Hunters escrita por Valentinna Louise


Capítulo 39
Capítulo 39 - The Union of blood (bônus)


Notas iniciais do capítulo

Voltei...um pouco mais tarde do que pretendia mas aqui está! :)
Sem mais delongas.. aproveitem *----------------------* e me perdoem qualquer erro ok?



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“Acorda Quinn!! acorda!!”

Senti a cama tremer e acordei assustada. Encontrei Marley balançando a cabeceira da cama.

“Mas o q-que? Que diabos você está fazendo Marley?!”

“Ordens superiores colega, vamos! Levanta...!”

“Ordens superiores? De quem?”

“Cassandra July. Ela pediu pra que eu viesse te acordar...”

“Por quê?”

“Será porque hoje é a sua cerimônia e porque ela está com medo de um possível surto vindo de você?”

Levantei em pulo da cama e comecei a andar de um lado para o outro.

“É hoje né.. minha nossa...eu vou..”

Marley me agarrou pelos ombros e olhou nos meus olhos.

“Não, você não vai surtar, não vai desmaiar. Vai tomar um banho e depois o seu café da manhã!”

Soltei o ar que nem havia percebido que havia prendido e Marley sorriu pra mim.

“Hey Marley... se resolveu com a Wilde?”

“Estamos nos entendendo melhor.. er.. obrigada Quinn.”

“Hum.. de nada Marley.. agora sai!” Falei rindo e praticamente expulsei Marley do quarto. Fechei a porta e sentei no chão.

“É Fabray... você vai se casar...! que loucura...”

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O café ocorreu silenciosamente, mas era visível a alegria de Shelby. Estava muito animada. Noah ria com isso. Cassandra era a única com a cara de sempre.

“Tudo bem?” perguntei pra ela.

“Sim está.. e com você?”

“Ansiosa, mas bem..”

“Imagino... lembrei de uma coisa que eu deveria te dar...mas não está aqui..”

“Como assim não está aqui? Já recebi seu presente.. o vestido..”

“Sim.. o vestido é o meu presente para essa sua cerimônia, mas o que eu queria te dar está em Fort Shawnee..”

“O que é?” Perguntei curiosa.

“Termina seu café que iremos lá buscar..” Cassandra deu um sorriso e se levantou, indo para o quarto.

Depois disso, terminei rapidamente com as torradas e o café. Ao me ver na porta do quarto Cassandra riu.

“Curiosa filhote?”

“Demais... vamos?”

“Vamos!”

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A curta viagem até Fort Shawnee contou com a presença de Charlie. Ele estava ficando entediado de apenas correr pelo quintal da casa em Lima.

“Lar doce lar...” Falou Cassandra ao estacionar o carro. Eu ri e Charlie latiu alto.

“É isso aí garoto... você está em casa..!” Falei para ele e nem bem abri a porta ele já estava saltando, correndo de uma lado para o outro.

“Vem.. seu presente está lá dentro.” apontou para o galpão atrás da casa, que servia como garagem. Ela abriu e lá dentro estava tudo igual. O BMW estava em um canto, várias ferramentas em outro, o mezanino e aquele grande negócio com uma lona por cima. Tinha arrepios toda vez que entrava naquele galpão. Minhas noites de lua cheia passava ali, dopada. Então ela falou:

“Levanta a lona.”

Fiz isso e embaixo havia uma moto espetacular. Não que eu fosse fã, mas Noah era e me explicou durante anos, tudo o que eu deveria saber sobre elas. Estava de frente a uma Harley-Davidson Sportster . Devo ter ficado boquiaberta porque Cassandra estava rindo.

“Gostou filhote?”

“Muito...” Passei a mão sobre o tanque e vi que havia algo gravado em baixo relevo. Li em voz baixa : sanguis semper loquitur clariore. O sangue sempre fala mais alto.

“Por que isso está escrito aqui..?”

“Era uma frase que meu avô sempre dizia e depois meu pai, mas eu sou a desgarrada da família. Todos seguiram carreiras militares ou na medicina e eu me bandeei para as artes. Essa moto era pra ser um presente para o meu irmão mais novo, mas eu a peguei e fugi antes mesmo que ele a recebesse. Nunca teve muito significado pra mim, pois eu nunca esperei que a minha família decidisse me aceitar de volta, usando isso como justificativa. Vivia sozinha até meu BMW ser atacado por um projeto de adolescente sendo perseguida por lobos. Então tudo mudou. Eu simpatizei com você e te adotei. Você se tornou minha família Quinn, e isso é quase um presente passado de geração... tudo bem que somos meio disfuncionais, mas somos uma família não somos?” O tom de voz de Cassandra sugeriu dúvida então fiz algo que nenhuma das duas estava esperando. Puxei ela para um abraço apertado. Depois de alguns minutos ela se afastou. Cassandra sendo Cassandra.

“Ok, OK.. chega dos sentimentalismos..” Ela foi até um gancho na parede e retirou as chaves da moto.“Toma.. pode voltar pra Lima... vou enrolar por aqui um pouquinho. Tenho que arrumar as minhas coisas.”

“Eu.. voltar sozinha para Lima.. de moto? Ela está ao menos com combustível?”

“É isso aí filhote e sim está pedi a Brody que passasse aqui antes de ir para NY ..agora vai... pode ir.. acho que a noiva não pode chegar atrasada no seu casamento ou coisa parecida.” Ela disse rindo e me dando também um par de capacetes.

“Espero você lá hein?” Falei.

“Com certeza estarei filhote...” Dito isso subi na moto e dei a partida, saindo da Zummerly Rd. em alta velocidade.

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Consegui chegar em Lima sem ter batido em nada e nem destruído meu novo presente, porém nem bem eu desci da moto, Mercedes apareceu na porta de casa. Ela deu um assobio ao ver a moto:

“Garota que moto mais linda...! enfim.. hoje é seu dia então vamos para minha casa, minha avó e a Sra. Pierce estão esperando por você lá...”

“Onde está Alma?” perguntei.

“Está aprontando Rachel na casa dos Lopez, junto com a Srta. Pillsbury e a mãe da Santana. Vamos! Vamos!”

Acompanhei Mercedes até a casa dela. Era grande e imponente, como a casa dos Lopez e a dos Berry, porém parecia mais simples ao mesmo tempo. Havia um grande espaço na frente, com um jardim enorme e uma árvore bem no meio. Quando entramos reparei que a sala era bem ampla e logo ao lado estava a cozinha.

Cora estava sentada no meio da sala, próxima a grande lareira de pedra que tinha ali. Geraldine estava no sofá e apenas acenou quando me viu. Mercedes falou:

“Volto depois. Tchau Quinn.. vó, Geraldine.” e saiu.

“Senta aí menina. Vamos conversar sobre a cerimônia.” Cora falou e eu me sentei de frente pra ela.

“O que exatamente?”

“Os tramites da cerimônia, Quinn. Como funciona, o que vai acontecer...” Geraldine falou.

“Bem, veja só. Hoje à noite, haverá uma grande tensão no ar. A cerimônia será feita 1 hora antes da meia-noite, já que se após a cerimônia a maldição persistir, Rachel será julgada e condenada, caso contrário ela será absolvida.”

Um arrepio percorreu a minha espinha ao saber disso.

“Enfim, uma grande fogueira será preparada. Quem realizará o cerimonial será Alma, por ser a mais velha entre nós. Ela irá recitar algumas palavras de agradecimento aos ancestrais por permitirem a união de vocês. Então ela vai pegar um punhal e vai perfurar a palma da mão esquerda de vocês duas e vai pedir que vocês as unam. Logo depois ela pedirá que limpem as mãos em um pano branco e vai atirá-lo na fogueira, como se fosse uma espécie de confirmação. Por último, mas não menos importante, ela fará o selo. Uma marca no pulso das duas, como se fosse algo para selar o destino de vocês e ligar uma a outra. E assim termina o ritual.”

“Quinn, Alma fará a marca com o punhal, mas não se preocupe será indolor e rápido.” Geraldine falou.

“Isso mesmo menina. Então haverá primeiro a transformação de Rachel, se tudo estiver bem com ela, todos nós nos transformaremos.”

“Parece ser mais simples do que eu imaginava.”

“Não é tão complicado, mas é um rito muito antigo e o maior medo é de que ele não funcione em seu propósito.” Cora falou e eu assenti. Esse era meu medo também.

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O dia passou tão rápido que eu mal notei. Não havia visto Rachel ainda. Senti o incomodo que é meio habitual quando se está perto da transformação.

Passei a maior parte da tarde e noite na casa de Cora, conversando sobre diversos assuntos com ela e Geraldine. Quando deu oito horas Cora me mandou subir e que tomasse um banho. Disse que os preparativos já estavam começando.

Fiz o que ela pediu e quando saí do banheiro encontrei o vestido branco sobre a cama. Eu nunca pararia de admirar esse vestido. Me vesti e desci as escadas. Todos estavam muito arrumados e me esperavam na sala. Cora, Geraldine e Damien e Mercedes com Sam assim como Cassandra, Noah, Shelby e Marley. Não poderia pedir que Kitty aparecesse na cerimonia, porque tecnicamente, ninguém sabia que ela estava ali.

“Uau loira... você tá linda demais..Puckssaurus approves...!” Falou Noah fazendo sinal de positivo.

“Concordo com o garoto com bicho morto na cabeça... Você está incrível Quinn.”

“Vem aqui.” Geraldine puxou uma cadeira e eu me sentei. Ela mexeu no meu cabelo e fez uma trança, prendendo-a de modo que ficasse parecendo uma coroa. Damien Pierce vestia uma camisa branca e uma calça de sarja cinza, mas eu tinha impressão de que estava desconfortável. Tinha certeza de que só estava vestido assim por insistência de Geraldine.

“Vamos?” Shelby perguntou.

“Vamos.”

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O descampado agora seria o local para um 'casamento'. Havia uma espécie de mesa de pedra, mas ao me aproximar, percebi que eram pedras empilhadas para 'segurar' a fogueira. Já estava acesa e eu sentia um leve cheiro de eucalipto no ar.

“É pra purificar o ar, a madeira de eucalipto.” Falou Geraldine. Assenti, era um cheiro tão bom. Foram chegando mais pessoas e elas sentavam no chão viradas para a frente da mesa de pedra. Olhei para o céu e vi que a lua estava parcialmente coberta. Olhei para o bosque e consegui ver ao longe, Kitty observando a movimentação no descampado. Acenei para ela e ela retribuiu o aceno.

Estava distraída e nem percebi a chegada de Alma, Rachel e os outros. Eu parei de respirar ao ver Rachel.

Ela estava com um vestido branco, parecido com uma túnica, mas com um dos ombros descobertos um cinturão dourado estava na cintura dela e o cabelo estava preso em uma trança. Ela olhou pra mim e deu um sorriso incrível.

“É chegada a hora!” Alma falou alto e todos os que estavam falando se calaram e prestaram atenção nela.

Eu me aproximei dela junto com Rachel, que me olhava de cima a baixo e eu estava ficando vermelha.

“Irmãos! Hoje em nossa noite de transformação, iremos mostrar aos ancestrais que estas jovens são dignas de sua aprovação para a tão esperada união e que desfaçam a maldição.”

Ela pegou um punhado de folhas e jogou no fogo. Ele crepitou alto e Alma continuou.

“Diante dos céus e da terra, dos ventos e do fogo eu quero que me digam se aceitam seu destino, se aceitam o fato de estarem ligadas uma a outra de uma forma extraordinária na qual se uma sofrer, a outra também sentirá a dor, se uma sorrir, a outra compartilhará a felicidade, se uma adoecer, a outra saberá cuidar e será assim até que finde a vida?”

Me virei para encarar os olhos castanhos de Rachel. Tomei suas mãos entre as minhas e respondi:

“Eu aceito.”

“Eu aceito.” Rachel falou logo em seguida.

“Estendam suas mãos.” Alma falou. Fizemos isso e então ela desembainhou um punhal dourado e fez um pequeno buraco na minha mão e fez o mesmo na de Rachel antes de voltar a falar:

“O sangue é a essência mais poderosa. Ele sela destinos, muda tudo e dá vida. Unam-se e se mostrem compartilhando o poder.”

Ela tomou a minha mão e juntou a de Rachel. Apertou as duas e começou a citar algumas palavras em voz baixa e muito rápido. Acho que era alguma espécie de encantamento. Logo soltou e se afastou, indo até Santana. Ela havia trazido um pedaço de uma peça de linho.

Alma passou por cima dos ferimentos nas mãos e jogou ao fogo dizendo:

“Prova do sangue daquelas que se assumiram no compromisso.”

Ela voltou a pegar o punhal e dessa vez sem nem ao menos encostar o punhal na pele do meu pulso. Ela murmurou várias palavras e eu senti minha pele queimar e arder onde ela tocava. E quando olhei havia um desenho, parecido com uma tatuagem. Era um lobo.

Ela fez o mesmo símbolo em Rachel e depois se afastou.

“Estão unidas diante da alcateia, dos elementos e dos ancestrais. Que a lua guie seus destinos!”

Todos bateram palmas. Olhei para Alma. Ela acenou brevemente. Parecia cansada mas estava sorrindo.

Eu me sentia diferente. Havia uma agitação tão grande dentro de mim que eu poderia me transformar a qualquer segundo, porém deveria esperar a transformação de Rachel primeiro.

“Irmãos, se acalmem!” Leroy falou em voz alta e todos se aquietaram. “Rachel Barbra Berry, mostre-nos.”

Ela olhou pra mim apreensiva e então eu a puxei para um beijo. Foi calmo, apenas para passar um pouco de segurança e sussurrei no seu ouvido:

“Você vai conseguir.”

Rachel assentiu e deu um passo a frente, olhando firmemente na minha direção e depois se curvou pra frente e começou a se transformar. Segundos depois eu estava diante do imenso lobo preto que ela era, agora havia uma marca cinza próximo a pata dianteira esquerda, no mesmo lugar da tatuagem.

Leroy olhou para o lobo e olhou para o céu. A lua já estava totalmente descoberta e nada de diferente havia acontecido com Rachel. Então ele sorriu e disse:

“Você está bem minha filha.” e depois para o restante da alcateia. “Irmãos, à caçada!”


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Notas finais do capítulo

E então? Felizes, chateados com a cerimônia? Me digam!!!
Coisas:
Harley-Davidson da Quinn: http://www.bikeexif.com/wp-content/uploads/2010/08/harley-davidson-sportster-a.jpg

Vestido de Rachel(o 1°): http://www.noivas.net/files/2012/08/vestidos-de-casamento-grega-dupla-e1344516282147.jpeg

A marca no pulso: http://www.artenocorpo.com/sites/www.artenocorpo.com/files/tatuagens-tribais-de-lobos-13.jpg

Até mais :*



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