Eu me sentia incrível. Finalmente fazendo parte de algo sem julgamentos e eu me sentia conectada à Rachel. Antes eu sentia a presença dela, mas agora, sei onde ela está e o que está fazendo. É como se eu conseguisse ver as mesmas coisas que ela vê.

Olhava para os outros lobos e eles pareciam concordar que agora meu lugar era ali.

Depois que Leroy anunciou a caçada, todos se transformaram, inclusive Shelby e Noah. Não vi Cassandra em lugar nenhum após a cerimônia. Enquanto estava transformada, notei que, assim como Rachel, eu havia ficado com uma marca no braço, só que preta, contrastando com o pelo branco.

Depois que me satisfiz na caçada, segui Rachel até a beira de um riacho, ao que parecia ser no meio do bosque. Ela bebeu um pouco de água e depois ficou me olhando. Por mais que eu soubesse que aquele monstro não apareceria novamente, a forma lupina de Rachel ainda era ameaçadora. Como ela era a Alfa, tinha que ser maior do que os outros lobos, para impor respeito. Isso era estranho porque quem visse Rachel como humana, jamais diria que um animal assim pudesse ser ela.

“o que foi?” perguntou, com aquela voz amplificada dentro da minha cabeça.

“Nada, só estou te olhando..”

“Admirando aquilo que agora te pertence, quanto narcisismo Fabray...” O tom de risada me fez bufar. Eu teria que me acostumar com esse humor de Rachel.

“Apesar de que gosto do jeito como isso soa... aquilo que me pertence..” Falei. Ela se aproximou e passou o focinho perto do meu e disse:

“Vem comigo”

“Pra onde?”

“Só vem...” e se embrenhou no mato. Eu corri atrás dela, sabendo que estávamos nos afastando cada vez mais da alcateia e das casas.

Chegamos em uma parte onde as árvores eram poucas e o solo limpo. Rachel disse:

“Olhe ali” e apontou. Olhei e vi uma pequena cabana de pedras, bem rústica e escondida. Só dava pra perceber por conta das luzes acesas.

“é linda...” sim, parecia ter saído de algum conto de fadas. Rachel correu e abriu a porta empurrando com as patas dianteiras. Eu a segui.

O interior da cabana, que era toda feita de pedra, era quente graças a uma pequena lareira que havia em um dos cantos. Era apenas um grande cômodo no qual havia uma cama enorme, uma Queen size e a luz que eu havia visto era de algumas velas que estavam acesas no chão. Os lençóis da cama estavam limpos e arrumados. Deduzi que haviam sido colocados ali recentemente. Olhei para o canto mais escuro e vi que Rachel havia voltado ao normal e sorria pra mim. Ela havia vestido um robe de seda e segurava outro nas mãos. Voltei ao normal também, me sentindo renovada e caminhei até ela, que me entregou o robe.

“Precisamos mesmo disso?” Me aproximei ainda mais, puxando o laço do robe dela.

Rachel suspirou. Eu estava vidrada, olhando o corpo dela, ainda mais perfeito à meia luz. Olhei para a tatuagem no pulso e o trouxe para meus lábios, dando um beijo. Rachel passou os dedos no meu cabelo e colocou atrás da orelha.

Rachel me puxou para um beijo e fui caminhando de costas, em direção a cama, sem me soltar dela.

Ela deitou por cima de mim, só que eu me separei brevemente do beijo e girei meu corpo, para que trocássemos de posição. Rachel arregalou os olhos e eu falei rindo:

“Hoje é a minha vez...”

Ela sorriu e se deixou levar pelo beijo. Eu tremia, estava nervosa, porém estranhamente sabia o que fazer. Segurei Rachel pela cintura e segui uma trilha de beijos pelo maxilar, pescoço, seios... a cada beijo ouvia um gemido de Rachel e isso me animava ainda mais para continuar. Passei meus dedos entre as coxas de Rachel que suspirou, então olhei pra ela, como se pedisse autorização, e ela assentiu brevemente, já meio ofegante. Segui com os dedos até onde eu queria e Rachel gemeu alto e começou a se mover sobre os meus dedos. A excitação de Rachel era visível. Ela me puxou pra mais um beijo, mas os movimentos dela eram erráticos.

“Olha pra mim Rachel..” Falei em um sussurro.

“Q-Quinn...” Rachel continuava de olhos fechados.

“Quero olhar nos seus olhos Rach.”

Então ela abriu lentamente os olhos. Eles estavam completamente pretos. Senti um arrepio quando vi isso. Rachel arranhava minhas costas com força e com certeza eu teria marcas depois. Quando ela começou a tremer e gemer mais alto, sabia que ela havia atingido o ápice. Era uma das coisas mais lindas que eu já havia visto e tinha sido eu a causadora daquilo!

Quando Rachel finalmente parou, eu retirei meus dedos e deitei ao seu lado. Ficamos em silêncio, mas não um silêncio constrangedor, mas bom, reconfortante. Até que Rach disse:

“Isso.. foi.. incrível!” a voz dela saiu levemente entrecortada e eu ri. “Ahh para Quinn.. você me deixou sem fôlego..”

“Apenas retribuindo..” falei. Vi ela bocejar e então falei:

“Descansa... daqui a algumas horas a gente volta pro mundo real...” Ela estava de costas pra mim então decidi abraçá-la e ser a concha maior.

“Bem que nós poderíamos ficar aqui não é?” Rachel falou.

“E você não iria para NY e nem eu iria pra faculdade? Não quero privar o mundo de ver nós duas... somos demais para ficarmos escondidas no meio da mata em Lima...”

“Vejo que os últimos momentos te deixaram mais confiantes...até um pouco arrogante eu diria..” Rachel falou em um tom de falsa desaprovação. Eu dei risada.

“Mas eu tenho razão...” Falei.

“Sim, você tem razão Quinn.” Ela falou lentamente e fechou os olhos. Eu ri e falei:

“Sempre tenho razão, minha querida.” Beijei a sua têmpora e deitei. Não peguei no sono de imediato, apesar do cansaço. Fiquei pensando em como seria minha vida a partir de agora. Cassandra iria embora, Shelby provavelmente iria também, uma hora Noah teria que ir; já que ele nunca foi muito bem vindo em Lima e agora eu tinha Rachel e o restante da alcateia como parte de mim, parte da minha família. E assim dormi.