Quinn P.O.V

Dor de cabeça é pouco pra sensação que eu estou sentindo agora. Minha cabeça dói, meu corpo todo dói e sinceramente eu não faço a menor ideia de onde eu estou no momento ou o que aconteceu comigo.

Demorou alguns segundos para que eu pudesse me levantar e focalizar o ambiente. Eu estou em um quarto que parece ser o de um hotel? Me viro na cama e vejo meu indefinido ao meu lado, nu assim como eu.

_ Puck- chamo balançando seu braço e ele ergue a cabeça grogue.

_ O que? – ele pergunta com aquela cara de sono fofa. Calma Quinnie, não é hora pra isso. Concentração! 

_ Você faz ideia de onde a gente tá? Ou do que aconteceu? – pergunto.

Ele fica em silêncio por alguns minutos, aparentemente tentando se lembrar, antes de finalmente responder:

_ Pra falar a verdade, eu to meio confuso... A última lembrança clara que eu tenho é do Sr. Schue me ligando para avisar que meu meio irmão estava no McKinley. – relatou ele – Depois disso é tudo meio embaralhado.

_ Foi no dia em que fomos ver a Beth. – lembrei – Você se atrasou porque estava em Ohio. Nós jantamos com ela e Shelby e depois...

_ Depois eu te levei para New Heaven e nós transamos. – lembrou ele – Eu fiquei lá por algumas semanas até nós conversarmos e eu voltar para Ohio, porque você queria que eu tentasse achar algo para o meu futuro.

_ Isso, e depois nós fomos juntos assistir a estreia do musical do ano, Wicked. – finalizei – Então acho que estamos em Ohio, certo?

_ É... Eu conheço esse hotel. – concordou ele – Fugia para cá quando brigava com a minha mãe.

_ Mas porque essa sensação estranha? Nossas lembranças meio bagunçadas? – perguntei confusa – Será que fomos dopados?

_ Acho que saímos depois da peça. – arriscou Puck – Devemos ter exagerado um pouquinho na dose e agora estamos meio lesos.

Concordei levemente, ainda sentido a cabeça meio pesada. Procurei minhas roupas e vi que minha mochila estava ali. Ótimo, preciso mesmo de um bom banho.

Puck P.O.V

Enquanto encarava Quinn caminhar até o banheiro em meio a minha ressaca, o sentimento que me tomava nas últimas semanas novamente se manifestou. Quinn é a mulher da minha vida, sempre foi. Eu não posso mais ficar longe dela, simplesmente não consigo.

_ Tá tudo bem indefinido?- ela pergunta rindo ligando o chuveiro e eu me levanto, caminhando até lá e vendo-a começar a se banhar.

_ Você sabe que eu não gosto quando você me chama de indefinido né? – pergunto encostado ao batente da porta e ela ri, começando a ensaboar os cabelos.

_ Sei, mas gosto de te provocar. – riu ela, mas antes que eu pudesse retrucar o celular tocou – Atende pra mim.

Concordei indo até o aparelho e vendo que era Shelby.

_ Oi Shelby. – cumprimentei em voz alta para Quinn ouvir – Sim, nós ainda estamos em Ohio... Você veio visitar sua mãe? Claro, sem problemas. Meia hora e estamos ai. Até.

_ O que foi? – perguntou Quinn saindo do banheiro enrolada na toalha.

_ Shelby está na cidade desde ontem para ver a mãe, e parece que a velha quer levá-la para um daqueles programas super divertidos, só que ao contrário. Ela quer saber se podemos ficar com a pequena. – expliquei e vi o rosto de Quinn se iluminar.

_E o que você está esperando para vestir suas roupas? – ela quase gritou, correndo até as próprias roupas. Eita ressaca que cura rápido.

Minha picape estava no estacionamento, então acertamos a conta e saímos em direção a casa da sra. Corcoran. Lá chegando, Beth estava com o rosto grudado no vidro da sala, esperando ansiosa.

_ Ai está minha cara de macaco. – brinquei enquanto ela se jogava sobre mim rindo – Sentiu saudades.

_ Siiiiim. – ela gritou rindo e Quinn se aproximou.

_ E a mamãe? – perguntou enquanto eu punha nossa filha no chão. Ela correu até Quinn, mas minha loira bambeou na hora de pegá-la.

_ Q, tudo bem? – me preocupei, enquanto Beth a encarava com o mesmo semblante.

_ Só uma tontura. – garantiu ela – Acho que é fome... Que tal irmos tomar um café da manhã bem gostoso?

_ Com donuts e muffins? – perguntou maravilhada e a mãe sorriu concordando.

_ Só não vá exagerar mocinha. – instruiu Shelby em tom de riso, se aproximando com a mochila dela – Eu pego ela no fim da tarde, pode ser?

_ Claro, só ligue para saber onde estaremos. – pedi e ela concordou, beijando o rosto da pequena e voltando para sua casa – Vamos então mulheres da minha vida?

Na padaria, Beth logo caiu na área de brinquedos, esquecendo-se da comida. Eu e Quinn ficamos na mesa, beliscando uma coisa ou outra, enquanto a observávamos. Após um tempo, achei bom trazer um assunto de volta à tona.

_ Sabe, eu acho que ta na hora de você parar de me chamar de indefinido e começar a me chamar de namorado, ou noivo... – ela mordeu o lábio ao ouvir isso.

_ Namorado ou noivo? Nós já conversamos sobre isso Noah, e sabemos que não damos muito certo sendo namorados. Mas como indefinidos tá tudo dando tão certo...

_ Você disse isso, só aceitei, mas não concordei. Olha, quando a gente namorou antes da Beth nascer eu era imaturo e você também. Depois disso a gente cresceu, agora somos pais de verdade... – lembrei a ela pegando sua mão – Eu te amo e quero muito mais do que ser somente seu indefinido... Vamos tentar de novo Quinn, vamos dar uma chance pra nós dois.

Os olhos dela marejaram e ela apertou mais minha mão.

_ Mas e se não der certo de novo? E se a gente se magoar de novo? – ela perguntou nervosa – Eu não quero ficar mais três anos sem conseguir falar com você. E como você disse, agora nós temos uma filha para valer, não vai ser bom pra ela se isso acontecer. Talvez seja melhor pra ela a gente esperar mais um tempo até tentar de novo.

_ Quinn, uma hora ou outra vamos ter que arriscar. – eu lembrei a ela – Como amigos não damos certo, nossa energia sexual é muito forte. – ela revirou os olhos e eu ri de canto – E como indefinidos... Bem, vai me dizer que nós não já agimos como um casal?

_ Mas, como nós vamos manter um relacionamento a distância? – perguntou ela e dessa vez eu mordi o lábio.

_ Bom, eu não te contei mas... Eu entrei em Yale. – admiti e ela me olhou espantada – Consegui uma bolsa de estudos em engenharia. Só não pergunte como, é uma longa história.

_ Então você está indo para New Heaven? – ela se maravilhou e eu concordei.

_ Começo no segundo semestre, mas se você quiser vou para lá hoje com você e não saio mais. – prometi e ela riu.

_ Ainda não acredito que você conseguiu entrar em Yale. – ela disse com um sorriso orgulhoso.

_ Eu quero ser alguém de que você possa ter orgulho Quinn, você e a Beth. – garanti olhando nossa filha – E é claro, os outros que nós teremos.

_ Tá me chamando de parideira? – ela brincou e nós rimos – Eu já tenho orgulho de você Noah, mais do que você pode imaginar.

_ Então aceita passar de indefinidos para namorados? – perguntei e ela riu, concordando com a cabeça e me dando um beijo.

_ Te amo sabia? – sussurra ela e eu concordo.

_ Eu também te amo.

_ E eu amo votes. – grita Beth se jogando no meu colo e fazendo nós dois rirmos – Olha, eles tem meleta. – ela diz estendendo aqueles geleinhas infantis que tem um cheiro forte e horrível. Assim que Quinn detecta o odor, coloca a mão sobre a boca e assume uma tonalidade verde.

_ Quinn? – pergunto vendo Beth se assustar.

_ Enjoo. – é só o que ela diz antes de sair em disparada para o banheiro. Er... Acho que não vai demorar muito para eu ter mais alguém para amar.

Finn P.O.V

Acordei em um quarto de hotel e, apesar de não me lembrar de muita coisa, podia sentir o perfume da minha estrela espalhado pelo quarto. Me virei na cama para abraça-la e encontrei somente um bilhete:

"Finn me desculpa sair sem avisar, precisei voltar pra NY para resolver algumas coisas, prometo que conversamos assim que eu voltar. Te amo."

Estava assinado o nome dela e a tradicional estrela. Antes que eu pudesse sequer assimilar, já estava me vestindo, enquanto pendurava o celular na orelha e ligava para o aeroporto mais próximo.

_ Por favor, o primeiro voo para Nova York. – pedi e a atendente começou as perguntas sobre o cartão de crédito, que eu não estava com paciência de responder.

Sai do quarto e vi a picape de Puck perto da minha e soube que ele e Quinn estavam por ali. Mais tarde eu ligaria para ele, para ver se eles tinham alguma lembrança da noite anterior. A bebedeira deve ter sido brava pelo nível da ressaca.

Dirigi acima dos limites de velocidade, entrando no aeroporto e fazendo o check-in às pressas. Já dentro do avião, liguei para Kurt e perguntei onde Rachel estava. Ele disse que ela havia acabado de chegar, mas estava se aprontando para ir até NYADA resolver algumas coisas.

Assim que pousamos a primeira coisa que fiz foi entrar num táxi em direção à escola dela... Só naquele percebi que estava com a roupa amarrotada de ontem, o que explicaria os olhares estranhos que recebia. E meu odor também não estava dos melhores...

Pensei em parar e me trocar, mas percebi que não tinha levado nada. Não importa... Eu vou voltar para Ohio logo, mas só vou se minha estrela aceitar ir comigo.

Rachel P.O.V

Quando acordei, sentia a cabeça pesada. Sentia um braço forte na minha cintura e nem precisava virar para saber que era de Finn. Conseguia me lembrar vagamente que estávamos em Ohio, havia ocorrido a apresentação de Wicked ontem. Mas e depois?

Quanto mais eu tentava lembrar, mais minha cabeça doía. Os últimos meses pareceram nublados na minha mente e eu tentava assimilar as coisas, quando vi algumas chamadas perdidas no celular.

Uma era de Kurt, com a mensagem de que nosso voo sairia em duas horas. As outras eram de Brody. Senti o peito apertar, pois apesar de tudo, achava errado trair e enganar.

Com muito cuidado me levantei e troquei de roupa, beijando a testa de Finn após lhe deixar um bilhete. Kurt e Blaine me esperavam na porta do hotel, mas não perguntaram nada. Não demorou muito para embarcarmos e logo estávamos em Nova York.

Logo que cheguei ao apartamento fui tomar um banho e me trocar, avisando Kurt que iria até NYADA. Lá chegando caminhei diretamente para a sala de dança, onde Brody estava, encarando o espelho. Ele sorriu ao me ver, mas logo seu sorriso murchou ao ver minha expressão.

Não havia muito o que terminar, então foi uma conversa curta. Ele ficou irritado, é claro, me dizendo que eu era boba de colocar meus sentimentos a frente dos meus sonhos, mas eu lhe expliquei que sem meus sentimentos, não haveria sonhos.

_ Eu amo o Finn, e isso é o que sempre me moveu a seguir em frente. Primeiro eu queria ser a melhor do coral para ele me notar, depois eu queria ser a melhor atriz para ele se orgulhar. E agora eu quero poder ser a melhor esposa, para poder mostrar que eu sou digna do quanto ele me ama. – expliquei a ele – Não importa o quanto sucesso eu tenha, sem ele ao meu lado, vai ser tudo simplesmente vazio.

_ E quem garante que ele ainda te quer como esposa? – perguntou Brody irado, mas eu nem tive tempo de responder.

_ Eu garanto. – ouvi e me virei, vendo Finn na porta do estúdio, com a roupa amarrotada do dia anterior. Epa, uma marca de batom no colarinho. Ah, é minha.

_ Finn. – exclamo maravilhada e ele sorri – O que faz aqui?

_ Eu te deixei ir uma vez estrela, não vou cometer o mesmo erro de novo. – garantiu ele – Quanto a você amigão... Encontrei uma senhora no hall de entrada te procurando... Gigolô é uma das categorias de atores da Broadway?

Encarei Brody abismada, mas ele apenas corou e olhou Finn com raiva, antes de pegar suas coisas e sair. Finn me olhou sorrindo e eu corri até ele, me jogando em seus braços e sendo erguida alguns centímetros.

_ Você falou sério, sobre ainda querer se casar comigo? – perguntei e ele sorriu.

_ É tudo que eu mais quero. – prometeu ele – Só falta decidirmos uma coisa importante...

_ O que? – perguntei curiosa e ele riu.

_ Aonde vamos morar. – brincou ele e eu ri.

_ Temos questões mais importantes para tratar. – contei e ele me encarou – Você ainda não conheceu meu quarto lá no apartamento... Garanto que depois disso virá para Nova York voando.

Não precisei dizer mais nada. Logo estávamos aos beijos num táxi e antes que eu percebesse, Kurt saia correndo do apartamento e eu era jogada na minha cama. E o resto é sex... Digo, história.