Por Que Eu Sei Que É Amor. escrita por Cmagal


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Capítulo "bobinho" mas necessário eu acho.A Roberta vai realmente começar a confiar na Duda.
Espero que gostem.
ps:mil desculpas por qualquer errinho, mas hoje eu to meeeega cansada, fiz porque sou uma viciada e não consegui sair daqui antes de postar mais um capítulo.haushaus



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Novembro de 2011.


Estacionei o carro no endereço do tal orfanato.Fui recebida por um senhora gentil que me levou até a sala da diretora do lugar.

_Márcia, essa senhora se chama Glória e ela gostaria de saber sobre uma criança deixada aqui há alguns anos.- ela foi passando as informações assim que entramos na sala.

Márcia era uma mulher simples e de sorriso gentil.Deveria estar na casa dos 50 anos já e assim que me viu me comprimentou com um delicado mas forte aperto de mãos.

_Muito prazer Glória.Eu vou conversar com ela Cida, pode se retirar agora.- disse à mulher que me recebeu.

Voltou a se sentar na cadeira atrás da única mesa da sala e fez um gesto para que eu me sentasse a sua frente.Eu o fiz.

_Então...O que a senhora gostaria de saber?- agora a conversa se tornara séria.

_Há 32 anos uma criança foi deixada aqui, récem-nascida.-comecei.

_Por você?-tentou erroneamente terminar meu raciocínio.

_Não.Pela minha mãe.

Expliquei toda a minha história para a Márcia que a cada palavra que saia da minha boca parecia mais chocada.Ela disse que me ajudaria e o fez.Procuramos em todo o arquivo do orfanato até que encontramos os papéis assinados pela minha mãe deixando a minha filha ali.

_Ela foi adotada apenas alguns dias depois de chegar aqui.-dizia enquanto lia o papel na sua frente.

_Por quem?Tem o endereço deles ai?-me levantei anciosa e fiquei em pé ao lado da mulher.

_Tem sim...Aqui!-me entregou um papel pequeno com um endereço e nome dos pais adotivos da minha filha._Eles podem ter se mudado, mas não custa tentar.-me deu um sorriso encorajador.

_Muito obrigada Márcia, você não sabe o bem que me fez.-segurei com minhas duas mãos as sua.

_Não precisa me agradecer minha querida.Espero que consiga encontrar sua filha.-se levantou da cadeira e me deu um abraço apertado.


##


_Bom dia.A senhora sabe se alguém ainda mora nessa casa aqui do lado?- perguntei a uma senhora que varria a calçada da casa ao lado da que eu tinha esperenças de que ainda fosse dos pais adotivos da minha filha.

_Bom dia.Mora sim, mas ela está no trabalho agora.

_É um casal que mora aqui certo?Marcos e Adriana Ferreira.

_Oh, não...Eles morreram há muito tempo já.-colocou a mão no peito demonstrando enorme pesar._Logo após a morte deles a filha, foi morar com os tios e a casa ficou abandonada.Mas não faz muito tempo ela voltou com uma filha...Pobre menina.-balançou a cabeça negativamente.

_Perder os pais não é fácil mesmo...

_A Karina ficou muito abalada com a morte dos pais.Ela era uma menina forte, mas acho que não conseguiu aguentar e acabou se envolvendo com aquelas porcarias das drogas.

_Karina? Esse é o nome da filha deles?Drogas?- meus olhos se encheram d'água.

_É sim.Era uma boa menina, vivia aqui em casa.Quem diria que ela fosse parar onde está hoje.

_Onde ela está hoje?-senti um aperto no peito.

_Na cadeia minha filha.Na cadeia.-aquela mulher sofria por dizer aquilo.

_Eu não acredito...-algumas lágrimas escorreram pelos meus olhos._Mas se ela está na cadeia, quem está morando aqui agora então?

_Quem é você?-só agora ela pareceu perceber que estava contado tudo aquilo à uma completa estranha.

_Uma parente...-não consegui dizer a verdade.

_A filha dela, Roberta.Uma jovem adorável.Sofreu muito com o vício da mãe.

_A senhora sabe que horas ela volta?

_Não sei dizer ao certo, mas ela trabalha nessa rua mesmo.Logo ali.- apontou para um mercadinho na esquina.

_Muito obrigada.-sai correndo.


Dias atuais.


Roberta narrando:


Oi docinho.Sua mãe comprou mais drogas comigo, você acredita nisso?-veio andando devagar com um sorriso maldoso no rosto._E como da última vez ela não tem o dinheiro pra pagar...Sabe como eu vou cobrar isso?Sabe, eu sei que você sabe.-me jogou na cama.

_NÃÃÃO.-me sentei na cama assustada, meu corpo estava todo suado, meu coração acelerado.

_Calma, calma eu tô aqui.-Glória entrou correndo no meu quarto e se sentou do meu lado me abraçando.

Eu comecei a chorar como não chorava a muito tempo.Aquele homem ainda me perseguia nos meus sonhos.A voz dele era tão nítida, tão real.Eu podia sentir o cheiro de perfume barato misturado com cigarro na roupa dele.O hálito de menta pra tentar amenizar o odor da droga.

Fiquei deitada no peito dela até o meu choro ir diminuindo.Ela passava a mão pelos meus cabelos e com a outra me apertava contra seu corpo me mostrando que estava ali para me proteger de tudo.E era exatamente como eu me sentia.Segura, salva.

Acordei no dia seguinte e a Glória já não estava mais ali.Fui para o banheiro tomei um banho e escovei os dentes.Minha aparência estava horrível por eu ter ficado chorando praticamente metade da noite.Eu me sentia mal e sem a mínima vontade de ir pra escola, apesar de querer muito ver a Duda que eu não via desde o sábado.Aquele pesadelo trouxe à tona o que tentava não pensar nunca.Fui para a cozinha onde a Glória tomava seu café da manhã sozinha.

_Eu posso faltar hoje?-me encostei no batente da porta.

_Claro querida.-sorriu mas sem conseguir esconder a tristeza._Não vai tomar café?-perguntou quando eu já me retirava.

_Estou sem fome.

Voltei para o meu quarto e me joguei na cama.Liguei a tv e fiquei assistindo alguns desenhos que passavam.Ouvi duas batidas leves na porta.

_Pode entrar Glória.

_É...Sou eu.Posso entrar?-colocou apenas a cabeça dentro do quarto.

_Claro que pode Duda.

Eu me senti tão feliz apenas por vê-la de novo.Desde o nosso sábado eu não conseguia parar de pensar nela.Eu tinha um pouco de medo por ela ser uma garota, mas eu não podia negar, eu estava apaixonada por ela.

Ela parecia envergonhada ao entrar no meu quarto.Olhava para todos os lados observando cada detalhe do lugar.

_Eu passei aqui para irmos juntas pra escola, mas ai a Glória disse que você não ia.-se sentou na beirada da minha cama.

_Fica aqui comigo?-eu queria ela ali do meu lado.Eu precisava.

Ela não disse nada.Retirou o tênis e a mochila das costas jogando ambos num canto logo em seguida.Subiu na cama e se deitou atrás de mim passando o braço pela minha cintura e me puxando fazendo meu corpo ficar completamente colado ao dela.Coloquei meu braço em cima do dela e juntei nossas mãos entrelaçando nossos dedos.

_Você não precisa me contar o que aconteceu com você no passado, mas eu quero que você saiba que eu tô aqui por você ok?-sussurou no meu ouvido.

Senti meus olhos queimarem e a vontade de chorar voltar.Me virei ficando de frente pra ela e afundei meu rosto na volta do seu pescoço.A minha vida sempre foi um inferno graças ao vicio da minha mãe, e de uma hora pra outra eu conheci minha vó biológia que passou a cuidar de mim como a mãe que eu nunca tive.Mas nada no mundo se comparava ao abraço da garota ao meu lado.Eu me sentia a pessoa mais amada do mundo.Não consegui mais prender o choro e senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.Ela apertou mais ainda meu corpo junto ao dela e beijou o topo da minha cabeça.

_Vai ficar tudo bem...-sussurrou.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam.