Prostituta Do Governo escrita por Leticia, Lari Rezende


Capítulo 3
Adeus unicórnio, adeus mamãe


Notas iniciais do capítulo

Gente se puderem ajudar a divulgar ou favoritar, recomendar ou qualquer coisa eu agradeço ♥3 Espero que gostem do capítulo.



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O meu relacionamento com a minha mãe não era nem de longe um dos melhores. Nós sempre brigávamos pelos motivos mais toscos existentes.
Todas as noites discutíamos depois do jantar, quando ela me obrigava a lavar a louça e reclamava de algum serviço domestico que eu não havia feito.
Eu sempre admirei muito minha mãe, mas depois de certo tempo passei a desprezá-la e supri um sentimento de ódio por ela.
Todas as noites depois do jantar, eu era obrigada a lavar a louça enquanto meus pais se deliciavam e riam com Giovane contando o seu dia na pré-escola.
Depois de cozinha limpa eu ia para o meu quarto, deitava na cama e ficava observando as sombras que se formavam no teto até o sono me dominar por completa.
A única coisa que me fazia feliz era saber que Ricardo Pacheco era meu namorado e que eu o amaria pelo resto da minha vida.



***


Era sábado de manhã e o sol que batia na minha janela me convidava para mais um dia de vida.
Levantei e logo escutei vozes alteradas vindas da cozinha, meus pais estavam discutindo seriamente.
Assim que entrei na cozinha ouve um súbito silencio.

–Esta tudo bem? – perguntei.
Meu pai me olhou seriamente.
–Filha – disse ele um pouco triste – nos estamos precisando de dinheiro, as coisas não estão boas. Vamos ter que vender o nosso cavalo.
Fiquei em estado de pânico quando ele disse aquilo.
–Não pai – protestei – não pode vender o Unicórnio!
–fique quieta menina – disse minha mãe – se pudéssemos venderíamos você, mas como não podemos venderemos aquele cavalo inútil.
–Para com isso Arlete – disse meu pai – isso não é jeito de falar com a menina.
–Essa menina é má – dizia minha mãe – ela é uma criança má, se ela fosse boa não teria nascido.
Lagrimas não paravam de escorrer de meus olhos.

Sai correndo em direção à porta da frente, corri descalça pela estrada de pedra que me levou até ao pasto onde encontrei Unicórnio pastando tranquilamente.
Pulei a cerca de proteção de madeira e corri até ale que rosnou assim que eu cheguei perto. Abracei seu pescoço e sem muita dificuldade montei nele.
–Eu te amo Unicórnio – disse eu ainda abraçada ao cavalo que eu tanto amava – Eu amo você e o papai.
Ele começou a galopar bem devagar e por um momento esqueci-me de toda a minha vida e de todos os meus problemas. Eu estava em cima de meu cavalo tomando o delicioso sol de um sábado lindo, sentindo o vento jogar meu cabelo para trás enquanto o aroma do campo inundava o ambiente.
Não sei ao certo quanto tempo fiquei andando com ele, sei apenas que quando voltei para o celeiro um homem elegante, de terno preto e gravata vermelha já nos esperava, ele me parecia um homem bondoso, mas mesmo assim me despedir de Unicórnio foi extremamente triste.
–O nome dele é Unicórnio – eu disse para o homem elegante.
–É um belo nome – disse ele sorrindo – prometo que vou cuidar bem dele.
Papai fechou negocio com o homem de gravata vermelha e eu segui para dentro de casa.
Eu sentia um clima tenso no ar, o dia estava lindo e brilhante, mas mesmo assim eu me sentia sufocada. Corri até o canto da casa onde me sentei no chão, abracei os joelhos e comecei a chorar descontroladamente.
Papai tinha um viveiro com pássaros coloridos, eu estava bem perto deles observando suas penas coloridas e desejei ser um daqueles pássaros por um momento, mas logo desisti da ideia, pássaros geralmente ficam presos e eu queria ser livre. Livre como o meu cabelo ao vento.
Meu estomago roncava, eu havia saído sem tomar o café da manhã.
Levantei-me de onde eu estava sentada, enxuguei as lagrimas dos cantos dos olhos e joguei meu livre cabelo todo para trás.

Fui até a parte da frente de casa e estranhei o fato da porta da cozinha estar fechada. Toquei na maçaneta levemente e comecei a sentir um estúpido medo que me dominava aos poucos, não havia ruído algum do outro lado da porta, tudo estava quieto de mais.
Estava preste a abri-la quando notei uma estranha sombra no vidro da porta. A sombra se mexia de um lado para o outro e vinha de trás de mim.
Virei para ver o que era e vi a coisa mais terrível de toda a minha vida.
Minha mãe estava balançando de um lado para o outro, sua língua estava para fora e seus olhos arregalados. Havia um pedaço de corda que saia de um galho no nosso pé de manga e que dava uma volta pelo pescoço de minha mãe.
Eu estava paralisada e a única coisa que eu me lembro de ter feito naquele momento foi gritar. gritar bem alto.
–Haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!



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Notas finais do capítulo

Continuo?