The Devil Inside escrita por Duplicata Petrova
Notas iniciais do capítulo
Eu sumi por muito tempo, eu sei disso. Peço desculpas, mas o tempo e a criatividade não estão sendo bons amiguinhos :( E a coisa vai piorar, eu passei na faculdade com bolsa de 100% e vou ter que me matar de estudar pra não perder a bolsa. Enfim, eu não vou reclamar da faculdade porque era o meu sonho e eu estou realizando finalmente.
O capítulo é bem curto, é focado no Tyler e tem algumas revelações. Espero que vocês gostem ;D
Ah meu Word ta uma bosta, então se tiver coisa escrita errado por favor me avisem, beleza?
O caso Audrey Leviscco já estava para completar mais de um ano. Todos estávamos exaustos.
Tyler continuava não nos ajudando e fora transferido para uma cela especial na delegacia com uma enfermeira a disposição. Agora ele parecia um animal selvagem enjaulado. Vigiado 24 horas por dia.
O jovem tinha surtos de raiva onde bagunçava e quebrava todo seu pequeno quarto branco e depois sentava em um canto e chorava até dormir ali mesmo no chão.
A medicação era toda injetada por via intramuscular já que ele se recusava a engolir os comprimidos.
Não existiam mais duas personalidades. Tyler passeava entre a calmaria e a agressividade. Entre esses dois estados estava o dopado, onde ele ficava sentado ou deitado olhando para o vazio enquanto os remédios faziam efeito.
Sua língua não era mais tão afiada, ele já não tinha força para me desafiar ou desafiar Devon.
O cansaço estava estampado em seu rosto em forma de olheiras arroxeadas e fundas. Tentara tirar sua própria vida introduzindo o que restara de um copo quebrado em seu pescoço.
A saúde mental do garoto estava completamente destruída.
Eu desisti de Tyler. Desisti várias vezes. Mas não pude recusar o pedido de ajuda do próprio suspeito que implorou por uma conversa.
— O que quer conversar comigo? — Perguntei indiferente sentando-me a sua frente. Seus olhos estavam cobertos por uma grossa camada de lágrimas prontas para despencarem por suas bochechas. Estava sentado com as pernas cruzadas feito uma criança e as mãos brincavam de um jeito nervoso com a barra da camiseta — Você queria conversar, não queria? — Assentiu — Você pode começar a falar.
— Ele está me assombrando. — Disse em um sussurro
— Quem?
— Tem uma voz. Tem uma voz na minha cabeça.
— E o que ela fala?
— Eu não sei. É muito confuso, eu não consigo entender.
— Você sabe de quem é essa voz?
— Ele quer que eu vá com ele.
— Ele quem, Tyler?
— Eu não consigo entender. — Segurou os fios de cabelo entre os dedos e puxou-os com força curvando o corpo para frente
— Tyler? — Toquei seu ombro e senti-o tencionar todo o corpo e assisti ele puxar com ainda mais força os cabelos
Uma jovem enfermeira muito bonita entrou na sala anunciando que tinha dado o horário do remédio e Tyler implorou para que ela o deixasse em paz.
Os olhos dele transbordaram conforme a agulha atravessou a pele de seu braço direito.
— Tyler? — Chamei-o mais uma vez após a saída da moça vestida de branco — Como você se sente? — Ele nada disse. Fitou a parede atrás de mim com os olhos cheios de dor. Vendo seu estado vulnerável decidi tentar tirar proveito — O que aconteceu com a Audrey?
— Ela morreu.
— Eu sei. Sinto muito. Mas o que aconteceu antes dela morrer? Você estava com ela, não é?
— Nós, nós fomos até o meu apartamento. Ela estava bêbada e, e eu também estava bêbado. Eu tinha bebido bem menos que ela, mas eu não estava totalmente sóbrio.
— O que aconteceu quando vocês chegaram no seu apartamento? Vocês se beijaram? — Assentiu — Vocês fizeram sexo? — Assentiu de novo piscando pesado. A injeção estava fazendo efeito — E depois? Vocês brigaram? — Fez que não com a cabeça — Tinha sangue por todos os lados. O corpo de Audrey estava desmembrado. Foi horrível. Ela estava morta dentro de um galpão. Tinha sangue nas suas roupas? Nas suas mãos? Você sentiu o cheiro do sangue, Tyler? Você gostou do que sentiu quando bateu com a cabeça dela na cabeceira da cama? Gostou de matá-la? Você se sentiu melhor? — Eu estava me fazendo de cega por todo esse tempo. Eu sempre soube que ele era o culpado. Eu queria protegê-lo, cuidar dele como eu não consegui cuidar do meu filho — Você pode me contar. Vai ficar tudo bem. Foi bom sentir o sangue da Audrey nas suas mãos?
Abaixou a cabeça negando repetidamente enquanto chorava convulsivamente. Assisti suas unhas curtas penetrarem a pele exposta de seus braços arranhando e marcando de vermelho.
— O que você sentiu?
— Nada.
— Tem certeza? — Assentiu erguendo a cabeça para me fitar — Não sentiu nenhuma fisgada no baixo-ventre? Não sentiu prazer quase sexual ao ver o sangue daquela que te fez sofrer?
— Por que está falando essas coisas pra mim?
— Porque eu sei o que você fez. Eu sempre soube, Tyler. Você está doente, mas isso não te impediu de matá-la. Você é inocente, é só um garoto com transtorno dissociativo de identidade. Você é só uma criança.
— Eu quero ir embora. Por favor, eu quero ir embora. — Disse olhando para a porta da sala
— Isso te machuca porque você se importa, porque você não queria ter feito aquilo. E eu vou lutar para provar que você não tinha consciência do que estava fazendo. — Acariciei seus fios de cabelo negros e saí da sala logo em seguida deixando-o sozinho
Fiquei sabendo que horas depois Tyler atacou a enfermeira que tentava aplicar mais uma dose em seu braço. A pobre garota acabou com marcas perfeitas das mãos do rapaz em torno de seu pescoço.
Durante três semanas seguidas Tyler surtou e não deixou ninguém se aproximar dele. Quando tentavam, ele se debatia e gritava. O vi ser dopado várias e várias vezes enquanto era segurado a força por enfermeiros duas vezes maiores que ele. Os calmantes eram cada vez mais fortes.
Tyler Bennet estava à beira do precipício.
Dona Ellen fora visitar o neto algumas vezes e todas as vezes saía chorando. A senhora não aguentava ver o estado que aquele que ela ainda chamava de "meu pequeno" se encontrava.
Devon me disse, em um de nossos encontros matinais, que o suspeito chamara pela mãe a noite toda durante um sono agitado.
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Espero que tenham gostado, aliás, espero que ainda tenha alguém aqui..... enfim, se gostou deixe um review. Críticas, conselhos, dicas, elogios são sempre bem vindos ;)