Tears escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 17
Planos.




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POV de Bella

 Edward e eu estávamos em casa vendo filme, na verdade EU via o filme, Edward apenas brincava com meu cabelo. Mil e uma perguntas passavam pela minha mente agora. O que seria de mim daqui em diante, o que eu iria fazer ou, não fazer. Edward olhava fixo para a televisão, seus olhos acompanhavam os movimentos dos atores e uma vez ou outra, acompanhavam os meus movimentos.

 - O que foi? – Ele perguntou.

- Nada, bom, na verdade... – eu comecei a falar – eu queria saber o que vamos fazer de agora em diante. Bom, o que EU vou fazer né...

- Bom, eu ainda insisto em você fazer uma faculdade. – Ele falou. E pensando bem, acho que seria interessante. – Poderíamos ir para Darmouth.

- Faculdade. Acho que poderia ser legal. – Ele me fitou. – Mas Darmouth não. Lá vocês não podem ficar por aí livremente.

- Certo, então vamos pensar em um bom lugar. – Ele disse afagando meu cabelo. – O que vai dizer a Charlie?

- A verdade. Aliás, acho que ele ficará bem, ele está... Meio que de namoro com Sue.

- Sim, ela é uma boa pessoa. Ele ficará bem. – Edward disse.

- Sookie, Bill, seus irmãos e seus pais iriam também? – Perguntei. Não podia deixar de perguntar, já que Edward era bastante ligado aos “irmãos” dele e – principalmente – a seus pais.

- Bom que tal você ir para minha casa hoje? – Ele me olhava nos olhos. E eu – abobalhada – quase babava com tanta beleza.

- C-certo. – Gaguejei.

 Antes de sair, deixei um bilhete para Charlie, avisando que eu iria dormir na casa de Edward. Durante o caminhos nós ficamos em silencio. Dessa vez havia diferença. Antes, quando o conheci, o silencio era intimidador. Nas batalhas, o silencio era mortal e hoje, este silencio era confortante. Edward percebeu que eu tinha minhas próprias perguntas para responder e que eu queria poder organizar minha mente.

 Eu tinha duas prioridades em minha lista. A primeira era meu casamento, que com certeza – mas muita certeza mesmo – Alice iria organizar, junto com Esme e minha mãe. A segunda, seria minha transformação. Não que eu esteja com medo – longe disso -, eu nunca tive tanta certeza sobre o que eu queria fazer com minha mortalidade daqui para frente, mas pensando bem, Edward tinha razão. Faculdade seria uma boa. O que seriam quatro anos? Ou, quem sabe, ser transformada antes e depois fazer a faculdade. Assim eu não esqueceria nada, certo?

 Quando chegamos em sua casa, Alice já nos esperava na sala. Ela estava eufórica – novidade – e com um sorriso largo, mas bem largo no rosto. Edward chamou a todos, incluindo Sookie e Bill – que agora praticamente moravam com os Cullen – até a sala.

 - Bom, Alice deve ter avisado. – Ele falou num tom de voz casual.

- Avisei. – Ela sorriu. – Temos que decidir o que vamos fazer agora. Porque, bom, eu estou afim de fazer faculdade, já que a Bella e a Sookie vão. Eu...

- Alice. – Carlisle interrompeu-a. – Calma. Certo. Obviamente teremos que nos mudar. Já que pelo jeito, a maioria não quer ficar em Forks e porque aqui não tem faculdade. Que lugar você pensou, Edward?

- Londres. – Omg. Calma, volta a fita. Londres, aquele lugarzinho na Inglaterra né? Ah, certo. – Lá chove cerca de 250 dias por ano. Ou, se preferirem, podemos ir para Vancouver. Lá o clima é... Favorável.

- Hum... eu gosto de Londres. – Rosalie disse. – A moda de lá é muito legal. Bem tradicional.

- Vancouver também é bom. Na verdade, fica bem perto de Forks, em relação a Londres. – Esme disse.

- Certo, sabemos para onde vamos então. – Carlisle se pronunciou novamente.

- Sim, mas e você? Vai? – Jasper perguntou.

- Bom, eu gosto de lá. Então, sim, eu vou. – Ele respondeu. – Bill e Sookie?

- Bom, posso dar aula de biologia numa faculdade também. – Bill respondeu enquanto tomava uma taça de vinho tinto.

- Ok. Então amanhã vou falar com meu pai.  – Eu falei.

- Bella, venha, precisamos conversar. – Alice me puxou pelo braço até o sofá em que estava o seu notebook.

POV de Edward.

 “E brow. E o casório, quando sai?” Emmett perguntava mentalmente.

 - Deixe isso com elas Em. – Eu respondi.

Enquanto as três – Bells, Alice e Sookie – discutiam alguns detalhes do casamento, que seria daqui a um mês. Eu fiquei repassando os canais da tv, tentando me distrair do pensamentos alheios. Na verdade, eu estava absorto em minha própria mente. Hoje eu era o cara mais feliz, comparado a alguns anos ou meses atrás. Eu ia me casar com a mulher que eu amo, eu estaria com minha família – agora maior – e poderia estar sempre com Bella. SEMPRE.

 Eu joguei minha cabeça no encosto do sofá e fechei os olhos. Fiquei meditando. Não meditando em si, fiquei apenas relembrando algumas cenas da minha vida, fiquei tentando imaginar outras, como por exemplo, os dias em que eu não estive aqui. Sei que isso era doloroso demais e era algo eu nunca mais pensaria em fazer. Então eu senti duas mãos em meu rosto. Era Bella, ela estava atrás do sofá, ela abaixou e encostou seus lábios quentes em minha testa fria e marmórea, me dando um beijo.

“Vamos nos casar em um mês. Antes do meu aniversário.” Ela pensou.

“Ótimo.” Falei. “Bella, lembra do trato em que te fiz?” Voltei a perguntar mentalmente, enquanto seus dedos brincavam em meu rosto.

“Sim, lembro.” Ela hesitou. “Você não está...”

“Não, não vou desistir de ter você para sempre. A parte em que eu te transformo, fica para depois do casamento.” Pensei.

“Sim, e...” Ela não terminou de falar.

“E, a parte sobre eu e você... não precisa esperar. Na verdade, você tem se comportado muito bem.” Voltei a falar.

“Não. Eu quero como tem que ser.” Ela foi firme.

 “Ei!Depois que a Bella descobriu essa coisa de mentes ai, só fica nisso né?!” Emmett pensou.

“O que foi isso?!” Ela abriu os olhos assustada.

 - Nada, só que o EMMETT pensa ALTO demais. Então, ACABA com o MOMENTO dos OUTROS. – Falei.

- Ah brow, desculpa, não sabia que ainda sim dava para você ouvir. – Ele falou rindo. – Mas minha cunhadinha ouviu também?

- Sim, ouvi. – Bella respondeu.

 POV de Bella

 Ás vezes eu fico pensando em como seria se eu tivesse conhecido o Edward quando era humano, sei lá, ele é sempre tão pensativo, tão cuidadoso, tão amável e tão... teimoso. Carlisle uma vez, me disse que Edward tinha olhos verdes. Ele me disse que a mãe dele sabia que Carlisle era diferente e que poderia salvar seu filho, eu fico imaginando que Elizabeth Masen devia ser alguém extremamente gentil, como a Esme. Além de deixar minha mente vagar pelo tempo, perdida em fantasias, imaginando como seria se eu pudesse voltar no tempo e conhecer um Edward humano, eu também fico pensando em como foi ficar 90 anos esperando o amor da sua vida aparecer. Nada agradável, pensei comigo mesma.

Algumas vezes eu gostaria de poder ler mentes também, ou saber o que vai acontecer no meu futuro. Eu gostaria de poder fazer algo mais, se fadas madrinhas ou gênios da lâmpada existissem, eu poderia fazer um pedido. Ridículo! Se toca Isabella, de seres místicos já está bom de mais você conviver com uma família de vampiros e ter lobisomens como conhecidos. É, chega. Pé no chão. Tenho que pensar no agora. Em que eu estou com meu namorado – agora noivo -, na casa dele, planejando ir para Vancouver fazer faculdade, porque ia ser muito legal eu poder esperar e ter essa experiência humana – ou pelo menos metade dela -.

 O dia seguinte amanheceu iluminado. Raios cor de ouro passavam pelo vidro e iluminavam meu quarto. O céu estava azul, com algumas nuvens fazendo bolinhas pelo horizonte. Dia bonito. Eu me senti empolgada, de uma certa forma. Todos os Cullen resolveram ir caçar pelas redondezas, então, Sookie e eu resolvemos passar o dia em casa, vendo algum filme e comendo guloseimas.

 - Bella... – Sookie virou-se em minha direção. – Desde quando você quer se tornar uma vampira?

- Desde que tive minha primeira experiência de quase morte. – Falei.

- Como assim? – Ela me fitava.

- Um certo dia, Edward me levou para ver a família dele jogar beisebol. Estava indo tudo bem, até que apareceram três vampiros. – Eu disse me recordando da fisionomia dos três, do andar de um felino e do olhar cauteloso de James.- Um deles, um moreno, disse: “Acredito que isso pertence a vocês.” Ele jogou a bola de beisebol para Carlisle, que agradeceu. Então ele se apresentou: “Eu sou Laurent e estes são Victoria, e James”. Victoria, era uma vampira ruiva e James um loiro. Depois disso, quando eles iam começar a jogar conosco, um vento forte bateu contra mim e levou meu cheiro até James, que a partir daí, decidiu me rastrear. – Eu agora tinha todas essas lembranças na minha mente, eram claras, sonoras e altas ou como você quiser chamar melhor, mas, eu via tudo, como num filme.

- E então, o que aconteceu? – Sookie voltou a perguntar.

- Alice e Jasper fugiram comigo, até Phoenix. Só que James sabia onde eu morava, então me chantageou. Falou que tinha pego minha mãe e que era para mim ir no meu antigo estúdio de balé. Quando eu cheguei lá, vi que era tudo armação, minha mãe não estava. Eu estava sozinha, claro, eu não podia deixar de pensar em Edward, mas também não queria que ele estivesse lá. – Eu estremeci quando me lembrei dos ataques de James. – James me atacou, logo em seguida Edward chegou e lutou com ele, só que quando íamos escapar, James nocauteou Edward e então me atacou novamente. Ele me mordeu.

- Mas como... – Eu a interrompi.

- Depois todos os Cullen chegaram. Eu quebrei a perna em várias partes e Edward sugou o veneno. Foi aí que eu decidi que queria ser uma vampira. – Finalizei.

- Temos muitas coisas parecidas. – Ela sorriu. – Também tive uma experiência de quase morte.

- Conte-me. – pedi.

- Bom, você sabe que Bill foi no bar em que eu trabalhava e que eu soube imediatamente o que ele era. Então, houve uma hora em que eu não o vi mais lá dentro. Eu sabia que havia algo errado. Tentaram mata-lo, porque lá em Bontemps, alguns acreditam que o sangue dos vampiros pode oferecer benefícios aos humanos. Bobagem. – Ela riu. – No dia seguinte, o casal que tinha tentado assassinar Bill me atacou. Eu fiquei extremamente ferida. Eu estava praticamente quebrada... em pedaços. Então, Bill me salvou. Cuidou de mim e, a partir daí, não nos separamos mais.

- Nossa. – Suspirei.

 Tirando o fato de Sookie ser mais atenta e menos desastrada, nós éramos bastante parecidas. As duas namoravam vampiros, conviviam com vampiros, não eram muito normais e atraiam muitos problemas. Legal, pelo menos não sou mais a única humana frágil aqui, pensei comigo mesma. Não que ser humana e frágil era algo bom – ta era sim -, mas ser a única era sempre muito constrangedor.

 - Humanas frágeis. – Sookie sussurrou. – Essa são as palavras.

- Leu minha mente? – Perguntei.

- Não, não posso ler você. Só ás vezes eu consigo captar uma ou outra palavra. – Ela sorriu.

 O tempo passou bem rápido. Charlie chegou e eu avisei que Sookie ia dormir em casa esta noite, então fizemos um jantar mais caprichado. Contei a ele sobre os planos de fazer faculdade em Vancouver, que todos iriam. Para minha surpresa, Charlie achou que seria bom eu fazer uma faculdade, ele disse que Depois do meu casamento, Sue pretendia vir morar aqui. Achei ótimo, assim ele teria companhia.

 Fiquei me perguntando sobre Seth e Leah. Leah era rebelde, ela iria ficar em La Push com suas primas, mas Seth decidiu vir, quando soube que era na minha casa. Nós decidimos que iríamos organizar o quarto de hóspedes – que agora era um quarto de bagunça – para Seth, porque eu disse que queria ter o MEU quarto. No geral, tudo estava correndo bem, de acordo com o planejado.


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