Sweetie Guardian escrita por lols


Capítulo 9
Nine


Notas iniciais do capítulo

Dedico para minhas grandes leitoras, em especial duas: Jhessy e Mariana ( Clove Flor).
Obrigada por estarem gostando do que escrevo, meus docinhos.



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– JesusCristoMariaJosé- diz Samantha assim que saimos da sala de aula. - Você viu que pedaço de mal caminho é aquele, hein? - pergunta ela, se referindo a ele.

– É... - tudo o que consigo dizer. E ele realmente é um pedaço de mal caminho, tenho vontade de dizer.

Olho para Harry, com esperanças de que ele saiba de alguma coisa, mas é claro que ele não sabe. Humanos não conseguem ver atraves dos disfarces.

Oh Céus, por que isso tudo acontece apenas comigo? É algum problema meu ou o que?

Estou distraida e não presto atenção no que Samantha diz. Só consigo ver os olhos. Aqueles olhos castanhos e cheios de malicia. Não acredito que ele está aqui, como não acredito que tenho que proteger um garoto de meu proprio irmão.

Aqueles olhos castanhos tem nome, é claro. Will. Mas aqui, ele diz que seu nome é John, Johnny para as garotas bonitas como as lideres de torcida, que ficam sufocando risinhos ao ver ele dando uma piscadela para elas.

Will, ou Johnny, sei lá como quer que ele se chame, é a razão de meu irmão ter caido e passado para o lado obscuro. Will é o lado direito do Outro, que outrora se chamava Guardião da Luz. Isso me parece ironico até.

Entendo o que está acontecendo, é obvio. Jev deve ter contado para Will onde o garoto está e deve ter dito que sou a guardiã dele.

É uma droga tudo isso, devo dizer. Eu já tive que batalhar contra Will certa vez, não em uma missão, mas tive mesmo assim. Ele ganhou, é claro. Fiquei por muito tempo deitada nas nuvens, esperando que meu sangue parasse de manchar de ouro minhas asas. Tive que esperar outro tanto de tempo para voltar a voar pelos Palacios. Will tinha machucado minha asa direita, quase tirando-a de minhas costas. Minha enorme sorte foi que Gabrielly estava lá e me ajudou. Pensei que nunca mais iria voltar a voar novamente.

– Que estranho. - ouço Samantha dizer. Saio de meus desvandeios e a fito.

– Qual o problema? - pergunto.

Ela me estende uma pena tão branca como qualquer nuvem no céu. Suas pontas são campanhe e sua altura é do cotovelo até o punho de Samantha.

– De que ave veio essa pena? - pergunta ela, curiosa.

Respiro fundo e tento me acalmar. Não é hora de ter medo e deixar as asas aparecerem, ainda mais em um local onde há vários humanos!

Dou de ombros.

– Faço a minima ideia. - digo.

Olho para o relogio delicado que está em meu pulso e fico rapidamente desesperada.

– Oh Céus, oh céus!- fico dizendo, enquanto corro.

– Espere, mulher!- grita Samantha, correndo atrás de mim. - Qual o problema?

– Estou atrasada, atrasada. Ai Ai meu Deus!

– Será que pode esperar, Coelho da Alice?

Começo a rir e diminuo a velocidade da corrida. Samantha está ofegando.

– O que foi, menina? - pergunta ela.

– Tenho que ir ver Harriet! - respondo.

– Não quer uma carona?

Mordo os lábios e fico pensando. Poderia pedir para Harry, mas sei que ele não vai nem olhar na minha cara. Posso aceitar a carona de Samantha, mas preciso voar um pouco. Esconder minhas asas está realmente me matando.

– Não quero incomodar, Samantha. Mas é que também devo ver como minha mãe está. -minto descaradamente.

– Ah, tudo bem. Então é melhor você correr. - diz Samantha. Dou um beijo em sua bochecha e corro.

(...)

Estou correndo em uma rua deserta que se encontra atrás da escola. Dou um enorme suspiro e deixo minhas asas se desenrolarem, voltando ao tamanho normal. Sinto-as vibrar e tocar alguns galhos das arvores que estão rodeando onde estou. Respiro fundo e dou um sorriso.

– Então a garotinha conseguiu voltar a voar? - pergunta uma voz. Abro os olhos rapidamente e olho assustada. Do outro lado da rua, Will me fita.

Não respondo.

Ele dá um enorme sorriso.

– Ainda consigo sentir o gosto de seu sangue. Devo dizer que ele é delicioso. - ele diz.

Dou um passo para trás e minhas asas tremem de medo, ao se recordar dos dentes dele.

– Não seja medrosa, seu anjo estupido. - ele resmunga, irritado.

Respiro fundo.

– Você não pode me atacar. - digo.

– Não? - ele pergunta.

– Não. Sou uma guardiã agora. Tenho mais poder do que eu tinha naquele tempo.

– Ah, é mesmo? E acha que pode ser tão forte quanto eu?

Eu o fito por mais alguns instantes.

– Sou tão forte quanto. E você não pode me atacar aqui e agora. - digo.

– E por que não?

– Por que eu sou o Conselheiro dela. - diz uma nova voz. Brian aparece ao meu lado, observando Will com despreso.

Will dá um passo para trás.

– Isso ainda não acabou, meu anjo. - diz ele, meio sarcastico.

Brian volta sua atenção para mim.

– Você deve ir para a casa de Harry, Allie. - diz ele. Faço que sim com a cabeça.

O Conselheiro me dá um beijo na testa e fico surpresa.

– Isso vai guardar você por alguns dias. - ele fala e depois me espanta.

Dou impulso com minhas asas e começo a voar, tomando altitude para ficar longe dos olhares de humanos.

(...)

Ainda estou ofegante e com medo quando chego perto da grande casa. Vejo que Harriet me espera no portão, com Harry do seu lado.

– Está atrasada. - Harry diz, com um tom de despreso.

– Ocorreu alguns problemas. - digo, abaixando a cabeça.

Harriet corre para minhas pernas.

– Meu Anjo da Guarda voltou!!!!!!!!!!!!!!!!!!!- ela diz, animada. Dou um sorriso.

– Ela não é um anjo, Harriet. Pare de ser tão infantil. - resmunga Harry.

Isso me machuca. Humano idiota, quero dizer, mas não posso odiar alguém. Isso vai contra minha natureza.

– É sim. Ela é meu anjo da guarda, e seu também. - diz Harriet, mostrando a língua para o irmão. Ele revira os olhos e diz alguma coisa como "não preciso de babá" e depois some para dentro.

– Allie, vamos brincar no quintal? - pergunta Harriet, toda feliz. Dou um enorme sorriso para ela.

– Claro. Vamos apostar uma corrida.- digo.

Ela se prepara e depois sai correndo quando digo Já. Deixo-a correr a minha frente, para que ela ganhe. Estou a ponto de começar a correr quando vejo um par de olhos negros nas arvores do lado de fora do portão.

Jev aparece por alguns instantes e me fita. Retribuo seu olhar. Ele rosna e depois se esconde novamente atrás das arvores.

Respiro fundo e começo a correr, deixando o portão se fechar sozinho atrás de mim.



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