Por Que Eu Sei Que É Amor. escrita por Cmagal


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Muuuuuito obrigada pelos comentários de vocês pessoal, fiquei muito feliz quando entrei aqui hoje e vi que já tem gente gostando da fanfic *-*
Boa leitura.



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Julho de 1980.


_Força! Já estou quase conseguindo.- o médio gritava mas sua voz era praticamente inaudível graças aos meus berros.

_AAAAAAhr, eu não aguento mais!- a dor que eu sentia era absurda.

Ouvi o choro agudo do meu bebê.Deixei meu corpo cansado e suado cair na cama do hospital.Duas enfermeiras a enrolaram em uma pequena manta e se retiraram da sala por uma porta que havia na lateral do local.

_Espera, eu quero ver a minha filha.- tentei me levantar da cama mas fui impedida por uma terceira enfermeira que me segurava.

_Calma, vai ficar tudo bem!- disse tentando me tranquilizar.

Meus olhos ficaram pesados e minha visão embaçada.Senti todo meu corpo mais leve e aos poucos a sala foi ficando mais escura até que eu apaguei.

Acordei em uma outra sala.Olhei ao redor e não encontrei a minha filha apenas a minha mãe sentada em uma poltrona a minha frente me observando.

_Cadê meu bebê mãe?- me desesperei ainda mais quando ela apenas abaixou a cabeça e nada disse.

_Ela não resistiu filha.-era evidente a dor que ela sentia ao dizer aquelas palavras.

_Mas...Mas como?Eu ouvi o choro dela, eu vi quando a levaram.- àquela altura eu já chorava inconsolavelmente.Eu sentia que um buraco enorme fora aberto em meu peito.Era como se eu não tivesse mais razão para viver.Mesmo nunca tendo visto o rosto da minha filha, ela era a pessoa que eu mais amava no mundo.

##

Dia atuais.

_Mãe, já estou indo para a praia.- gritei enquanto descia as escadas e ia para a porta.

_Ok filha, mas não volta tarde.-gritou da cozinha.

Eu usava aquela noite um short jeans preto, uma blusa larguinha branca e uma rasteirinha colorida.O bom de morar em praia é isso, a gente pode andar o mais confortável possível sem ter muito que se preocupar em como vai sair de casa.Fui andando até o quiosque onde encontraria com as meninas e assim que cheguei ao local mandei uma mensagem para as duas avisando que já estava lá.Não passou nem 10 minutos já estávamos as três no lugar.A Luíza usava uma saia branca rendada, bem parecida com uma saída de praia.Uma regata rosa e uma rasteirinha da mesma cor da blusa.Eu a achava muito bonita com seus longos fios loiros e lisos que estavam presos em um rabo.Seus olhos eram meio puxados e se eu não soubesse que ela não tem nenhum parentesco com orientais podia jurar que ela era filha de um.A Roberta usava um short jeans cinza e uma blusa rosa bebê que na frente era mais curta e atrás longa tampando praticamente todo o short.Ela optou por um all star branco.Seu cabelo loiro/castanho estava totalmente solto, liso na raiz com algumas ondas nas pontas.Ela estava linda.Caminhamos até o local onde estava acontecendo o luau conversando e rindo o tempo todo, até que com uma simples pergunta da minha amiga à Roberta um clima pesado reinou.

_Então Roberta...Conta pra gente como era a sua vida lá em São Paulo?-perguntou inocente, apenas para conhecer um pouco mais a garota que estava conosco.

_É...É...- gaguejou.

_Tá tudo bem.Ela não gosta de falar sobre isso Lú.Um outro dia quem sabe ela não conta pra gente, né Roberta?!- passei um braço pelo pescoço de cada uma já que eu estava no meio e as puxei começando a correr pela praia.Quando olhei pra Roberta ela acenou positivamente com a cabeça e sorriu me agradecendo por tê-la ajudado.Sorri de volta.

Avistamos mais à frente a enorme fogueira com alguns grossos troncos de madeira em volta.Havim várias pessoas sentada nos troncos e dois meninos com violões tocando.As pessoas sentadas ali cantavam acompanhando os dois músicos.Mais atrás de onde estava a fogueira havia três tendas onde estavam sendo servidas vários tipos de bebidas.Segui a Luíza até a primeira tenda onde serviam drinks do jeito que ela gostava.Pedimos três bebidas e fomos nos sentar onde todos estavam para ouvir a música.

_Obrigada.-Roberta falou bem próxima ao meu ouvido quando nos sentamos.O gesto fez os pêlos da minha nuca arrepiarem.Fiquei sem entender o motivo daquilo, mas presumi que fosse o vento gélido vindo do mar.

_Pelo que?-falei próxima ao seu ouvido também.

_Por ter me ajudado mais cedo e por ter me chamado para vir aqui hoje.Estou gostando-sorriu tímida.

_Ah, que isso, não precisa agradecer por nada.-sorri largo.

Ficamos nos olhando por alguns segundo até que ao meu lado Luíza coça a garganta chamando minha atenção.

_Posso conversar com você?-me chamou se levantando.

_Claro.Nós já voltamos Roberta.-disse e segui a garota a minha frente.

Fomos até um lugar mais afastado de todas as pessoas.Ela não parava de andar e aquilo já estava me irritando.Puxei seu ombro fazendo com que ela parasse.

_Acho que aqui ninguém vai ouvir seja lá o que você queira conversar.

_O que é que está acontecendo entre você e a Roberta?-ela parecia preocupada.

_Do que você tá falando?-eu realmente não estava entendendo.

_Ah, sei la.Toda hora que eu olho pra uma de vocês, estão se encarando como se quisesse comer a outra.-fez uma careta engraçada.

_Você tá ficando doida garota.-comecei a rir descontrolada.

_É sério Duda, eu nunca te vi olhar assim pra ninguém, nem pro Gabriel.-voltou ao tom preocupado.

_Não tem nada demais entre eu e a Roberta ok?É só impressão sua.-segurei em sua mão e a puxei de volta para o luau._Vamos, aqui tá frio, quero a fogueira.

Ela não disse mais nada apenas me seguiu em silêncio.Ficamos mais algumas horas ali no luau e só fomos embora porque a Luíza estava sem condições de ficar alí um minuto a mais.Ela bebeu o que podia e não podia naquele lugar, me dando o trabalho de levá-la para casa.A Roberta se ofereceu para me ajudar e eu logo tratei de aceitar.Não seria fácil levar aquela cachaceira pra casa sozinha.Chegamos à casa dela e eu liguei pro seu irmão, que era o nosso cúmplice certo.Ele abriu o portão e pegou a garota no colo.

_Ela tem que aprender a beber, não aguento mais carregar essa garota pra dentro de casa.-brincou enquanto fechava o portão.

_Tem mesmo, valeu por ajudar a gente de novo Lucas.Ela fica te devendo mais essa.

Nos despedimos e ele entrou com a Luíza em silêncio para não acordar seus pais, senão ninguém sobraria vivo para contar a história.Como ainda não era tão tarde eu e Roberta resolvemos ir andando pra casa enquanto conversávamos.Hora nenhuma eu perguntei sobre sua vida em SP já que aquilo certamente a incomodaria.Fomos falando sobre livros, músicas, filmes, série, novelas, tudo e a cada tópico mais aumentava minha admiração por ela.Nós gostávamos praticamente das mesmas coisas tirando umas ou outras que não batiam.Assim que chegamos a sua casa ficamos mais algum tempo no portão discutindo sobre uma das únicas coisas que nossas opniões eram diferentes.

_Ah, nem vem, House é melhor que Grey's.-disse fazendo uma cara de vitória.

_Lógico que não, tá ficando louca é?!-colocou a mão o peito fingindo estar pasma com o que eu disse.

_Não vou mais discutir com você, eu ganhei e ponto final.-bati o pé no chão fazendo birra._Agora eu já vou Roberta, senão minha mãe me mata.

_Ta bom.Então...A gente se vê amanhã.

_Sim, até amanhã então.Boa noite.-cheguei mais perto dela e a abracei.Ela demorou algum tempo para corresponder ao meu abraço, ela parecia ter medo daquele gesto como se fosse uma coisa de outro mundo.Ficamos bons 5 minutos ali abraçadas, o cheiro doce de seu cabelo me deixou anestesiada.Eu poderia viver ali se fosse possível.Nos separamos e assim que nossos olhos se cruzaram ambas ficaram vermelhas de vergonha.Senti vontade de beijá-la.Sua boca era tão convidativa.Balancei a cabeça afastando aqueles pensamentos e me despedi definitivamente dela.

_Beijar uma garota?Tudo culpa da Luíza que fica fazendo perguntas idiotas e me deixa com isso na cabeça.-fui falando sozinha pra casa e rindo de mim mesma por ter pensado em tal coisa.


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Notas finais do capítulo

Se ficar confuso essas voltas ao passado por favor me avisem ok?



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