Beth caminhava pelos corredores da grande casa de campo acariciando sua barriga de grávida. Apesar de estar apenas de quatro meses, a saliência já aparecia. Encontrou Kitty no corredor, rindo sozinha.

_ Que foi sua maluca? – perguntou e a mais nova a olhou rindo.

_ Só estou pensando na improbabilidade disso tudo... – disse ela dando de ombros – Há um ano e meio atrás, eu estava no ano de 2012... Agora aqui estou em 2036, prestes a ser madrinha de casamento da cachorrinha com o seu irmão, porque eu tive uma paixonite. E a cachorrinha é minha cunhada. Ah, e eu sou filha de um casal gay que é apenas quatro anos mais velho que eu. E eu sou uns 20 anos mais velha que meu namorado. É tudo muito estranho.

A loira mais velha apenas deu risada, acompanhando a “cunhada” até o quarto onde a noiva estava se arrumando. Lá estava uma verdadeira bagunça. Kurt ajeitava Marley, que estava pálida de pânico. O vestido era lindo e enorme, como o de uma verdadeira princesa.

Quinn estava no canto com o pequeno Noah em seu colo, ambos observando os passarinhos na janela. Rachel estava sentada, observando ansiosamente os preparos a sua filha.

_ O noivo já está pronto. – anunciou Beth entrando com Kitty – E quase todos os convidados já chegaram.

_ E meu pai? – perguntou Marley.

_ Está vindo te buscar. – disse Kitty sentando-se ao lado da cunhada que sorriu para ela – Se acalma Marley... Se ele não fugiu até hoje, agora é que não vai.

Kurt lançou um olhar torto a filha mais velha, que apenas riu, vendo Marley suspirar aliviada.

_ Tia Maiei. – Noah gritou agitando suas mãozinhas gorduchas em direção a tia. Ela riu caminhando até ele e o pegando dos braços da sogra – Tá boita.

_ Obrigada meu amor. – disse ela beijando-o – Você também.

_ Só ela que está bonita? – indignou-se Beth – Moleque, eu que te carreguei por nove meses e passei horas para te trazer ao mundo, e você vem falar que ela tá bonita? To feia só porque to gorda?

_ Tá linda tamém, mamãe. – garantiu ele estendendo os braços para a mãe, que o apanhou – Todas tão boitas.

_ Esse menino puxou ao avô. – disse Kurt com um maneio da cabeça – Você vai ter problemas com ele no futuro Beth.

_ Com licença? – alguém chamou da porta e eles se viraram vendo Finn – Ai Marley...

A jovem sorriu caminhando até o pai e lhe dando as mãos, que ele beijou. Com um aceno da cabeça, Quinn chamou todos para fora, com Kurt dizendo um “cinco minutos” para pai e filha.

_ Estou parecendo uma princesa? – perguntou ela sorrindo.

_ Você sempre pareceu uma princesa. – garantiu o pai, beijando-a na testa – E vai ser para sempre a minha princesinha, mesmo que Jake vá levá-la embora.

_ Papai, eu e Jake vamos morar há dois quarteirões de você e da mamãe. – ela riu – Quando eu estava morando em New Heaven na faculdade você não reclamava tanto.

_ Porque eu sabia que você ia voltar para casa cedo ou tarde. – disse o homem – Agora, não mais.

_ Eu nunca vou te deixar pai, nem agora nem nunca. – garantiu ela e ele sentiu o peito aquecer, como se aquela frase lhe fosse familiar, sem saber que ele mesmo havia dito isso a ele num passado não lembrado.

_ Finn... – chamou Rachel abrindo a porta – Está na hora.

O homem concordou, abraçando novamente a filha.

_ Pronta? – perguntou ele dando o braço a filha, que sorriu nervosa.

_ Sempre estive. – garantiu ela com um sorriso e ele concordou. Eles saíram para o corredor, onde apenas Beth, Noah e Kitty esperavam. Rachel beijou o rosto da filha e saiu para ir sentar-se, enquanto o cortejo se preparava para ir.

_ Noah, faça bonito seu papel de pajem está bem? – pediu Beth e o menino concordou. Na porta que sairia para os jardins da casa onde estavam, Ryder e Danny esperavam.

_ Uou. – disse Ryder quando todos apareceram e Kitty riu.

_ Espero que seja para mim. – disse ela lhe dando um selinho e ele riu.

_ Amor, você está maravilhosa. – garantiu ele – Mas minha irmã está...

_ Eu sei, estonteante. – a loira revirou os olhos rindo – Ok, hoje eu deixo.

_ Todos prontos? – perguntou a cerimonialista e eles concordaram. Ela falou no microfone e logo a música começou.

Noah foi o primeiro a entrar, caminhando ainda um pouco vacilante, mas exalando fofura com seu pequeno smoking preto sob medida. Logo após foram seus pais, seguidos por Ryder e Kitty. A porta se fechou e Finn e Marley se posicionaram.

_ Um passo mais perto... – sussurrou ela e o pai riu, apertando sua mão. A porta se abriu e eles começaram a caminhar. O corredor era relativamente comprido para abrigar os 120 convidados, mas Marley não via nenhum deles. Seus olhos estavam cravados no altar, onde Jake a esperava com um sorriso brilhante.

Ele se aproximou pegando-a pela mão e beijando, para logo depois apertar a mão do padrinho e sogro. Finn beijou a testa da filha antes de ir se sentar ao lado de Rachel, que já fazia coro com Quinn nas lágrimas e fungadas.

A jovem deu o braço ao noivo e pararam em frente ao juiz de paz, não sem antes sussurrarem:

_ I will love you thousand years – junto com o fim da música.

A cerimônia não seria religiosa, uma vez que Jake havia escolhido seguir os costumes judeus do pai, e Marley os católicos de Finn. O homem leu alguns trechos de música escolhidos pelo casal que falassem sobre o amor.

Por fim ele pediu que Noah levasse as alianças e o menino se levantou do colo do avô paterno, onde estava durante toda a cerimônia. Ele levou o par de aros dourados, que Jake e Marley apanharam.

_ Eu tenho te amado por mil e trinta e oito anos...­ – disse Marley deslizando o anel pelo dedo dele e fazendo um trocadilho quanto a idade que teriam se tivessem continuado no passado. Trocadilho esse que apenas Jake, Beth, Ryder e Kitty entenderam.

_ E te amarei por mil e tantos mais. – prometeu ele deslizando o anel pelo dedo dela.

Eles assinaram os papéis do casamento civil e sorriram um para o outro, enquanto as testemunhas assinavam também.

_ Pelos poderes investidos a mim pelo estado de Ohio, eu agora os declaro marido e mulher. – disse o juiz sorrindo – Pode beijar a noiva.

Jake sorriu se aproximando de Marley e selando seus lábios sobre aplausos. Eles caminharam para fora do corredor com uma chuva de arroz e pétalas sobre eles e entraram na casa aos risos, indo até o quarto para Marley trocar de vestido. E eles fazerem coisinhas a parte.

Já na festa, entraram ao som de As Long As You’re Mine, música usada para sua primeira dança de casados, cantada por Rachel e Puck, já que logo depois Finn e Quinn entraram para dançar com os filhos mais velhos enquanto Blaine cantava You’ll be in my heart. Durante a música, Puck dançou com Beth e Rachel com Ryder. Na música seguinte, a animada Footlose, Marley e Jake dançaram com seus pais e irmãos, enquanto Noah corria e pulava entre eles.

Cortaram o bolo e tiraram as fotos clichês. Ouve os discursos emocionados de sempre e uma surpresa de Ryder, que pediu a namorada em casamento, mesmo sendo fuzilado por Blaine e pelos cunhados enquanto Kurt tinha um ataque de ansiedade já querendo planejar o casamento da filha.

No fim da noite, se despediram dos convidados e foram acompanhados pelos pais até o carro que os levaria para a lua-de-mel.

_ Divirtam-se e juízo. – pediu Quinn abraçando o filho, que riu.

_ Qual é mãe... Já somos dois adultos casados. – disse o rapaz, recebendo uma olhada feia do tio.

_ Não faça eu me arrepender de ter permitido esse casamento Jacob. – rosnou o homem e o garoto riu acompanhado do pai, enquanto as três mulheres reviravam os olhos.

_ Agora vão senão perdem o avião. – mandou Rachel e eles se abraçaram mais uma vez.

_ Hey Jake... – gritou Puck quando o carro já saia – Tome cuidado ok? Não se esqueça que os Fabray-Puckerman são extremamente férteis.

Os recém-casados riram de dentro do carro, enquanto Quinn estapeava o marido e Finn xingava alto, lutando com as gargalhadas de Rachel. Os pombinhos pegaram um avião com destino a Paris e chegaram à cidade luz pelo amanhecer. Foram para o hotel e não desfizeram as malas. Naquela manhã, Marley engravidou.