O Outro Lado Da Lua escrita por Marie Caroline


Capítulo 15
Dia de sol


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi beem divertido de escrever, espero que gostem!



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Naquela manhã, acordei de bom humor. O sol estava quase desapontando no céu. Encontrei Sue na cozinha pouco antes dela sair para trabalhar, e me disse que Leah havia saído cedo para fazer patrulha e Seth ainda dormia.

Quando ela saiu, comi uma barrinha de cereal e dei uma arrumada na cozinha.

Fui até a sala, onde havia uma estante repleta de fotos. Algumas em família com o casal; Sue e Harry, eu supus, e várias de Seth e Leah de quando eram crianças.

Aqui me lembrava a casa de minha mãe. Pensar nisso me deixou com remorso, eu nem sequer pensara em como estariam as coisas lá em casa. Como estaria minha mãe? E meu pai? E Felipe? O que eles achavam que havia acontecido comigo?

–Ei Agatha! – ouvi Seth chamar. Dei as costas para as fotos.

–Oi Seth! Dormiu bem?

–Claro. – ele respondeu bem humorado. – Mas o que faz aqui tão cedo?

–Ora, não foi você que me convidou para morar aqui? – sorri.

–Sério? Você vai mesmo ficar?

–Vou!

Ele sorriu ao atravessar a sala a passadas largas e me abraçou.

–Calma, calma. – eu disse quando ele me largou. – Assim eu vou ficar me achando!

–Tudo bem. Eu vou comer alguma coisa, você já comeu?

–Já. Se quiser eu preparo algo para você.

–Tudo bem.

Fiz ovos mexidos e suco de laranja. Enquanto ele comia, me contou mais coisas sobre os lobos.

–Você acha que eu vou me transformar? – o medo transpareceu em minha voz.

Ele pensou por um momento

–É possível. É difícil saber por que não conhecemos suas lendas. Mas o fato de você poder nos ouvir e o seu cheiro... – ele encolheu os ombros.

–Como foi? Quando você se transformou?

Ele ficou sério.

–Bem, foi rápido, acho que é essa a palavra. Eu não tive muitas oscilações de humor como os outros. Talvez o que tenha desencadeado foi a morte de meu pai. – ele terminou com um sussurro.

–Sinto muito. – disse.

–É, mas não foi difícil. Acho que cada um tem um modo de reagir.

–É mesmo?

–É. Eu e Embry gostamos. – ele ficou sério. – Já Leah...

–Sim, você falou sobre toda aquela coisa do imprinting e o triângulo.

–Também é difícil com o Jacob. Ele ainda sofre muito... – ele pareceu dizer isso sem pensar.

–O que aconteceu? – é claro que eu sabia o que era.

Seth pareceu desconfortável.

–Eu não sei se posso contar.

–Ah...

Depois disso limpei a bagunça que fiz e como Seth só iria fazer patrulha mais tarde, ele sugeriu que fossemos à praia. O que era bom, já que Jacob estaria lá.

Ele pegou uma bola de futebol e saímos.

–Seth você sabe onde posso arranjar um emprego por aqui? – perguntei enquanto caminhávamos.

–Por quê?

–Bem, eu vou precisar trabalhar enquanto ficar aqui.

–Hum... Já sei! A loja da mãe do Embry.

–Ah, ela não vai pedir documentos nem nada não é?

–Não, eu digo que você tá com a minha mãe. Sem problemas. A gente pode passar lá agora.

–Sério? Seria ótimo!

Quando chegamos, vi Jacob encostado na parede da loja. Lindo como sempre, sem camisa e com as mãos nos bolsos num ar despreocupado.

–Oi – adiantei-me.

–Olá. – Jacob sorriu.

–E aí Jake. – Seth o saudou.

–E aí garoto.

Tentei não encarar o peito nu de Jacob por tempo demais. Era quase impossível.

–Vamos lá Agatha? – Seth me chamou.

–Hã? – eu estava desnorteada.

–Você não que falar com Sra. Call?

–Ah é, quero sim. Eu vou pedir um emprego. – expliquei a Jacob.

Entramos na loja. A Sra. Call foi bastante atenciosa e me aceitou. Eu trabalharia três vezes por semana começando segunda-feira. O dinheiro não era muito, apenas o suficiente.

Agradeci a ela e depois nós três seguimos para a praia.

Seth e Jacob estavam conversando algo sobre uma reunião do conselho. Não prestei muita atenção.

–Então você vai não é Agatha?

Pisquei duas vezes. Não sabia do que Jacob falava.

–À reunião do conselho. – explicou ele. – Meu pai disse que você tem que ir.

–Por quê?

–Você faz parte disso agora. – respondeu Seth.

–Hum... – eu não estava tão confiante. Eu lera sobre a fogueira em Eclipse. Parecia invasivo de minha parte ir a uma reunião sem ser da tribo. – Tem certeza?

–Claro. – Seth não via problema nisso. Eu começava a achar que ele era mesmo pirado como Jacob dissera.

Olhei para Jacob, a insegurança devia estar presente em minha expressão porque seu sorriso de resposta foi claramente uma tentativa para me acalmar.

Chegamos à praia, Seth e Jacob foram à frente lutando de brincadeira. Ri enquanto os observava, levei a bola nos pés e tropecei algumas vezes – nunca fui boa em esportes.

De repente Jacob surgiu em minha frente e tomou a bola de mim.

–Ei! – eu gritei e fui atrás correndo.

Tentei pegar a bola de volta e Jacob, rindo, passou-a para Seth.

–Vem pegar Agatha!

Corri atrás de Seth que jogou a bola mais uma vez para Jacob. Os dois riam da brincadeirinha.

–Não vale! – eu arfei já cansada. – Eu desisto! – eu nunca gostei de brincar de ‘bobinho’.

Passamos a tarde ora jogando ora caindo na água. Foi muito bom, principalmente por Jacob estar se divertindo, o sorriso que tanto sonhei ver estava lá.

Estávamos sentados na areia jogando conversa fora quando Seth disse que precisava ir para fazer patrulha.

–Agora? – eu quase choraminguei.

–É, trabalho a fazer. – ele disse animado.

–Aproveite e arraste Paul da minha casa a dentadas se for preciso. – disse Jacob.

Seth riu e se afastou com um aceno da cabeça.

–Paul? – eu perguntei.

–Ele é lobisomem também e namorado da minha irmã. – o modo como ele disse isso fez a palavra parecer um palavrão.

–Você não parece gostar dele.

Ele riu rouco.

–Não, eu gosto. É que... bem é complicado.

Eu sabia que ele não gostava da parte do imprinting.

–Tem haver com o imprinting?

–Como sabe disso? – ele uniu as sobrancelhas

–Seth me contou. – expliquei.

–Contou? E você não pirou?

–Não. Quer dizer, é meio estranho... – Eu nunca fora muito fã do imprinting, na verdade eu odiava que Jacob tivesse tido isso com Renesmee. Para mim, sempre fez sentido Jacob ficar com Bella, afinal ele a escolhera não? – Sabe, eu não gosto de coisas que tiram nossas escolhas.

–Sério? Você não acha romântico? – ele virou os olhos.

–Romântico é, mas acho que seria mais romântico ainda se houvesse uma escolha. Sabe, eu acho que escolher um único alguém num planeta com bilhões de pessoas é a melhor prova de amor que pode existir.

Ele ficou um pouco desconcertado com minhas palavras e eu desejei não ter dito nada.

–É, só que às vezes, nossas escolhas não são muito respeitadas. – ele disse.

Eu sabia que ele falava de Bella. Suspirei.

–Acho que é uma coisa com a qual temos que nos acostumar.

Ficamos em silêncio por alguns minutos. O silêncio não era incômodo, pelo contrário, eu me sentia muito a vontade com Jacob.

–Eu tô com fome e você? – ele perguntou de repente.

–Na verdade sim. – admiti.

–A gente podia ir à minha casa – ele riu sarcástico –, se Paul não tiver devorado tudo.

Ri.

–Algo me diz que você não gosta muito de ter um cunhadinho.

–Mesmo? Eu dei essa impressão?

Levantamos do chão e começamos a caminhar em direção a estradinha de terra.

Eu comecei a me sentir meio esquisita. Como se tivesse algo errado com meu corpo ou sei lá, cada parte de meu corpo doía e eu achei que fosse por jogar futebol mais cedo.

–Meu pai deve estar em casa há essa hora. – comentou Jacob. – Ele passa muito tempo na casa de Sue agora.

–Eu gosto de Sue. Ela foi bem legal em me convidar.

–Ela é do conselho e sabe que é importante que você fique.

–E por que é importante?

–Bom, para começo de conversa, nunca ninguém fora daqui se transformou antes.

–Eu não entendo por que dão tanta importância a isso. Não é possível que haja magia fora de La Push?

Jacob evitou me olhar quando respondeu.

–É, tecnicamente não...

Eu ia abrir a boca para perguntar o que ele sabia, mas no segundo seguinte tropecei e a ultima coisa que lembro foi uma batida forte na cabeça.


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