- Ai cara, por que Sam mandou a gente fazer mais ronda? Eu tô com fome! - reclamava Seth no meu ouvido.

 - É. - respondi apenas, tava sem paciência. - O Embry deve tá esperando a gente, anda logo, Seth.

 - Ei Jake, tá sentindo um cheiro.. hm.. diferente?

 Ainda não tinha percebido, mas depois que Seth falou, pude sentir. Eu não conhecia aquele cheiro, mas era bom:

 - Deve ser alguém. O cheiro vem do campo. - falou Seth.

 - Deve ser, fique ai. Vou lá ver.

 - Ah, você só deve tá de sacanagem. Por que eu não posso ir?

 - Fique ai Seth!

 - Fanzendo o que?

 Pequei um galho pequeno de uma árvore e joguei longe:

 - Vá pegar!

 Ele olhou pra mim e revirou os olhos, mas foi pegar. Ah, pelo menos eu tinha arrumado algo pra ele fazer.

 - Embry? - perguntei quando chegava perto do campo.

 Entrei no campo e vi uma garota que estava sentada de costas pra mim. Cabelos longos e castanhos. Ela ouviu a minha voz, e se virou...

 Derepente, tudo mudou. Foi como se a minha vida e tudo que eu tinha feito até agora não fizesse mais sentido. Como se viver não tivesse mas motivo sem estar ao lado dela. Olhei ela, de cima a baixo, seu corpo, sua silueta, seu rosto, sua voz doce e avelhudada, era tudo tão perfeito. Com se cada pedacinho dela tinha sido feito pra mim, só pra mim.

 Ela me chamava, tentava me ajudar, mas eu não conseguia responder. Estava em transe, completamente perdido naqueles olhos castanhos. Veio então na minha mente, nosso futuro. Nosso primeiro beijo, nossa primeira noite, nosso casamento, nossa casa, nossos filhos e netos brincando no jardim, e nós, velhinhos, de mãos dadas.

 O que era aquilo? Eu sintia uma necessidade imensa de abraçá-la, de beija-la, de protege-la. Parecia que cada batida do meu coração era por ela. Mas não conseguia me mecher.

 Ouvi outras vozes, o que só confirmou o que eu já sabia. Embry dizendo:

 - O imprinting!

 A tinha encontrado. E nunca a perderia. Eu a amava e nem sabia o seu nome. Mas ela era perfeita pra mim, disso eu tinha certeza.