O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline


Capítulo 53
2x06 - Ameaça




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No decorrer da semana nada interessante acontecera. Jacob concluiu que os tais vampiros deviam ser apenas nômades e que já haviam ido embora. Apesar de que quando eu pesquisei nos jornais, não encontrei nenhuma morte ou desaparecimento inexplicável e se eles estivessem apenas de passagem provavelmente não se preocupariam em matar alguém. Quando comentei isso com Jacob ele apenas disse que eles deviam saber que aqui era um péssimo lugar para caçar. Depois do que houve com os Volturi era de conhecimento geral que uma grande matilha residia aqui.

Fora isso, eu tivera uma semana tranquila e divertida. Jacob ficava comigo enquanto eu praticava dirigir e depois praticávamos a transformação em lobo. Em ambas as atividades eu havia melhorado. Depois passava um tempo com Sue, e ia para a casa de Billy à noite antes de seguir para a ronda noturna.

Renesmee esteve conosco lá na Sue algumas vezes. Ela era uma garota meiga e divertida. Nós tínhamos muito em comum. Ela até me convidara para ir à sua casa no sábado dizendo que Alice tinha pensado em fazermos uma espécie de desfile de moda. Não era bem a minha cara, mas ela quase me implorou para eu ir, já que ela não queria ter de vestir sozinha todas aquelas pilhas de roupas.

 Sábado ao anoitecer Jacob decidiu que os garotos podiam dar conta da ronda sozinhos e me levou até a mansão. O céu estava estrelado – o que era raro por aqui. O tempo era geralmente nublado.

Mas quando chegamos, logo vi que havia algo errado.

Através das paredes de vidro via-se uma agitação na sala de estar. Ouvia Emmett – só podia ser ele com aquela voz de trovão – dizer: “E daí? Deve ser só um panaca que merece uma lição! A gente dá conta.”.

–O que tá acontecendo? – perguntei lentamente. Jacob enrugou a testa e fez sinal para que saíssemos do carro. Subimos a escadinha da varanda e fomos logo recebidos por Carlisle à porta.

–Que bom que está aqui, Jacob. Aconteceu algo que você vai gostar de saber. – ele disse e então olhou para mim. – Bom vê-la de novo, Agatha.

Seguimos para a sala de estar onde estava toda a família. Um arrepio percorreu minha espinha por estar numa sala tão cheia de vampiros, mas logo passou. Encarei cada um dos rostos – Alice, Rosalie, Emmett, Esme, Jasper, Edward e por último Bella. Caramba. Ela estava muito diferente daquela vez que a vira, com aquela barriga enorme e a expressão cadavérica.

–O que aconteceu? – adiantou-se Jacob.

–Acabamos de receber uma ameaça. – anunciou Edward com o maxilar trincado. – Um homem ligou e ameaçou matar todos na cidade se não entregássemos Renesmee. Foi provavelmente um dos vampiros que esteve aqui.

–Vocês fazem ideia de quem poderia ser? – perguntou Jacob rapidamente.

–Não. – ele respondeu.

–Não é novidade que Aro tem interesse nela. – disse Bella. – Poderia ser alguém a mando dele.

–É verdade, mas Aro não agiria assim. – ponderou Jasper, então ele se perdeu em pensamentos. – Mas, acho que já ouvimos falar de alguém que tem interesse em híbridos...

Então a compreensão surgiu nos rostos deles. Jacob balançou a cabeça, impaciente.

–Ei? Seria legal se vocês compartilharem, sabem?

Mas eu também já havia chegado à mesma conclusão que eles no momento em que Edward disse o nome:

 –Joham. Ele é o criador de Nahuel.

–Aquele que testemunhou a favor de vocês? Mas eu achei que o tal Joham ia ser exterminado pelos velhotes. Não foi o que eles disseram? – perguntou Jacob.

–Foi. – aquiesceu Bella. – Quer dizer, ele sim desrespeitou a lei. Por que será que não o mataram?

–Só teria um motivo para Aro ter lhe dado a liberdade... – começou Carlisle. Edward olhou para ele, certamente lendo seus pensamentos.

–... Se ele estivesse interessado nos planos dele.

Todos se olharam um pouco chocados com os fatos. Olhei para o topo da escada e lá estava Renesmee com uma expressão aterrorizada. Acho que eu mesma estava lutando para não demonstrar a mesma reação que ela. Por que a cisma que eu tinha deixado de lado tinha, de repente, tornado-se uma ameaça real.

Olhei para Jacob com um olhar alarmado e sussurrei:

–Ele ameaçou as pessoas daqui.

–Eu sei. – ele sussurrou de volta, e então se dirigiu aos Cullen. – Vamos proteger a cidade. Seja o que for que esse cara pretenda fazer, nós vamos estar um passo à frente dele.

–Jacob, você tem que saber que ele disse para deixarmos os lobos fora disso... – disse Edward. – Vocês podem decidir não se envolverem.

–Não. Nem pensar. – ele riu. – Esse é o nosso trabalho, lembra?

Então ficou combinado que nós – Jacob, Seth, Leah, Embry e Quil e eu – ficaríamos no território dos Cullen para qualquer ameaça que ali rondasse e a matilha de Sam se dividiria para cuidar de La Push e Forks. Esta última era meio que um chute aleatório. Nós não sabíamos que cidade o tal do Joham iria atacar caso não cumpríssemos com sua ordem, mas todos imaginaram que como os Cullen tinham mais vínculos com essa cidade, então ela era um alvo em potencial.

Por volta das sete da noite, nós saímos da mansão e nos transformamos para deixar os outros a par do que estava acontecendo. Seth quase teve um ataque quando descobriu sobre o telefonema e tivemos que impedi-lo de sair correndo para falar com Renesmee imediatamente. Jacob prometeu que quando voltasse – ele iria até La Push para falar com Sam – Seth poderia ir até a mansão.

Leah juntou-se a mim e Seth meia hora depois de Jacob ter ido. Ela mostrou pouca simpatia em relação a ajudarmos os Cullen, mas mesmo assim se comprometeu a ficar e nos ajudar.

***

Pela manhã, eu estava exausta. Achava que não conseguiria andar nem mais um metro.

Pode ir para casa, eu cuido de tudo. – disse Jacob.

–Não, eu vou ficar aqui com vocês. – insisti. – E se acontecer alguma coisa?

–A única coisa que vai acontecer é você desmaiar de cansaço.

–Não, eu estou bem. Sério.

Mas depois de algumas horas parecia mesmo que eu ia desmaiar, então voltei para casa. Mas antes Jacob prometeu que viria me buscar ao anoitecer para correr à noite novamente.

Encontrei Sue no portão da frente. Jacob avisou a ela ontem à noite onde Seth, Leah e eu estaríamos e por que. Ela me olhou preocupadamente. Expliquei mais detalhadamente toda a história para ela e depois caí na cama sem nem mesmo trocar de roupa.

Despertei com a leve sensação de alguém mexia em meus cabelos. Levei um bom tempo para abrir os olhos e quando fiz encontrei Jacob ao meu lado na cama.

–Oi. – ele disse com um sorriso.

–Oi.

–Dormiu bem?

–Que nem uma pedra. – respondi levantando-me da cama e massageando o pescoço. Eu estava toda dura de dormir somente numa posição. Jacob me observava cuidadosamente.

–Essa rotina não tá te fazendo muito bem, não é?

–Como assim?

Ele me deu um olhar cético.

–Você sabe. Acho melhor você correr durante o dia a partir de agora.

Mas eu discordava.

–Não precisa fazer isso.

–Preciso sim. – ele levantou-se também. – Não vai adiantar de nada se você viver cansada. Pode ficar com Embry e Quil a partir de amanhã.

–Mas aí a gente quase nunca... – comecei, mas mordi a língua a tempo. Eu não queria bancar a namorada grudenta.

–A gente nunca o quê? – ele perguntou suavemente. Desviei do seu olhar e não respondi. Ele deu a volta pela cama e deixou seu rosto a centímetros do meu.

–O quê, Agatha? – ele repetiu com a voz persuasiva.

Virei o rosto, não querendo cair na dele. Jacob riu e me beijou no canto da boca, depois foi distribuindo beijos ao longo do meu rosto até chegar ao pescoço. Arfei e ele disse com um indiscutível sorriso na voz:

–Você não vai admitir?

–Admitir o quê? – eu começava a ter problemas de concentração à medida que ele colava seu corpo mais junto ao meu. Ele pegou meu rosto me fazendo olhar para ele.

–Que você não consegue ficar longe de mim.

Ele queria jogar assim, é? Pois isso podia funcionar para nós dois.

–Pois eu acho que é ao contrário. – eu disse empurrando-o para a cama lentamente e me jogando em cima dele, entrelaçando minhas pernas em sua cintura. – Você é que não consegue ficar longe de mim.

Ele ficou um pouco surpreso com a minha investida, mas pela sua expressão não dava para dizer que ele não estava gostando.

–Ah é, você acha isso? – retorquiu ele ao passar as mãos em minhas coxas. – Só que a questão é: eu não tenho problema nenhum em admitir que não consiga ficar longe de você.

Com essa eu perdi a pose sedutora. Ele deu um sorriso triunfante ao ver-me desarmada e me puxou para um beijo.

Todo o meu corpo se eletrizou enquanto ele explorava minha boca com lentidão, mas apaixonadamente. Suas mãos foram até a minha cintura me rolando para baixo dele com facilidade, enquanto as minhas próprias adentravam sua camiseta, explorando sua barriga e depois as costas.

Sua boca passou para o meu pescoço e depois para o meu colo, e minha respiração era um mero arquejo. Puxei-o para mais perto ainda e percebi que ele também estava ofegante. Encontrei sua boca novamente e o calor continuava irradiando para todas as extremidades do meu ser. Depois de uns minutos disso, Jacob riu.

–O que foi? – perguntei sem ar.

–Limites. – ele respondeu simplismente.

–Como assim? – sorri ao ver a expressão divertida no rosto dele.

–Naquele dia que eu apareci no seu quarto. Eu disse a você que tínhamos ultrapassados alguns limites.

–Acha que ultrapassamos agora? – desafiei-o levantando uma sobrancelha.

Ele balançou a cabeça com um sorriso malicioso.

–Não. Ainda não. – ele acariciou meu rosto com a ponta dos dedos e disse: – Você vai patrulhar durante o dia agora, tá?

Fechei a cara.

–Jacob...

–É só por um tempo. – prometeu ele. – Até você se acostumar com tudo isso.

–Tá, tá legal. – me rendi. – Mas é só por um tempo!


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