Apollos Love escrita por FurryWorld101


Capítulo 3
Perguntas e Poemas




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Aquela aparência era inconfundível. Eu nunca havia visto aquele garoto na vida, mas soube quem era no momento em que bati os olhos nele. Sentia-me aquecida apenas ao encará-lo, embora duvidasse que fosse só pelo fato de ele ser o deus do sol. Quer dizer, Apolo era o maior gato. O cara mais lindo que eu já tinha visto na vida. E ele tinha me salvado. Eu não sabia o que dizer.

Não precisei dizer nada. Apolo andou até onde eu estava meio caída na areia e se abaixou, observando meu pé.

– Hmm, esse ferimento está feio – e então ele subiu seu olhar para me encarar nos olhos e eu quase perdi o fôlego quando o encarei de volta. Os olhos de Apolo eram completamente dourados, intensos, vivos e radiantes como ouro líquido. Apolo tocou meu rosto com a ponta dos dedos. Minha bochecha formigou e ardeu. Quando ele retirou os dedos, estavam vermelhos de sangue. Eu nem sabia que a lâmia havia conseguido em acertar ali – Ok, agora fique quietinha. Feche os olhos e eu vou dar um jeito nisso para você.

Obedeci. Mesmo por trás das pálpebras pude sentir uma forte luz emanando dele e uma leve pressão na minha bochecha e no meu calcanhar.

– Prontinho – a luz sumiu e eu abri os olhos. Senti que meus ferimentos estavam curados.

O sorriso de Apolo quase me fez desmaiar.

– O-obrigada – consegui murmurar. Eu devia tratá-lo de modo especial por ele ser um deus? Chamá-lo de Vossa Excelência ou algo parecido?! Eu não sabia o que fazer, minha mãe me disse que encontro com deuses eram extremamente raros!

– De nada, gracinha – Apolo estendeu a mão e me ajudou a levantar. Não pude deixar de perceber que ele deu uma boa olhada em meu corpo de cima a baixo ao fazer isso. Esqueci que ainda estava de biquini – Qual é o seu nome?

– C-Cloé. Cloé Stone – consegui murmurar.

– Bem, Cloé, foi um prazer ajudar. E tome mais cuidado da próxima vez, não é a primeira vez que um monstro ataca um semi-deus por aí. E parece que filhos de Poseidon estão sempre metidos em problemas.

– Filhos de Poseidon?

– É, quer dizer, na verdade só tem você e mais um, mas o garoto já se meteu em enrascadas por ele e mais mil! Na verdade, isso me lembra... Você gosta de poesia?

– Eu, é... Ahn? – fiquei confusa.

– Poesia – Apolo ficou ainda mais radiante (se isso for possível) ao mencionar essa palavra – Sabe, eu preparei uns poemas especialmente para o outro filho de Poseidon quando o vi. Não seria justo se eu não fizesse o mesmo com sua filhinha, não é mesmo? Ou um irmão poderia se sentir menosprezado por mim, o que não seria legal.

Eu estava um tanto perdida. Apolo estava falando de mim, certo? E ele estava insinuando que conhecia meu irmão? Quer dizer, eu tinha um irmão?? Desde quando?! Quem era ele afinal?!

Apolo passou o arco pelos ombros, limpou a garganta e falou com uma voz melodiosa:

Mais um Filho dos Mares

apareceu e

quase bateu as botas!

– Isso agora foi um poema?

– Isso agora foi um ótimo poema! Um maravilhoso poema no estilo japonês, mais conhecido como Haiku ou Haikai. Sete sílabas, depois cinco sílabas e depois mais sete. Musicalidade pura!

– Hmm, foi... Adorável – comentei, sem saber o que dizer a respeito. E acho que era o contrário, não? Cinco sílabas, depois sete e depois cinco de novo. Mas não disse nada.

– Oh, que bom que gostou! Na verdade, poderia ler mais alguns Haikus meus, escrevo sob o pseudônimo de Kiiba Watari.

– Claro, claro, qualquer dia desses eu dou uma procurada.

– Se quiser, posso recitar outro!

Tentei conter uma careta, acho que com sucesso. Ele podia ser lindo e um brilhante músico, como tantas histórias diziam, mas não estava tão em forma como poeta.

– Hum, na verdade, Apolo, eu gostaria de te fazer uma pergunta.

– Claro, Cloé – Apolo cruzou os braços e abriu um sorriso estonteante. Deus, como ele era lindo.

– S-se você é um deus... O que está fazendo no mundo dos mortais? Achei que raramente entrassem em contato com humanos.

– Primeira observação, você não é apenas humana – Apolo se aproximou de mim. Meu coração acelerou – Depois, se é “raro”, quer dizer que é não é de todo impossível. Eu estava fazendo meu trabalho de fazer o dia nascer e vi lá da minha carruagem quando aquele bicho te pegou. Não consegui ficar sentado sem fazer nada vendo uma moça tão bonita em apuros. E terceiro, e mais importante – Apolo descruzou os braços e tocou em meu rosto de novo – Deuses do Olimpo não podem ajudar os semi-deuses diretamente. Esse fica sendo o nosso segredinho, está bem? – ele deu uma piscadela.

Só consegui assentir, hipnotizada por seus olhos dourados. E eu que pensava que eram os filhos de Poseidon que hipnotizavam os outros! Estávamos tão perto que eu conseguia sentir seu hálito contra a minha pele. Tinha a sensação de uma brisa de verão acariciando meu rosto. Por um breve momento, imaginei como seria beijá-lo. Apolo pareceu se divertir com alguma coisa em meu olhar e aproximou seus lábios com um meio sorriso. Ofeguei quando ele sussurrou em meu ouvido:

– Foi um prazer te conhecer Cloé Stone. Nos vemos de novo qualquer dia.

E então houve um clarão e uma Ferrari vermelha e brilhante estava estacionada na praia.

– Tenho que ir, o dever me chama.

E Apolo se foi em mais um clarão de luz, seguido pelo barulho poderoso do motor da Ferrari que voava pelos céus.

De repente, entendi como havia sido tão fácil para a minha mãe e tantos outros humanos se apaixonarem por deuses. Eu já me sentia completamente fisgada.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do haikai de Apolo? rsrs (apesar de Cloé ter razão, esses mini poemas japoneses têm 17 sílabas no total e não 19, mas deixa ele ser feliz xD)
Esse foi o primeiro e rápido encontro entre Cloé e Apolo, que estava em um clima mais brincalhão dessa vez. Como será o próximo encontro deles..?