Leah 2 escrita por Jane Viesseli


Capítulo 29
Ataque de Carlos Noolan – Parte I




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Uma semana se passou desde o retorno do alfa quileute e da inconveniente visita à casa dos Clearwater. Jacob e Leah não se falaram durante todo este período e, quando ousavam se olhar, era como se um raio caísse entre eles, deixando o ar pesado e um convite indireto a uma nova briga.

Lucian buscava entender o porquê de sua raiva, sentindo que havia um motivo a mais para toda aquela discórdia, mas o quileute havia adquirido certa habilidade em esconder seus pensamentos, devido à convivência com Edward, e não deixou escapar nada.

Os Cullens passavam seus dias pacificamente em seu lado do território, entretanto, a meia vampira andava a agir de maneira estranha desde que chegara a Forks, e isso era metade do motivo da raiva de Jacob, apesar de ninguém saber.

Harry e Elena passaram os dias sempre juntos, alegres e apaixonados, como se nunca tivessem se separado ou brigado. Algumas peças de roupas foram providenciadas para Elena e todos os dias o mestiço a levava e buscava da escola de Forks. Isso acabou acarretando certos problemas em suas aulas na reserva, pois sempre chegava absurdamente atrasado e recebia longos sermões de seus professores. Contudo, o que poderia fazer se Elena nunca cogitara a ideia de mudar de vez para a reserva?

― Lembra-se daquela noite, quando vim para cá? – começa Elena certa manhã. – Lembra do que eu lhe pedi? – Morde o lábio inferior.

Era sábado e ambos estavam assentados na mesa do café da manhã quando tal pergunta foi feita. Leah e Lucian falavam sobre as e economias da casa na privacidade de seu quarto, mas a caçadora parecia ter se esquecido de que eles podiam ouvi-la. Harry faz uma careta pensativa, lembrando-se que ela havia dito algo, mas não recordando às palavras exatas.

― Vagamente... Era algo sobre minha transformação, mas não me recordo muito bem – confessa.

― Posso conhecer sua outra metade? – pede novamente. – Digo, ver o... Lobisomem? – sussurra a última palavra, sentindo as mãos suarem.

― Está bem! – concorda ele, sorrindo de forma compreensiva. – Eu lhe mostro, essa é, com certeza, a minha melhor parte!

― Isso é novidade – comenta Lucian para Leah, ouvindo a conversa de ambos. – Vai passar a confiar nela depois dessa?

― Não – resmunga Leah, cruzando os braços como uma criança birrenta. – Nada é bom o suficiente para reconquistar minha confiança...

― Deixe de ser tão cabeça dura, Leah. – Agarra a cintura da esposa, encostando-a contra o armário e beijando sua testa.

― Ai que nojo! – sussurra Harry da cozinha, ao ouvir os estalinhos dos beijos de seus pais. – Vamos dar uma volta? – propõe à Elena, que aceita prontamente.

Harry segura as mãos da humana e a guia para fora da casa, ele estava realmente disposto a mostrar-lhe seu outro lado e podia sentir os tremores de Elena através de sua mão, entendendo a origem de seu medo, mas desejava que ela pudesse gostar de seu lado lupino tanto quanto gostava de seu lado humano. E, antes que eles pudessem adentrar definitivamente em meio às árvores, uma voz desesperada corta o silêncio daquela manhã de sábado.

― Não entre nesta floresta, Elena! – pede Lyssa, com uma pontada de histeria em sua voz.

― Mãe? – diz Elena para si mesma, correndo em direção à mulher que tanto amava.

Elena se atira nos braços da mãe, deixando algumas lágrimas caírem de seus olhos, tamanha era a saudade e a alegria de tê-la ali. Por alguns dias, ela realmente pensou que havia sido esquecida, afinal, por que sua mãe demoraria tanto para procurá-la?

― Estava com saudades! – sussurra contra o peito de sua mãe.

― Eu também, minha princesa, eu também! Passei muitas noites em claro, perguntando-se se estava bem e onde estaria – admite, desfazendo o abraço e segurando o rosto da menina com ambas as mãos. – Você parece tão bem aqui...

― Por que demorou tanto para vir? – pergunta finalmente.

― Me perdoe por isso, eu queria muito vir, pois já imaginava que viria atrás dele. Entretanto, sabia que Carlos não deixaria o último acontecimento passar impune... Estive o observando trabalhar num plano individual e, nesta última noite, ele não dormiu em casa! – Pausa, finalmente percebendo a presença de Harry ali. – Me prometa que não a levará para a floresta, eu sei que ele está lá, somente a esperando! – Volta-se para a filha. – Muitas coisas sumiram de nossa casa junto a ele. Me prometa que não entrará lá.

― Mãe, eu...

― Me prometa, Elena! – A interrompe.

Elena tenta formular uma resposta, mas tem sua linha de pensamento interrompida pelo que parecia ser um ganido doloroso, seguido de um uivo emergencial. Bastaram apenas alguns segundos para que Leah e Lucian estivessem do lado de fora, prontos para averiguarem o problema.

― Conte-nos o que sabe! – pede Lucian, um tanto confuso com a mente alvoroçada de Lyssa.

― Ele está aqui, passou a noite toda na floresta... Carlos quer vingança pela desonra da família dele – frisa a última palavra, indicando que ela já não se considerava parte dela. – Tentei vir antes, mas demorei a encontrar o caminho para a reserva. A caçada de Carlos já começou!

Lyssa termina sua frase com suspense, fazendo Leah correr em direção à floresta, explodindo em sua forma de lobo. Ela não era mais daquele bando, aqueles não eram mais os seus "irmãos", mas ainda eram seus amigos e eles corriam perigo naquele momento... Outro ganido doloroso se faz ouvir por entre as árvores, parecendo se tratar de um lobo diferente e mostrando que mais quileute havia se ferido.

― Leah, espere! Lyssa disse que há armadilhas por toda parte – grita Lucian, que a seguia em sua forma humana.

A loba estanca de repente, tentando imaginar que tipo de armadilhas os caçadores costumavam usar para capturar os filhos da lua.

― Armadilhas de urso – diz o cherokee, respondendo aos seus pensamentos. – Lyssa está a caminho, ela está do nosso lado dessa vez, vai identificar e desarmar todas elas...

A quileute se contém, muito a contragosto. Seus músculos tensionados e sua cauda balançando freneticamente denunciavam o quanto ela estava agitada com aquela situação. A loba não deixava de pensar em quem, exatamente, Carlos Noolan queria caçar: Elena? Harry? Os lobos? Todos?

Alguns minutos depois, Lyssa se juntava ao casal, identificando rapidamente uma armadilha alguns metros à frente, coberta por folhas e terra. A quileute fica um tanto surpresa e, até certo ponto, agradecida, pois poderia ser dela o próximo ganido sofrível.

A caçadora, com o auxílio de Lucian, lança uma pesada pedra sobre as folhas, fazendo a armadilha se fechar violentamente, agarrando a pedra com seus dentes afiados como se tentasse mastigá-la. Somente de imaginar aqueles dentes ao redor da pata de um lobo, Leah já podia sentir o seu corpo estremecer.

Podemos ir agora? — pergunta ela apressada.

― Vamos em frente – diz Lucian, verbalizando suas palavras.

― Devemos ter cuidado – alerta Lyssa –, ele pode estar em qualquer lugar.

― Acho bom andarmos todos juntos então – pronuncia alto e claro, respirando fundo e olhando para trás. — Parem de bancar os espiões e fiquem perto de mim.

Lyssa volta-se para trás, fazendo cara feia ao ver Harry e Elena saírem de seu esconderijo.

― Eu disse que ele nos acharia, meu pai não é desse planeta! – brinca o mestiço.

― De quem foi a genial ideia de nos seguir, quando as ordens eram de que ficassem em casa? – questiona Lucian.

Harry silenciosamente dá dois passos para o lado, afastando-se de Elena e apontando em direção a ela, denunciando-a como a responsável pelo plano.

― Traidor – pensa ela, o encarando com uma careta.

― Elena! Pedi a você que não viesse...

― É culpa minha, mãe, tenho certeza que sou o alvo... Você me ensinou a encarar os desafios de frente, mesmo que sentisse medo ou incapacidade. Estou me sentindo muito incapaz neste momento, mas não quero fugir!

― Essa é sua decisão final?

― Sim.

Sem dizer mais nenhuma palavra, Lyssa retira a enorme mochila de suas costas. Os lobos a observam com curiosos e, até mesmo Elena, se surpreende com o tamanho da mochila que ela carregava, já que era nítido que estava bastante pesada.

A caçadora abre o zíper de sua mochila e começa a retirar peças variadas do que parecia ser uma arma de fogo de primeira linha.

― O que está fazendo, mãe?

― O que acha que estou fazendo? – pergunta de maneira retórica, enquanto encaixava habilidosamente as partes da arma e a entregava nas mãos da filha. – Estou armando você... Numa caçada ninguém pode proteger ninguém.

― Cada caçador deve proteger a si mesmo! — completa Elena, entendendo perfeitamente o que a mãe queria lhe dizer.

Lyssa afunda as mãos dentro de sua mochila novamente, retirando duas armas de menor porte, que aparentemente parecia se tratar de um lançador de dardos tranquilizantes.

― Elena Noolan, este é o seu exame final como uma caçadora – discursa Lyssa seriamente. – Mantenha os olhos bem abertos e a atenção redobrada, atire sem hesitar e, pelos céus, fique viva! – Acaricia as bochechas da filha com a costa da mão. – É hora de caçar.

Os Clearwater arregalam os olhos o pequeno discurso, identificando de imediato o objetivo por trás daquelas palavras. Lyssa pretendia deixar a posição de caça para assumir a de caçadora, a fim de proteger sua filha, seu novo genro e todos os que se envolvessem naquela briga familiar. O tempo de Carlos estava certamente se esgotando e Leah podia se permitir gostar um pouco mais daquela mulher toa determinada.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoal, preparem-se para dar adeus a Carlos Noolan, posso adiantar que ele vai morrer, mas vocês imaginam como?
Depois de sua morte começaremos nosso ultimo evento da fanfic, acredito que não será como o da primeira temporada em termos de tensão e ação, mas espero que gostem :)
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Quero agradecer de coração as recomendações da Agridoce e da KayallaCullen, amei demais, ficaram realmente lindas, ótimas ♥
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Próximo capitulo: Ataque de Carlos Noolan Parte II