Prostituta Do Governo escrita por Leticia, Lari Rezende


Capítulo 36
O outro lado da moeda


Notas iniciais do capítulo

Muitíssimo obrigada leitora, pandinhakpop, pela linda recomendação.
Boa leitura :3



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O voo até o aeroporto próximo à cidade onde meu pai morava foi curto. Assim que desci do avião peguei um taxi e corri para a rodoviária, por sorte consegui a ultima passagem para o ônibus que levava a minha antiga cidade.
Depois de mais ou menos duas horas o ônibus chegou à rodoviária da minha cidade que continuava praticamente a mesma. Peguei um taxi e fui até minha casa, paguei o motorista com o dinheiro da minha carteira rosa e peguei minha única mala.


Parei em frente a minha antiga casa, o meio fio onde conversei com Lia pela primeira vez continuava no mesmo lugar, do mesmo jeito. Olhei para a fachada da casa, tudo estava igual exceto pela pintura que havia sido renovada.
Um misto de nostalgia e remorso tomou conta de mim.
Atravessei o pequeno gramado arrastando minha mala e cheguei à porta da frente.
Bati nela duas vezes.
Sabrina atendeu e ficou extremamente espantada ao me ver.
–Não pode ser você – disse ela de boca aberta.
–Oi Sabrina – respondi – acho que eu tenho muito que explicar não é?
Ela deu passagem por mim e eu entrei na pequena sala que tinha os sofás diferentes desde a última vez em que eu estive ali.
Larguei minha mala num canto e sentei no sofá.
Sabrina sentou no sofá ao lado me encarando.
–Silvana me contou o que aconteceu com ele – disse eu – vim vê-lo.
Ela estava ao ponto de me dar um grande tapa na cara.
–Porque nunca ligou antes? – repreendeu ela – você não tem noção do que seu pai passou!
Respirei fundo.
–Eu liguei – respondi – mas vocês estavam ocupados demais viajando para Florianópolis.
Ela me olhou curiosa.
–Mas nos não viajamos para Florianópolis como o planejado.
Engoli a saliva rapidamente.
–Como assim não foram? – perguntei.

O celular de Sabrina tocou e ela teve que atender.
–Oi filha – disse ela – sim ela já esta aqui – ela fez uma pausa – sim vou levá-la ai.
Sabrina desligou o celular e me olhou.
–Precisamos ir – disse ela – seu pai não esta bem.
Concordei com a cabeça e levantei do sofá.
Fomos à garagem aos fundos e entramos em um carro vermelho que eu não reconhecia.
O trajeto ate o hospital foi silencioso, eu ate pensei em falar com Sabrina sobre qualquer coisa, mas ela não demonstrou muito entusiasmo e nem vontade de falar comigo.
Paramos no estacionamento e entramos no prédio que havia sido reformado. Andamos por um corredor onde uma mulher estava sentada num banco esperando por atendimento.
O lugar também cheirava a produto de limpeza. Meu estomago começou a se revirar e meus olhos encheram-se d’água pelas lembranças de Pedro.
Paramos em frente a uma porta e Silvana estava do lado de fora. Ela estava fisicamente muito diferente e pareceu um tanto envergonhada ao me ver.
Abri a porta e entrei.
Meu pai estava deitado numa cama com vários fios, aparelhos e soros nele. Ele me olhou espantado quando me viu.
–Jessica – disse ele com a voz debilitada.
Ver meu pai naquele estado partiu meu coração.
Eu havia passado basicamente três anos esperando Pedro voltar do coma e por mais que eu estivesse acostumada com aquele ambiente e com aquele tipo de cena, senti uma enorme vontade de gritar quando vi meu pai ali naquele estado medonho.
Meus olhos lacrimejavam.
–Pai – disse eu – desculpa por não ter crescido de acordo com seus planos.
Ele me olhou com os olhos cheios de água tentando abrir a boca e pronunciar algumas palavras.
Era hora de saber o outro lado da historia.

A versão dele.
O outro lado da moeda.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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