The Devil Inside escrita por Duplicata Petrova


Capítulo 4
O4


Notas iniciais do capítulo

Oláááá! Como vão meus leitores?
Demorei né? )= Mas vocês já sabem sobre as atualizações. E agora de férias, sem a minha amiga linda Amanda para me ajudar com minhas ideias malignas, fica mais difícil.
Gente, olha que autora desnaturada! Deixa eu agradecer os reviews, né? Obrigado de verdade a todos que estão comentando na TDI.
Vamos ler?
Enjoy it :D
PS: Fiz uma playlist com algumas músicas que acho legais para serem ouvidas enquanto a fic é lida: http://cantinhodaviih.blogspot.com.br/2013/01/playlist-para-devil-inside.html
As músicas não tem muito a ver com os capítulos, só são músicas que eu acho que combinam com o clima da fic. Esse capítulo escrevi escutando King Of The World da Porcelain Black.



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Acordei tarde. Tarde demais. Já eram 9:53. Estava atrasada. Levantei rápido demais e tudo a minha volta girou. Minha cabeça latejava. Ressaca. Quem diria que cinco drinks me derrubariam tão fácil.

Fiz toda minha higiene matinal, me vesti, passei maquiagem, arrumei o cabelo e desci correndo para a cozinha. Abri a geladeira procurando o suco de laranja. Achei. Peguei a garrafa e fechei o eletro doméstico grande e branco. Olhei na porta do mesmo um calendário marcado com um circulo em caneta esferográfica vermelha o dia de hoje e escrito folga. Respirei fundo, guardei de volta a garrafa transparente com o líquido amarelo alaranjado na geladeira e voltei para o meu quarto. Me deitei, mas não consegui dormir. Fiquei pensando sobre o caso do assassinato de Audrey Leviscco. Na verdade, fiquei pensando em Tyler. Como um pai poderia machucar e abusar do próprio filho? Me levantei indo em direção da minha bolsa. Peguei a ficha do jovem Bennet.

"[...] A guarda de Tyler, o filho do casal, na época com dez anos, foi dada á avó materna."

Eu precisava conversar com a avó materna dele. Precisava perguntar sobre como era o comportamento de Tyler na infância e adolescência. Aposto que ninguém tinha pensado nisso. Peguei o celular e selecionei na agenda Delegado Devon McGray. Chamou algumas vezes até o indivíduo atender.

Laura?

– Devon, preciso que me dê algum contato, telefone, endereço, da avó materna de Tyler.

Laura, ele confessou. Caso encerrado.

– Você não pode encerrar o caso! Tyler pode ser inocente.

Ele confessou que a personalidade malvada dele matou a garota Leviscco!

– Eu quero os contatos da avó do suspeito.

Laura..

– Eu preciso falar com ela. - Interrompi

Ok. Te mando por mensagem.

Desliguei.

Minutos depois o endereço já estava nas minhas mãos. Fui até meu carro e comecei a procurar a residência da Sra. Ellen Bennet. Uma casa verde erva doce pequena perto do Central Park. Estacionei o veículo e desci. Caminhei até a porta e apertei a campainha. Não demorou muito pra mim ser atendida por uma senhora baixinha de cabelos brancos.

– Pois não?

– Oi, ammm... Eu sou Laura Simons, sou psiquiatra do seu neto, Tyler Bennet..

– Psiquiatra do meu neto? - Me interrompeu

– Sim.

– O que ele tem?

– Ele apresentou índices de dupla personalidade. - Pausei esperando uma reação, pergunta ou comentário. Mas não veio, então eu continuei - Eu preciso saber como foi a infância e adolescência do Tyler, para saber como ele desenvolveu o transtorno de identidade. Talvez eu possa curá-lo.

– Oh, tudo bem. Entre.

Me deu passagem e eu entrei. A casa era realmente pequena. Uma família de três pessoas cabia e ficava apertada. Os móveis eram antigos e clássicos, todos de madeira de cerejeira. A sala era clara e arejada; confortável como a sala da casa de uma avó deveria ser.

– Sente-se. - Disse ela apontando um sofá florido

– Obrigado. - Sorri sentando

– Então, o que você precisa saber?

– Tudo. Mas em primeiro lugar: Como era a relação de Sara e Roger com o Tyler?

– Sara era doce, carinhosa, amorosa. Já Roger era agressivo demais, frio.. Eu não aprovava o casamento dos dois, e muito menos o jeito como ele tratava a criança. Aceita um chá, café, suco ou água?

– Não, muito obrigado. Depois da morte dos pais, Tyler começou a se comportar diferente? Amm... Anti social, agressivo?

– Sim, ele ficou muito doente quando os pais morreram. Eu não me lembro o nome da doença..

– A doença que a senhora se refere seria depressão?

– Isso. Me lembro que o médico disse que ele era muito pequeno pra ter isso.

– Tyler apresentava alguma reação estranha, ruim quando alguém tocava nele?

– Sim. - Pausou - Por que está perguntando isso?

– Dona Ellen, eu acho que Roger abusava do Tyler quando o mesmo era pequeno.

– Eu sabia que aquele homem não prestava. Eu dizia para Sara, mas ela não acreditava. Deu no que deu, aquele infeliz a matou.

– Na adolescência. Como ele era?

– Tinha problemas na escola direto e uma vez, ele tentou se matar.

– Cortes nos pulsos?

– Não.. Excesso de remédios.

– Remédios de que?

– A depressão tinha ido embora, mas quando ele começou a ter problemas na escola ela voltou. A medicação era muito forte. Ele misturou dois dos remédios e teve uma overdose.

– Quais eram os problemas na escola?

– Ele começou a se envolver com garotos e garotas. Ele sofria bullying.

– Ele é bissexual. - Disse mais pra mim do que pra ela - Tyler agia como se fosse duas pessoas diferentes?

– Sim.

– E como eram essas duas pessoas?

– Uma era doce, frágil como uma criança, a outra, fria, debochada.

– Na escola, Tyler tinha aulas de latim?

– Não. Por quê?

– Não, nada não. Só curiosidade. Me diga, como era a relação entre Tyler e Audrey Leviscco?

– Oh, os dois eram muito amigos desde os dezesseis anos. Eu sei que meu neto está sendo investigado pela morte dela. Mas eu tenho certeza de que ele é inocente.

– Nas investigações, testemunhas disseram que os dois tinham uma relação conturbada. Que Tyler era agressivo com Audrey, que os dois brigavam direto, o namoro era cheio de idas e vindas.

– Os dois tinham brigas por ele também gostar de meninos.

– Audrey não aceitava?

– Ela aceitava, mas ficava incomodada.

– Por quê?

– Ele não fazia questão de esconder sua opção sexual.

A conversa se prolongou. Obti informações o suficiente para poder conversar.

Liguei para David e Devon para que levassem até onde Tyler estava hospedado. Chegamos em uma espécie de clinica de reabilitação para pessoas com problemas mentais, distúrbios e transtornos. Corredores e mais corredores brancos. Janelas grandes que deixavam a luz do Sol entrar batendo contra as paredes e piso branco me cegavam. Caminhamos até o quarto de número treze.

– Quero ficar sozinha com ele.

Não discutiram. Sabiam que não conseguiriam me convencer de fazer ao contrário.

Entrei no quarto. A cama se localizava no canto direito, acima da mesma uma janela grande o suficiente para que a luz do sol iluminasse todo o cômodo com grades e um criado mudo aparentemente vazio.

Ele se encontrava deitado com as duas mãos sobre a barriga olhando para o teto. Parecia não respirar. Parecia não piscar. Parecia desligado, fora desse mundo, em transe, sob o efeito de hipnose.

– Tyler? - Piscou algumas vezes e virou a cabeça me olhando - Como se sente? Disposto para ter uma conversa civilizada?

Se sentou e disse:

– Dra. Simons.. Pensei que hoje fosse seu dia de folga.

– Espera. O que disse?

Sorriu.

– Pensei que hoje fosse seu dia de folga.

– Como você sabe que hoje é o meu dia de folga?

Ergueu as duas sobrancelhas.

Ele estava jogando comigo, estava me provocando.

– Ok, você quer jogar? Então vamos jogar. Eu também sei sobre a sua vida, sei muito mais sobre a sua vida do que você sabe sobre a minha. - Ele não pareceu se abalar, então continuei - Eu fui visitar a sua vó.


– E o que ela te contou?

– Tente adivinhar.

– Sério? - Disse cruzando os braços - Você vai brincar comigo?

Eu havia entrado no joguinho que ele tinha criado.

– É. - Disse parada de frente para ele também de braços cruzados. O jovem Bennet me observava com cuidado. Captava cada movimento meu

Levantou-se caminhando vagarosamente até mim, percebi que ao mesmo tempo que ele se aproximava eu me afastava andando para trás, parando com seu corpo a centímetros do meu. Meu corpo se chocou de leve contra a parede. Um arrepio de temor atravessou meu corpo.

– Então vamos tornar o jogo mais interessante! - Disse apoiando as mãos na parede e me prendendo contra a mesma. Aproximou seu corpo perigosamente do meu. Minha respiração estava falha, pesada, ofegante. Tentei controlá-la, mas não consegui. Tyler percebendo isso, conduziu sua boca até meu ouvido, riu baixinho e sussurrou - Isso te deixa excitada, Dra. Simons? - O som da sua voz rouca e baixa me fizeram fechar os olhos

O que estava acontecendo comigo?

Eu estava me deixando seduzir por um garoto de vinte e três anos?

Eu estava me envolvendo até demais nesse caso. Eu estava enlouquecendo! Ficando paranóica. Esse garoto estava mexendo com a minha cabeça.. Não só com a minha cabeça, com meu corpo também. Eu estava me envolvendo com ele. Isso não pudia estar acontecendo.

Quando despertei do meu conflito interior, percebi que suas mãos não estavam mais na parede e sim em meus ombros. Ele me pressionava contra a parede branca. Senti sua respiração calma descendo por meu pescoço e logo em seguida, os seus lábios queimarem a minha pele. Minha respiração acelerou ainda mais e meu corpo amoleceu. Seu toque era bom; bruto e delicado ao mesmo tempo. Como se fosse algo automático, abracei seu corpo puxando-o pra mais perto. Deixou meu pescoço e foi de encontro com a minha boca. Seus lábios apenas roçavam nos meus. Me provocando. Abri completamente os olhos. Seus traços lembravam muito Peter.

Mãe? Mãe? Você está bem? Mãe?

Não era o Tyler. Era o Peter, meu filho, na minha frente.

Empurrei-o pra longe. Coloquei as duas mãos na cabeça.

Meu Deus, como eu pude?

Tyler gargalhava pendendo a cabeça pra trás. Ao parar, um sorriso permaneceu em seu rosto.

– É tão fácil manipular você, Laura! - Encarei-o séria - O que foi? Não gostou de brincar comigo?

Saí do quarto correndo direto para o banheiro.

Chorei. Respirei fundo. Me acalmei.

Meu estômago revirou e fui obrigada a colocar tudo pra fora. Lavei a boca e o rosto. Saí do pequeno cômodo azulejado.

– Laura, você está bem? Parece abatida. - Perguntou David

– Eu estou bem. Só quero ir pra casa. - Pausei - Amanhã, vocês vão até o meu consultório e nós conversamos sobre o caso. Ok?

Assentiram.

– Aceita uma carona? - Dessa vez foi Devon que perguntou

– Não, obrigado. Eu vou a pé.

– É muito longe.

– Tudo bem. Eu não vejo problema em caminhar.

– Você é um sabe.

Devolvi a etiqueta de visitante no balcão da recepção e fui caminhando lentamente até a saída. Esse foi o ritmo que fui para casa. Lento. Ao chegar, subi para o meu quarto, tirei a roupa e sentei no chão do box deixando a água morna cair em minhas costas. Chorei. Por um minuto senti como se alguém me observasse. Saí do banho e vesti uma roupa confortável; uma calça cinza de moletom e uma regata rosa bebê. Prendi meu cabelo em um coque mal feito e fui deitar.

Por que eu me senti tão fraca perto do Tyler?

Só de ele me tocar, me senti impotente, fraca, inútil..

Eu tinha que abandonar o caso, afinal, ele já confessou ter assassinado Audrey. Mas não é justo. Ele também é vítima. Eu só pudia estar enlouquecendo! Eu não sabia o que fazer. Acabei adormecendo.

Me encontrava em um cômodo escuro. Não sabia ao certo qual cômodo. Um cheiro podre logo invadiu minhas narinas.

Como mágica, as luzes se acenderam.

Estavam todos lá. Peter, John, Amber, Devon, David, Audrey, e algumas pessoas que não conseguia reconhecer. Todos pálidos, estáticos, empilhados como se fossem nada.. Todos mortos.

O pânico e o nojo começaram a tomar conta de mim.

– Não posso falar mais nada ou ele vai matar todos, incluindo você.

Essas palavras flutuavam no ar.

Um barulho de choro. Um choro infantil. Olhei para o canto mais escuro no local e encontrei um Tyler com as mãos tampando os ouvidos e os olhos espremidos. Caminhei até ele e me abaixei. Toquei seus cabelos negros, assustando-o e fazendo-o abrir os olhos.

– Vai ficar tudo bem. - Disse eu com o tom de voz mais calmo possível. Acariciei seu rosto molhado - Do que você está com medo? - Seus olhos se arregalaram

– Non tatam me.– Disse a voz rouca

Me virei dando de cara com um Tyler torto e sujo de sangue segurando um machado.

ele vai matar todos, incluindo você.

Olhei os corpos empilhados. Olhei o machado sujo de sangue.

Ergueu o machado. Fechei os olhos. Escutei o barulho da arma sendo cravada na carne, mas não senti nada. Abri os olhos. Vi o Tyler infantil sangrando na minha frente com o machado preso no peito. Seus olhos gritavam socorro. O Tyler possuído soltou o machado do pito do outro, sorriu e cravou a arma na minha cabeça.

Acordei.


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Notas finais do capítulo

Espero merecer reviews nesse capítulo que demorou tanto para sair!
Beijos :*



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