(I Found You - The Wanted)

06h45 AM - Quem precisa de despertador quando se tem o Murphy? Senti as patinhas peludas pulando sobre a cama. Era bonitinho ver o filhote deitando ao meu lado. Afaguei uma de suas orelhas e me levantei. Por mais que eu não quisesse, eu precisava ver a nanica dos olhos grandes, afinal, ela está na minha turma - o que é uma droga!

Joguei a mochila nas costas e tentei ignorar o frio que fazia lá fora. Pensar que Tyler Foster também sentia ciúmes de mim, era animador! Qual é? Eu não sou totalmente egoísta, mas de certa forma, ele consegue me provocar quando está com a Parker. Pode parecer que o Foster não faz de propósito, mas para mim, ele faz! 

- Baixinha! - Foster me segurou pelo braço. - Finalmente te achei. Acho que precisamos conversar, não é?!

- Bem, que eu me lembre - Cruzei os braços -, eu não fiz nada de errado nas últimas horas. 

- Ah, não! - Riu. - Não foi você, Bri. Aliás, o problema sou eu! - Mordeu os lábios.

Senti dois braços segurando a minha cintura e me puxando para mais perto. Eu não precisava ser muito esperta para saber de quem era aquele cheiro. Convenhamos que Josh Steiner tem um cheiro inesquecível.

- Eu já disse que você está perfeita?! - Murmurou no meu ouvido. - Se não disse ainda, quero deixar bem claro que você está perfeita!

Como não me apaixonar cada dia mais pelo pirralho? É impossível! Tyler pigarreou, provavelmente incomodado com a cena ultra melosa. 

- Então, queria me falar alguma coisa, Foster?! - Perguntei.

O moreno foi interrompido mais uma vez pela nanica dos olhos grandes, que o abraçou por trás. Isso me fez revirar os olhos. Ficou na ponta dos pés, na tentativa frustrada de conseguir alcançar a boca do Tyler.

- Quem diria. - O pirralho sorriu. - Tyler Foster tem uma namorada! Se eu não visse essa cena, provavelmente não acreditaria.

Tyler arqueou uma sobrancelha e puxou a Parker para um abraço. Para ser sincera, eu estava odiando aquela situação ridícula! Achei que nada podia piorar, até a nanica abrir a boca.

- O que acha de sairmos hoje a noite?! - Sugeriu, animada. - Nós quatro!

Quando eu pensei em abrir a boca para um protesto ou quem sabe, inventar uma desculpa idiota, o babaca do Josh agiu bem mais rápido do que eu.

- Ótima ideia. - Sorriu, me apertando contra o seu corpo, enquanto encarava o Foster.

Se eu não conseguia aguentar a nanica no mesmo ambiente que eu por algumas horas, quem dirá a noite inteira!

Correção: Péssima ideia!

[...]

23h10 PM - Inauguração da Boate Dance Street. A nanica havia trocado os cardigãs e os vestidinhos com sapatilhas, por um vestido preto super colado e um salto que a deixava quase da mesma altura que o Foster. A Parker não hesitava em olhar para o pirralho com malicia. Se as coisas continuarem desse jeito, terei cometido um assassinato no fim da noite.

Quando entramos, achei que a música alta fosse estourar meus tímpanos. Era possível ver bebidas alcoólicas coloridas em copos de todos os tamanhos. Era incrível ver a expressão da Parker. Era como se ela nunca tivesse vindo à lugares assim. Por uns segundos, a nanica mordia os lábios e olhava na direção do Steiner.

- Que cara é essa, baixinha?! - O pirralho me segurou pela cintura. - O que houve?

- Qual é, Josh?! - Cruzei os braços. - Você sabe perfeitamente o que está acontecendo. 

Josh suspirou cansado e me puxou pela mão até uma pequena varanda que tinha uma vista incrível. Por mais que eu estivesse brava, a culpa não era dele. Tentei me concentrar e não parecer mais idiota do que eu estava sendo. 

- Desculpa, pirralho. - Mordi os lábios. - Você não fez nada! As vezes, o problema sou eu. Eu e meu ciúmes. 

- Não se culpe, baixinha. - Afagou minha bochecha. - Acho que sei do que você está falando. Não liga! Sabe que é bem melhor que ela, não é?!

Andou na minha direção, me fazendo recuar até eu bater minhas costas na porta de vidro. O moreno sorria, mordendo os lábios. Ah, Josh! Qualquer dia desses você me faz perder a sanidade. Seus braços se posicionaram ao lado do meu corpo, me impedindo de fugir ou algo do tipo. Se ele soubesse o efeito que aqueles olhos escuros tem em mim, ele nem precisaria me prender. Encostou nossas testas, enquanto sussurrava algo que eu não consegui identificar, porque a música atrapalhava. Mesmo com a bagunça do outro lado daquele imenso lugar, o momento era só nosso. Nada mais me importava agora. Para mim, eram apenas eu e o Josh. 

- Vai Brianna! - Murmurou, roçando o nariz pela minha bochecha. - Pede o que você quer! É só pedir...

E lá estava aquele Josh que me provocava. Aquele que me fazia pedir, implorar. Era desse pirralho que eu estava precisando agora.

- E se eu não pedir, Steiner?! - Arranhei suas costas por dentro da blusa. - E se eu fizer você pedir?!

- Não acho que você consegue! - Senti sua respiração falha no meu pescoço. - Mas tenta.

- Isso é um desafio?! - Ergui uma sobrancelha, me divertindo com a situação. - Eu adoro desafios.

Mordi o lóbulo da sua orelha e continuei arranhando suas costas. Eu conhecia Josh o suficiente para saber que ele não ficaria parado, sem me fazer arfar por uma vez sequer. Eu estava certa. Não demorou muito para ele usar as mil e uma utilidades daquela boca incrivelmente perfeita. Fez uma trilha de beijos pelo meu pescoço, enquanto acariciava as minhas costas. Era o suficiente para eu me render. Mas eu não ia fazer isso - pelo menos, não agora.

- É simples, baby. - Disse, contra a minha pele. - Duas palavras podem mudar isso. "Eu quero." ou "Me beije". Você escolhe! 

- Vamos supor que eu não peça. - Mordi seu lábio inferior. - O que vai acontecer?! 

Josh riu abafado e me pressionou ainda mais contra o seu corpo.

- Sorte sua que isso é uma suposição. - Senti seu hálito bater contra o meu pescoço. - Tem certeza que quer perder tudo isso aqui?!

Eu não tinha certeza. Eu queria cada milimetro do corpo do Josh no meu - e ele sabia disso. Mas eu não podia ceder quase no final. 

- Josh. - Murmurei baixinho, tombando a cabeça para trás. - Me beije.

Droga! Eu não conseguia nem pensar direito. Cada toque do Josh, me fazia arrepiar. O moreno sorriu e prensou seu corpo contra o meu. Minha respiração estava falha a muito tempo. O pirralho pediu passagem com a língua e eu não pensei duas vezes antes de conceder. A música alta, me fazia perder os sentidos - não só a música, mas o Steiner também.

Eu estava errada. Josh Steiner já havia feito eu perder toda a sanidade que restava.