The Devil Inside escrita por Duplicata Petrova


Capítulo 12
12


Notas iniciais do capítulo

Pois é, depois de dois meses eu voltei para postar o capítulo 12. Sério isso? Dois meses, produção? É :( Cara, mil desculpas por essa demora gigante. Fim de ano, provas, trabalhos, criatividade lixo, inspiração de merda é essas coisas.
Sério, de verdade, me desculpem. Espero não ter perdido meus leitores lindos u_u
Ok, chega de falação.
A trilha sonora do capítulo é Scene o the Crime - Placebo e para a segunda parte (depois do espaço de duas linhas), Seven Devils - Florence + The Machine.
Vamos ler, ok?
Enjoy it ;D
PS: ONTEM FOI O ANIVERSÁRIO DE UM ANO DA THE DEVIL INSIDE



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Duas semanas se passaram desde a última sessão de psiquiatria e interrogatório. Duas semanas sem ver nem falar com Devon McGray, David Morris ou até Tyler Bennet.

Eu estava vivendo minha vida normalmente, atendendo no meu consultório meus pacientes que precisavam de mim para controlar e curar suas depressões, síndromes do pânico, entre outras doenças da cabeça. Até Amber me interromper dizendo que McGray estava ao telefone com uma novidade urgente.

— Finalmente conseguimos um mandato para revirarmos o apartamento do Bennet de cabeça para baixo! — Disse animado do outro lado da linha

As horas passaram voando. Eu e Amber estávamos trancando a porta da frente do prédio, quando o carro de David parou do outro lado da calçada e ele desceu atravessando a rua.

— Pronta para uma possível cena do crime?

— Acho que sim.

— Beleza. Vamos?

Quando chegamos, o perito criminal me deu instruções de que teria que usar luvas cirúrgicas e uma espécie de meia por cima dos sapatos para não contaminar o ambiente. Tudo ali podia ser a evidência de que precisavam para provar que Tyler Bennet era o assassino de Audrey Leviscco.

Todas as luzes do pequeno apartamento foram apagadas. David me deu uma lanterna para que eu pudesse observar melhor as coisas do suspeito.

Caminhando pela sala simples e quase sem nenhum móvel, me deparei com alguns porta-retratos. Fotografias antigas de Dona Ellen e de Sara, a mãe, segurando Tyler no colo. Nenhuma do pai.

— Laura, encontrei um celular. — Disse Morris vindo em minha direção com o aparelho em mãos — Esse telefone é de mulher. — Disse me mostrando um adesivo de coração com glitter

— Talvez seja da Audrey. — Então, pressionou uma das teclas laterais. Por estar um bom tempo parado, demorou a ligar. Quando a tela acendeu, revelou uma foto de Audrey sorrindo e Tyler abraçando-a por trás. O garoto carregava um sorriso torto e tímido, não tinha maldade em sua expressão, e sim, simpatia e bondade — Aí está a resposta. O telefone é da garota.

Procurou pela pasta de fotos e começou a passá-las. A maior parte das fotos era do casal abraçado ou se beijando, tinham algumas onde Joyce aparecia de braços dados com ela ou escondendo o rosto com as mãos.

— Parecem jovens normais, sem preocupações, sem problemas. — Comentei

David foi até as mensagens. O contato que mais aparecia entre as últimas mensagens enviadas e recebidas, era Ty, ou melhor, Tyler.

Abrimos algumas mensagens. Brigas. Discussões por mensagem de texto. Tudo por culpa do ciúme.

Audrey: "Faça a sua escolha. Depois conversamos."

Tyler: "Não me peça isso. Estou morrendo por dentro."

Audrey: "Ai meu Deus! Pare com o drama! Estou cansada."

Tyler: "EU estou cansado. Cansado de não saber o que quero."

Audrey: "Era só o que me faltava."

Esse era uma das trocas de sms entre o casal.

— Ele, provavelmente, já estava se relacionando com outro garoto. — Pensei em voz alta

— Sim. E eu gostaria de saber quem era esse outro cara. — Disse o investigador olhando-me — Se encontrássemos o celular de Tyler... — Deixou o resto da frase no ar. David sabia que eu tinha entendido do que ele estava falando. Talvez, no celular, tivesse alguma mensagem, algum contato ou até mesmo uma foto. Colocou o aparelho dentro de um saco plástico com lacre na ponta

David seguiu para outro cômodo colocando óculos de lentes laranja e carregando uma lanterna que soltava uma luz azulada. Fui atrás dele e descobri o quarto.

O lugar estava uma bagunça só. A cama desarrumada e as coisas estavam fora do lugar.

Morris examinava minuciosamente cada centímetro das roupas de cama. Parou e ficou olhando a móvel.

— O que houve?

— A garota, Joyce, disse que os dois estavam quase tendo relações sexuais na noite da morte de Audrey, certo?

— Certo. Por quê? O que você achou?

— Marcas do ato de amor! — Pausou — Eles transaram aqui. Tem marcas de sêmen nos lençóis. — Mexeu nas cobertas puxando-as — Tem algo errado. Onde estão os travesseiros? — Perguntou mais pra si mesmo e saiu em disparada pelo apartamento

Foi até a pequena lavanderia e eu fui até o banheiro. Avistei um cesto de roupa suja. Por cima, camisetas e calças amassadas. Virei o cesto de cabeça para baixo jogando tudo no chão. Nada. Só roupas sujas.

— Tyler não é burro. — Disse baixinho

Depois de todos os ocorridos na clínica, todos tinham medo do Tyler. Todos incluindo pacientes, enfermeiras, seguranças e médicos psiquiatras. Ele tinha horários diferentes dos dos outros que ali moravam para não causar nenhum tipo de confusão.

Faziam três dias que ele não dormia, não comia, não se mexia. Três dias inteiros, setenta e duas horas, sentado na beira da cama. Imóvel. Trancado no quarto de paredes brancas.

Sua expressão facial já não era a mesma. Olheiras fundas e escuras e um olhar distante. Não era cansaço. Não era o Tyler.

De alguma forma inexplicável, Tyler Bennet destrancou a porta de seu quarto.

Todos os corredores eram repletos de câmeras. Câmeras boas e que funcionavam. Mas quando o jovem passava por elas, as máquinas simplesmente paravam de funcionar, os monitores da sala de segurança começavam a chiar.

Aquele corredor acabava em uma escada que dava acesso ao refeitório. Ele andava até o andar inferior como se estivesse preso em um transe hipnótico, se movimentava como se fosse uma marionete. Parou no pé da escada. Todos que ali estavam paralisaram, pararam de fazer o que estavam fazendo antes para prestar atenção em cada movimento de Tyler.

Após observar todo o ambiente, começou a caminhar parando e sentando-se em uma das mesas. Um paciente com deficiência mental o encarava de modo assustado e curioso. Sentindo-se incomodado com o par de olhos sobre ele, virou o globo ocular olhando o homem com o canto dos olhos.

Levantou bruscamente derrubando tudo que estava sobre a mesa e sua cadeira. Parou no meio do caminho como se tivesse batido de frente com uma parede de concreto. Acordou.

Seu corpo foi de encontro ao chão em uma velocidade que ninguém conseguiria evitar sua queda. Bateu com a cabeça. Encolheu-se sentindo o corpo doer.

Devon e eu fomos chamados para irmos até a clínica na manhã seguinte.

Ao entrarmos no quarto de número treze, encontramos Tyler deitado encolhido debaixo de algumas cobertas. Ele respirava suavemente, parecia ainda dormir. Mas quando me aproximei mais da cama, o garoto se mexeu devagar revelando o rosto avermelhado pelas lágrimas e sentou-se.

— Contaram para vocês o que aconteceu ontem, não é? Por isso estão aqui.

— Sim, nos contaram. Mas porque você mesmo não nos explica tudo que aconteceu? — Disse eu sentando na beira do colchão

— Não quero que ele volte. — Sussurrou com o mesmo olhar insano de alguns dias atrás na sala de interrogatório

— Ele não vai voltar. — Devon soltou a frase olhando-o de um jeito diferente, algo entre dó e desprezo — Você pode nos contar o que aconteceu ontem? — Paciência não era o forte de McGray

Então, como em um flashback quase perfeito, aconteceu de novo. Os olhos extremamente azuis grudaram de modo sombrio e demente em um ponto e o jovem Bennet não disse mais nenhuma palavra.

— O que é isso? O que ele está fazendo? — Perguntou o delegado para mim

Ignorei-o. Algo me dizia que nada bom aconteceria.

Uma linha não muito grossa de sangue escorreu do nariz.

— Tyler? — Toquei seu rosto pálido. Estava gelado como um morto. — Tyler? — Chamei por ele mais uma vez

Virou o corpo para a direita e vomitou. Tossiu cuspindo os restos e fechou os olhos, sentindo a garganta queimar. Voltou a abri-los encarando Devon como um animal selvagem que escolhe sua presa e se prepara para atacá-la.

— Não vão conseguir o que querem. Non nunc. — Sorriu levantando e indo até o homem mais velho — Você se acha esperto. Acha que mete medo em todos. Mas eu tenho uma coisinha pra te contar, eu não tenho medo de você. —Pausou — Você deveria ter medo de mim. Eu sei tudo sobre você, Devon McGray. Sei das suas queridas filhas Evelyn e Caroline. E aposto que elas amariam um ménage à trois comigo! — Sussurrou próximo ao ouvido do outro provocando-o

Devon não se segurou. Tyler tinha mexido com o único bem precioso dele, suas filhas. Segurou o suspeito pela gola da camiseta prensando o mesmo, que tinha um sorriso cínico no rosto, na parede.

— Desgraçado! Se você tocar em um único fio de cabelo de uma das minhas filhas, eu acabo com a sua vida!

— Eu estou morrendo de medo! — Respondeu debochado

Antes que o delegado perdesse a cabeça e acertasse um soco no meio da cara do suspeito, eu evitei.

— Não faça isso. Não vale a pena. Ele está te testando. — Soltou-o a contragosto — Vamos embora. — Disse puxando-o para fora do cômodo


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Notas finais do capítulo

Espero ter merecido reviews. E mais uma vez, me desculpem pela demora, pessoal ;)
Beijos, até



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