Our Bitter Past escrita por Mupy


Capítulo 2
Capítulo 1 - The Pains


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o primeiro capítulo.
Espero que gostem, boa leitura!



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Pov's Tsuki Yume ~

"Uma brisa refrescante batia contra minha face pálida. Em conjunto com ela sentia um doce aroma, que provinha de algum lugar desconhecido. As pétalas das flores de cerejeira voavam e dançavam por entre a brisa. Uma imensidão de tons pastéis estendia-se pelo lugar, provavelmente devido ao fato de que todo o chão era coberto por flores. Os raios dourados do sol iluminavam o local, e davam à ele um aspecto ainda mais vivo e alegre. O céu estava em um ponto de passagem entre a manhã e a noite, pois a leste podia-se ver o brilhante azul do céu, e a oeste tons avermelhados e quentes iam cobrindo o azul. O som da brisa que esvoaçava meus cabelos era o som que prevalecia naquele lugar desconhecido. Talvez um lugar perfeito demais para que de fato existisse.
Eu permanecia deitada naquele belo local, com um sorriso bobo no rosto. Nunca havia sentido tal felicidade e calma como sentia naquele momento de paz. Como em uma fração de segundos pude ouvir minha voz soar por todo o local, como se ouvessem auto-falantes espalhados por toda a região, e eu falasse em um microfone. Por uns instantes permaneci confusa, todavia depois pude constatar que eram apenas meus pensamentos ecoando pela minha mente.
"A melhor escolha que pude tomar foi ter me mudado. E também ter ingressado neste novo colégio." Era oque eu ouvia. "Eu estava em busca de algo que pudesse me fazer parcialmente esquecer o passado, ou pelo menos todas as más lembranças que possuo. Eu buscava uma nova vida. Eu buscava novos motivos para continuar viva, motivos para sorrir." Dito isso dei um breve sorriso e logo continuei. "Nunca esperava encontrar oque encontrei, mas isso foi além de todas as minhas expectativas, e foi o melhor acontecimento de todos." Sorri satisfeita enquanto aproveitava a calmaria do local. Passados alguns minutos pude ouvir uma voz me chamar. Era uma voz tão familiar.. mas nunca a havia escutado antes.

– Yumeeeeee! - Disse a voz.
– Já vou! - Eu disse animada, enquanto abria um sorriso de inexplicável felicidade.

Me levantei, e começei a correr em direção ao local de origem da voz, como se soubesse exatamente quem era seu dono. Sem medos, sem restrições. Eu sorria, como se aquela fosse a melhor coisa que já me havia acontecido."


Lentamente abri meus olhos, e logo em seguida pude sentir minha mente inicialmente se embaralhar, para depois fazer o mesmo com a minha pobre visão. As imagens de meu quarto que antes eram praticamente nítidas agora estavam lentamente se embaçando, de forma que só conseguia identificar algumas cores simples. Oque eu via, não era oque pode se chamar de feio, mas algo de certo ponto de vista bonito, como uma pintura abstrata. Graças ao bom senso da vida, minha vista foi se tornando nítida outra vez, afinal ela havia sido um pouco maldosa comigo pelos últimos dias. Minha cabeça começou a doer, e em seguida meu corpo. Pude sentir cada músculo doer, e ainda por cima uma sensação inexplicável de frio por mais que pudesse sentir o meu corpo em uma temperatura elevada, seguida de tosses e espirros. "Ótimo, agora além de resfriada estou com febre" pensei irônica. Nada como acordar em plena terça-feira de manhã, com um despertador irritante emitindo ruídos seguidos em um ritmo frenético, e ainda para melhorar, estar doente, não é mesmo?

Eu havia faltado à escola na manhã passada, algo nada comum pra mim, que costumo faltar apenas em ocasiões de extrema necessidade. E devido à minha enfermidade repentina, terei de faltar outra vez. "Trágico Yume, trágico" pensei. Eu realmente não estava me sentindo bem. Se não estivesse doente, estaria um pouco preocupada com o mal estar repentino.

Por alguns segundos esqueci meu estado nada "interessante" e me lembrei do meu sonho que acabara de ter. Fiz uma expressão confusa, afinal raramente me lembro dos sonhos que tenho. Provavelmente daqui à algumas horas já não me lembrarei mais dele. Ele foi como um flashback de uma visão positiva do motivo parcial pelo o qual decidi mudar de colégio, e de cidade. Estranho, porém agradável, por mais que não me agradasse muito me lembrar do passado. Acredito que ele é algo que ficou pra trás, e que deve parcialmente ser esquecido.

Acordei do meu "transe" e uma boa ideia surgiu repentinamente em minha mente. Acho que seria conveniente ligar para a escola e pedir para falar com alguém, ou algum professor para explicar o motivo de minhas faltas. Isso realmente seria algo que uma boa aluna faria, e é oque farei, quando me sentir ao menos um pouco melhor. Talvez daqui algumas horas.

Os minutos se passavam enquanto eu fitava o teto, e mexia sem finalidade alguma em algumas mechas de meu cabelo. Pude sentir a dor do meu corpo sendo aliviada, e levada -para minha felicidade- para bem longe de mim. Oque não cessava eram os tossidos, espirros e o calor de meu corpo. Quando certifiquei-me de que estava em condições que permitiam que eu me levantasse e caminhasse, me levantei. Parei por alguns instantes em frente à cama para que meu corpo pudesse se abituar. Senti minha mente se embaralhar, porém foi algo rápido e perfeitamente aceitável. A passos lentos me dirigi ao pequeno banheiro, e fiz minha higiene matinal. A minha imagem refletida no espelho mostrava que eu não estava no meu estado habitual, isso me decepcionou um pouco, porém nada grandioso o suficiente para que mereça atenção de minha parte.

Caminhei em direção a cozinha, e me dirigi até a gaveta que geralmente continha medicamentos. A abri com certa velocidade, porém quando vi oque estava dentro dela, em meu rosto se formou uma expressão de decepção e melancolia: Lá dentro só haviam pacotes de pó para chá, e nenhum medicamento. Em poucos minutos revirei minha casa toda, e não encontrei nenhum mísero comprimido. Que tipo de casa não tem remédio algum? A minha. Afinal eu praticamente nunca fico doente, é algo realmente raro. Suspirei alto e caminhei em direção ao meu quarto. Eu não me encontrava em condições apropriadas para sair de casa, não poderia comprar remédios. O jeito era esperar. "Trágico Yume, trágico" pensei pela segunda vez naquele dia.

Decidi que ligaria para a escola agora, já que me encontrava em um estado ao menos um pouco mais agradável que antes. Peguei o telefone e posicionei em baixo da minha orelha esquerda, para logo depois discar o número de lá, que estava anotado em um pequeno papel ao lado do mesmo. Esperei um pequeno tempo, e logo fui atendida.

– Bom dia, com quem eu falo? - Uma doce voz feminina pronunciou-se.
– Bom dia. Sou Tsuki Yume, prazer.
– Muito prazer, Takagi Reiko. Com quem a garotinha gostaria de falar? - Como assim ela me chamou de garotinha?
– Gostaria de falar com algum dos professores do primeiro ano do ensino médio.
– Ah, espere um minuto.
– Tudo bem.

Dito isso fiquei esperando por cerca de dois minutos, e logo alguém novamente se pronunciou ao telefone.

– Tsuki-san? - Pronunciou-se uma voz masculina, porém muito simpática.
– Sou eu mesma.
– Prazer, meu nome é Yamura, e sou professor de Matemática do primeiro ano do ensino médio.
– Muito prazer.
– Sobre oque gostaria de falar?
– Bom, não sei se algum professor percebeu, mas faltei nesses dois primeiros dias de aula. Liguei para poder justificar o motivo. Saí na chuva por um momento de descuido e infelizmente acabei pegando um resfriado. - Expliquei.
– Oh, sinto muito Tsuki-san. Mas obrigada por ligar, essa foi uma atitude muito responsável.
– Só fiz oque achei necessário. Ah, eu perdi muita coisa? Afinal vou ter de faltar pelo resto da semana. - Minha voz soou um pouco aflita.
– Bom, já foram iniciadas as novas matérias. Mas nós podemos arrumar uma forma de você copiar a matéria de alguém ou algo do tipo.
– Muito obrigada.
– Não há de quê. Até semana que vem Tsuki-san!
– Até Yomura-san! - Me despedi e em seguida desliguei.

Estava me sentindo satisfeita pelo que havia feito, uma atitude muito responsável de minha parte.


Pov's Tsuki Yume off ~



O resto do dia se extendeu longo e tedioso para a garota doente que permaneceu boa parte dele na cama, por conta de seu estado nada "interessante". Quando a noite finalmente chegou, para a felicidade da pobre garota, ela adoeceu de forma doce e tranquila, em sua cama macia.



***


Os raios dourados do sol ultrapassavam pelo tecido na cortina, pela primeira vez naquela semana fria, adentrando o quarto de Tsuki Yume, e dando à ele um ar alegre e simpático.

A garota abriu os olhos, claramente imcomodada com o excesso de claridade que adentrava seus olhos. Porém quando viu o belo sol que se mostrava pela janela, abriu um longo e belo sorriso. Também o primeiro daquela semana um tanto quanto triste para ela. Sua expressão de pura felicidade demonstrava o quanto ela havia ficado contente com aquela mudança de temperatura. Por mais que o dia não pudesse se caracterizar como um "belo dia" era o suficiente para alegrá-la. O suficiente para arrancar dela belos sorrisos e expressões contentes.

Ela levantou-se calmamente da cama, provavelmente dessa vez não havia ficado tonta quando realizava tão ação, como todas as outra vezes naquela semana. Algo considerávelmente bom, talvez isso fosse consequência da singela melhora que ela apresentava. Logo em seguida, levou as mãos até os cabelos, ajeitando-os delicadamente. Agora ela caminhava em direção ao banheiro.

Quando chegou ao desejado local, fez sua higiene matinal, sem se esquecer se jogar um bocado de água gelada na face, algo que ela fazia todos os dias. Talvez por hábito, ou talvez fosse apenas uma mania boba. Mesmo assim, era algo que ela nunca se esquecia de fazer. Terminado tal ato, ela se olhou no espelho e sorriu, dando assim à ela uma imagem feliz, ela estava se sentindo ao menos um pouco melhor hoje. Talvez mais tarde ela agradecesse ao bom senso da vida, porém só talvez. Afinal a vida podia ser um pouco simpática e amável as vezes não é?

A garota se vestiu, e colocou uma roupa leve. Ela iria ao médico hoje, por mais que odiasse aquilo. Ela odiava ir ao hospital. Porém decidiu parar de agir como uma criança mimada que faz birra para qualquer atividade imposta que não a agrade e disse a si mesma que iria. Alguma voz misteriosa ensistia em convencê-la de que era o melhor a se fazer. Terminada de se vestir, ajeitou seu cabelo. Ela não era o tipo de garota que ligava muito para esse tipo de coisa. Pegou sua bolsa, documentos, chaves, dinheiro, nada além do básico. Certificou-se de que não havia se esquecido de nada e calmamente de dirigiu á porta de saída. Os passos da garota ecoavam pelo casa vazia, que agora era aquecida pelos raios do sol. Ela girou a chave na porta que antes estava trancada, e saiu.


***


Pov's Tsuki Yume ~

– Srta. Tsuki, tenho que dizer que decidir vir aqui hoje foi a melhor opção, já que você mesma disse que não possuía remédio algum em casa.
– Está certo, eu já sou bem grandinha e devo parar de agir como uma criança mimada não acha? - Dei uma risadinha baixa porém perceptível.
– Está certa. - O médico chamado Yoshida Tsubaki havia me atendido, ele era um homem simpático, por volta de seus 30 anos. Ele havia me atendido muito bem, e ainda havia me dado um atestado para que não fosse à escola essa semana, segundo ele era o melhor para mim. Fiquei feliz em saber que teria uma prova concreta do motivo de minhas faltas.

Dito isso ele me entregou uma folha fina de papel, que provavelmente era meu atestado. Dei uma breve olhada e pude confirmar meu palpite. Me dirigi à saída da sala, porém antes disso mexi minhas mãos indicando que queria dizer um "tchau" seguido de um tímido sorriso. Ele apenas assentiu com a cabeça, com um gentil sorriso nos lábios.

Caminhei um tanto quanto rapidamente pelos diversos corredores do pequeno hospital. Aquele lugar não me fazia muito bem. Chegando logo à saída. Pude sentir um enorme sorriso de satisfação brotando em meu rosto. Eu havia agido como uma pessoa responsável e madura, e isso me deixava realmente contente. Os raios de sol que ainda brilhvam naquele dia bateram em direção ao meu rosto, e senti uma sensação de bem estar incrível.

Eu devia comprar alguns remédios, mas nada sério, afinal com eles melhoraria mais rápido, e poderia retornar à escola na segunda-feira. "É melhor ir logo" pensei, enquanto seguia em direção a um pequeno estabelecimento denominado de Farmácia. Caminhava a passos calmos, porém logo cheguei ao local. Peguei os remédios recomendados pelo Yoshida-san, e logo segui rumo à minha amada casa.







"Ás vezes nos lembrarmos do passado nos faz realmente bem, assim relembramos os nossos motivos pelos quais ainda seguimos em frente sorrindo, os motivos pelos quais queremos evoluir."




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Notas finais do capítulo

Desculpem por adiar ainda mais o aparecimento do nosso querido protagonista T^T
Mas tive de fazer isso, para melhorar a compreensão.
Postarei provavelmente na semana que vem.
Desculpem-me pelos possíveis erros ortográficos.
"***" significa "corta-tempo", quando há uma passagem de tempo sem narração.
E novamente quero agradecer a minha amiga Kauysa (Yume) ela não faz ideia do quanto tem me ajudado. ;3