The Simple Plan escrita por Tamiris Vitória
Parece que foi ontem que conheci Eric e que bati em Eduardo pela primeira vez... É, o tempo passa rápido. Hoje, faz exatamente 3 meses que os dois chegarão à escola, nesse tempo, eu esperei mais ansiosa do que nunca por um pedido romântico de namoro, mas ele não veio, é, não veio. E algo em mim dizia que Eduardo estava certo, eu estava vendo no que meu Eric estava se transformando, e aquilo me assustava demais.
Ele não andava mais com Tiago e Breno depois que entrara para o time de handebol da escola, time esse que só anda os mais babacas da escola, os que se sentem a passatempo da prateleira e não são bosta alguma.
E nesse tempo, eu sempre sentia que Eduardo queria falar comigo, até mesmo quando ficávamos naquela guerrinha particular de ver quem ganhava na disputa do encara-encara. E eu sempre ganhava (pelo menos em alguma coisa), pois ele baixava a cabeça e sorria. O sorriso dele é lindo, e muitas vezes me deixa hipnotizada.
- Paolla! - Breno entrou na sala e sentou-se em seu lugar de costume. Eu estava escrevendo uma música. – Mano... O que aconteceu com o Eric?
- Boa pergunta. - suspirei. – Mais por quê?
- Nossa velho, ele deu mó queimada no Tiago. Foi chato.
- Por quê? O que aconteceu?
Porra, sempre soube que devia participar mais vezes do intervalo. Breno cruzou os braços.
- Tava eu e o Tiago conversando e pá, agente tava pensando em ir a praia dar altos mergulhos, ai ele pegou e falou – mano, vamos chamar o Eric? Eu fiquei meio assim, o cara ta mó afastado da gente, mas concordei, fomos lá na mesa dos viadões do Handebol e Eric estava lá, eu dei o papo no mano e ele disse todo arrogante – Não perco meu tempo indo a praia com vocês.
Nem respondi nada, apenas me levantei e fui até o pátio principal, indo diretamente a mesa do time de Handebol.
- Uh, olha se não é a esquisitinha. - Jaqueline, a vadia namorada do Michel, disse.
- Esquisitinha só se eu tivesse esse cabelo preto, feio e escorrido. - rebati, olhando para Eric, ele me fitava com a expressão de tédio. – Quero falar com você.
- Sobre? - a rispidez de sua voz me deu vontade de chorar.
- Eric, eu preciso falar com você a sós.
- To ocupado, não ta vendo?
- Eu acho bom você se levantar.
- Olha... - Michel murmurou, rindo com deboche. – Comandado mesmo hein, Eric?
Os outros cinco que estavam na mesa também riram, tive vontade de mandar todos se foderem.
Eric se levantou e fomos até o corredor do primeiro ano, onde, todo o meu mundo desabou, literalmente.
- O que é? - perguntou, cruzando os braços e virando o boné que usava. Ele estava lindo hoje, nem tive tempo de reparar nele, já que eu mal o vi.
- Primeiro: qual é a sua, cara? Porque dar queimada no Tiago? O que ele fez pra você?
- Eu não dei queimada nele! E que baitolice é esse de ir contar pra você? O que eles acham que nós somos namorados?
Respirei fundo, e senti meus olhos lacrimejarem, Eric nunca tinha me tratado com tanta rispidez.
- É o que deveríamos ser. - respondi, baixando a cabeça. – O que aconteceu com o Eric que eu me apaixonei?
Ele riu, amargo.
- Enjoou de uma chata que não desgrudava de seu pé.
Aquilo foi à gota d’água.
- Então é isso que você pensa de mim? - ele saiu andando e me dando as costas. Todas às pessoas que passavam ali olhavam para nós. – ERIC, NÃO ME DE AS COSTAS!
E a escola toda parou.
- Garota, sai da minha bota, eu cansei de você e daqueles dois! - Tiago se aproximou e eu nem o vi. Eu apenas encarava Eric, não acreditando no que eu ouvia. – Chega! Foi um erro me envolver com você, deixar você mandar e comandar a minha vida, eu só tenho 17 anos, mas com você pareço ter 30! Já me disseram que eu estou com 21, se ficarmos mais um ano dirão o que?
- Eric, olha...! –tentei por algum motivo ridículo faze-lo voltar a ser o mesmo por quem me apaixonei. Ele só podia estar possuído de algum espírito, não era possível alguém mudar tanto. – Eu te amo!
“Fraqueza, fraqueza, fraqueza” - meu consciente gritou. E eu ignorei, era tarde demais.
- Ah é? Obrigado.
E assim terminou o meu lance com Eric Mendes.
Tiago me abraçou forte, enquanto Eric me dava às costas, pra sempre.
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