All For The Sake Of Breaking The Curse escrita por Witch


Capítulo 2
I don't want fairy tales, I just want you


Notas iniciais do capítulo

Não está revisado.
Você tem certeza de que quer prosseguir?! u-u



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/290218/chapter/2

- Eu não entendo o porquê da sua raiva.

Emma levantou a cabeça e olhou para Regina, que com os braços cruzados escorava na porta com aquele ar de confusão. A loira não respondeu, balançou a cabeça e voltou o olhar para o chão. Queria gritar com a morena, mas aquele dia tinha sido exaustivo. Discussões e mais discussões.

Ela só queria que tudo acabasse e sentada na cama, com Regina logo na porta, Emma quis que o mundo parasse ou que voltasse, ela não se importaria em viver novamente os dez últimos anos.

Não se isso significasse ainda ter Regina e Henry.

- Não vai me responder? – veio a indagação insistente.

- Não quero outra discussão hoje. – respondeu Emma num sussurro. – Estou cansada.

Houve silêncio por alguns minutos. Nenhuma das duas se mexeu.

- Henry está dormindo. – disse Regina quebrando aquele terrível silêncio. – Acho que o dia de hoje o exauriu também.

Emma forçou um sorriso, mas não respondeu. Por alguma razão, ela não queria olhar para Regina agora... Não agora.

- Ele está preocupado com você e eu, também. – Regina parou por alguns minutos, esperando uma resposta, mas não se surpreendeu quando Emma continuou em silêncio. – Eu só quero que você saiba que eu estou fazendo o que é melhor para vocês.

- O que é melhor para nós?! – repetiu Emma incrédula. Levantou da cama e olhou para Regina. Seus olhos expressavam tantas coisas que a morena se sentia confusa, havia traição misturada com perdão misturada com amor misturada com raiva misturada com mais amor misturada com incredulidade misturada com confusão e finalmente, com mais amor. – Desde quando abandonar a mim e ao Henry é o melhor para alguém?!

Regina suspirou, já esperando a explosão. Era sempre assim, a loira se encolhia num canto depois das discussões, mas logo explodia que nem um vulcão.

- Emma-

- Não, não importa o que você falar, nada disso justifica você nos abandonando.

- Eu não vou abandonar vocês! – exclamou. Descruzara os braços e saia de perto da porta, se aproximando lentamente da loira. – Eu só vou morar em uma casa diferente. Não deve ser uns 20 minutos de vocês dois estarão!

O rosto de Emma já estava vermelho e deuses, como queria gritar. Queria berrar e acordar o quarteirão inteiro, talvez assim Regina (cabeça-dura arrogante!) a entenderia. Não era uma questão de morar perto ou longe, era uma questão de que eles eram uma família e como tal, deveriam ficar juntos, sendo fácil ou difícil. Não havia a possibilidade de algo ser bom se isso significava afastar os três.

- Não importa. – era difícil controlar a voz, era difícil manter a resolução de não acordar Henry e o arrastar em mais uma briga. – Eu te conheço, Regina. – afirmou. – Eu sei que quando chegarmos naquela maldita cidade, você vai colocar sua máscara e vai reerguer seus muros. Você vai nos evitar. Isso que temos hoje, que tivemos por dez anos, vai morrer.

Regina não respondeu. Estava surpresa por Emma ter percebido tudo isso. A loira era mais perceptiva do que a morena esperava. Pensou em mentir, em prometer que nada mudaria, mas as palavras não saíam de sua boca.

- E você ainda tem a coragem de me perguntar o porquê da minha raiva. – continuou Emma. Estava cansada, tão cansada.

- É o melhor a se fazer. – disse Regina. As palavras saíram antes que ela pudesse controla-las.

- É isso que você se diz o tempo inteiro? Que você nos ignorando e incorporando a “Rainha Má” é o melhor a se fazer? Que deixará o meu trabalho mais fácil?

E era. Por dez anos, Regina repetira essa mesma frase de novo e de novo. Às vezes, pensar não era o suficiente e sozinha, em seu quarto à noite, ela repetia alto “É o melhor a se fazer” até que o cansaço a obrigava dormir. Ela precisava se lembrar sempre de que aquela felicidade iria acabar, que uma hora eles voltariam a Storybrooke, que quando Emma e Henry descobrissem tudo que a Rainha Má fez, eles a odiariam... Ela não podia se permitir imaginar que tudo aquilo duraria para sempre. Não existia para sempre. Não para ela.

- Está tarde e você está cansada. – disse Regina desconversando. Olhou ao redor contente com todas as caixas e malas. – Amanhã sairemos cedo. Com sorte, estaremos em Storybrooke no horário do almoço.

- Você está se ouvindo falar? – indagou Emma – Já começou. Você já está se afastando!

- Emma, - Regina suspirou. Sentia seu corpo tremer e depois endurecer. Incorporar a Rainha era como andar de bicicleta: nunca se esquece. – Isso é quem eu sou de verdade. A pessoa que você conheceu durante esses dez anos não existe.

Regina esperava tudo, menos uma risada e muito menos aquele sorriso confiante. Não, nada estava indo como planejado, estava?

- Qual é a graça? – indagou. Sentia-se perdida e sem controle.

- Você. – balançou os ombros. – Regina, eu te conheço. Eu sei quem você é. Não tem como fingir o brilho nos seus olhos quando você olha para o Henry... – suavizou a voz. – nem quando você me olha...

Regina tremeu e ela soube que tinha que sair dali. Imediatamente.

Emma viu o pânico nos olhos de Regina. Era sempre assim. A morena daria alguma desculpa e se esconderia no escritório.

Regina se virou, pronta para esquecer-se daquela discussão, como já fizera muito no passado, mas antes que sequer pudesse dar um passo, a morena sentiu-se puxada.

- Normalmente, sou eu quem corre. – comentou Emma. Segurava firme, mas gentilmente o braço de Regina.

A morena não respondeu, nem se virou para encarar a loira. Ambas estavam cansadas.

- Regina. – chamou a loira. – Não vamos discutir isso hoje mais. Tudo bem?

A morena assentiu sem se virar. Emma sorriu e a puxou gentilmente. Regina não resistiu ao abraço que se seguiu, já desistira de lutar contra si mesma há muito tempo. Pelo menos, por uma noite, ela queria simplesmente aproveitar.

- Eu estava com ciúmes. – sussurrou Emma. Beijou os cabelos castanhos enquanto apertava o abraço.

- É só um amigo. – foi a resposta quase sonolenta. – Ele me odeia e eu o odeio.

- Então, por que vai ficar com ele?

- Por que estamos juntos no plano para quebrar a maldição. Curiosamente, odiamos a mesma pessoa.

- Minha mãe? – indagou com um sorriso.

- Rumpel. – foi a resposta, mas Emma sentiu os lábios encostados em seu pescoço formarem um sorriso.

- Então, você realmente vai?

Um suspiro.

- Sim, Emma. – desvencilhou-se do abraço, colocando um pouco de distância entre os corpos. – O plano tem que continuar.

A loira forçou um sorriso.

- Claro, o plano. É só o plano que importa, não é?

Regina suspirou. Não queria outra briga, não hoje, não agora. Tocou o rosto de Emma com as duas mãos, tocou-a com cuidado como se segurasse algo muito precioso.

- Tudo vai dar certo. Especialmente, para você. – assegurou. – Você vai quebrar a maldição, se reunir com a sua família e provavelmente vai encontrar o seu amor verdadeiro lá. Vai tudo se resolver, Emma.

A loira segurou as mãos da morena, que acariciavam em seu rosto. Seus olhos firmes em Regina.

- Eu não quero amor verdadeiro. Eu não quero contos de fadas. Eu quero você.

- Você não sabe o que quer. – respondeu. Tentava lutar contra as lágrimas que teimavam em querer sair. Forçou um sorriso. – Quando você encontrar o amor verdadeiro, o que você sente por mim vai desaparecer.

- Eu duvido. – disse Emma. Algumas lágrimas escaparam. – Como você pode falar que isso não é real, quando todo vez que você fala isso, eu me sinto uma parte de minha morrer?

Regina sorriu.

- Meu Deus! Acho que ninguém jamais me falou algo tão...

- Clichê? Estúpido? – Emma também sorriu.

- Eu iria dizer dramático, mas os seus adjetivos também servem.

Houve silêncio, mas nenhuma se mexeu. Emma apertou as mãos de Regina e fez uma leve pressão. A morena assentiu e tirou as mãos do rosto da loira.

- E agora? – indagou para Emma.

A loira sorriu e se aproximou lentamente da morena até seus lábios estarem perigosamente próximos.

- Emma, não podemos. – veio o sussurro, mas Regina não fez nenhum movimento para sair daquela situação.

Emma não respondeu, só fez a pouca distância entre elas desaparecer.

Foi só um toque, uma miséria caricia entre os lábios. Tentativo, cheio de vontade, mas também cheio de dúvidas. Prosseguir ou retroceder?

- Não podemos. – disse Regina novamente.

Mas Emma não acreditou. Não tinha como acreditar, especialmente quando ela sussurrava aquelas palavras com tanta fraqueza, com os olhos quase fechados e completamente entregue.

Emma não conseguiria parar nem se quisesse. Tudo que ela sempre quis, que desejara fervorosamente nos últimos anos, estava ali, só dela, só a esperando. E deuses, Emma não pensaria duas vezes antes de toma-la com tudo que tinha.

O relacionamento entre as duas era estranho. Elas não se suportavam e discutiam o tempo inteiro (às vezes sobre coisas bestas como o que comer no jantar, que tipo de roupas comprar para Henry e até mesmo sobre que a tinta para retocar o apartamento), mas não conseguiam ficar distantes por muito tempo. Era como se fossem partes opostas de um mesmo corpo, eram diferentes demais, mas precisavam uma da outra para se sentirem completas.

Quando alguém perguntava, elas eram apenas amigas, nada demais. Henry suspeitava. Ele perguntara para Emma certa vezes, a loira gaguejou e implorou para que ele não comentasse nada para Regina.

Não era algo estável. Às vezes, elas ficavam meses evitando qualquer tipo de contato que não o usual, às vezes elas agiam como o casal que jamais foram ou seriam.

Regina esperava que Emma encontrasse “seu amor verdadeiro” e com isso, criasse uma linda família para Henry. Emma só queria Regina e o filho. Só isso.

Mas como sempre, o destino não poupa ninguém.

Eram 5 horas da manhã, quando o celular de Regina tocou. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "All For The Sake Of Breaking The Curse" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.