Mein Teil escrita por Vlk Moura


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

O primeiro capitulo de Haru longe de tudo...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/291665/chapter/9

  "Isso é para todos, são agradecimentos por cuidarem tão bem de mim" 

  Foi esse o bilhete que deixei sob a caixa que tinha escrito "Obrigado por tudo" com a minha letra de seis anos atrás.

   "Foi bom conhecer alguém que não tivesse medo de me olhar e esse mesmo alguém me mostrou a importância de boas amizades. Devo muito a você, Isaac" coloquei embaixo da porta do seu quarto. 

   Desci as escadas mais uma vez com a última mala, abri a porta de casa, o carro contratado pelo meu pai me esperava, o homem me ajudou a colocar as coisas dentro e partimos, quando viramos a rua a primeira luz na casa se acendeu, era do quarto da Governanta.

   Cheguei no aeroporto, o homem me ajudou a colocar as coisas no carrinho, fui até o balcão, entreguei meus novos documentos falsos... 

   - Obrigado por preferir a nós, senhorita Ivy.

   Peguei tudo, coloquei as malas, tudo já havia sido pago. Fui para a sala de espera, entrei no avião...

   Coloquei os fones que peguei com a aeromoça, eu poderia criar a minha playlist, criei e conectei, Ich Will do Rammstein foi a primeira a tocar.

   O avião pousou ao som de Nickelback Gotta Be Somebody. Um carro me aguardava, o motorista tinha uma placa com o meu nome escrito com letras grandes.

   - Prazer em conhecê-la.

   - O prazer é meu. - falei entrando.

   - Espero que goste daqui... - Mato Grosso, sim era algo bem diferente. - Levaremos duas horas para chegar até sua casa.

   - Certo, obrigada.

   Na chegada a casa todos os empregados me aguardavam de fora, me cumprimentaram logo depois que me apresentei a todos. Simpaticos, menos a Governanta da nova casa, ela não me olhou no olho e me encarou de cima baixo.

   Fui par ao meu quarto, instruções sobre a mesa, abri, eram as mesmas de seis anos atrás. Queimei como era ordenado. O computador já fora ligado, acessei o blog, nada novo... Um texto publicado.

(Ich will) Ich will dass ihr mir vertraut

(Ich will) Ich will dass ihr mir glaubt

(Ich will) Ich will eure Blicke spüren

(Ich will) Jeden Herzschlag kontrollieren

 Espero que seja coincidência: 

Eu quero que vocês me sigam

Eu quero que vocês acreditem em mim

Eu quero sentir seus olhares

Eu quero controlar cada batida do coração

 Meu coração bateu levemente mais acelerado.

 Dormi cedo, no outro dia já teria aula na nova escola.

 - Ei! Acorda! - era a Governanta. - Se continuar dormindo como um urso irá perder a hora. - ela falou agressiva.

  - Já estou acordada. - ela me encarou eu a encarei.

  Fui me arrumar, e realmente estava mal acostumada, eu esperei minhas coisas no banheiro, porém não estavam. Era uma calça, uma camisa branca, uma gravata, nada diferenciava os meninos das meninas.

  O café foi em silencio, ninguém perguntando se eu havia descansado, todos estavam sendo profissionais e não acolhedores.

  - Bom-dia! - um menino entrtou sorrindo na cozinha e ficou sério ao me ver. - Você é Ivy, certo?

   - Certo! - me levantei. - com a sua licença estou atrasada par ao colégio.

   - Cer... Certo...

   Entrei na sala, taquei minhas coisas na mesa, abaixei a cabeça, se eu chorei no colégio novo? Não. Eu não faria algo assim, mas quando cheguei em 'casa' foi outra história, meus olhos pareciam uma barreira de represa se rompendo. 

   Já estava lá há uma semana, ninguém tinha sido mais simpático. 

   - Ouvi dizer que tem corridas aqui por perto. - era o menino do dia anterior. - Acho que hoje a noite irei lá, você vem? - o motorista negou.

   Ao anoitecer, peguei minha mochila surrada e fui para onde o menino havia falado, era um local movimentado. A maioria eram homens, porém as mulheres que haviam usavam roupas vulgares, eu era a com mais roupa que estava ali. 

   - Ei! - um dos homens se aproximou de mim e deu um tapa em minha...

   - Ei! - eu o afastei.

   - Você me parece muito nova para estar aqui... O que veio buscar, a sua Barbie? - ele falou.

   - Não, vim ver se você não deixou sua bengala em casa.-  ele ficou sério e logo sorriu. 

   - Se quer saber ela está em minhas calças... - que nojento...

   Continuei andando, até que encontrei uma moto, aos doze anos em uma das aparições inesperadas de Aaron ele havia me ensinado a pilotar, a Governanta nunca ficou sabendo, ela dizia que era perigoso e eu devia ser uma lady.

  Aproximei-me da moto, era bonita... Quando eu ia tocá-la alguém segurou minha mão.

  - Mocinha, acho melhor você não tocá-la... - eu olhei, era o menino. - Ah... - ele soltou minha mão assutado. - É você... Não deveria ter vindo.

  - E por que não?

  - Porque é perigoso mocinhas como você andarem sozinhas em altas horas da noite.

  - Por quê? - eu cruzei os braços e mais um homem me tocou, peguei o braço dele e o torci deixando-o caido ao chão. - Qual o problema? Não conseguem ficar longe de mulher, mas que saco.

   - Esqueça o que falei. - ele riu e me afastou do homem. - Mas o que veio fazer por aqui?

   - Vim me divertir, velocidade, sempre gostei disso... Ah! Sou Ivy.

   - Amyr. - ele apertou minha mão. - Você gosta de velocidade?

   - Sei pilotar... - ele me encarou. - Sério, você me empresta?

   - Novinha... - era o primeiro homem. - Você só pode pilotar aqui se for apostar uma corrida.

   - Ta certo... - falei. - Mas não tenho uma moto.

   - Usa a minha. - Amyr falou. - Confiarei minha Lady Rose a você.

   - Obrigada. - eu falei rindo do nome que ele havia dado a moto.

   - Eu corro contra você, se eu ganhar você será minha por um dia.

   - Venda de corpos? - eu ri. - Eu topo.

   Subi na moto e taquei a bolsa ao menino. 

   - Cuide a Lady Sacola para mim. - ele riu ao entender a irônia. 

   - Vamos? - o outro homem já estava na minha. - Teremos que dar a volta pelo lugar, o primeiro a chegar vence.

   - Obvio.

   Uma das meninas foi para a nossa frente, o cara já acelerava antes de partirmos, assim que a mulher deu a partida ele siau na minha frente, eu ri e acelerei.

    A moto era boa, mas a que Aaron havia me ensinado era muito mais rápida, por um momento percebi que sentia falta do vento em meu rosto. Acelerei o máximo que pude e igualei com o homem que me olhou, assim que cruzei a linha vi o quanto havia me distanciado dele na última curva.

   - Lady Rose. - o menino me jogou a sacola. - Não sabia que uma menina poderia correr assim. Vou querê-la para  aminha equipe.

   - Obrigada. - o homem chegou, todos começaram a rir dele, achei que ele fosse brigar comigo ou algo do genero, porém ele apertou minha mão, eram vulgares porém respeitosos, seguiam bem suas próprias leis, eu estava gostando daquilo.

   - Agora sou todo seu. - ele abriu os braços. - Faça o que quiser comigo, minha senhora.

   - Você está livre. - falei rindo. Ele pareceu se assustar. - Sério, se eu posso fazer o que quiser com você, quero que seja livre e esqueça isso, eu corri para ver se ainda sabia fazer isso, mas já que tive que me apostar para poder lembrar os bons momentos... - eu parei e pensei. - Isso está soando muito certinho, não é?

   - Gostei de você, Ivy. - ele bagunçou meu cabelo. - Espero vê-la amis vezes por aqui.

   - Não sei se ela irá voltar.-  Amyr falou e me olhou. - A Velha ficará nervosa se souber disso.

   - E quem que paga o salario dela? - eu ri. - Relaxa, ela não vai me impedir de vir até aqui.

        -*-*-*-*-*-*-*--*-*-*-*-*--*-*-*-*---*--*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-**-*-*

Dois meses que eu já estava ali, já tinha ido amis duas vezes até o local ilegal de corridas. Era divertido ficar ali, alguns meninos tinham passado a me respeitar...

   Eu estava saindo do colégio quanto o motorista não chegou, ele estava atrasado, era um dos principios do meu pai, se o motorista não sabe seguir horários ele não serve para você.

   - Mas que droga! - eu comecei a voltar andando para casa.

   Alguns meninos me pararam formando uma barreira na minha frente. Eu os olhei.

  - É perigoso andar sozinha por aqui... - um deles me agarrou, eu me soltei e tentei passar por eles. Um outro me agarrou.

  - Ela até que bonitinha, não acham?

  - Me solta. - eu bati nele, os outros me olharam. - Droga!

  Eu comecei a correr. Minhas pernas tinham começado a doer.

  - Volte aqui lindinha. - um deles pegou meu braço, eu me soltei dando um chute nele, outro se aproximou e eu dei um soco. 

  Um deles segurou meus pulsos para trás e o primeiro a se aproximar socou meu estomago me fazendo curvar, outro acertou minha bochecha...

   - Ivy? - eu olhei para quem havia me chamado, era o homem que eu derrubei no primeiro dia na corrida, ele havia se tornado bem próximo a mim e sempre me emprestava a moto. - Ei! - ele se aproximou dos meninos. - Quem vocês acham que são para bater em uma moça? - eles iam bater nele, mas mais duas motos pararam, uma era Amyr e a outra o homem que eu havia vencido, eles desceram das motos.

   - O que vocês têm na cabeça? - o homem perguntou, os meninos correram depois de me jogarem ao chão, fazendo com que eu cortasse minhas mãos.

   Eu me levantei meio bamba, Amyr se aproximou e me escorou pelos ombros.

   - Você está bem? - eu confirmei. - Vamos, eu te dou carona.

   Ele me entregou o capacete que estava usando antes, eu me agarrei a sua cintura... Bruehl, como será que ele estaria agora? Ele provavelmente teria revidado o que aqueles meninos haviam feito comigo, mas lee não estaria em casa, como acontecia na maioria das vezes que eu precisava ser salva, quem teria se metido talvez fosse Isaac... Pirata, como será que ele andava sem minha ajuda.

   Cheguei em casa escoltada pelos outros dois. Fui par ao meu quarto lavar minha mão, Amyr pegou gelo colocou em um saquinho plástico e o levou até meu quarto, ele se sentou ao pé da minha cama enquanto eu segurava o gelo em meu rosto.

   - O que houve? -  a Governanta entrou gritando exageradamente. - O que você fez com ela seu moleque? - ela ia dar um tapa em Amyr quando eu o empurrei com o pé o obrigandoa se deitar na cama, ela me encarou.

   - Não foi culpa dele. - falei me sentando. - O motorista não foi me buscar então tive que voltar sozinha e fui abordada, ele apenas me ajudou.

   - Ora seu...

   - Pare de tratá-lo dessa forma. - eu gritei.

   - E você sua pirralha, vai ficar de castigo, sem ligar a droga desse computador.

   - Você não pode fazer isso.

   - Você duvida?

   - Não se atreveria a fazer isso comigo, sou eu quem te pago, você tem que obedecer a mim e não... - ela deu um tapa em meu rosto, o gelo caiu no chão.

   - Continue falando aprendiz de vadia... Você sabe o quanto eu odeio a sua mãe? Poder me vingar dela com você foi a melhor coisa que me aconteceu, eu não vou perder a aportunidade.

   - Então vai perder o trabalho.

   Eu peguei a minha bolsa e sai da casa, comecei a correr pelas ruas e invadi o local onde ocorriam as corridas, eu escalei o muro e pulei do outro lado. Entrei no galpão e encontrei várias motos estacionadas. Joguei a bolsa em um canto e me deitei usando-a de travesseiro.

    Acordei ouvindo o ronco dos motores enquanto alguém me sacudia. 

    - Ivy... Aqui não é um local para dormir. - Craik, o homem que venci falou gentilmente. - Você está precisando d eum banho, venha vou te levar par a aparte de cima.

   - Obrigada. - eu o segui, ele me indicou o banheiro. - Não quero te ver olhando... - ele riu.

   - Não se preocupe ficarei na porta cuidando para que não etrem aqui.

   Eu me arrumei, ele me emprestou uma roupa que disse pertencer a uma menina que namorou e ela fugiu deixando aquilo para tras, era um vestido rosa tomara que caia muito curto para uma menina alta, mas como sou baixinha ficou em um tamanho aceitavel.

   - Isso parecia bem mais sensual antes. - ele riu ao me ver sair.

   - Hoje terá bom movimento? - perguntei me apoiando no alambrado que tinha.

   - Não muito, é dia de ronda a polícia deve passar por aqui.

   - Hm... Corre o risco de ser preso.

   - Já fui, duas vezes, fugi. Sou procurado, eles pedem muito pela minha cabeça.

   Eu sorri, ele me mostrou as motos mais velozes e eu o expliquei como alguns dos motores funcionavam.

   - Você não aceita me ajudar na oficina? - eu o olhei. - Sério, preciso de alguém que entenda como funciona e não que saiba apenas onde está o problema.

   - Aceito sim. - falei sorrindo. - Mas tenho uma condição... - ele me olhou assustado. - Tenho que morar aqui com você.

   - Ivy, isso eu não posso prometer... - eu o olhei. - Sabe eu sou muito mais velho que você se me pegarem aqui com você sem grau de parentesco irei ser preso.

   - Não se preocupe. - eu sorri. - Posso resolver isso.

   Peguei o novo celular que eu tinha em mãos e liguei para meu irmão, ele pediu apra que eu mandasse todos os meus dados atuais, desde o número do RG até a localização do novo local onde eu moraria. Ele apenas questionou porque não estava na casa que haviam comprado, expliquei rapidamente, ele riu da minha cara, mas aceitou.

   - Pronto, daqui dois dias, você será meu primo.

   - Como isso é possível?

   - Meu irmão é o que cria todas as identidades novas da família, ele falsifica tão perfeitamente que é impossível dizer que não é verdade.

   - Vocês são riquinhos e ainda assim precisam disso?

   - Existe muita coisa por trás de muito dinheiro. - falei sorrindo.

   Após isso ele perguntou porque eu havia saido de casa e queria morar ali, contem para tudo, desde o que passei no sul até o que estava passando agora. Eu havia confiado nele como jamais confiei em alguém antes, afinal ele era fugitivo se me traisse em segundos ele estaria atrás das grades e ele entendia esse risco que corria, assim como eu entendia os riscos que estava correndo a partir daquele momento. Mas eu não me importava com o perigo...

   - Você é uma comédia. - ela falou depois que terminei a minha historia. - a minha vida resumiria em um assassinato e um assalta a mão armada.

   - Assassinato?  -eu perguntei um pouco assutada.

   - Aos dezessete matei meu tio que tentou abusar da minha irmã... Foi um uma faca, eu o esfaquei inteirinho... Entenderam que eu o havia atacado sem motivos e me prenderam, encontrei um grupo que estava tentando fugir, me juntei a eles e fugi, pouco depois assaltei um shopping, uma loja de jóias, eu portava uma arma das grandes, tinha grande poder em minhas mãos. Porém nos pegaram, cercaram o local, eu fui o único que consegui fugir. E agora estou aqui, ganhando dinehiro de forma errada...

   - Sinto muito por tudo isso. - falei com meu rosto apoiado nos braços.

   - Não precisa, isso é o que terei para contar para meus filhos, "As Aventuras de Craik" - eu ri da forma com que ele falou.

    Aos poucos o movimento no local foi almentando, o pessoal que entrava me cumprimentava, Craik dizia que eu era sua nova empregada, eu ria quando ele dizia, porque falava como se fosse algo grande, mas não era, eu apenas estava ali para fugir do meu problema, mas eu tinha medo de trazer problemas para ele.

   - Ganhamos bastante desde que você chegou aqui. - Craik me abraçou, estavamos suados, eu usava um macacão cheio de graxa. - A princesa se tornou uma plebéia.

   - Hey! - eu ri. - Ainda tenho minhas boas maneiras guardadas.

   - O melhor, ou pelo menos eu vejo como o melhor. - Você está conseguindo mater-se no colégio e aqui, eles nem fazem ideia de que você não está mais vivendo como a rainha da Inglaterra.

   - Não gosto de vê-la aqui. - Amyr falou enquanto terminava de limpar a moto.

   - Não se preocupe. - eu ri. - Eu estou bem melhor aqui do que lá. - ele sorriu e me abraçou. - Hoje eu vou correr.

   - Já faz um tempinho que você não corre que apenas auxilia as equipes. - Braik falou me olhando. - Irei te ajudar dessa vez. Mas vá lá se arrumar.

  Corri para o banheiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não vai durar muito então por favor não se apeguem as personagens, falo isso porque já adorei o Craik, mesmo sabendo que não irá longe essa relação. Acho que isso foi um spoiler, mas enfim...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mein Teil" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.