The Devil Inside escrita por Duplicata Petrova


Capítulo 19
19


Notas iniciais do capítulo

Passou um pouquinho de um mês, mas ta aí! :D Esse capítulo ta tenso, não vou mentir hehehehehe a partir de agora as coisas vão começar a se desenrolar e nós começaremos a decobrir quem matou Audrey, porque Peter se matou e se Tyler é realmente controlado por um demonho!
Enoy it ;D



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Na manhã seguinte, as oito horas, recebi uma ligação de David dizendo que talvez tivessem encontrado novas provas no celular de Tyler que pegaram na clínica onde ele estava internado. Cancelei uma consulta e dui para a delegacia.

— Achamos trocas de mensagens de texto entre o suspeito e a vítima. E alguns áudios que Tyler mandou pra Audrey e vive-versa.

"Ty, eu sei que você está tendo uma crise. Mas tenta se acalmar. Eu tenho que estudar pra uma prova, não posso ir aí."

"Eu não consigo aguentar mais. Dói demais." Era evidente no áudio o choro convulsivo do garoto.

"Tyler, para com isso."

— Até agora, nada de estranho nas mensagens de voz. — Comentei enquanto o perito criminal

— Tem certeza? Escuta isso. — Disse e apertou o play

"Eu não posso continuar com isso, Audrey. Eu, eu só quero morrer e levar todos eles comigo. Eu sinto muito."

"Não fala isso. Você não quer morrer. Você só está triste, chateado e tendo uma crise. Quando isso passar, você vai se sentir melhor."

"Eu não vou ficar bem."

— Todos eles? Eles quem? São pessoas? São as outras personalidades? São demônios? Fantasmas?

— Demônios? Fantasmas? — Perguntou David debochado — Não está lendo muitos livros de ficção, doutora?

— Muitos pacientes com multipla personalidade, bipolaridade e depressão se queixam de estarem sendo perseguidos ou atormentados por demônios ou fantasmas. É claro que eu interpreto isso como um erro, um pecado, um abuso ou uma morte que o incomoda ou que o fere.

— E o que você acha que é "eles"?

— Pelo passado de Tyler, posso interpretar como muitas coisas. Ele sofreu abuso mental, físico e tenho certeza que também sofreu abuso sexual do pai, a morte da mãe mexeu com ele. Ele era só uma criança. E eu não sei o que se passa na cabeça dele. Por mais que eu tente, tem um campo de força, um muro entre eu e ele. Não consigo lê-lo.

— Você pretende conversar mais com ele?

— Sim. Eu quero tirar ele da sua zona de conforto. Quero levá-lo para o meu consultório.

— Você só pode estar brincando, né?

— Não, não estou.

— Você enlouqueceu?

— Já ouviu falar que para trabalhar com loucos, você tem que se tornar um deles?

— Laura, para de brincar. Isso é sério. Ele é perigoso.

— Eu sei. Mas me deixa tentar do meu jeito. Tenho certeza de que vou conseguir arrancar informações dele. — Respirou fundo e fez não com a cabeça, mas acabou cedendo — Ele não vai aprontar nada, eu sei disso.

O dia estava nublado e chovia consideravelmente forte. Tyler estava parado em frente a janela olhando a rua com aquela expressão vazio. Caminhou lentamente e sentou no pequeno sofá fitando o chão. Estava usando uma calça de moletom cinza, tênis e uma camisa xadrez de tons escuros. A barba por fazer e o cabelo desarrumado deixava-o com um ar relaxado. Encolheu-se sentindo frio e fitou o chão.

— Como você está se sentindo? Você está se sentindo bem hoje?

— Eu não sei dizer.

— O que você está sentindo?

— Eu me sinto vazio. É como se estivesse faltando algo. Eu não gosto de me sentir assim. Eu faço coisas sem pensar quando me sinto vazio.

— Tem algo que encomoda ou perturba você?

— Vozes. As vozes dentro da minha cabeça.

— Vozes? — Anotei em meu caderno — E o que essas vozes dizem?

— Dizem para eu fazer coisas ruins, coisas que eu não quero fazer. Eu quero ser melhor, quero ser uma pessoa boa.

— Que tipo de coisas ruins elas falam para você fazer?

— Coisas que o meu pai fez comigo. Coisas que eu vi, coisas que eu escutei, coisas, coisas que eu... — Não terminou a frase. Vi seus olhos criarem uma camada de lágrimas e então ele desmoronou escondendo o rosto com as mãos. Eu estava conhecendo o lado fraco de Tyler — Você não tem ideia de como é insuportável ser eu! Estar debaixo da minha pele, você não sabe o quão horrível e nojento é! — Voltou o foco para mim. Seu rosto estava vermelho e respirava pela boca — Eu só quero morrer. Por que ninguém me deixa morrer?! É tão simples. A vida é algo tão delicado, tão frágil. É tão fácil. — As lágrimas somadas ao sorriso largo deixava-o com uma expressão doentia

— Você não quer morrer. Tyler, você, você só quer não sentir. E eu só preciso saber o porque disso, qual é a origem disso.

— Eu devo ser louco mesmo. Você acha que eu tenho jeito? Acha que pode me concertar?

— Todo mundo tem jeito, Tyler. Há salvação para todos nós.

— A doutora fala tanto de salvação e Deus. Você acha que Ele vai me salvar? Você acha, acha que eu vou pro inferno?

— Você tem que se arrepender. Só o arrependimento te dará a salvação. E não, não acho que você vá para o inferno.

— Não quero ir para o inferno. É um lugar muito ruim. Eu não fiz o que fiz porque queria. — Olhou-me de um jeito amedrontado — Ele me controla, faz de mim o que quer, me usa, brinca comigo como se eu fosse um boneco.

Abri a boca para dizer algo que confortasse meu paciente, mas fui interrompida por batidas na porta seguidas de Amber entrando na minha sala. Disse baixo, para que apenas eu escutasse, que Joyce estava na sala de espera querendo falar urgentemente comigo. Pedi para que Tyler esperasse um instante e fui de encontro com a garota.

Assim que seitei-me ao seu lado ela começou:

— Você acredita no diabo? — Perguntou pálida olhando-me de um jeito que me deixou desconfortável

— Eu não sei mais no que acredito. E você? Você acredita? — Retruquei com a mesma pergunta. Aquela situação estava ficando cada vez mais estranha e enrolada

— Sim. O diabo é real.

— E como ele é?

— Ao contrário do pensam, ele não é um homenzinho vermelho com chifres e calda. Ele é bonito e anda sobre a terra diante dos nossos olhos.

— Não estou entendendo onde você está querendo chegar, Joyce.

— Tyler não é bom e nunca será bom. Ele não é o que parece ser.

— Está dizendo que ele é o diabo? Ou que o diabo está no corpo dele? Que ele é um demônio? É isso?

— Estou dizendo que ele não é inocente. Estou dizendo que ele matou a minha melhor amiga a sangue frio.

— Ele fez isso em uma ausência de sentidos. Não era ele.

— Ai meu Deus! Por que está defendendo ele? Ele é culpado! Ele matou a Audrey! Ele cortou o corpo da minha amiga em vários pedaços e jogou em um armazem! — Gritou levantando-se bruscamente com lágrimas nos olhos. Respirou fundo e continuou — Você devia estar ajudando a polícia e não o Tyler. Você tem todas as evidências de que é o culpado e continua procurando motivos para inocentá-lo. Você é uma vadia que está tentando suprir a falta do seu filhinho com um assassino!

— Você não tem o direito de falar assim comigo, garota. — Me levantei. Ela estava fora de si

— Eu imagino o porque do seu filho ter se matado. Ele não suportava mais viver com uma vagabunda egoísta! E sabe o que mais eu acho? Acho que Tyler deve ter te comido para você defende-lo com tanta convicção. Ele é um pervertido mesmo.

Acertei um tapa em sua face esquerda. Voltou a me encarar com uma expressão assustada. Ela não esperava que eu fizesse isso. Nem eu esperava fazer isso.

— Ele é um monstro. — Disse massageando a bochecha — Espero que você descubra do pior jeito.

— Você não tem o direito de vir até o meu consultório falar mal de mim, falar mal do meu paciente...

— PARA DE DEFENDER O TYLER! — Interrompeu o meu discurso gritando

— Tyler é inocente. Ele é uma vítima de si mesmo. Não tem culpa das coisas que faz. Ele está doente. Você é burra? Não consegue entender?

— A única burra aqui é você que ainda não percebeu como ele é de verdade. Você olha o diabo nos olhos todos os dias e só vê doçura e inocência.

— Ela está certa. — Toda a atenção foi concentrada na porta da minha sala onde Tyler estava parado — Ela está certa. — Repetiu — Não sou o que aparento ser. Não sou inocente. Não sou bom.

— Está confessando. — Falei em voz baixa

— Ele está dento de mim e eu não posso fazer nada. — Disse olhando direto para a garota que também o encarava

— Do que está falando? — Perguntei temendo a resposta

— O diabo. Ele está dentro de mim. E sabe de uma coisa? É bom! Eu me sinto ótimo!


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Notas finais do capítulo

Espero ter agradado e merecer reviews :D
Beijos, até



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