Depois de deixar a Lindsay no aeroporto, fui para o trabalho. Jenni e Sean já estavam na escola junto aos primos.

          Um lado de mim, está feliz e o outro assustado por uma série de motivos. Porém o principal é a minha relação com a Lindsay. Não temos uma relação sexual há muito tempo. Mas não me refiro apenas ao sexo, mas não temos tempo um para o outro. Ela sempre, toda noite, diz que me ama. Será que só o amor basta?!... 

          Cheguei ao trabalho quase meia hora mais cedo. Fui a sala do Téo e o cumprimentei como faço todos os dias e em seguida fui ao camarim colocar o figurino. Quando entrei Donika terminava de se vestir. Ela colocava seu blazer, vi seu sutiã vermelho provocante. 

        -Ah, desculpa Robbie... É que você chegou cedo. -Ela se desculpou. 

        -Não, está tudo bem. -Tranquilizei-a. -Vem sempre cedo? 

       -As vezes, acordo sem o despertador e não consigo voltar a dormir. Então venho mais cedo. -Explicou Donika. 

        -Gostaria de ensaiar o texto comigo? -Perguntei trocando de roupa pelo figurino. 

      -Eu adoraria. -Donika sentou ao meu lado no sofá. 

       Peguei o texto e li em voz alta as notícias do Rio. Alguns presos, pessoas mortas e as manifestações que fizeram efeito na constiuição. Donika era outra pessoa comparando com aquela terrível vez em que tentou me assediar. 

         Gravamos o jornal para a noite, saiu perfeito. Eramos nada! Pareciamos o super-homem e a mulher-maravilhava da televisão. 

          -Nossa, hoje foi incrível! -Vibrou Donika alegre ao entrar no camarim. Eu a seguia. -Devíamos treinar assim. 

          -É mesmo. -Peguei as chaves, carteira... -Agora eu tenho que ir buscar meus filhos. 

         -Ah, sim. -Ela afirmou. -Tchau. 

       E Donika se despediu com um beijo na bochecha. Fui a garagem, dei a ignição e fui até a escola de Jenni, Sean e dos meus filhos. Zoe hoje aprendeu muito. Estou tão orgulhoso da minha filha! 

       Ela aprendeu a andar melhor, seu vocabulário já estava um pouco desenvolvido. Sean disse que ela li tão bem quanto Felipe. Essas notícias que fazem meu dia ainda melhor. Pet, como era mais novo, ainda estava em processo de seus aprendizados mas era esperto também. 

          Quando chegamos em casa, todos logo sairam e foram para seus quartos. Percebi que Petrecky aprendeu definitivamente a andar, entretanto, para subir as escadas era preciso uma ajudinha e Jenni sempre a ajudava. 

        Subi direto ao meu quarto e tudo me lembrava a Lindsay. Saudade da época em que ela trabalhava e voltava para casa, e terminavamos o dia com um sexo caloroso. Porém, isso não acontece. Há muito tempo não lembro de ter minha esposa em casa. Sinto falta dela, nossos filhos também e isso me corroi por dentro. Sei que ela não tem culpa, mas parece que o trabalho é mais importante do que a família. 

         Tentei dormir para relaxar as ideias e o que posso fazer em relação a falta da Melzinha. Morar com ela? As crianças sem educação? Levar o Sean a vida que ele tinha? Lutei muito e estudei muito também para conseguir o meu emprego de hoje. E esse é o meu sonho. 

        Os messes se passaram. Uns três ou quatro. Na maioria Lindsay ficou fora. Durante esse período, Donika e eu nos tornamos grandes amigos. No intervalo de cada mês ela vinham nos ver, mas ficava apenas dois dias. Lind quis ficar com os filhos; passeamos, Felipe aprendeu a andar de bicicleta, Zoe aprender a andar de patins; fomos ao zoológico, museus... Foi até legal, porém e a minha esposa? E a nossa vida de casado?

           Hoje, era uma sexta-feira, Lindsay voltaria de outra "turnê" da moda. Sinto orgulho em dizer que ela é a mãe dos meus filhos e o amor da minha vida. Mas será que ela ainda é a minha esposa? Minha mulher?

  

         POV LINDSAY

          Sai em capas de revistas, fiz ensaios de marcas famosas, desfilei em outras marcas em que jamais pensaria. E sim, eram aquelas roupas  meio esquisitas. Mas quem liga? Wow, sou um TopModel! Mike diz que meu futuro pode ser ainda mais fabuloso e brilhante sendo uma Angel... Imagina como seria trabalhar para a Victória Secrets? OMG amo!

         Desembarquei do Canadá ao Rio, apenas o Robbie estava lá para me buscar. 

        -Cadê todos? -Perguntei curiosa. 

         -Felipe foi passar o final de semana na casa de um amigo; Jenni e Sean foram no cinema com Ros, Pet e Zoe ver Meu Malvado Favorito  Dois. -Explicou Rob. -Mas de certa forma foi bom eles não estarem aqui. Lindsay, precisamos conversar. 

         -Ah, meu Deus... O que aconteceu? -Deixei as malas cairem.

         -Vamos tomar um café? -Docinho pegou minha mala e foi andando até uma lanchonete que tem no final do desembarque. 

          O tom de voz dele parecia sério. Será que é algo ruim? Meu coração está assustado. 

         Rob pediu dois cafés espressos

         -O que aconteceu? -Perguntei com o coração na boca. 

         -Vou ser direto... Qual é a sua? -Perguntou Robbie. -Você só viaja, mal fica em casa e quando fica é dois dias ou um! Quero minha esposa de volta e ter uma relação de verdade! Nem parece que somos casados!... Responde. 

            -Não sei o que dizer. -Gaguejei. -Esse é o meu trabalho e não tem como mudar. 

           -Não vai mudar? Vai continuar essa merda de vida? -Ele começou a chorar. -Eu te amo, porém continuar assim... Não dá Melzinha. 

             -Então você quer se separar? -Perguntei deixando lágrimas rolarem.

           -Pensei muito e acho que apenas essa seria a solução correta. -Ele chorava, seus olhos estavam vermelhos e inchados. Parece que ele ficou a tarde e a noite chorando, parou mas voltou agora. -Mas não quero abrir mão do meu trabalho. 

            -Nenhum de nós quer. -Pensei alto. -Mas e nossos filhos? E Jennifer e Sean? 

           -São quatro crianças; duas para você e duas para mim . Jenni e Sean ficam com você, a guarda é sua. -Constatou Rob secando as lágrimas. -Desculpa. 

          -Você ainda me ama? -Perguntei preocupada, as lágrimas em nós dois caiam e pingavam nas roupas.

           Robbie não respondeu minha pergunta.

         -Estou esperando no carro. –Rob avisou pegando as malas.

Ele se levantou e levou-as até o carro e deixou-me ali na lanchonete.

Separação? 

       Como assim? O amor é tudo, sem eles não vivemos e sem o Robbie eu não vou viver. Será que ele ainda me ama? Temos vinte e três (eu) e vinte quatro (Rob); Felipe tem sete; Zoe seis e meio; Rosie quatro; Petrecky dois. Como iriamos dividir? Alguém perguntou como eu me sinto em relação a separação?

         Quando minha mãe era viva, e meu pai morava com ela, ou seja, muito tempo atrás; lembro que maravilhoso. Entretanto, assim que ele saiu, consideramos como um separação. Foi uma época muito difícil pois minha mamãe ainda o amava e tinha duas filhas para criar sem a essência paterna.

         Levantei do banco e fui até o estacionamento do aeroporto. O carro já estava aqui na frente e quem dirigia era o docinho, acho melhor não chama-lo mais assim... o Robbie.

         O pior é que ainda o amo.

         Entrei no carro e sentei no banco do carona.

         -Temos uma história. –Lembrei. –Isso não conta?

         -Mas e o agora? Não conta também? –Perguntou Robbie chorando mais do que eu, seus olhos pareciam bolas de fogo. –Você não fica em casa! Faz diferença do casamento?

         -Então, é a separação que você quer? –Perguntei já revoltada.

         -Sim. –Ele secou os olhos.

         -Então é separação que você vai ter. –Tentei não chorar. –Vai para casa, vou pegar minhas malas.

         Robbie deu a ignição e pegamos o caminho de casa, ou melhor, a casa seria de quem?

         -Quem vai ficar com a casa? –Perguntei quebrando o barulho de choro.

         -Posso ficar? Amo aquele lugar. –Respondeu Rob, finalmente vi um sorriso em seu rosto. Mas logo saiu quando ele se deu conta do que estava aconteceu.

         -Pode. –Disse seca. –Acho que vou morar no exterior.

         Rob olhou assustado para mim.

         -Exterior? Como? Por quê? –Ele ficou nervoso.

         -Ficará mais fácil para o meu trabalho. –Se ele não ceder, eu não vou ceder! –Escolho ficar com Rosie e Petrecky.

         -Tudo bem, não ia abrir mão da Zoe. –Confessou Robbie. –Mas Jennifer e Sean vão ficar com você.

         -Concordo. –Tentei falar o mínimo possível. –Ah, sabe de um segredo?

         -Que segredo? –Ele pareceu surpreso.

         -Eles transaram. –Ri. –Eu deixei, Jenni perdeu a virgindade com o Sean.

         Robbie quase bateu o carro de tanto susto. Jennifer e Sean eram outros filhos para ele. E provavelmente Rob será o tipo de pai que é rigoroso e nada flexível com os filhos.

         -Você o que? Deixou isso? –Ele tentou ficar calmo. –Eles são muito novos!

         -Não há idade para amar. –Falei direto, sem pensar.

         E com isso, Rob guardou a raiva dentro de si durante o resto do caminho. Não consigo entender, como ele pensou em isso tudo? Robbie nunca pareceu infeliz perto de mim. Há quanto tempo ele pensava em se separar?

         -E o Greg, fica com quem? –Perguntou ele quando o carro chegou na garagem. –Eu queria ele.

         -Pode ficar. –Eu estava morrendo por dentro. Ele vai ficar com o cachorro?

         Sai do carro e entrei em casa, cumprimentei meus filhos que estavam na sala e subi ao quarto de Jennifer e Sean.

         Quando abri a porta, vejo Jenni lendo um livro grosso e ouço o barulho do chuveiro, Sean estava no banho.

         -Lind... O que aconteceu? –Perguntou Jennifer vendo meus olhos pretos porque o rímel que usei não era aprova d’água. O gloss rosa claro da MAC ficou em todo o meu rosto.

         -O Robbie, ele... –Abracei ela, Jenni deixou o livro de lado e deu atenção a mim. Mesmo com uma imensa diferença de idade, nos dávamos bem e nos entendíamos como ninguém!

         -Pode chorar, coloca tudo para fora e só depois conta. –Ela acariciava minhas costas.

         Depois de uns minutos assim, o Sean saiu de toalha na cintura, sim ele tinha um tanquinho, mas nada se compara ao do Robbie. Ah, Robbieeeeee!

         Jennifer fez sinal para ele voltar ao banheiro e não voltar tão cedo.

         Quando finalmente parei de chorar, sequei meus olhos com minha própria blusa. Nesse momento as roupas não interseção.

         -Tá ok, agora me diz o que aconteceu. –Jenni segurou meus ombros e olhou fundo em meus olhos castanhos.

         Nós temos a mesma cor de castanho mel claro.

         -Irmã, o Robbie quer se separar. –Lembrei deixando umas lágrimas caírem, meu rímel foi para a puta que pariu, senti ele escorrendo.

         -Como? –Ela perguntou completamente assustada, como eu estava quando soube. –Mas Lind... Vocês são um casal modelo de amor! Nunca vi alguém tão apaixonada com vocês dois. Por que ele escolheu isso?

         -Rob diz que não fico muito em casa, não do atenção a vocês e aos meus filhos. O argumento dele foi: “você mal fica em casa e quando fica; é apenas um final de semana. Mal vê seus filhos, Jenni e Sean. Irá fazer diferença se formos separados?”. –Lembrei de cada palavra. –Porém eu o amo, não queria que isso tivesse acontecido! Se eu pudesse voltar no tempo e dizer não ao Mike naquela noite quando ele me deu seu cartão... Nada disso teria acontecido. –E as lágrimas caiam. –Entretanto, agora que sou famosa no exterior e tenho uma carreira sólida, não quero deixar tudo para trás, lutei tanto. E o mesmo o Robbie, ele não quer deixar o emprego.

         -E como tudo ficou resolvido? –Perguntou Jenni ainda chocada.

-Rob vai ficar com essa casa; com a guarda de Felipe, Zoe e Greg. Vou morar no exterior com Rosie, Pet, Sean e você. –Bufei. –Ainda não sei como isso está acontecendo.

-Já foram no tribunal? Alguém tem que pedir a separação. –Lembrou Jenni.

-Acho que vou ligar para o Zé, ele é o único que pode me ajudar agora. –Refleti com dor nos olhos de tanto chorar.

-Tome um banho também. –Pediu Jennifer. –Vai fazer bem.

Assenti com carinho, beijei sua testa e fui ao meu quarto.

Lá encontrei o Rob com seu celular na mão.

Sua expressão era a mesma da minha: tristeza, medo, incompreensão, amor.

-Acabei de ligar para o Zè. –Ele afirmou. –Pedi para sair o divórcio.

-Eu ia fazer isso. –Confessei.

-Quis poupar sua cabeça... Já sabe onde vai morar? –Perguntou Robbie tentando ficar sério.

-Acho que na França, é um lugar lindo. –Pensei alto.

-Mas você não sabe francês! –Rob riu.

-Sei lá, faço mimica! –Fiz uns movimentos e nós dois rimos. Mas paramos quando paramos para pensar em qual era o assunto: a nossa separação. –Vou tomar um banho... Quando Zé vem?

-Ele vem ainda hoje, daqui a uma meia hora. –Lembrou Rob. –Dará tempo para seu banho.

Assenti e fui para o banheiro. Uma boa ducha não seria má ideia, e o chuveiro é um bom lugar para você chorar; já que ninguém vai saber a diferença entre as lágrimas ou umas gotas de água.

POV JENNIFER

Fiquei chocada! Robbie e Lindsay não podem se separar, eles foram feitos um para outro e isso ninguém pode negar. O amor que eles possuem é único e só aparece uma vez na vida e se tiver sorte. Encontrei o Sean e ninguém irá me afastar dele.

Minha irmã está muito abatida com toda essa mudança, sei que Rob ainda a ama, porém seu trabalho consome muito tempo. A química que os dois têm, os olhares conectados e os beijos cheios de paixão. E a grande prova de amor são os quatro filhos.

Levantei da cama e fui ao banheiro avisar ao Sean que ele já podia sair.

Batia na porta e entrei.

-Oi. –Ele estava sentado no vaso sanitário e ainda usava a toalha em volta da cintura. –O que aconteceu Jenni?

-Você nem vai acreditar. –Suspirei encostando na divisão da porta do banheiro com o quarto. –Rob quer se separar.

-Como?! –Perguntou Sean engasgando. –Não posso ter ficado muito tempo com essa família mas sei o como eles se ama. Isso é verdade? Tem certeza?

-Lindsay jamais brincaria com isso, ela odeia casais separados e nunca ficaria longe do Robbie. –Pensei. –A questão é: eles vão se separar. Nós vamos morar com ela no exterior, junto a Rosie e Petrecky.

-Ele vai ficar com o Felipe, Zoe e Greg. –Afirmei. –E provavelmente com essa casa.

-Ah, que pena. –Sean confessou. –Odeio ver casais separados.

-Bom, troca de roupa. –Pedi. –Vou ver minha irmã e já volto.

Sai do banheiro e sai do quarto, fui até a sala onde a Lindsay chorava e assistia Bob Esponja na Nick. Ela enxugava as lágrimas em um lenço bordado com o seu nome que a mamãe deu-lhe de natal; Lind tinha dez anos quando recebeu. Também ganhei um, mas perdi quando levei a praia.

-Mana, tudo bem? –Perguntei sentando ao seu lado no grande sofá branco de couro clássico. –Se sente melhor?

Lind não respondia apenas chorava, soluçava e meio que esperneava baixinho. Perder o grande amor é um tormento, achar é difícil. Ela e Robbie se conhecem como se um mecânico conhece o carro.

-Eu o amo, amo muito. –Ela lembrava das noites felizes. –Quero ele!

-Lindsay, calma. –Abracei ela na tentativa de manter tudo em ordem. Seus olhos vermelhos, não paravam de derramar água. E suas lágrimas eram de dor. A dor do amor.

POV ROBBIE

Na escada, no topo do segundo andar, eu via as duas irmãs. Lind estava muito mal, ela ainda me ama e ainda a amo muito, com todo o meu coração. Mas quero que ela viva sua vida e seja feliz. E sua família devia fazer parte disse. Não é mesmo?

Lindsay é tudo para mim, entretanto, ela tem que estar ao meu lado. Sei que seu trabalho não e difícil e o meu também, mas tenho sonhos e lutei tanto... Ah, como seria bom poder voltar ao tempo e refazer isso tudo.

As irmãs estavam abraçadas, ouvi a campainha tocar e desci a escada. Tentei fingir que Lind e Jenni estavam ali. Mas Lindsay olhava para mim com ódio e amor ao mesmo tempo, sei que ela me ama; também a amo, porém não aguento mais.

-Olá Zé. –Abracei  o gentil policial civil. –Entre... Quer comer ou beber algo?

-Não obrigada. –Ele respondeu. –Pelo seu tom de voz aconteceu algo horrível, o que foi?

Nesse instante, Lind se levantou do sofá e veio em nossa direção. Seus olhos estavam vermelhos e molhados, em sua mão havia um lenço úmido.

-Robbie pediu a separação. –Ela foi direta. –Queremos saber como pedimos o divórcio.

-Isso é sério? –Perguntou Zé quase rindo, ele parecia estar muito surpreso. –Vocês se ama e não é por causa uma briguinha que vão se separar.

-Não foi por causa de uma “briguinha”. –Afirmei. –Lindsay mal para em casa, não da atenção aos filhos, nem a irmã e nem a mim. Sei que ela ama todos, mas seu trabalho consome muito tempo e não aguento mais.

Ninguém sabia o que falar. Jennifer assistia a tudo sentado no sofá, ela parecia que estava preocupada com a irmã que voltou a chorar.

-Se é assim eu não posso fazer nada. –Zé refletiu olhando para o chão branco de cerâmica da sala. –Vocês tem que separar os bens, conversem entre si e decidem a questão de paternidade dos filhos. Tem a casa também, os carros...

-Já decidimos isso. –Lindsay o interrompeu. –Temos que marcar uma audiência com um juiz?

-Exato. –Respondeu Zé calmo. –Quer que eu marque?

-O mais rápido possível. –Respondi frio. Parece que Lind nem me ama como antigamente.

-Tenho para daqui a um dia, serve? –Perguntou o policial lembrando do calendário de divórcios que há na sua sala.

-Perfeito. –Respondi aliviado. –Obrigada Zé e qualquer coisa me avise.

-Pode deixar. –Ela beijou as bochechas de Lindsay e apertou minha mão. –Boa sorte.

Vimos o Zé sair pela porta. O que faríamos agora?

-Acho que vou começar a juntar as minhas coisas... Você me ajuda Jenni?-Perguntou Lind subindo as escadas.

-Claro. –ela nem olhou para mim, segui a irmã e no topo da escada as duas se abraçaram bem forte. Lind começou a chorar e Jenni tentou deixa-la mais feliz.

Agora era definitivo: meu casamento com a Lindsay acabou. A decisão foi minha e não da para voltar traz. Estou morrendo por dentro, a amo mas ela só trabalha!

Fui até a cozinha e peguei uma maçã, sentei para comer.

POV JENNIFER

Como o Robbie pode ser tão frio com a minha irmã? Ela só chora, come nada e nem conseguiu dormir bem essa noite. Ajudei Lindsay a arrumar suas coisas. Como ela tem bastante mala por causa do trabalho, coube a maioria das suas roupas, sapatos e trecos.

Talvez ela fosse precisar de mais uma viagem para buscar as coisas.

Tentei dizer a Lind como Rob ainda a amava, entretanto, não sei como continuar se ele pediu a separação, por quê?

Voltei ao meu quarto onde Sean já dormia usando apenas uma boxer vermelha e muito tentadora. Coloquei meu pijama e deitei para descansar as ideias e pensar em como ajudar minha irmã nessa época tão difícil.

POV LINDSAY

Terminei de arrumar minhas malas com a Jennifer e ela voltou para seu quarto. Como ficaria a vida agora? Onde eu iria ficar? E dormir na mesma cama do homem que quer a nossa separação?

Coloquei as malas perto da porta e sentei na cama, em seguida, Robbie entrou no quarto. Seus olhos tão vermelhos quanto os meus, seu expressão de medo e terror deixava o quarto e toda a casa triste.

-Vou dormir no sofá hoje, pode deitar na cama. –Ele andou até a cama, pegou um travesseiro e saiu.

Ótimo, por um dia sei onde vou dormir.

Mãe que falta você faz... Não sei a quem pedir ajuda. Mas uma luz saiu da minha cabeça agora.

-------------------------ligação on-----------------------------------

-Alô?-Perguntou Mike com uma voz cansada.

-Mi... Mike, me ajuda. –Pedi com a voz trêmula. Olhei para os lados para ter certeza de que o Rob não estava ali.

-O que aconteceu? –Perguntou Mike assustado.

-O Robbie pediu a separação... Não sei o que vai ser de mim. Já combinamos tudo; quem irá ficar com a casa, com os filhos e o Greg. Vou morar no exterior, acho que na França. –Solucei. – Queria a sua ajuda.

-Minha querida... Por que ele pediu o divórcio? –Perguntou Mike preocupado.

-Não sei. –Não quis contar para o Mike não se sentir muito culpado, já que é ele quem marca e planeja todas as viagens. –Me ajuda?

-Claro! No lugar onde você vai morar, acho melhor que seja nos Estados Unidos. Porque lá é onde tem mais oportunidades, principalmente nem Nova Iorque. –Lembrou Mi (esse é o apelido de Mike). –A questão de separação de bens e tudo mais, vou falar com um advogado que é meu amigo. Porém isso só poderei falar amanhã.

-Não importa, muito obrigada Mike, obrigada. –Senti-me mais aliviada. –Podemos nos encontrar amanhã?

-Sim, venha ao meu escritório ás dez. –Ele respondeu. –Desejo uma vida boa a você.

-Brigada Mi, boa noite. –Despedi-me dele.

-Tchau. –Desligamos.

------------------------ligação off-----------------------------------

Será que aquilo tudo não seria apenas um sonho? Não estou dormindo? Deitei na cama e lembrei que eu estava me separando do Robbie e que em algumas semanas, ou dias, eu não seria mais sua esposa e sim uma mulher que apenas teve filhos com ele. Será que ele ainda me ama? Assim como o amo? Daria minha vida ao Robbie, mas não tenho certeza se ele fosse fazer o mesmo quando o assunto fosse eu.

Fechei meus olhos na esperança de aquilo tudo ser apenas um sonho e acordar ao lado do meu amor. Porém... Todos sabem que isso não iria mais voltar.