– Posso saber o que vocês estão fazendo aqui? Não sabia que tinham vida. – Samantha disse com a voz de superioridade que só ela sabia fazer, mas isso não era algo bom. Ana, sua amiga que mais parecia seu cachorro de tanto que executava as ordens de Samantha, riu compulsivamente de sua fraca piada.

– É mesmo, Sam. – completou, ainda com um sorriso forçado. As duas estavam usando roupas exageradamente curtas, enquanto nós aviamos saído de jeans e camiseta mesmo*.

– Devo fazer a mesma pergunta. Não era para você estar em um tipo de competição? – eu pergunto, lembrando do que Lucas tinha dito pra mim hoje.

– Eles adiaram – ela respondeu. Aposto que aquilo foi só uma desculpa para o arrastar para perto dela.

– Bom, já que não temos mais nada para fazer aqui vamos embora – Abigail se pronunciou, nos tirando de lá.

Os dias passaram exageradamente devagar depois daquela noite até o jogo no qual Lucas iria disputar as semifinais que envolviam todas as escolas do país. Os treinos eram abertos, até porque eram nas quadras que ficavam dentro da escola e nós não faltávamos a nenhum. Não íamos perder a vista, obviamente, mas em todos os treinos tínhamos que aturar os olhares de Samantha, que treinava com as líderes de torcida perto da quadra. Ele andava um pouco triste naquelas semanas, mas acho que já sei o motivo.

Acordei hoje mais cedo do que o normal e resolvi dar uma volta pelo parque que fica bem perto daqui. Pego meu livro e vou caminhando até lá.

– Por que eu sempre te encontro lendo? – Lucas diz, nossa eu nem tinha percebido ele chegar.

– Sou um pouco viciada em ler. – eu digo, tentando me recompor do susto.

– Você deixaria seu vício de lado para caminhar comigo? – ele diz com um sorriso que me deixa tão hipnotizada a ponto de deixar cair o livro. Eu rapidamente pego de volta e levanto como se nada tivesse acontecido.

– Claro, vamos – eu finalmente respondo e nós saímos de lá.

Não faço idéia de quanto tempo passa enquanto conversamos. Ele fala sobre seus três anos em Winsconsin e eu sobre meu sonho de me tornar cantora. Ele promete escutar meu primeiro CD se eu prometer ir ao jogo dele na final. A conversa flui tão bem e nós não precisamos fazer esforço algum para arranjar assunto. Ele está sempre sorrindo, o sorriso mais encantador que alguém poderia ter.

– Está vendo aquela árvore? – ele aponta para uma a metros de distância.

– Estou

– Aposto que não consegue escalá-la. – ele me desafia. Eu olho para ele e percebo que ele não está brincando – Então, não consegue?

– Você realmente não me conhece – eu respondo indo à árvore. Escalo em poucos segundos, mas logo começo a escorregar. Não, eu não posso cair, isso seria um desastre, mas infelizmente meu corpo não obedece meus pensamentos e eu escorrego de volta para o chão. Lucas ri incontrolavelmente e eu jogo folhas nele já gargalhando. As pessoas começam a nos olhar mas eu não ligo. Ele toca o meu rosto e coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e o único pensamento que vem a minha cabeça é: será que ele gosta de mim? Não, Taylor não pense nisso, você já cometeu esse erro uma vez, era como se o que aconteceu com Drew estivesse acontecendo de novo. Ele tem uma namorada, mas ela não é quem eu quero que seja.

Assim que olho para o relógio preso no restaurante em frente à praça, percebo que estou encrencada.

– Oh, não. Sinto muito Lucas, mas tenho que ir. Vou me encontrar com meu irmão daqui a pouco – eu explico.

– Tudo bem. Até mais Taylor. – ele se despede e eu já sinto saudades.