O Que É Amar? escrita por Hikari


Capítulo 2
Pequena princesa misteriosa.


Notas iniciais do capítulo

Oooi gente!
Mais um capítulo para vocês. Escrevi esse antes mesmo do anterior. hahaha.
Obrigada a GabrielaJackson pelo primeiro comentário!
Espero que gostem.



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-Eu ainda não acredito que as férias já chegaram. –Annabeth dizia enquanto se abaixava para observar uma flor no parque de Manhattan, Percy segurava sua mão e a olhava fascinado, como se a garota de olhos cinzentos e com os cabelos loiros cacheados soltos e caindo pelos ombros fosse a melhor coisa que ele poderia visualizar. O que para ele, era algo indiscutível e real. Ela era a sua Sabidinha.

-Sim, quem imaginaria? Cronos gosta de brincar com o tempo. –ele responde, olhando ao redor e logo após se abaixando como Annabeth.

A garota segurava a flor delicadamente em sua mão, suas belas pétalas de cor brancas perolado hipnotizavam os olhares e a menina a olhava encantada.

-Isso aqui é lindo. –é o que ela consegue sussurrar, observando deslumbrada um casulo de borboleta se abrindo, perto de onde estavam, revelando as asas azuis reluzentes que se abriam pela primeira vez. –Percy, por que nunca viemos aqui antes?

Annabeth vira-se para o garoto, que a olhava carinhosamente e diz baixinho:

-Nunca havia pensado em visitar aqui antes, o que foi a pior coisa que eu poderia ter feito. –ele pega a mão da menina que sorri. –Mas nesse momento, eu estou aliviado por não ter vindo antes para poder compartilhar a surpresa com a melhor pessoa que já conheci.

Annabeth ri e dá um leve soco nos ombros de Percy, que apenas faz uma carinha de cachorro pidão.

-Você é muito bobão, Cabeça de Alga. –ela responde ainda rindo e aproxima seus rostos, dando-lhe um beijo e deixando Percy satisfeito consigo mesmo.

Percy percebe alguém os fitando e logo que se separam, olha significativamente para Annabeth e vira o rosto.

Ali, perto de uma árvore, se encontra uma menininha, ela aparenta não ter muito mais do que seis anos de idade, vestia um vestido solto e azul, com uma fita da mesma cor prendendo seus cabelos loiros e cacheados em um laço discreto. Assim que vê que foi descoberta, ela se esconde rapidamente para mais atrás de uma árvore, Percy sorri pela ingenuidade da garotinha e ainda consegue ver seus sapatinhos pretos pequenos aparecendo no canto das folhagens.

-Parece que temos uma visitinha. –Annabeth brinca, dando um largo sorriso ao conseguir olhar para a garotinha que lentamente se inclina para o lado, deixando os cabelos presos pender suspensos no ar e depois novamente se esconder abruptamente para detrás da árvore.

Percy assente e levanta-se, de mãos dadas com sua Annie que olha bem para a flor branca antes de soltá-la e seguir Percy para perto do esconderijo da menininha.

-Oi, lindinha. –ele cumprimenta, chegando vagarosamente para mais perto, com medo de assustar a pequena que espia ainda suspeita pelo tronco da árvore. –Não precise se esconder, nós não mordemos.

A garotinha repuxa um sorriso pelos lábios e saí de onde estava escondida, Annie abafa uma exclamação de surpresa ao olhar para seus olhos e Percy o mesmo ao perceber de mais perto como seu rosto e cabelos eram. Podendo ser vista de mais perto, os detalhes que antes não podiam ser notados e eram ignorados ficavam mais evidentes. 

Ela os encarava com seus olhos verdes profundos e penetrantes e Annabeth não pôde deixar de pensar o quão idênticos ao de Percy parecia, que não parecera ter percebido ainda, apesar de Annie pensar que poderiam ser irmãos separados na nascença. A menininha começa a observa-la e Annabeth nota um brilho surpreso e admirado no olhar dela enquanto estudava-a e assim que percebe que foi pega no flagra, ela olha para Percy.

Percy estava ocupado demais olhando suas feições e seus longos cabelos caindo do topo da cabeça em um rabo perfeito. Ele havia se agachado para chegar na altura da garotinha e levanta a cabeça observando Annie que também o encarava e logo se voltando para a menininha, que parecia desconfortável e assustada. Parecia com medo, medo de alguma coisa que ele não podia identificar o quê. A pequena mexia os pés, torcendo os sapatos na terra, balançava seu corpinho para os lados e segurava as mãos nas costas, tentando desviar o olhar com a cabeça abaixada.

Percy resolve parar de ficar encarando-a, com receio de que seria por isso que a menina havia ficado assustada. Ele estende a mão e sorri gentilmente.

-Eu sou Percy, Percy Jackson. E esta é Annabeth Chase. –a garotinha aperta a mão dele, primeiramente apreensiva, mas depois com um sorriso enorme no rosto.

-Pode me chamar de Annie, se quiser. –Annabeth também se ajoelha, não se importando em sujar suas calças jeans, e pega sua mão, beijando a palma dela enquanto a garotinha ria docemente.

-E qual o seu nome? Caso nós, meros plebeus, podemos perguntar a uma princesa como a senhorita? –Percy pergunta, fingindo um falso sotaque fino o que faz a garota rir ainda mais, uma risada harmoniosa que poderia roubar sorrisos até mesmo de um Dionísio rabugento.

-Meu nome é Silena, nobre cavalheiro. –a garotinha diz, entrando na brincadeira e exibindo um largo sorriso mostrando seus dentes brancos e uma janelinha na frente pelo dente de leite caído.

Percy e Annabeth se entreolham e não podem não deixar de pensar em sua amiga, que havia morrido para ajuda-los.

Por fim, Annabeth sorri para a garotinha que a olhava com os olhos verdes faiscando de presunção. Parecia estar satisfeita consigo mesma, e feliz. Muito feliz.

-Mas que nome lindo!

-Sim, digno de alguém da realeza. –Percy completa, Silena cora e agradece bem baixinho, dando um risinho de uma piada que parecia não querer compartilhar e só ela, a saber.

-E o que resolveu fazer aqui fora do castelo? –pergunta Annie, em um tom suave vendo a garotinha levantar o olhar e a observar atentamente, Annabeth notou seu olhar melancólico que logo desapareceu e foi substituído por um olhar sereno e divertido.

-Estou procurando alguém para brincar... –diz, olhando para os lados teatralmente. –Mas será que alguém aceitaria?

Annabeth ri pela sua carinha de anjo e pelo beicinho que fizera, ao voltar a olhar para os dois.

-Hummmm... Não sei... Annie, que tal nós irmos procurar alguém para isso? –Percy olha para a loira com um olhar brincalhão, Annabeth percebe o olhar emburrado de Silena e quando ela cruza os braços e olha atônita para ele. Annie abafa uma risada e diz:

-Acho uma boa ideia, Percy... –Annabeth olha para os lados e pega uma pedra do chão, olhando para debaixo dela dramaticamente. –Oh, onde poderíamos encontrar alguém?

Percy ri e Silena faz um muxoxo, reclamando:

-Mas... E vocês? –ela diz, suplicando com sua carinha mais inocente.

Percy levanta-se e finge estar pensando, com os dedos no queixo.

-Vamos ver na minha agenda... Ahn, Annie, você acha que estamos livres hoje?

Annabeth olha para a menininha que implora para ela pelo olhar para que diga sim, Annie levanta o rosto e anui com a cabeça.

Percy sorri e se volta para Silena que pulava animada e curiosa pela resposta.

-Bom, acho que você venceu, bela dama. Iremos brincar com você. –ele anuncia e a menininha pula de empolgação e o vestidinho leve azul celeste roda livremente a sua volta.

-É sério? –ela pergunta, pegando as mãos de Percy ainda saltitando. Ele assente, rindo de sua animação.

Com um enorme sorriso ela vira-se e corre para Annabeth que estava se levantando, pulando em suas pernas e dando um enorme abraço, fazendo-a quase cair.

-Obrigada! –ela exclama e pega a mão direita de Annabeth e a esquerda de Percy, ambos trocavam olhares um com o outro pensando o quão incrível aquele dia poderia ser. –Vamos para o meu castelo!

[...]

Estavam no campo do parque, a grama era de um lindo verde com pequenas gotículas de água brilhando. Os olhos de Silena estavam arregalados pela visão assombrosamente espetacular.

Soltando as mãos de Percy e de Annabeth, ela corre pelo campo  esverdeado com os braços abertos e então para. Olha para trás por cima do ombro e volta-se para frente com um sorriso enorme no rosto.

-Percy, Annabeth... –ela diz e então grita: -Um monstro! Me ajudem!

Então ela sai correndo, Annie pega a mão de Percy e sorri para ele, saindo correndo atrás da pequena Silena.

-Não! Vamos ir resgata-la! –ela brinca.

Eles correm pelo parque e então Annie pega Silena que estava debatendo-se e rindo, Percy pega um galho que se encontrava por ali perto e começa a dar golpes em seres imaginários.

-Não, Percy! Mas para cima! Você está batendo nos seus pés! Ele vai arrancar sua cabeça! –a garota grita e Percy não pôde deixar de pensar que era como se estivesse realmente lutando com algum monstro, porém que a névoa o impedia de ver. 

Annie entra na brincadeira e finge estar sendo asfixiada.

-Silena... –ela diz engasgando-se falsamente. –Silena... acho que me pegaram!

A menina pula em seus braços e Annabeth cambaleia caindo na grama, ela levanta-se e fica entre Annie e algum outro ser que só ela consegue enxergar, então começa a socar o ar.

-Ninguém irá vencer Silena J.C! –ela berra para o suposto “monstro”, as pessoas que se encontravam ali perto olhavam para eles assustados, mas eles apenas não davam atenção.

Annie e Percy começam a rir e Silena abraça Annabeth depois de ter feito seus golpes no ar, ela ofegava enquanto abraçava a loira.

-Você está salva agora. –ela diz e sorri para Annie que ria, Silena vira-se para Percy. –Obrigado, nobre cavalheiro, por ter me salvado do terrível monstro! Você terá sua recompensa.

-E qual seria? –Percy olha impressionado para a menininha que pula de pé e sorri vitoriosa e com uma ideia na cabeça, com as mãos na cintura.

-Você irá ser o meu pégaso! –dizendo isso, Silena pula nas costas de Percy que a segura para que ela não caia. –Vamos, meu pégaso!

Annie ri e levanta-se, Percy relincha e começa a trotar pelo gramado, com pessoas olhando-os enquanto eles fingiam estar em um reino distante com perigosos monstros mitológicos.

Terminaram assim os três caídos no chão, sem fôlego no final da tarde, olhando o pôr-do-sol.

-A princesa Silena foi assim salva. –Silena suspira e rola no chão, ficando de bruços, olhando para Percy e Annabeth que estava de mãos dadas na grama, um do lado do outro, pareciam nem a perceber deitada atrás deles, estavam mergulhados no olhar um do outro e sorriam parecendo trocar mensagens silenciosas.

 Silena ficou olhando para Annie, gravando sua imagem na cabeça. Ela era tão linda... Assim como seu pai havia dito...

-Silena. –alguém a chama, tirando-a de seus pensamentos, ela olha para Annabeth que havia jogado sua cabeça para trás para olha-la. –Uma coisa que me intrigou... Quando você falou Silena J.C... J.C seria uma abreviação para o quê?

“Como fui estúpida! Devia ter mais cuidado!” Silena pensa enquanto tenta freneticamente achar uma saída para que ela não desconfie de nada. Annie esperava a resposta, curiosa. Aquilo havia mesmo mexido com sua cabeça, algo a alarmava de algo, mas ela não conseguia descobrir exatamente o que era.

-Er... É uma abreviação para Johnson... Campbell. –Silena tenta, citando o primeiro sobrenome que lhe vem na cabeça, prendendo o fôlego com medo de que seu disfarce acabe estragando. Respira aliviada quando Annabeth assente e sua expressão relaxa.

Depois de alguns minutos deitados na grama conversando, Silena olha para o céu e descobre que tudo está escuro. Não havia percebido que era tão tarde assim.

-Bom, bom... Parece que temos que ir. Já está ficando bem tarde. –Percy levanta-se um pouco, apoiando-se no cotovelo e olhando para as duas meninas no qual vendo com a iluminação fraca, se pareciam absurdamente, o que confundiu um pouco Percy momentaneamente.  –E então?

Foi aí que Annabeth percebe. Ela olha ao redor e não vê ninguém por perto. O campo já está vazio, e nada dos pais de Silena. Ela pensava que eles estariam ali e que logo chegariam para chamá-la, mas ninguém havia aparecido. O que a deixava atordoada, ela estaria sozinha ali então? Por quê? Quem são seus pais? Onde eles estariam?

Annabeth senta-se e arruma as costas, ficando de frente a Silena.

-Querida, onde estão seus pais? –ela fica curiosa, e pega suas mãozinhas, preocupada por ela ter se perdido ou que algo houvesse acontecido.

Silena a olha como se a pergunta fosse óbvia, abre a boca e logo a fecha tão rápido como estivesse se incriminando e ficou um tempo em silêncio, parecendo quase como se considerasse uma resposta, em dúvida. Então seu olhar parece se entristecer e ela suspira, parecendo derrotada.

-Eles estão aqui. –ela diz, sorrindo. –Bem, não exatamente aqui, quer dizer. Eles estão e não estão aqui. –ela parece ficar confusa pelo que disse, mas logo se recompõe e volta a sorrir.

Percy franze o cenho e tenta entender, não havia mais ninguém ao redor, e não conseguia muito menos ver algum casal por perto, olha para Annabeth que está tão perdida quanto ele. Silena respira fundo e tenta explicar:

-Na verdade, eles não estão aqui... Aqui. Eles... Viajaram.

Percy fica a olhando, incrédulo.

-Você veio aqui sozinha? E... Como você vai voltar para casa?

Isso era uma pergunta que Silena não havia refletido. Tudo o que ela queria era revê-la, mas não pensara por quanto tempo ficaria ou que isso aconteceria. Ninguém a havia informado onde passaria a noite. Pensara, na verdade, que só iria ficar uma tarde. Mas parece que não havia nenhum sinal de que voltaria para seu tempo. Para seu lugar.

-Humm... –murmurou, abalada. Onde ela poderia ficar? Tinha medo do escuro e de ficar por ali, sem ninguém. Pelo menos, ela estava com eles agora, mas e depois que eles forem? Ela não conseguiria aguentar passar uma noite inteira por ali.

-Seus pais estão mesmo viajando? –Annie volta ao assunto, Silena olha para ela sem entender o porquê da pergunta e assente. Annabeth pondera por um momento e então vira para Percy. –Por que eu não a levo para casa? Meu pai e minha madrasta não vão estar lá por hoje, nem os meus irmãos. Acho que não teria problema algum, e afinal, é só por essa noite até nós podermos ir procurar a casa dela amanhã de manhã.

Quando Silena escuta Annie dizer aquelas tais palavras, ela sobressalta-se e grita:

-Sim! Por favor!

Annabeth se assusta e olha para ela, que prestava atenção em cada mínimo detalhe da conversa entre ela e Percy.

-Mas não vai ter problemas para você? Quer dizer, tem certeza que está tudo bem? –Percy pergunta para Silena, pensando se ela não ficaria incomodada ao ir a casa de alguém que acabara de conhecer.

-Não, de jeito nenhum – a garota responde, sorrindo radiante. Parecia completamente de acordo e estava até entusiasmada pela novidade.

-Então acho que está certo. –Annabeth sorri e olha para Percy calmamente, tentando mandar a ele um olhar tranquilizador. Percy suspira finalmente se deixando levar pela olhar de sua Annie.

-Está bem, então. –ele diz e se levanta. –Vão precisar de carona?

Silena pula e comemora como se houvesse acabado de vencer um jogo e pega a mão de Annie que havia acabado de se levantar com a ajuda de Percy.

-Prometo ser boazinha. –ela fala com convicção, mostrando novamente seus dentes e sua janelinha.

Annie ri, balançando suas mãos unidas.

-Tenho certeza que sim.


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Notas finais do capítulo

O próximo vai ficar mais interessante, os primeiros são sempre os mais entediantes. :P
Até o próximo e não se esqueçam de comentar! Afinal, quero saber se estão lendo e gostando da fic. ^^



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