O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline


Capítulo 20
Primeiro dia de trabalho


Notas iniciais do capítulo

Vocês conhecem aquela música Over my head, do The Fray?
Eu amo ela de paixão e eu escrevi este capítulo com ela como inspiração. Vcs podem ouvir ela durante o capítulo ^^
P.S: Caso alguém não tenha visto, eu esqueci de postar um capítulo - capítulo 18, tarde na garagem - deem uma olhada lá :)
Beijões __*



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–Everyone knows I’m in over my head, over my head…

Eu cantarolava enquanto ia para a loja da Sra. Call. Eu passara todo o domingo em casa ajudando Sue na cozinha, vi um filme com Seth e até troquei palavras amigáveis com Leah.

Billy aparecera na hora do almoço. Presumi que Jacob também viesse, mas não. Tentei não me incomodar com este fato. Eu prometera a mim mesma não envolver-me demais, portanto tentei não pensar muito nisso.

Eu caminhava rapidamente pela estrada, não queria me atrasar. Estava realmente animada, eu nunca trabalhara em minha vida. Seria bom fazer algo por mim mesma enquanto estivesse aqui.

Sra. Call me recebeu com um sorriso assim que adentrei pela porta, que fez um barulho estridente por causa do sino.

–Olá, Agatha.

–Oi, tudo bem Sra. Call?

–Sim, obrigada e você?

–Bem.

–Hoje eu vou ficar aqui com você para ensiná-la algumas coisas. Quando você pegar o jeito poderá ficar sozinha. – Ela fez a volta pelo balcão. – Bom, não há muito movimento, então não será problema.

–Ok. – assenti.

–Agora eu vou lhe mostrar onde guardamos as coisas. – ela sorriu.

•••

A Sra. Call me ensinou tudo sobre a loja e em pouco tempo eu já havia aprendido. Ela me elogiara pela minha organização e eu fiquei feliz por minha neurose com limpeza servir para alguma coisa.

Atendi dois clientes e me saí bem. As horas passaram rapidamente e logo já eram 02:00 horas da tarde. Despedi-me dela e voltei para a casa de Sue.

Abri a porta distraidamente e dei de cara com Jacob na sala de estar.

–Jacob!

–Assustei você? – ele estava lindo, com uma camiseta preta e os jeans surrados.

–É, um pouco. – murmurei.

–Meu pai veio ver a Sue, então... Eu vim.

Jacob parecia estranho. Como se estivesse chateado ou sei lá.

–Ah. – afastei a franja do olho. – Eu acabei de vir do trabalho. – dei um meio sorriso. Trabalho não era exatamente a palavra.

–É mesmo? Como foi?

–Hã, foi bom. A Sra. Call é muito legal e eu acho que aprendi tudo.

–Eu costumava trabalhar lá no verão quando era garoto. – ele comentou.

–É mesmo?

–Ahan. Eu ganhava uns trocados para montar o Rabbit.

Lembrei-me do novo carro que ele estava consertando.

–Teve sorte com o Camaro?

–Hum, na verdade eu não trabalhei mais nele. – uma expressão estranha perpassou seu rosto.

–Você está bem Jake?

Ele sorriu só um pouquinho.

–Você me chamou pelo apelido.

Corei.

–Eu, eu falei sem pensar. Se você não gosta...

–Não, eu gosto. – ele se apressou a dizer. – Mas, de qualquer maneira eu não tenho muito tempo para trabalhar no carro, então...

–Não fuja da pergunta. – eu sorri.

–Você é um monstrinho.

–Eu sei.

Ele suspirou.

–Eu tô bem, tá legal.

–Tudo bem, eu entendo se você não quiser contar. Não é da minha conta. – Fui para o sofá e liguei a TV.

–Você sabe ser irritante quando quer. – ele comentou sentando-se ao meu lado.

Comecei a trocar de canal.

–Não estou sendo irritante. Estou apenas dizendo que o que passa na sua cabeça não é da minha conta.

–Se eu te contar você para de agir feito uma criança birrenta?

–Talvez. E eu não estou agindo assim. – eu não achava que ele iria contar alguma coisa. Só queria distraí-lo do que estava incomodando-o.

–Sabe, essa coisa de imprinting tá me dando nos nervos. – ele disse de repente.

–Como assim? – deixei o ar de brincadeira de lado.

–É um inferno estar na cabeça deles. E o pior são os olhares de pena...

–Pena? Por que teriam pena de você?

Ele hesitou.

–Lembra... Lembra daquela amiga que eu te falei?

–Lembro. – sussurrei. Não acreditava que ele iria contar.

–O nome dela é Bella. – a dor em seus olhos era gritante. – Eu me apaixonei por ela e... Ela amava outro, como eu lhe contei antes. Todos eles sabem disso, é claro. Não temos segredos entre nós. E é por isso que é tão irritante! Tem ideia de como é ver em sua cabeça repetidamente tudo aquilo que você quer esquecer?

Assustei-me um pouco com seu jorro de palavras.

–Eu acho que sei como você se sente, Jake. – sussurrei. – Eu não tenho isso em minha cabeça o tempo todo. Mas, é difícil ver um casal e saber que você não tem isso com quem você gostaria. E é pior ainda com o imprinting, o amor deles é quase gritante...

–Você também se irrita com isso?

–É... Digamos que você não é o único que se cansou do amor.

–O que aconteceu com você?

–Hmm, nada importante.

Ele colocou o braço no encosto do sofá, de modo que ficou por sobre meu ombro.

–Ei, eu contei minha história. Agora é sua vez.

Eu nunca falava do Bernardo para ninguém. Nem para minha mãe, nem para Ariane. Minhas regras eram bastante claras.

–Eu não gosto de falar nisso. Talvez um dia eu conte. – eu disse baixinho, mas tinha certeza de que ele ouviria.

–Tudo bem. Sem pressão. – ele sorriu.

Fiquei sem ar por um momento ao encarar Jacob.

–O que foi? – ele perguntou ainda rindo.

–Nada. – desviei meus olhos dos dele rapidamente. Eu tinha outras regras além das de Bernardo. – Vamos comer alguma coisa?

–Claro.

Tivemos uma tarde agradável com Sue e Billy, eles eram bem divertidos. Eu me sentia meio estranha às vezes por estar me divertindo tanto aqui quando eu não fazia ideia de como minha família estava. Mas era difícil pensar em meus problemas quando ficava perto de Jacob, mesmo quando o que eu começava a sentir por ele fosse se tornar um problema maior ainda.


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