Hunters escrita por Valentinna Louise


Capítulo 13
Capítulo 13 - Abuela


Notas iniciais do capítulo

Cap novo....! antes de qualquer coisa...tô me sentindo uma autora muito, muito feliz por ter a minha primeira fic recomendada...:D agradeço à Pameziliotto e a lilith fx por isso. quase n acreditei qdo vi... :D emocionei..HAHAHAHAH sério...
enfim...
Muitos esclarecimentos, uma personagem nova e citação de alguns que eu incluí na fic..HAHAHAH espero que gostem.... :D
aproveitem! o/



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 Eu fui com Marley até a minha casa. Precisava de um banho. Ela ficava alternando o olhar pra mim e para a casa dos Berry.

“Que foi Marley?”

“Nada não...” ela sacudiu a cabeça. Eu dei de ombros e olhei pra casa, o carro não estava lá. “Ahh Cassandra saiu. Disse que tinha uma pessoa pra encontrar e uns assuntos para resolver.”

“Hum.” a porta estava destrancada, entrei e fui para o quarto. Marley ficou na sala. Escolhi uma calça preta e uma bata azul. Não queria que ninguém ficasse me perguntando a respeito dos hematomas. Fiquei recapitulando na minha cabeça o que eu sabia sobre a Abuela: Alma Lopez, chefe dos anciãos de Lima, e avó de Santana Lopez. Só esse ultimo item me fez estremecer. Fui banhar e quando terminei fiz alguns alongamentos. Não senti dor alguma. Flexionei os dedos e eles estavam normais. Mesmo assim recoloquei a tala. Marley estava mexendo no celular e me estendeu uma sacola.

“Cortesia da dona Millie...Waffles... espero que não tenha tomado café...”

“Não não tomei...agradeça a ela por mim..por favor...”

“Tudo bem..de nada...HAHAHA então..toma seu café aí e a gente vai na casa dos Lopez...”

“Essa ideia de ir na casa dos Lopez não me agrada...”

“Nem a mim, mas um chamado de Alma Lopez nunca é ignorado por aqui....” Marley falou em um tom sério. Eu fui para a cozinha e peguei um prato. Tomei café e dividi uns Waffles com a Marley. Ela ficou reparando na minha tala e então perguntou.

“Isso não está doendo não é?”

Eu parei de comer e levantei a sobrancelha.

“Por favor não finja que não sabe. Você não está sentindo mais dor nenhuma né?” ela disse incisiva.

“Porque está dizendo isso?”

“Você não reclamou até agora e está mexendo seus dedos completamente...dá pra ver, a tala tá frouxa...” eu olhei e a tala estava estava realmente frouxa. Quis me socar naquele momento.

“Eu não sei o que e como aconteceu...só sei que acordei assim. Sem dores, com hematomas menores.”

“Você se regenerou...bem que a Cassandra disse que você não era comum...” ela deu de ombros e não me perguntou mais nada a respeito disso. “E aí...como foi dormir no quarto da sua carrasca?”

“Que exagero....ela não é nenhuma megera ou algo do tipo...ela cedeu a cama dela pra mim e foi dormir em um colchão. Cedeu uma camisola também...mas no meio da noite a gente acordou e eu fiz questão de ir para o colchão e dela voltar para cama. Aí de manhã..hum..a gente meio que conversou..”

“Conversaram?” Marley deu um sorriso quase que malicioso.

“Rá..nós “conversamos”...ela me disse que também sente uma dor estranha quando olha no meus olhos...”

“Muita coincidência … depois diz que a Cassandra é louca por achar que vocês tem alguma ligação....”

“Nunca disse que ela era louca...” passando os dedos pelo meu cabelo. Marley revirou os olhos e disse:

“Tudo bem...vai na fé..” Eu dei risada mas de repente ela parou como se lembrasse de algo ruim repentinamente.

“O que foi?” perguntei.

“Quinn...amanhã é lua cheia...”

Eu engoli seco. Lua cheia.

“Cassandra deve ter trazido um estoque de tranquilizantes...vou falar com ela hoje...”

“Ok...huh vamos?” Marley falou. Ela tinha o incrivel dom de mudar de assunto.

Coloquei as vasilhas na pia, lavei e saímos.

A Casa dos Lopez ficava bem perto da casa dos Berry. Era grande, estilo toscano com ciprestes a frente. Aliás, todas as casas por ali eram grandes. Pelo menos as dos mais poderosos dentro da alcateia sim. O segundo andar da casa era todo ladeado por uma varanda de ferro. Marley tocou a campainha e uma mini-Santana abriu a porta. A menina era idêntica a Santana, devia ter uns 8 ou 9 anos. Marley falou com ela:

“Hey Carmen...sua abuela tá aí?”

“Oi Marley..ela tá sim..entra..” ela olhou pra mim e disse “ ei...foi você a menina que quebrou a Santie ontem?”

“Carmen Evita Lopez! Quem está aí?” uma voz vinha da sala ao lado.

“São para a Abuela, mama. É a Marley e a menina que quebrou a Sant...” uma mulher de longos cabelos castanhos avermelhados aparece. Ela dirige um sorriso a Marley e uma careta a mim.

“Hola querida...” isso para Marley. “¿Eras la chica que rompió mi niña?” Isso pra mim.

“Mama, não fale em espanhol...ela não fez nada demais. Já tava na hora de alguém quebrar a Sant.” a menina falou com uma certa ironia. “Sério...se você não tivesse feito isso eu mesma faria!” e me deu um sorriso. A Mãe lançou um olhar sério para ela e se virou para mim e respirou profundamente antes de falar:

“Maribel Lopez..Prazer em conhecê-la...”

“Quinn Fabray, o prazer é meu...belíssima casa.” aí ela sorriu pra mim e virou para Carmen.

“Carmencita hija, sua abuela está na estufa, vá avisá-la que as convidadas dela estão aqui. Sentem-se meninas..aceitam algo? Suco, água?” a menina saiu em direção a uma porta de vidro que dava acesso a um quintal.

“Muito obrigado, Sra. Lopez, mas estou bem.”

“Eu também..” Marley respondeu.

“Então...” ela se virou para mim. Eu arregalei os olhos. “chica, não fique com medo. Sou apenas uma mãe protegendo sua cria. Vi você nascer. E é realmente estranho te ver aqui assim, depois de tanto tempo...sei que foi Santana quem propôs o desafio e sei que ela ainda vai demorar uns dias para aceitar que perdeu de uma quase forasteira. Mas ela vai aceitar e provavelmente vai se tornar uma ótima aliada...” e então uma voz rouca e com fortíssimo sotaque se fez presente na sala.

“Não encha a cabeça de la niña com coisas idiotas Maribel, Santana mereceu a derrota por sua prepotência e ela sabe disso.” Uma senhora havia acabado de entrar na sala acompanhada por Carmen. A mesma senhora que havia irrompido na minha casa na noite da minha estranha crise. Alma Lopez. Ela estava com avental e luvas de jardinagem.

“Venham comigo...até a estufa...” disse apenas e voltou pela mesma porta de onde havia saído.

Madre de Dios...” sussurrou Maribel para si mesma e pediu licença voltando para a outra sala.

Se eu havia achado a casa linda, a estufa era maravilhosa. Toda em grade branca e vidros, as plantas maiores atravessavam os pequenos vãos. Dentro da estufa havia o que parecia ser uma pequena sala de chá. Alma apontou a cadeira e eu e Marley nos sentamos. Ela fez o mesmo.

“Você provavelmente está se perguntando porque eu a chamei aqui não é? Só digo que não tem nada a ver com você ter batido em Santana ontem.”

Um suspiro que eu nem reparei que havia prendido saiu pela minha boca em uma expressão de alívio.

“Mas isso não quer dizer que a seriedade do assunto será diminuída. Como você provavelmente já sabe, sou a chefe do conselho de anciãos composto pelos membros mais velhos de cada clã. O conselho é formado além de mim por Cora Jones, do Clã dos Jones; Burt Hummel; Sue Sylvester representando os acolhidos, Geraldine e Damien Pierce e Leroy Berry. Nós tomamos decisão e quem fica e de quem sai da alcateia. Nós que decidimos tirar seu pai daqui depois do ataque à caçadora. Ele já estava trazendo problemas a alcateia, mas estávamos relevando por conta da morte da esposa e parceira. E como pode sentir, seu pai deixou um histórico de mágoas por aqui.”

“Eu já notei isso...”

“Sim...Burt Hummel tomou as dores de todos para si e até hoje tem ressentimentos contra Russel. Mas o assunto que nós temos aqui vai além de uma antiga rixa de famílias ou clãs...eu quero falar sobre você...”

Um arrepio percorreu a minha espinha e Marley se remexeu no banco. Os olhos de Alma Lopez pareciam me perfurar.

“Sobre mim...?”

“Sim sobre você Lucy..” Mais um arrepio. Parecia que Lucy era outra pessoa, em outro tempo e não eu. “ Sobre sua condição.”

“Minha condição...”

“Sim...olhe para você Lucy e tente ver o que você tem de errado...nada não é? Então porque tendo o sangue de um clã poderoso como o clã Fabray, você não consegue se transformar...?”

“Porque eu sou uma pária?”

“Nós três aqui sabemos que isso não é verdade. Você é uma loba. Párias não tem crises à lua cheia. Párias são apenas humanos. Veja bem, você é um caso raro em que a alma do lobo foi sobrepujada pela alma humana e mesmo assim se mantém. Você não percebe, mas quem tem experiências com todo tipo de lobo sabe...dá pra perceber nos seus olhos, cada vez que eles mudam de cor. Seu lobo está sofrendo para sair...”

“Como você pode saber de tudo isso???”

“Cassandra. Ela sabia que eu era a única que poderia, de alguma maneira te ajudar....ela me contou sobre as crises, a cicatriz...posso ver?”

Eu levantei uma sobrancelha e abaixei a manga da blusa até deixar meu ombro descoberto. Os dedos longos e frios tocaram as marcas rosadas no meu ombro. E por um instante ela fechou os olhos, como se sentisse algo através da minha cicatriz.

“O que essa cicatriz tem a ver?...ela foi feita pela minha irmã...”

“Foi feita na noite da sua 1ª transformação, que já estava atrasada. Niña, essa é uma marca de que não só a sua parte humana foi ferida, mas sua parte loba também. Vejo que você se regenerou dos ferimentos de Santana, mas a sua cicatriz continua aí.” Ela falava com uma naturalidade que me aturdia. Estava ali explicando sobre mim e mesmo assim estava demorando para assimilar.

“Mas porque eu sou assim...você sabe?”

“Uma lenda e uma maldição. Não sei como e não sei porque isso atingiu diretamente a sua família mas tem um propósito.”

“Uma lenda?” Marley se pronunciou pela primeira vez.

“Sim menina. Há muitos anos atrás, dois lobos destinados a serem parceiros enfrentaram uma bruxa velha. Os dois foram prepotentes e arrogantes com a velha, mas estavam loucamente apaixonados um pelo outro. A tal bruxa decidiu se vingar e lançou uma maldição. O homem ficou impedido de se transformar, mas com o lobo convivendo dentro dele, quase como se nada tivesse acontecido e a moça enlouqueceu. Os dois foram separados e a bruxa disse que a maldição só seria quebrada só se eles conseguissem se encontrar novamente, só que os dois nunca mais se viram de novo. Óbvio que todos consideravam uma lenda de amor idiota, mas assim como a nossa história também é uma lenda, esta devia ter sido levada a sério...”

“Eu já ouvi essa lenda...” Marley falou.

“Sim...essa história sempre foi contada por aqui. Disseram que era apenas uma lenda porque nunca houve “herdeiros” dessa maldição...” Alma olhou para mim e me arrepiei novamente. “Até hoje... e agora resta descobrir quem é seu parceiro para que a maldição seja destruída...”

E do nada Marley tem um acesso de tosse e quando olho para ela, está de olhos arregalados. Era um código. A teoria de Cassandra....oh merda...

¿estás bién chica?” Perguntou Alma para Marley, extremamente desconfiada. Marley apenas assentiu.

“Lucy...quanto mais cedo você encontrar seu parceiro melhor.”

“Porque?”

“Ainda segundo a lenda, toda noite de lua cheia o homem tinha crises terríveis e seu corpo já não estava aguentando. Ele sentia dores e mais dores até que ele literalmente implodiu. Ele morreu porque o corpo não suportou mais o lobo tentando sair nas noites de lua cheia.”

O gosto de bile veio na minha boca. Marley, que tinha parado de tossir agora estava pálida. Cassandra me dopava para que meu corpo não reagisse ao surto do lobo. Por isso a dose cavalar de tranquilizante, o cárcere.. agora tudo fazia sentido. A única coisa que me preocupava era se a teoria de Cassandra estava certa.

Alma voltou a me olhar como se conseguisse ver através do meu rosto impassivel.

“Se você quiser...pode ir agora. Avisarei ao meu filho que você não precisa mais dele.”

Olhei para a minha mão.

“Essa regeneração tem alguma coisa a ver..?”

“Sim...com certeza. Seu lobo está cada vez mais forte. Você verá os sintomas: a regeneração, o olfato, a fome... tudo isso serão indicadores... de que seu lobo está querendo se libertar, niña ” Eu me levante, juntamente com Marley e saímos da estufa. Eu estava ainda em processo de assimilação.. Carmen abriu a porta para nós mas não disse uma palavra só olhava fixamente para nós duas.

Quando saí da casa dos Lopez, quase que respirei aliviada. Alma Lopez havia me destrinchado assim sem nenhuma preparação. Eu ainda estava atordoada e precisava de um tempo sozinha. Então pedi a Marley isso e ela entendeu. Fiquei vagando pelos terrenos da alcateia até chegar no bosque, e mais uma vez uma rajada de vento trouxe o cheiro. Eu inspirei profundamente, mas sacudi a cabeça. Não queria pensar em ataques ou qualquer coisa do tipo. Me sentei em uma pedra grande que ficava nos limites do descampado. A pedra era enorme e então eu me deitei para ficar olhando para o céu. Queria que Niah estivesse aqui. Ele daria risada e inventaria alguma piadinha idiota a respeito de tudo isso. Além do mais ele me defenderia.

O céu estava lindo e eu estava lá, deitada de cabeça pra cima pensando em coisas. Pensando que há tempos atrás eu era apenas uma aluna do Trinity High, uma Cheerleader e hoje eu estava ali, uma 'quase' caçadora com problemas pessoais que são muito maiores que coisinhas adolescentes. A qualquer noite de lua cheia eu poderia morrer, e porque diabos eu não falei sobre minhas reações com Rachel? Vergonha? Medo?

Fechei os olhos. Queria apenas sentir o vento espalhando meu cabelo. Mas de repente eu tive certeza que o universo estava de saco cheio e já nõ conspirava mais a meu favor. Ouvi passos e senti que havia alguém parado não muito longe. A pessoa não havia vindo me interromper. Uma árvore próxima a pedra tinha raízes altas e sentada entre uma delas estava Rachel Berry. Chorando.  


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado....e no proximo Faberry, uma Quinn furiosa e uma pessoa que vai aparecer para detonar...qm vcs acham que é?
até mais... :*