O ser mutante, que uma vez foi uma jovem cantora de ópera, agora planava no espaço aberto da arena. Seu rosto era perfeito e belo, mas seu corpo se aproximava de um coleóptero, uma borboleta, um inseto, sendo que o bebê-monstro deveria ser sua forma pulpar. Aya conteve a repulsa de que foi tomada. “Eve...”

Que será que havia acontecido com o pequeno clone de Aya Brea? Será que ela fora usada como matéria-prima daquela aberração artrópode? Melissa Pearce aparentemente havia sido destruída em Nova Iorque, mas seus genes insistiam em reaparecer em outras formas de vida, ameaçando a ordem natural dos seres vivos, com suas mutações genéticas monstruosas e terríveis.

Aya recarregou sua metralhadora e mirou no ser alado, que era quase belo e hipnótico, mas não menos perigoso. As balas encontraram o alvo e iam centímetro a centímetro descascando e fazendo estragos naquela estrutura simétrica e multicor.

O monstro alado não se intimidou com o ataque dos projéteis. Ela espraiou as asas diáfanas e empinou o corpo para um vôo rasante. A realidade a sua volta tremulou e ameaçou desintegrar a estrutura física de Aya nesse processo, como se a atmosfera estivesse sendo rasgada em um tornado.

Aya agiu por instinto, rolando para o lado oposto e soltando para o patamar inferior. O ser alado só precisou desviar um pouco sua trajetória num loop gracioso, alcançando Aya na plataforma inferior, e com isso derrubando-a estatelada. A agente do FBI levantou-se o mais rápido que pôde e se pôs a correr para a outra direção. Ela pressentiu que o monstro alado a atingiria de novo, por isso deu um salto para a rampa superior, para novamente correr.

Aya virou-se disposta a contra-atacar. Passou a disparar contra Eve-NMC, mas o estranho ser desapareceu no ar. A agente do FBI parou de gastar munição e tentou ouvir alguma coisa. Resolveu voltar a correr. Foi bem a tempo pois Eve-NMC materializou-se atrás dela, agitando suas asas como pás ou espadas. Aya uma vez mais saltou para o patamar inferior e correu em outra direção. Resolveu trocar a arma. Escolheu a Magnum Mongoose com balas Maeda, especialmente feitas para exterminar NMCs.

Antes que a agente do FBI pudesse concluir seu armamento, Eve-NMC soltou uma descarga semelhante a uma bola de fogo. Três em seguida. Todas elas acertaram Aya em cheio. Ela absorveu os golpes e mirou a magnum. Passou a disparar na borboleta monstruosa, mas o efeito foi pífio. Em vez de ser ferida, Eve-NMC multiplicou-se como bactérias em meio de cultura. Agora três borboletas humanóides voavam para atacar Aya. Esta começou a correr novamente.

Resolveu usar o lança-granadas que fora útil contra o bebê-monstro, mas... Eve-NMC era ágil e veloz, não ficaria esperando que ela disparasse as granadas. Contudo Aya tinha que tentar esse ataque. Um dos monstros alados aproximou-se perigosamente em looping para derrubar Aya, esta se virou e disparou o lança-granadas à queima-roupa, que destruiu o monstro no mesmo instante, ao mesmo tempo em que o segundo monstro soltava outra descarga de energia, semelhante nuvem de raios. Três em seguida. As rajadas de energia elétrica atingiram Aya Brea em cheio, jogando-a paralisada no fundo da arena.

Aya mal conseguia se mexer. A gosma rosada ameaçava afogá-la. Com um esforço sobre-humano ela virou-se e se arrastou para longe dali. Já novamente o efeito gelatina, ou realidade tremulante ocorria. Aya pegou o lança-granadas e disparou a esmo. Uma das granadas atingiu a segunda Eve-NMC, que sucumbiu com a explosão. A terceira borboleta humanóide aterrissou na gosma cor-de-rosa do fundo da arena.

Eve-NMC expeliu outra descarga de energia, como bolhas de sabão azuladas brilhantes. Aya tinha uma idéia do que seria isso. Tratou de correr o mais longe que conseguisse. Contudo as três bolhas azuis brilhantes a atingiram. Aya já estava com a mão na pochete agarrando seus suplementos de energia, quando sentiu que a vida se esvaía de seu corpo. Num esforço supremo ela engoliu 3 pílulas de seu estoque, o suficiente para a que exaustão extrema de que foi tomada, não a abatesse mortalmente.