The Devil Inside escrita por Duplicata Petrova


Capítulo 3
O3


Notas iniciais do capítulo

12 dias depois da última atualização.. well, fica a critério de vocês, meus leitores lindos e maravilhosos, se eu demorei ou não. Enjoy it :D



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Abri a ficha do jovem suspeito.

Tyler Bennet, 5 de Janeiro de 1989, 23 anos de idade

Suspeito do crime #1459826 - Caso Audrey Leviscco

O indivíduo suspeito sofre de transtorno dissociativo de identidade, originalmente denominado transtorno de múltiplas personalidades, conhecido popularmente como dupla personalidade.

Afiliações: Roger Bennet e Sara Bennet, pai e mãe, respectivamente.

Roger tinha uma passagem na polícia por violência doméstica, em 1994. Em 1999, a polícia foi acionada por vizinhos da família Bennet. Ao chegar no local os policiais e paramédicos se depararam com Sara morta a facadas e Roger com cortes gravemente fundos nos pulsos; Foi, então, investigado e descoberto que, Roger tinha assassinado a própria mulher e depois cometido suicídio. A guarda de Tyler, o filho do casal, na época com dez anos, foi dada á avó materna.

Sintomas apresentados pelo indivíduo: depressão, ataques de pânico, lapsos e distorções na percepção do tempo, transtornos alimentares e tentativas suicidas.

Causas possíveis: falta de compreensão e compaixão ao enfrentar situações limites na infância e/ou falta de proteção frente a situações limites, também na infância.

Caso #1459826 - Caso Audrey Leviscco

Nascimento: 25 de Outubro de 1990

Óbito: 19 de Setembro de 2012

Causa da Morte: Traumatismo craniano

A vítima foi encontrada esquartejada em um armazém ao oeste de Nova York.

Suspeito principal: Tyler Bennet

As digitais do indivíduo foram encontradas na arma usada para o esquartejamento da vítima. Além de suas digitais, foram encontrados sêmen na cavidade vaginal da vítima; classificado como Estupro.

Testemunhas disseram que vítima e suspeito mantinham um relacionamento conturbado, cheio de brigas e de idas e vindas. Tyler era agressivo com Audrey, mas nunca tinha chegado ao ponto de agredí-la; seu humor variava muito durante um mesmo dia, agia como se fosse duas pessoas completamente diferentes e dizia, as vezes, não se lembrar do que tinha feito a minutos.

Parei de ler.

Já haviam se passado três dias da última sessão na sala de interrogatório. Todos esses dias a personalidade má de Tyler estava presente, por isso preferi não tentar conversar com o mesmo.

Meu celular começou a tocar. O visor tinha escrito Delegado Devon McGray. Atendi.

- Oi.

- Laura, preciso que venha até a delegacia agora.

- O que houve?

- Parece que a personalidade boa do nosso suspeito resolver se manifestar.

- Ótimo! Estou chegando.

Desliguei.

Corri peguei as chaves do meu carro e de casa e saí.

Não demorei mais do que vinte minutos para chegar ao meu destino. David e Devon já me esperavam.

- Quero ficar sozinha com ele.

- Tudo bem. - Disseram juntos

Entrei na sala e o vi sentado do mesmo jeito que alguns dias atrás, mas agora me olhava diferente; seu olhar voltava a ser ingênuo e doce, como o de uma criança.

- Tyler, se lembra quem sou?

Assentiu.

Sorri.

- Ótimo. - Pausei me sentando a sua frente - Tyler, quero que você responda algumas perguntas, ok?

- Ok. - Disse em um tom de voz baixo quase inaudível

- Seu pai era uma pessoa violenta?

- Sim.

- Com você também ou só com a sua mãe?

- Com nós dois.

- Ele batia em você?

- Sim.

- Ele abusava sexualmente de você?

Ficou estático. Eu acho que essa reação valeu mais do que mil palavras. O pai abusava dele quando pequeno.

- Você presenciou a morte da sua mãe? - Ele abaixou a cabeça e ficou pensativo - Você se lembra? - Assentiu negativamente - Ok. - Pausei - Tyler, você se lembra de Audrey Leviscco?

- Lembro. Nós éramos amigos, até.. - Parou parecendo assustado

- Até o quê?

- Até ele matá-la. - Disse baixo como se me contasse um segredo

- Ele quem?

- O outro.

- O outro, você quer dizer..

- Não posso falar mais nada ou ele vai matar todos, incluindo você. - Me interrompeu

Silêncio.

- Ele me usa para fazer coisas ruins... Eu não gosto disso. - Sussurrou

A porta foi aberta.

- Dra. Laura podemos conversar, por favor?

- Claro.

Me levantei ajeitando o vestido azul marinho.

- Charles, fique com ele.

- Sim, senhor.

Saí da sala, parando no corredor de frente para o delegado e investigador.

- Ele admitiu, confessou, ter matado Audrey. - Disse alterado mas em um tom de voz baixo, para que apenas nós três escutássemos a conversa

- Eu sei, mas...

- Mas o que, Dra. Laura Simons?

- Tyler sofre de um transtorno de identidade. Ele não queria matar a garota. Ele é inocente, vítima de si mesmo. Não é justo.

- Não é justo?!

- McGray, acalme-se. - Disse David colocando a mão no ombro esquerdo do mais baixo

- Me acalmar?! Ela acabou de dizer que o assassino é inocente! Como?!

- Precisamos aprofundar ainda mais a investigação. - Concluiu o chefe da polícia forense

- Aprofundar mais pra quê?! Já temos o nosso assassino!

Olhei de relance para o vidro da sala e vi algo estranho. Charles estava de frente para Tyler, que chorava compulsivamente e sangrava pelo nariz.

Voltei para a sala deixando David e Devon falando sozinhos.

- O que aconteceu? - Perguntei em voz alta chamando a atenção dos dois

- Eu não sei, Dra. Simons. Ele começou a sangrar do nada. - Respondeu Charles desesperado

- Precisamos de uma ambulância. Vá chamar alguém! - Gritei. O policial Charles se levantou e saiu da sala correndo para pedir ajuda. O delegado e o investigador entraram no cômodo chocados com a quantidade de sangue que Tyler perdia - Shhh... calma. Vai ficar tudo bem. Respira fundo. - Disse eu calma e com a voz baixa

- Eu não consigo respirar.

Seu nariz, boca e toda extensão a sua volta, mãos e pescoço estavam sujos do líquido vermelho escuro.

Eu paralisei.

Era como se um pequeno filme passasse diante dos meus olhos.

Ele tinha um jeito torto de se manter de pé, estava descabelado e muito pálido, seus olhos estavam negros e opacos, e toda a extensão envolta de sua boca estava suja de sangue. Ele chupava os dedos sujos também com o líquido rubro.

Possuído.

– Tyler?

Sorriu maldosamente mostrando todos os dente tingidos de vermelho.

Os paramédicos chegaram e retiraram ele dali. Mas eu permaneci abaixada de frente para a cadeira, que antes era ocupada por Tyler. Eu não conseguia me mexer. Eu estava em choque. Fui encaminhada para o hospital. Tomei alguns calmantes e fiquei em observação.

David se propôs a me levar para casa e eu aceitei. Não tinha condições de dirigir.

- Pode me chamar de louca, ou qualquer coisa, mas aquele garoto não é normal. Tem alguma coisa muito ruim nele. - Disse eu olhando para o transito

- Eu sei o que vi, e você tem razão. Esse é só mais um motivo para eu querer aprofundar ainda mais esse caso. Uma hemorragia nasal não faz uma pessoa sangrar tanto quanto ele sangrou. Pra mim, não é só isso. Foi fácil demais.

Paramos em um farol vermelho.

- David, será que você pudia me deixar no meu consultório?

Eu não queria ficar sozinha.

- Claro.

O resto do caminho seguimos em silêncio. Quando parou o carro na frente do prédio azul claro, desci e agradeci pela carona.

Entrei no prédio e logo vi Amber com uma cara de preocupação.

- Dra. Laura, a senhora está bem? Fiquei sabendo que foi parar no hospital? O que houve?

- Eu estou bem, não se preocupe.

Fui indo para minha sala, quando Amber me chamou:

- Doutora? - Me virei - Agora vou falar como amiga. O seu trabalho é fazer as pessoas se sentirem bem ao dizer o que as mais machucam, seus segredos, seus medos, se libertarem. Seu trabalho é guardar o segredo delas e cuidar delas. Mas quem faz isso por você?

Silêncio.

- Tem razão.

- Quer conversar? - Perguntou

Assenti.

Eu precisava conversar. Eu precisava desabafar.

A dor de perder meu filho ainda estava viva no meu peito. Eu precisava ajudar Tyler Bennet. Eu sentia falta do meu ex-marido, John. Eram tantas coisas na minha cabeça, eu já não estava conseguindo raciocinar direito.

Contei tudo, incluindo minha teoria de que Tyler pode estar possuído. Amber ficou um pouco assustada com essa parte.

Depois de sairmos do consultório, fomos direto para um bar. Eu precisava beber! Bebi uns cinco drinks e depois fui embora pra casa de taxi. Ao entrar em casa larguei a bolsa em qualquer lugar, tirei os sapatos e subi para o meu quarto, deitando sem tomar banho e dormindo. Acordei algumas horas depois com o barulho das gotas de chuva no vidro da janela, mas logo peguei no sosno de novo.


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Notas finais do capítulo

Espero que o capítulo tenha ficado bom e que eu tenha merecido reviews :)))))))))))))))
Amm... posso adiantar que nos próximos capítuulos as coisas vão começar a ficar melhores. E quando digo que vão melhorar, não digo que vvão melhorar para melhor. MUAHAHAHAHAHAHAHAH cof cof ~engole mosca~ Muahahahahaha
Beijos :*



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