Assim que abro os olhos pensamentos sobre Lara querem invadir minha mente, assim como nos últimos quatro dias, mas afasto esses pensamentos para o mais longe possível, eu apenas não posso pensar sobre isso agora.

 A cortina do quarto está aberta deixando que a luz do sol banhe o quarto, mas não noto nada disso, apenas o fato de que Ethan não está na cama comigo e posso ouvir o barulho de pessoas conversando.

Fazia quatro dias. Quadro dias desde que chegamos a essa casa. Quadro dias dentro dessa casa apenas na companhia de Ethan, mesmo depois que ele falou que teria alguém nos esperando, eu nunca tinha visto ninguém.

Não que eu estivesse reclamando, ficar presa em uma casa apenas com Ethan, era divino, mas apesar de tudo eu estava inquieta, Ethan não me falava o que estava acontecendo em Detroit com as investigações e isso estava me irritando muito.

Levanto da cama e depois de fazer minha higiene matinal, sem me olhar no espelho, eu pego a primeira roupa que encontro e visto.

Amarro o cabelo em um estranho rabo de cavalo e amarro o cadarço do meu coturno. De hoje não iria passar, eu queria saber o que estava acontecendo e eu iria fazer Ethan falar.

Sai do quarto e as vozes ficaram mais altas, na verdade estavam quase gritando, com o coração acelerado desci as escadas o mais rápido que consegui e segui o som das vozes.

- Não posso acreditar que fizeram isso sem minha permissão, porra! – Ethan gritou completamente furioso.

Ethan estava na sala, andando de um lado para o outro, seus cabelos estavam um pouco bagunçados e era totalmente sexy, ele vestia uma calça de brim escura, uma camisa preta, seus coturnos e seu constante coldre. E ele não estava sozinho, uma mulher estava sentada em um dos sofás de costas para mim, seu cabelo era longo e negro e também havia um homem com ela, ele estava ao seu lado no sofá, seus cabelos cortado rente à cabeça.

- Ele não vai falar, essa é nossa melhor oportunidade, agente Ross. – falou o homem ficando de pé e colocando um notebook ligado sobre a mesa de centro.

Ele era um pouco mais baixo que Ethan, mas sua voz era grave e forte.

Ethan finalmente me viu e parou de andar, seus olhos azuis com um brilho furioso.

- Evie, volte para cima. – ordenou com a voz firme.

Apenas ergui uma sobrancelha para ele, de maneira nenhuma eu iria deixar a oportunidade de saber o que estava acontecendo escapar. Senti o olhar dos dois estranhos em mim, e finalmente os olhei melhor, já que agora estavam todos de pé e virados para mim.

A mulher era quase do tamanho do homem, tinha a pele clara e olhos castanhos, ela se vestia semelhante ao homem, calça jeans, coturnos e ambos armados.

- Senhorita Ross – falou a mulher – Sou a agente Carter e esse é meu parceiro agente West. – falou indicando seu parceiro com a cabeça.

West acenou para mim, me avaliando de cima a baixo com um sorriso.

- Senhorita Ross – disse West ainda com um sorriso no rosto.

- Evie, faça o que mandei, agora. – disse Ethan vindo até mim, seus lábios apertados em desgosto.

Ele me alcançou e me puxou pelo braço.

- Pode ir lá para cima enquanto resolvo isso? – ele pediu já me puxando para as escadas.

- Ela deve decidir sobre isso, Ross! Você não pode decidir por ela! – disse Carter vindo até que estava em nosso caminho.

Senti Ethan apertar meu braço com mais força, ele parecia que iria explodir.

- O inferno que não! Da ultima vez que eu deixei Evie decidir ela quase foi morta, porra! Não vou correr o risco novamente. – ele rugiu para a agente Carter.

- Não tem nenhum risco, Ross! Slayer está muito bem preso, apenas quero que ela converse com ele. – disse Carter, mas ela não estava olhando para Ethan e sim para mim.

Firmei meus pés no chão em choque e olhei para Ethan, abri a boca para tentar falar mais nada saiu, nada.

Eles fodidamente tinham pegado o Slayer!

Eu não precisei perguntar, e logo pude ouvir a voz de West falar:

- Faz dois dias que o pegamos, estava em uma das localizações que você nos deu, mas o cretino não quer falar... Ao menos, até que ele possa falar com você. – continuou West aparecendo em meu campo de visão.

- Você sabia disso? – perguntei para Ethan, completamente furiosa.

- Não, eu não sabia, não até alguns minutos atrás. – respondeu passando a mão no cabelo e lançando adagas com olhos para West e Carter.

O olhei nos olhos procurando qualquer sinal de que ele estivesse mentindo, mas não encontrei nada. Respirei fundo sentindo meu sangue começar a ferver. Então Slayer queria me encontrar?Não pude esconder o sorriso no rosto.

Oh, isso seria fodidamente bom.

- Onde ele esta? – perguntei para Carter.

Ela e West trocaram um olhar por um momento até que ela falou:

- Ele está no porão – disse com cautela - Nós queremos que fale com ele, não precisa ser por muito tempo...

- Tudo bem – a interrompi – Eu falo com ele, mas apenas com uma condição...

[...]

Desci a escada do porão em silencio, avaliando o lugar enquanto descia. Era um espaço grande, a escada não rangia e tinha uma lâmpada que deixava tudo com um brilho laranja enjoativo, mas o mais importante de tudo havia uma cadeira no centro da sala onde Slayer estava algemado de costas para nós.

Ethan estava furioso por eu ter concordado em vir aqui embaixo, e eu sabia que teríamos um briga mais tarde, mas no momento eu não poderia estar me importando menos.

Todos os três, Ethan, Carter e West desceram as escadas também em silencio atrás de mim. Eu poderia ter minha própria condição, mas o FBI também tinha a deles, então eu iria ter plateia enquanto conversava com Slayer, não que eu me importasse.

Eu não estava me importando com muita coisa nesse momento.

Finalmente permiti que meus pés fizessem barulho, para deixar Slayer saber que tinha companhia.

- Já voltou senhorita Carter? – disse Slayer se esticando na cadeira, e apesar dele ainda estar de costas para mim eu poderia dizer que ele estava sorrindo.

Eu não respondi, apenas peguei uma cadeira que estava no canto e a arrastei até coloca-la em frente à Slayer. O rangido da cadeira fez calafrios correrem meus braços, pois esse era o mesmo barulho que eu já tinha ouvido diversas vezes antes de Jerry ter suas mãos em mim.

Mas dessa vez seria diferente, poderia não ser Jerry algemado naquela cadeira, mas Slayer tinha cometido seus próprios pecados...

- Ora, ora , quem diria que você realmente iria me ver, docinho? – disse Slayer em tom de deboche.

Eu apenas larguei a bolsa de couro em cima da mesinha lateral, e me sentei na cadeira em frente a ele. A cadeira estava a uma distancia segura, assim como a bolsa de couro.

- Oi, Slayer... – falei com um sorriso frio no rosto, apenas com todas e cada uma das palavras que ele disse em seu interrogatório para Carter na cabeça.

O mesmo interrogatório que eu tinha insistido em ver antes de vir aqui.

Ele estava sentando em uma cadeira semelhante a que eu tinha sentando quando fui interrogada por Downey, em uma sala semelhante a que eu tinha estado. Eu não tinha duvidas que meu interrogatória também tinha gravado.

- Como você a matou? – perguntou Carter.

Slayer ficou em silencio por um momento, antes de sorrir.

- Finalmente perguntou algo sobre o que eu quero falar – riu Slayer – Na verdade a única coisa que eu quero falar...

- Então fale. – disse Carter com a voz firme.

- Você gostaria de ouvir em detalhes? Eu gosto de contar em detalhes – murmurou ainda sorrindo.

Um sorriso maníaco de satisfação no rosto.

- Bem...eu entrei na casa, ela morava sozinha e não investia muito em segurança...não que isso tivesse me impedido de entrar... – murmurou – Ela estava deitada na cama, sua doutora gostava de dormir nua...

Eu a amarrei na cama...

Eu a queimei com o atiçador de brasas da sua lareira, varias e varias vezes, nos braços, pernas, barriga e até mesmo nos lábios vaginais... e depois joguei um pouco de água em cima, para esfriar...sabe? Tinha um pouco de sal na água...eu admito...

Ela era muito chorona... então queimei sua língua também...assim como seus olhos, ela tinha belos olhos...

Ela não se enfeitava muito... então a ajudei a colocar alguns brincos, eu não consegui encontrar sua caixa de joias, isso se ela tinha alguma... mas eu tinha alguns pregos nos bolsos... e depois que suas orelhas estava bem enfeitadas eu ainda tinha alguns sobrando... e piercing nos mamilos são legais...

Ela também precisava cortar as unhas... então fiz esse favor para ela e tenho certeza que se pudesse falar me agradeceria...

Infelizmente eu estava ficando sem tempo, mas nunca falta tempo para uma rapidinha não é? E porra, ela se movia bem...e gosto de compartilhar coisas boas com meus parceiros...

- Seu fodido – grunhiu Carter com fúria brilhando em seu rosto.

- Mais eu não gosto de deixar minhas vitimas assim, sabe? Eu gosto de ver sangue... então eu arranquei prego por prego e vi o sangue escorrer, arranquei sua língua...então eu estrangulei ela, apertei meus dedos naquele lindo pescoço e a vi lutar para respirar e se engasgar com o próprio sangue... até que ela parou...

- Queria conversar comigo? – perguntei tirando um martelo da bolsa com um sorriso frio no rosto.