Fui à cozinha, encontrei Bridget cortando alguns legumes.

- Bridget, onde está a família Peterson? – perguntei exaltada

- As três acabaram de sair. Parece que foram buscar o vestido da Cindy. Por que você está tão exasperada?

- A néscia da Mary rasgou todas as roupas que comprei hoje, sobretudo, o meu vestido para o baile de formatura. – fitei o chão – Elas irão voltar?

- Não. As Peterson vão passar o dia se embelezando. Só vão voltar depois do baile.

- E o que eu faço agora Bridget? – sentei-me no chão da cozinha e comecei a chorar.

- Eu não sei, querida. – ela pôs-se de cócoras e ficamos naquela situação, caladas. Ela discorria em algo para me ajudar – Na verdade, eu sei. – ela ergueu-se e estendeu a mão para ajudar-me a levantar. – Vem comigo. – ela levou-me até seu quarto.

- Por que me trouxe aqui? – perguntei receosa, olhando as paredes amarelas. Seu quarto era tão pequeno, com espaço somente para sua cama, criado-mudo e seu guarda-roupa.

- Tem algo que eu queria lhe mostrar. – ela foi até seu guarda-roupa e pôs-se na ponta do pé. Ela tentava alcançar algo, quando alcançou uma grande caixa branca, toda empoeirada. Ela abriu a tampa da caixa, e um pano branco com renda ficou á mostra.

- Nossa! – foi só o que eu consegui falar

- Este vestido era da minha filha. Ela iria usar em seu casamento, mas... – ela cessou e eu a olhei – O noivo a traiu um dia antes de seu casamento. – ela me olhou triste

- Eu não s-sei o que falar. Eu sinto muito. – minha cabeça estava cabisbaixa

- Tudo bem, querida. Não precisa. Só quero que use-o hoje à noite. – sorriu

- Obrigada. Muito obrigada. – eu a abracei.

- Vá. Você está atrasada. – assenti

Fui correndo ao meu quarto. Deixei o vestido sobre a cama e fui direto ao banho. Assim que saí, sequei o cabelo e o ajeitei. Não gosto de aplicar produtos, deixa-o ressecado e com pontas duplas. Fiz a maquiagem e coloquei o vestido. Não houve necessidade de ajuda na hora de fechá-lo. Coloquei minhas jóias e meu bracelete com três R. Meu pai me contou que eu havia ganhado de aniversário de um mês. Os três R significavam as iniciais de três pessoas, a da direita, Richard, a do meio, Rosalie, e a da esquerda, da minha mãe, Ramona. Esta era a única informação que tinha sobre ela. Dispersa em meus pensamentos, voltei a incrível e dolorosa, realidade. Borrifei um pouco de perfume e por fim, coloquei a máscara.

- Tudo pronto. – disse a mim mesma

- Rosalie, querida! – era a voz de Bridget – O táxi já está aqui.

- Estou indo! – respondi

Desci a escada com cuidado e ajeitei o vestido que havia ficado enroscado. Quando olhei para Bridget, ela estava chorando, de emoção.

- Minha garotinha está crescendo! – algumas lágrimas escorriam em seu rosto.

- Oh, Bridget. Não chore! – eu a abracei

- Você agora é uma mulher. Passou-se tanto tempo. – eu sorri – Vá, depois me conte o que aconteceu.

- Bridget... – ela me olhou – Obrigada. Eu te amo. – eu sorri

- Eu também minha pequena flor. – ela sussurrou

Adentrei dentro do táxi e fui ao local da festa. Estava cheio, o que já era de se esperar. O segurança permitiu a minha entrada, já que ele me reconhecera por ser aluna. Eu não conhecia o local, então, entrei por uma porta que dava acesso a uma escada. Subi e quando me dei conta, todos os olhares da festa estavam voltados à mim.