sorrindo, sentindo-se confortada pelas palavras do garoto.

A visita de Evi fora bastante agradável e alegre, até mesmo para o sobrinho rabugento. O fato de que ela não retornaria tão cedo e de que quando a vissem novamente estaria mais velha, causava nele certo sentimento de perda, como se a estivesse perdendo pouco a pouco, perdendo para o tempo...

Evi era praticamente uma lenda em La Push, por seus feitos, seu gênio impulsivo e seu dom incomparável. Nunca houve e nunca iria existir outra fera tão habilidosa quanto ela. Harry não queria pensar no pior, não queria se antecipar e pensar no dia em que ela partiria para sempre, por isso, concentrou-se nos filhos poderosos que surgiriam daquela união, dos dons inusitados que brotariam através do sangue puro que seria herdado da lobisomem branca.

A visitante teve uma rápida estadia na reserva, apenas o suficiente para matar a saudade e conhecer um pouco mais a caçadora de quem ouvira falar, capaz de desistir de sua humanidade para ficar com seu afilhado preferido. Ela tivera uma boa impressão de Elena e não conteve um certo ciúme, ao constatar que os olhos avermelhados realmente a tornavam uma fera branca muito mais atraente do que ela.

Contudo, ao felicitar-se com tudo o que via sua família conquistar naquela região, a famosa tia Evi decide partir...

― Fique mais um pouco – pede Harry com semblante abatido. Aquela era sua madrinha, sua tia maluca que sempre roubava os biscoitos do pote para comerem escondidos quando era criança. Definitivamente ela não poderia partir tão cedo.

― Também tenho alguém a esperar por mim...

Sua frase ficou suspensa no ar, pois seus olhos lupinos habilidosamente focam a imagem da híbrida, que surgia bem longe, entre as árvores. Todos que se despediam seguem seu olhar e Elena não pôde conter um rosnado ao ver Renesmee. O que a meia-vampira estava fazendo ali, afinal?

Do grupo, Jacob é o primeiro a ter de segurar as próprias pernas, para não correr para ela. Ele até cogitou a ideia de deixá-la para sempre, mas seu imprinting era mais forte do que qualquer cogitação. Jake a amava e esperava, de coração, que a mestiça se arrependesse e voltasse inteiramente para ele.

O lobo avermelhado estava tão imerso em sua briga interna, que mal notou o momento em que Evi deixou o grupo e caminhou em direção à Renesmee:

― Você é a Nessie, não é? – pergunta um tanto grosseira. – O que faz aqui?

― Precisava falar com Harry e Elena! – responde num sussurro, sentindo-se deslocada naquele lugar e não querendo ser ouvida pelos demais.

Os olhos de Evi mudam de coloração rapidamente, fazendo um calafrio percorrer a espinha de Nessie, porém, seus olhos logo retornam a seu tom escuro e normal, deixando a híbrida bastante confusa. A cherokee podia muito bem usar o seu dom para colocar algum juízo em sua cabeça oca, mas não o fez.

― Amor é algo que não pode ser manipulado – começa ela, olhando nos olhos de Renesmee. – Jacob é um homem legal, bonito e muito bom, acho que deveria valorizá-lo mais. Se a situação está ruim entre vocês, converse, exponha seu ponto de vista, mas não saia por aí querendo beijar os outros como uma garota frívola. – Pausa. – Se ele te amar de verdade respeitará sua opinião e certamente tentará melhorar, para ser o homem que você se orgulhe.

― Eu já me orgulho dele! – confessa com voz sufocada, sentindo os olhos lacrimejarem. – Só vim pedir desculpas à Harry e Elena, e dizer que estou indo embora de Forks com minha mãe...

Renesmee para abruptamente, chorando. Jacob era tudo o que ela tinha, tudo o que bastava para sua felicidade e ela sentia-se péssima por tê-lo feito sofrer. É claro que o lobo a tratava como uma criança às vezes, e que nunca lhe dava privacidade para colocar seus pensamentos em ordem, mas tê-lo longe era algo que nunca havia cogitado de verdade e aquilo a magoava.

A sinceridade parecia irradiar de seus olhos, pois em questão de segundos, Jacob estava ao seu lado, tomando-a num abraço de urso aconchegante e a confortando. Evi se afasta sem dizer mais nada, despede-se de sua família e amigos, e deixa sua fera se libertar uma última vez.

A próxima vez que nos virmos— diz Evi para Lucian ­­–, espero que me trate com mais respeito, pois certamente estarei mais velha do você!

O cherokee ri e assiste com expectativa a partida da lobisomem branca, desejando que ela fosse feliz e completa com sua escolha de vida. E depois da partida de Evi, La Push mergulhou num mar de paz e calmaria.

...

Tempos depois, Leah atinge o tempo de gestação referente aos sete meses de um humano comum, ouvindo de Carlisle a novidade de que o novo bebê prometia ser ainda mais forte do que Harry, pois estava se desenvolvendo com muito mais velocidade e sugando completamente as forças míticas da quileute.

Leah podia sentir claramente as suas habilidades lupinas serem sugadas pelo bebê, visto que sua temperatura corporal estava como a de um humano comum, sua força diminuíra, assim como sua resistência e disposição. É claro que tudo retornaria ao normal depois do nascimento da criança, mas, por hora, a quileute tinha que se contentar em viver sob os padrões humanos novamente.

― Bom dia, Dona Leah, precisa de ajuda? – pergunta Nicolas certa manhã, ao ver a loba carregar algumas coisas para a casa da mãe.

― Claro, uma ajudinha cairia muito bem agora! – concorda ela.

O Uley segura os pertences de Leah e caminha lentamente, acompanhando-a até seu destino. Nicolas sempre agia dessa forma com a quileute, sendo sempre prestativo, tentando ajudá-la e passando horas fazendo-lhe companhia, enquanto ela realizava suas atividades diárias. É claro que atitudes assim deixavam o cherokee possesso, entretanto, como a quileute não dispensava nada mais do que cortesia e um tratamento normal com ele, Lucian tivera que conter seus acessos de ciúme para não fazer besteiras e magoá-la novamente.

― E então, já descobriu o sexo do bebê? – pergunta ele com certa curiosidade.

― Sim, no início o bebê não parecia querer colaborar com o ultrassom, mas, depois de muito tentar, descobrimos que é uma menina.

― Isso é incrível. – Sorri. – Harry acertou no fim das contas, é Nívea que está a caminho.

― Exatamente, é Nívea que está a caminho – repete contente.

Ambos riem e continuam a conversar até chegar à casa de Sue. Leah apanha seus pertences novamente, não querendo explorar a boa vontade do rapaz ainda mais, contudo, quando o faz, sente que Nicolas queria lhe dizer algo muito importante.

― Quer me dizer alguma coisa, Nick? – incentiva, realmente disposta a ouvi-lo.

― Dona Leah, eu... – Pausa devido ao nervosismo. – Eu estou apaixonado por você!

Os olhos de Leah se arregalam em resposta. A perplexidade era evidente em seu rosto e agora ela já se arrependia de ter-lhe perguntado.

― Por favor, diga alguma coisa – pede ele, incomodado com o silêncio.

― Isso é ridículo, Nick. Não pode ser verdade, não pode estar acontecendo.

― Já aconteceu, eu amo você!

― Eu amo o Lucian.

― Não há nenhuma chance de...

― Não! – interrompe um pouco exasperada. – Lucian é o meu marido, o meu imprinting. É ele que eu amo e que desejo todos os dias, homem nenhum neste mundo poderá substituí-lo... Você se enganou quanto a mim, Nicolas, nunca houve sequer uma partícula de chance de eu escolher você e nunca lhe dei tal esperança.

Nicolas sente suas expectativas se estilhaçarem no peito, mas, mesmo assim, decidindo lutar por aquele sentimento, mesmo que ele não sobrevivesse à rejeição de Leah.

― Me rejeitar não fará com que eu deixe de amá-la.

― Você não me ama, Nicolas, pare de dizer tal coisa. Não sei qual é o seu problema, mas posso garantir que não é amor. Pare de me fazer sentir como se estivesse traindo meu marido, nunca foi minha intenção seduzi-lo e pensar que fiz isso somente me faz sentir suja.

― Não quero que se sinta assim...

― Vá embora! – o interrompe novamente, querendo dar fim à conversa. – Nunca retorne a minha casa, nunca mais cruze meu caminho! Não posso mais permitir que continue ao meu lado, mesmo que seja para ajudar, não enquanto estiver com essa ideia maluca na cabeça.

― Dona Leah, eu...

― Vá embora! – rosna, sentindo-se realmente incomodada com tudo aquilo.

Nicolas sente seu coração ser esfaqueado com as palavras da quileute, percebendo que o estrago estava sendo bem maior do que ele esperava. Seria impossível manter distância, quando suas células queriam proximidade, quando seu coração queria vê-la sorrir. Um dia ele decidira abandonar o bando em vez de ir embora de La Push, mas, agora, a ideia de partir tinha um sabor muito mais doce para ele...

Nas semanas que se seguiram, o jovem Uley não a olhou, não a procurou, não a visitou e, de todas as formas possíveis e imagináveis, tentou sufocar a vontade de vê-la. Nunca houve dias tão tristes para Emily, como os dias em que vira seu filho esvaziar garrafas e mais garrafas de bebidas alcoólicas, e passando noites fora de casa. Tudo era válido para ele, contanto que conseguisse manter distância da reserva e a mente longe de Leah.

Pobre humana, que nem sequer imaginava o que se passava com o garoto. É claro que ninguém teria coragem de contar sobre a suposta apaixonite de Nicolas, afinal, Leah já tivera que lidar com o chilique de Lucian ao descobrir sobre a declaração, e não queria passar o mesmo com a prima. Ela estava grávida e passando por seus últimos dias de gestação, estava sem humor e sem paciência para enfrentar qualquer outra coisa.

Harry também tentara conversar com Nicolas, várias e várias vezes, mas o Uley parecia cada vez mais experiente em suas artes de fuga, sempre encontrando uma forma de se esquivar dos interrogatórios.

E finalmente chega o grande dia para a família Clearwater, o momento em que uma nova vida viria mundo. Era em horas como essa que Lucian se arrependia de ser um lobisomem, pois, em um momento tão especial, não podia permanecer ao lado de Leah enquanto Carlisle estivesse na casa. Contudo, horas depois, com a ausência do vampiro, os filhos da lua puderam retornar de seu "exílio" e serem os primeiros a verem o pequeno bebê.

Lucian entra no quarto sem bater e sorri ao observar o rosto inocente de sua criança. Ele apanha a menina de forma desengonçada, admirado com tão pequeno tamanho e delicadeza, achando que Nívea era ainda mais bonita que Harry quando criança. Seus cabelos negros eram tão delicados quanto suas pequeninas mãos, e seus olhinhos mal conseguiam se abrir devido à claridade.

― Ela é linda, não é? – pergunta Leah num sussurro, sentindo o cansaço pesar-lhe sobre os ombros.

― Sim, linda como você! – declara Lucian, olhando para o bebê em suas mãos. – Nívea Clearwater, bem-vinda a nossa família! – sussurra, como se ela pudesse entendê-lo.

Harry e Elena entram logo em seguida, se deliciando com a fofura da recém-nascida, e, minutos depois, os amigos mais próximos do bando quileute invadem a casa dos Clearwater para as parabenizações, fazendo o quarto do casal ficar realmente pequeno para todos eles. Uma criança era sempre motivo de alegria para os quileutes e os lobos demonstravam isso mais uma vez, festejando a chegada e Nívea, metade cherokee e metade quileute, como seu irmão.

Sam, como um velho amigo do casal também estava presente para as felicitações, mas Nicolas se recusava a entrar no quarto, permanecendo na sala a pensar. É claro que Harry sentira falta do amigo, afinal, foram tantos anos brincando juntos na infância – e depois brigando –, que era impossível não notar sua ausência.

― Ei Nick, pode entrar agora, venha conhecer minha irmãzinha – chama Harry do batente da porta, alegremente, mal percebendo o corpo de Leah enrijecer.

Nicolas decide entrar, mesmo que por obrigação, pois aquela seria sua última visita aos Clearwater, uma espécie de despedida. Daquele dia em diante, ninguém naquela reserva veria mais o seu rosto, porque ele planejava partir.

O Uley engole o nó que se formava em sua garganta ao lembrar-se das palavras de Leah e marcha desgostoso em direção ao quarto. Ele cruza o batente sentindo todos os olhares cravados em seu rosto e dá um leve aceno para Lucian e Leah, como sinal de "parabéns".

― Venha ver de perto Nick – chama Harry, ainda não percebendo o clima ruim que pairava no ar e obrigando o amigo a se aproximar. – Nívea é tão pequena que parece uma boneca.

― Pare de mexer as mãozinhas dela dessa forma – esbraveja Elena, fazendo alguns lobos rirem –, ela parece, mas não é uma boneca.

Nicolas se aproxima a contragosto, não deixando de demonstrar seu descontentamento. Seus olhos focam o rosto abobalhado de Harry, seguem para Elena e, por fim, pousam na criança de expressão chorosa. Subitamente, ele sente seu corpo ser eletrocutado. Não haviam fios descascados naquele chão, mas, mesmo assim, o Uley sentia fortes correntes elétricas circundarem seu interior, fazendo-o recuar muitos passos. Seu maxilar travado demonstrava que algo estava errado, seu corpo cola na parede mais próxima ainda sobre os efeitos daquela estranha eletricidade e seus olhos não ousavam se desviar daquela pequena criatura.

O mundo desapareceu ao seu redor. Nick podia sentir as cordas de sua existência se desprendendo uma a uma daquele planeta, do oxigênio, de sua família e de seus amigos, era como se pudesse enxergá-las com seus próprios olhos, se partindo e serpenteando ao seu redor como fios de luz arrebentados, até ligarem-se novamente, uma a uma, àquela minúscula mestiça que Harry segurava. E então apareceu o torpor, como se não houvesse mais ninguém naquele quarto.

Nicolas avança novamente, mantendo um contato visual constante, já erguendo os braços com a intenção de tocá-la, para averiguar se ela era mesmo real. Porém, Lucian, que acompanhava todas aquelas reações diretamente da cabeça do jovem Uley, sente o sangue ferver ao constatar que ele tivera um imprinting pela pequena Nívea.

― Minha filha, não! – rosna ele, avançando contra Nicolas e agarrando-o pela camisa. – Desfaça isso agora mesmo, não pode ter um imprinting com a minha filhotinha.

Todas as bocas ali presentes se abriram ao mesmo tempo, completamente chocados. Logo a compreensão domina a mente de Jacob, fazendo-o finalmente entender o estranho comportamento do garoto com relação à Leah, afinal, algo semelhante aconteceu com ele e Bella.

― Ele não estava apaixonado pela Leah – explica ele, rindo. – Estava atraído pela criança! Ela era a razão de sua atração o tempo todo.

― Isso só pode ser brincadeira – retruca Sam.

― Não, não, não! – rebate Harry, também não se agradando com aquela conversa – Ela é só um bebê. Pelos céus, Nick, diga-me que isso é mentira!

― Deixe-me tocá-la, por favor – pede Nicolas num sussurro, não conseguindo, em momento algum, interromper o contato visual com a recém-nascida.

― Não! – rosnam Harry e Lucian ao mesmo tempo.

― Sim – concorda Leah, sorridente.

Os dois lobisomens a olham de maneira furiosa, sendo prontamente ignorados. Leah sentia-se aliviada, como se um enorme peso fosse retirado de suas costas, por não ser ela o objeto de desejo do garoto. Ela toma a pequena Nívea nos braços e olha para Lucian como se sugerisse alguma coisa.

― O quê? – pergunta ele, não entendendo seu recado.

― Solte-o, Lucian.

― Mas, Leah, ela é só um bebê! – retruca entredentes, o soltando.

― Não é como se ele quisesse devorá-la.

Leah observava a aproximação de Nicolas, que se senta na beirada da cama e toca as mãos delicadas da criança, sorrindo imediatamente. Tudo parecia ficar mais claro para ele agora, não era Leah, era Nívea. Não era a mãe que ele tentava agradar, era o bebê, porque seu imprinting era atraído para ela mesmo estando dentro do ventre ainda.

― Vou ser o irmão mais velho que você merece – confessa o Uley para si mesmo, mas sendo ouvido por Harry, que já se sentia enciumado.

― Como assim irmão que ela merece? Eu sou o irmão mais velho.

― Sejamos francos, Harry, você é meio tonto! – debocha com seu famoso tom irônico. – Sem contar que sou mais velho do que você. E vou ser o que ela precisar que eu seja!

― A frase que todo quileute imprintingado diz – comenta Paul para os amigos.

― Imprintingado? Essa palavra nem existe, Paul – caçoa Jacob.

― Ah, vocês me entenderam!

― Que maravilha, minha filha mal nasceu e já está sendo sondada por um gavião – murmura Lucian, recebendo um olhar desaprovador de Leah.

Os lobos quileutes pareciam se divertir com o ciúme de pai e filho, escondendo o fato de que somente Sam parecia evidentemente desapontado com aquele acontecimento. Sua vida sempre fora ligada aos Clearwater e nem mesmo com o casamento de Leah, ele tivera paz, pois Harry sempre vinha lembrá-lo o quanto era melhor que Nicolas em muitas coisas. Quando decidira envelhecer ao lado de Emily, finalmente deixando o bando, o quileute sentiu-se finalmente livre daquela família... Até aquele momento, em que Nick fortalecia os laços entre os Uley e os Clearwater, tornando-se escravo de uma mestiça.

O imprinting era uma magia imprevisível, no fim das contas, porque nunca se sabia quando, onde e com quem aconteceria. Nicolas Uley nunca esperou que sua parceira ideal fosse um bebê, mas era... Vampiros e humanos podiam não entender tal lógica, achando um absurdo um adulto com uma criança, mas o imprinting era uma magia perfeita e irreversível. Enquanto Nívea fosse criança, Nicolas a veria como criança; quando se tornasse adolescente, ele a veria como adolescente; e somente quando se tornasse uma mulher, é que ele a veria com os olhos de um amante. Complicado? É claro que era, porém, se fosse algo explicável, seria chamado 'ciência' e não 'magia'.

O entardecer chega ao fim, permitindo que as primeiras estrelas brilhassem no céu, em uma perfeita noite sem chuva. O bando quileute parti com muitas saudações e Nívea adormece sob os olhos vigilantes de Nicolas, que se divertia em apenas assistir seu o corpo subir e descer debaixo do cobertor, partindo logo depois e prometendo retornar no outro dia bem cedo, já não se lembrando de seu plano de ir embora de La Push.

Lucian ouve um veículo estacionando à frente da casa, correndo para averiguar e chegando a tempo de ver Charlie se aproximar da varanda, acompanhado de Lyssa. Ele lança olhares sugestivos para o policial, que, encabulado, fingia não notá-los.

A dupla estava apenas de passagem para buscar Elena, preferindo adias a visita ao bebê por saberem quão exausta a nova mamãe deveria estar.

― Parabéns, Lucian – diz Lyssa, enquanto a filha se despedia de Harry.

― Obrigado – responde sorridente.

― Não está na defensiva dessa vez? – pergunta, indo direto ao ponto.

― Sua filha está conosco agora, se quiser nos caçar, terá de caçá-la também! – Sorri e dá de ombros, como se tudo aquilo fosse óbvio.

― Faz sentido – concorda ela, rindo.

A lógica do cherokee era horrível, mas Lyssa sentia-se feliz pela pequena aproximação. E, assim que estava pronto para partir, Charlie abre a porta gentilmente para ela, recebendo um sorriso e um beijo nos lábios como agradecimento.

De dentro do carro, Elena tentava conter um grito histérico por vê-los juntos, e, do lado de fora, Lucian estava boquiaberto por nunca ter notado a aproximação deles antes. Charlie fecha a porta e encara o rosto de Harry, que tampava a boca para conter uma gargalhada.

― Se rir, eu te mato! – diz o policial, antes de entrar no veículo e partir.

Era gratificante para Harry ver o avô feliz novamente, sentindo-se um ser humano de novo e aproveitando os seus dias e a chance de um novo amor. Os homens Clearwater entram na casa novamente, aproveitando o silêncio gratificante que pairava pelo ambiente. Lucian caminha até a porta do quarto, onde fica a observar o sono de Leah e de sua nova criança, cujo berço fora instalado ao lado de sua cama.

― Será que um dia eu vou ter isso também? – pergunta Harry, fazendo Lucian notar sua aproximação.

― O que, exatamente?

― Uma família! Será que consigo cuidar de Elena assim como você cuida da mamãe? Quero dizer, você é o lobisomem mais poderoso que já vi na minha vida, o único a sair vivo das mãos dos Volturis... Acho que não sou tão forte assim.

― Sabe quando me tornei verdadeiramente forte? – questiona, encarando o rosto do filho, que desconhecia a resposta. – Quando você nasceu!

― Quando eu nasci?

― Quando vi a miniatura de lobisomem que estava sob meus cuidados, desejei ser forte, bem mais forte, para protegê-lo de tudo e de todos... Hoje, subi mais um degrau, me tornei ainda mais poderoso, pois tenho mais uma filhotinha para proteger.

― Legal! – Sorri.

― Quando chegar a hora de ser forte, você vai ser – conclui, fazendo Harry sorrir e caminhar em direção ao próprio quarto. – Filho! – chama Lucian novamente, fazendo-o virar o corpo para olhá-lo. – Isso é pra você...

O cherokee lança uma pequena caixa preta para o filho, que a pega no ar, fechando a porta de seu quarto logo em seguida, antes que Harry pudesse agradecê-lo ou se dar conta do que havia na caixa. Ele entra em seu quarto trancando a porta atrás de si, deixa o corpo desabar sobre a cama e encara a pequena caixa em suas mãos, girando-a de um lado a outro. Depois de alguns segundos e com olhar curioso, Harry espia o presente para descobrir do que se tratava.

Ele abra a caixa sem rodeios, encontrando um bonito par de alianças em seu interior, que brilha ao entrar em contato com a luz, acompanhadas de um pequeno bilhete que dizia: "você prometeu a ela, precisa estar preparado!". Sim, ele havia prometido que se casaria com Elena, depois que terminassem os estudos, e realmente precisava se preparar.

― Velho sabe-tudo! – fala para si mesmo. – Quando penso que já sou grande o suficiente, você chega e me mostra que ainda tenho muito o que aprender...

Harry fecha a caixa preta, apertando-a contra o peito e não deixando de sorrir ao imaginar Elena vestida de noite, em uma cerimônia repleta de flores e cheia de amigos. Ele havia passado por tantas coisas estranhas e assustadoras nos últimos tempos, que uma eternidade parecia ter se passado desde a sua transformação, mas não, sua vida de lobo ainda estava apenas começando e ele ainda tinha muito o que viver.

~ Fim ~


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Considerações finais ♥
Uau, esse ficou gigantesco, mas gostei, foi bom para fecharmos com chave de ouro!! Improvisei uma breve aparição da Tia Evi para matarem as saudades, sei que muita gente esperava que ela aparecesse no decorrer da fanfic, mas como eu tinha muitos personagens para cuidar não consegui encaixá-la em lugar nenhum!

Espero de coração que tenham gostado de tudo o que encontraram aqui, espero ter conseguido suprir com as expectativas de vocês com relação ao enredo... E se não consegui, me perdoem, escrevi até onde minha criatividade alcançou.
Fica aqui um agradecimento especial a todos que acompanharam a história e a todos que deixaram seus recadinhos. Muito obrigado mesmo, fiquei muito feliz com todos eles. Mando um OBRIGADO super hiper mega ultra especial as(aos) leitoras(es) que indicaram a história, li e adorei as recomendações ♥

Não tenho intenção de fazer uma terceira temporada, estou sem ideias e tenho medo de tentar uma terceira etapa e a história acabar fugindo da personagem principal.Portanto, encerro a história de Leah Clearwater por aqui.
Beijos mil e até a próxima fanfic! ♥