– Eu queria que vocês conhecessem uma pessoa especial. Antes de você partir Peter, queria que conhecesse a pessoa com quem eu estou saindo. – ela apontou para a porta. – Esse é Chris Waleer, meu namorado. – E um homem alto e forte entrou, ficou ao lado de Melanie.

– Muito prazer. – Peter o cumprimentou. Eu estava ao lado dele, fiquei somente observando o homem. Eu o conhecia de algum lugar.

– E você é? – ele perguntou se referindo a mim.

– Sou Rosalie. Muito prazer. – apertei sua mão e ele olhou nos meus olhos, sorrindo parecendo um psicopata. Sim, ele era misterioso. Eu já o vi e ele não me parece estranho.

– O jantar já está pronto. Vamos! – Melanie o puxou pela mão e disse alguma coisa em seu ouvido. Eu fiquei paralisada, encarando-o.

– Vamos, Rosalie. – Peter chamou-me, me livrando de meus pensamentos.

Estávamos todos jantando. Chris contava sobre seu trabalho e sua vida pessoal. Melanie ria de todas as suas piadas e Peter a acompanhava. Eu somente comia em silêncio e o encarava. Ele, para mim, era um estranho. Totalmente estranho.

– O que houve Rosalie? – Melanie percebeu meu silêncio. – A comida não está boa?

– Está ótimo. Eu só não estou com fome. – sorri. Ela assentiu.

– Peter. Eu contei a Chris sobre a faculdade em Nova York. Ele concordou em te levar até o aeroporto. – e meu estomago embrulhou ainda mais. Levantei-me em um pincho e fui até o banheiro. Tranquei a porta e fui até a cloaca e regurgitei. Sentei-me, encostando as costas na parede. Derrubei algumas lágrimas e logo as limpei. Acionei a descarga e limpei o vaso. Por fim, joguei a água em meu rosto. Ouvi algumas batidas na porta e logo a abri.

– Está tudo bem? – Peter perguntou preocupado.

– Sim. Acho que comi alguma coisa que não me fez bem.

– Melanie está preocupada.

– E você não está?

– Claro que estou. Você é uma parte de mim, Rosalie. – sorri. – Vamos?

– Acho que vou para o meu quarto.

– Tudo bem, avisarei Melanie.

– Obrigada. – E seguimos em direções opostas.

Saturday, January 26th, 2013.

Dia da partida de Peter. O dia em que eu não teria mais seus abraços, seu beijos, o calor de seu corpo. O dia em que minha felicidade iria embora. Eu não conseguiria viver sem ele. Nunca será suficiente. Nunca serão suficientes todas as mensagens mandadas, nunca serão suficientes todas as ligações de madrugada. Nunca serão suficientes nossos sonhos e nossos desejos. Nunca será suficiente se ele não estiver aqui, a cada segundo.*

Eu estava me arrumando para levar Peter ao aeroporto. Seria um dia difícil, seria reviver um momento outra vez. O dia em que deixei meu pai em Nova York foi um dia difícil.

O tempo não estava bom. Estava frio, nevando, o céu estava cinza. Assim como o meu interior. Eu chorei a noite inteira, não dormi um segundo se quer. Hoje de manhã, fui até o quarto de Peter. Peguei uma de suas camisetas, que continha o seu perfume e guardei pra mim.

Banhei-me e fui até o closet escolher a roupa. Vesti-me e arrumei-me. Coloquei as coisas na minha bolsa e desci. Melanie estava na cozinha, preparando alguma coisa. Carly havia chegado mais cedo para tomar conta da senhora Bell. Peter provavelmente estaria revendo suas coisas antes do embarque.

– Rosalie. – uma voz feminina me chamou.

– Oi, Carly. – tentei sorrir

– Como você está com tudo isso?

– Tentando levar a diante. – minha voz falhou

– Vai terminar tudo bem.

– Assim espero.

– Rose, vá ver se Peter está pronto, por favor? – Melanie disse ainda virada de costas.

– Claro. – subi até o quarto de Peter. A porta estava aberta e ele estava guardando os documentos numa pasta.

– Você está pronto? – tentei ao máximo não olhar para as caixas embaladas e suas malas.

– Estou terminando de guardar tudo. – murmurei um “hm.” – Rose, eu não te prometi que vou te escrever?

– Não é a mesma coisa. – ele se aproximou, mas Melanie nos chamou. Descemos e encontramos Carly, Melanie e Chris nos esperando.

– Tudo pronto, Peter?

– Sim. Vou deixar as caixas lá no meu quarto e você vai mandá-las amanhã, não? – ele perguntou à Melanie.

– Sim, mandarei amanhã. – o silêncio reinou. – Então, vamos? – disse quebrando o silêncio. Todos assentiram. Eu entrei no carro, esperando todos entrar. Chris colocava a mala de Peter na parte de trás. Vi Peter se despedindo de Carly, o que doeu. Eu não poderia imaginar nós dois se despedindo, seria horrível. Todos entraram e fomos seguindo até o aeroporto.

– Chamada de embarque, vôo 776, destino Nova York.

Melanie o abraçava e chorava, dizia a ele coisas de mãe. Chris o desejou sorte e se despediu. E por último, eu.

– Ei, minha baixinha. – ele levantou meu rosto. – Saiba que eu vou te amar e nunca vou me esquecer de você. Vou te ligar sempre que der e sempre vou te mandar noticias. Prometa a mim que vai ficar bem.

– Eu... Prometo. – o abracei o mais forte que pude. Ficamos mais um tempo abraçados e dizendo coisas que só nós dois entenderíamos. E ele se foi. Melanie me abraçava e beijava o topo da minha cabeça. A dor que eu sentia era muito grande. Um pedaço de mim foi arrancado e não tinha como consertar.

Estávamos saindo do aeroporto, quando meu celular vibrou. Uma mensagem.

“Pensando que tudo o que o amor faz, é quebrar, queimar e acabar. Mas em uma quarta-feira, em um café, eu vi começar de novo. Xx Peter.”