The World Of Evie escrita por CassBlake


Capítulo 14
Interrogatório


Notas iniciais do capítulo

Oie gente, desculpa a demora em postar '-'
Boa Leitura e obrigado pelos comentarios ^^



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Sentamos em uma mesa no canto do restaurante que estava cheio no momento, o lugar dava a Ethan uma visão da entrada do lugar, as pessoas ao nosso redor estavam tagarelando alto e alguns rindo enquanto comiam, e mais uma vez me senti estranha por está em restaurante bonito e caro com Ethan.

- Já decidiram o que vão querer? – perguntou a garçonete com sorriso amplo para Ethan.

Ethan fazia sucesso com as mulheres, aparentemente não havia uma mulher que o olhasse e não flertasse com ele. Isso estava começando a me irritar, a garota que deveria ter pelo menos vinte anos jogou os cabelos para trás e sorriu novamente enquanto anotava nosso pedido.

- Algo mais? – perguntou ela sugestivamente para Ethan enquanto me ignorava completamente.

Não que ser ignorada por ela me deixasse triste ou chateada, eu gostava de permanecer nas sombras, apenas a espreita, observando tudo enquanto todos eram alheios a minha presença, não que ela não soubesse que eu estava aqui por que da primeira e única vez que a garçonete me olhou havia apenas inveja e desprezo em seu olhar. Quase tive vontade de rir, eu estava tão acostumada ao desprezo que não importava com isso, mas a inveja no seu olhar era ridícula.

- Não, apenas isso – disse Ethan entregando para ela o cardápio.

- Tudo bem – ela piscou e saiu rebolando.

Suspirei ao sentir o cheiro de comida, parecia deliciosa.

- Foi impressionante o que você fez – disse Ethan.

Ergui o olhar surpresa, ele parecia levemente impressionado, seus olhos azuis tinham aquele mesmo brilho de quando estava amarrado na cadeira de Jerry.

Dei de ombros não querendo comentar mais que suficiente sobre minha habilidade, por culpa dela eu tive mais utilidade do que gostaria para Jerry, mas eu deveria considerar que ela me livrou de algumas coisas também.

- Quando você pode me dar uma copia das formulas? – perguntou indo direto ao ponto.

Por que esse era o ponto, qual seria minha utilidade para o FBI agora que minhas supostas habilidades haviam sido comprovadas pela Dr. Jocelyn? Logo eu estaria sendo usada novamente, usada por pessoas diferentes mais ainda assim usada, pelo menos Jerry seria preso, isso era a única coisa que não fazia a ideia de ser usada novamente não ser tão ruim assim.

- Basta me dar um papel e um lápis – respondi voltando a olhar para ao redor, para as pessoas.

Pela minha visão periférica vi Ethan assentir, ele parecia refletir sobre algo assim permaneci em silencio até que a garçonete atirada nos trouxe nossa comida.

- Bom apetite – a ouvi dizer para Ethan.

Não falamos enquanto almoçávamos, eu estava distraída demais com o sabor da comida para sequer dar atenção a qualquer conversar que Ethan poderia querer manter.

Cada colherada era um mundo diferente, nada como a comida ruim que era servida nos bares baratos que eu tinha que ir quando era informante, essa comida tinha um gosto muito bom, a carne bem assada era salgada e boa, tudo era muito bom e enquanto eu estivesse nesse “mundo” eu iria aproveitar cada momento.

Mal havíamos terminado de comer e Ethan já estava nos direcionando novamente para o departamento do FBI para que eu pudesse ser interrogada.

- Jack irá me interrogar? – perguntei quando entramos no prédio novamente.

- Não, Jack está ocupado com outro caso – respondeu parando perto as escadas.

Olhei com ódio para os malditos degraus.

- Não vamos para o quinto andar novamente, vamos? – se fosse apenas um ou dois lances de escada eu não teria nenhum problema em subir sozinha.

- Não, as salas de interrogatório ficam no segundo andar.

- Eu consigo subir sozinha - falei tentando evitar que Ethan me carregasse novamente.

- Aposto que também pode ir pelo elevador, sozinha – afirmou sarcástico.

Trinquei os dentes ficando irritada, porque ele tinha que ser tão idiota?

- Não tem que me carregar, posso apenas me apoiar em você – sugeri.

Ethan me olhou e considerou por um momento antes de concordar.

- Tudo bem.

Deixei que Ethan passasse seu braço ao redor da minha cintura. Durante todo o caminho ele manteve sua mão me apertando suavemente e seu passo mais lento que o necessário. Disse para mim mesma que eu estava odiando todo esse cuidado e que minha pele não se arrepiava apenas de sentir o calor de sua mão através da roupa.

A mão quente dele na minha cintura me fez pensar em seus beijos, isso era completamente confuso, em um momento ele é o agente terrível que me despreza totalmente e no outro ele é um homem gentil e preocupado que se importa com minha saúde e que aparentemente gosta de me beijar. Suspirei subindo mais um degrau, a minha vida estava ficando mais complicada do que já era antes.

Dessa vez Ethan me guiou por vários corredores sem ninguém aparecer, quando ele parou em frente a uma porta pareceu apenas ligeiramente preocupado.

- Eu estarei observando tudo – disse Ethan antes de abrir a porta e me deixar entrar na sala.

Sentei em uma cadeira fria e desconfortável, a sala era totalmente oposta à sala da Dr. Jocelyn, não havia janelas ou outros moveis a não ser a mesa que era pregada ao chão, a outra cadeira que ainda estava vazia em frente a minha e o enorme espelho do outro lado da sala onde eu sabia que Ethan estaria observando todo o processo.

Apoiei meus braços na mesa fria, aqui dentro estava quente então tirei a jaqueta preta a botei no meu colo enquanto esperava.

Olhei novamente ao redor e quase sorri, esse seria mais um passo para minha completa liberdade, eu ajudaria o FBI a agarrar o Jerry e mais alguns de seus sócios e então eu poderia começar uma nova vida, eu poderia arrumar um emprego em uma pequena lanchonete, poderia até mesmo frequentar a faculdade, seria difícil mais eu conseguiria, eu poderia fingir sempre tive uma vida simples e normal.

- Senhorita Evie? Sou o agente Downey, está pronta para começar? – perguntou uma voz masculina e irritante.

Observei o homem que acabara de entrar na sala, ele era mais velho que Jack, sua cabeça era calva e seus olhos lembravam a de uma fuinha, ele estava um pouco acima do peso, apesar de sua aparência parecer ridícula ele tinha um ar de sério e respeitoso e parecia seriamente irritado por ter que me interrogar.

- Claro – afirmei.

- De acordo com nossos dados você é filha de Jerry Russel um dos traficantes mais procurados do país. Essa informação está correta? – perguntou sentando na cadeira e jogando alguns papeis sobre a mesa.

- Até onde sei sim – respondi sinceramente.

- Também é certo que era usada como informante? – perguntou uma voz nojenta.

- Isso é certo – afirmei sentindo que esse homem iria me arrumar problemas.

- Que tipo de informações Jerry lhe pedia para passar?

- Principalmente formulas de drogas, ele estava trabalhando em um novo projeto, uma mistura das drogas mais usadas e alguns remédios que são proibidos em vários países, ele também gosta de traficar mercadorias ilegais para outros países, havia também algumas localizações, não sei exatamente o que ele guardava lá.

O agente Downey pareceu considerar minhas respostas.

- Mais você suspeitava de algo – falou com sarcasmo.

Não entendi o porquê do sarcasmo, mas já estava começando a não gostar desse homem.

- Ouvi dizer que ele estava negociando com alguns traficantes Russos, suspeito que entre a mercadoria possa haver armas e bombas. – falei ignorando sua cara de desdém.

- Bem isso é realmente interessante - afirmou ficando mais ereto na cadeira – E poderia me dizer de onde vêm suas suspeitas, senhorita Evie? E também poderia me dizer como suas “suspeitas” vão nos ajudar a prender Jerry?

Era definitivo, eu não gostava nenhum pouco desse homem!

- O que a de errado em ter suspeitas? Se ainda não prenderam o Jerry a culpa não foi minha! Foram vocês cometeram um grande erro ao não me interrogar logo, eu poderia ter lhes dado varias localizações, mas agora isso pode ser inútil, Jerry não é nenhum tolo, ele deve ter mudado suas mercadorias de lugar assim que escapei junto com o Ross – falei querendo o deixar irritado.

Downey pareceu ficar bravo com minha afirmação, perdendo toda sua pose de agente durão.

- Senhorita Evie, temos muito trabalho a fazer e interrogar você ainda estava sendo considerados pelos nossos superiores, alguns ainda acham que é um perigo manter você em liberdade.

- Liberdade? – perguntei impassível – Estou sendo mantida na casa de um agente do FBI, isso é liberdade?

- Sim senhorita Evie, isso é muita liberdade e consideração para alguém que pode ser acusa de cúmplice em vários dos crimes de Jerry – ele disse com um sorriso perverso – Você mesmo me disse que era sua informante, isso pode ser considerado uma confissão.

Senti meu sangue gelar. Ser acusada junto com Jerry? Isso era ridículo!

- Eu não era informante do Jerry por escolha – falei serrando os punhos com força.

- E como poderia nos provar isso? Sabemos muito pouco sobre você, Evie. O que a faz pensar que não vamos considerar que você ainda esteja trabalhando para Jerry?

Esse cara de fuinha estava realmente conseguindo me irritar, mas não iria da o gostinho a ele de ver minha fúria, ainda não.

-Você está aqui para me julgar cúmplice do Jerry ou para me interrogar? Por que tenho que dizer que essa conversa não irá levar vocês a lugar nenhum, me acusar não irá ajudar vocês. É melhor que pense bem antes de falar agente Downey, talvez eu considere a ideia de ser cúmplice do Jerry apenas para ver sua cara de fuinha cheia de fúria quando seus superiores descobrirem que por sua culpa não puderam prender Jerry – eu falei com minha voz fria e calculada, ninguém consegue passar a vida morando com alguém como Jerry e não aprender algumas coisas.

- O que está insinuando senhorita Evie?

- Não estou insinuando nada – falei ficando de pé – Se isso já acabou gostaria muito de ir embora.

- O interrogatório ainda não acabou, Evie – disse ficando furioso.

- Para mim parece que acabou e se vou ser acusada de algum crime talvez eu deva conseguir um advogado – disse botando de volta minha jaqueta enquanto seguia para a porta.

- Conseguir um advogado é uma ótima ideia senhorita Evie, mais por agora nosso interrogatório não acabou – afirmou se levantando da cadeira em um salto e se pondo no meu caminho.

- Não irei dizer nada mais a não ser que tenha um advogado – falei permanecendo firme.

- E como vai conseguir um advogado?

- Isso é um problema meu – afirmei encarando aquele homem extremamente irritante.

- Não irá conseguir um advogado e esse interrogatório irá continuar até que eu diga que acabou – ele afirmou me pegando pelo braço e puxando de volta a cadeira.

Tentei puxar meu braço dele mais o movimento apenas fez minhas costelas doerem. Eu poderia ser golpeada até desmaiar sem soltar um som de agonia, mas ninguém me irritava sem provar um pouco do meu veneno, e ele logo iria provar, ao inferno com as consequências.

Comecei a ficar furiosa e não consegui me parar de levantar o punho livre com força e lhe dar um murro na cara, ouvi um pequeno estralo, e quase senti alegria por pensar em ter quebrado o nariz desse babaca.

Downey me soltou no mesmo instante.

- Ah! – gritou surpreso pelo golpe.

- Acho vou realmente precisar de um advogado – murmurei percebendo meu terrível engano, mas não me arrependendo em nenhum momento.

Eu acabei de agredir um agente federal que aparentemente me odeia e queria me condenar como cúmplice do Jerry, teria como isso ficar pior?

Bastou olhar para o rosto furioso de Downey para descobrir a resposta.


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Notas finais do capítulo

Entaoo gente, quem acha que esse Downey vai dá problema???
Vou ver se posto mais cedo o próximo capitulo, e não esqueçam de comentar, isso me inspira muitoo ^^