Em Busca Da Rosa Sombria -Fic Interativa escrita por Guilherme Fraga


Capítulo 4
Capítulo IV - A floresta dos homens esquecida


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, sim eu estou vivo, e sim ainda estou trabalhando nessa fic.
Vou direto para o cap, lá em baixo la mais. ;D



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Passaram-se dias desde que saímos de Las Vegas, nós quatro, ou cinco contando com o tal do Ren, estávamos ao pé do tão comentado pico Hayford. Escalávamos a montanha, sem comentar que ela era muito íngreme. Era difícil escalar, o peso de colocar toda essa gente em risco pairava sobre minha mente. E magicamente com meu dom de ser distraído minhas nuas mãos escorregam pelo monte, e com a opressão em minha a consciência eu caio... Então, em um suspiro rápido eu acordo.

A fogueira do pequeno acampamento que formamos ainda estava acesa. Levanto-me e caminho até a beirada do pico Hayford, tínhamos escalado bastante, foi difícil chegar até aqui, perto encontramos um casebre onde uma família de “bugres da montanha” mora, parece que o menino/homem que cuida da casa vai aceitar o convite que Katrina o fez para que ele se junta-se a nós. O nome dele é Dean Brooks, uma mistura certa de índio com cowboy montanhês. Não é por nada não, mas não gostei dele.

Repentinamente ouço um barulho e ao me virar vejo Luke acariciando Ren. Só o que falta ele querer conversa essa hora... Assim, de novo. Ele sentou-se na beirada do pico com o tigre ao seu lado, olhando para mim ele disse:

–O que faz acordado? – Ele estava estranho.

–Não sei. – Disse olhando para o céu tão longe e tão perto de mim.

–Ainda acha bobagem essa viagem? – Perguntou ele interessado e com um ar de misterioso.

–Acho. – Respondi convicto no que dizia.

–Então mude de idéia. – O que ele está dizendo?

–O que? Não tem o porquê eu mudar de idéia. – Agora estava olhando para ele.

–Pelo menos me diga o motivo de todo esse receio. – Meus lábios se contraiam e lágrimas invadiam meus olhos. Com um estremecimento rápido de meus músculos desvio o olhar do garoto que me intimidava tocando em minha ferida, que acho que eu mesmo deixei aberta.

–Tenho medo de apegar-me a vocês, coisa que já aconteceu e acabar iludindo e destruindo vocês. – As palavras pareciam não passar por um filtro cérebro-boca, o que eu pensava acabou saindo.

Ele sorriu e disse:

–Era o que eu imaginava... –Fez uma pausa e levantou-se. – Eu te entendo bem, sei como é duro perder quem gostamos ou amamos. – Internamente eu o aplaudia pela maturidade e semelhança... Comigo.

–Quem disse que eu perdi alguém que eu amava? – Indaguei.

–Ninguém. Eu apenas presumi. – Essa frase do garoto me confortou, confesso.

–Volte a dormir. - Fui firme em minha decisão de encerrar a conversa.

–Sabe, se mudar de idéia sobre a viagem, terá meu apoio. – Disse Luke sorrindo enquanto voltava para onde ele antes dormia. Ren o seguiu deitando sobre este.

Os raios luminosos da manhã invadiam meus olhos, que eu tava com minha mão esquerda. Percebo que todos estão comendo na casa do senhor cowboy gentil. O alvoroço nesse meu despertar fora calmo. Katrina e Cys conversavam sobre sei lá o que, Dean tentava ensinar algum truque ao felino, que não o obedecia. Aproximei-me e tive todos os olhares para mim, provavelmente, pois sou muito lindo, sorri imediatamente ao pensar nisso.

–Dean. – Chamei-o – Tem algum lugar onde todos possam dar uma volta?

Ele olhava-me intrigado, acho que pensando com aquele ar montanhês rodiando sua cabeça.

–Na verdade tem sim. Há uma espécie de caverna com algumas árvores. – Caverna + árvores + montanha = Eu realmente não conheço esse mundo. Mas não fui só eu que me espantei com o que ele disse. Todos o olharam esperando uma explicação melhor.


–Aqui perto há uma caverna muito estranha, não me olhem assim. Ela é cheia de árvores. - Como? Voltam em minha mente milhões de explicações da aula de biologia sobre botânica.


–Como pode ter árvores em uma caverna? – Disse Cys de maneira suave e meio sedutora.

–É verdade, ela tem razão. - Katrina completou e deu um sorriso amigável para mim e para a nova amiga.

–Devemos explorá-la. – Comentei animado com a idéia.

–Não podemos. – O novato aparentemente da minha idade falou firme. – Ninguém nunca entrou lá.

O que? Até que faz sentido. Não um lugar conhecido, pois se fosse aqui não seria tão pacífico, mas sim cheio de turistas e etc.

–A vamos Dean. – Todos tentavam convencê-lo, enquanto eu os observava. Para ser franco, sinto-me como um pai cuidando de seus filhos. Um arrepio percorre minha espinha.

–Nós vamos. – Eu afirmo sorridente.

Eles sorriem, e começamos a debater, quando vamos, o que vamos levar.

Basicamente iremos hoje à tarde a uma caverna meio floresta, levando todo nosso resto de bagagem.

Para nossa ansiedade a tarde demorou a chegar. E quando chegou admirável e calorosa embarcamos na caminhada rumo à gruta.

O caminho que nos ligava ao tão esperado local era curto, no entanto curvo e estreito de mais para que andássemos um ao lado do outro. Assim, forçando-nos a andar em fila indiana.

Quando avistei a pequena entrada encoberta pelas sombras de sei lá o que, me animei ainda mais. As rochas magicamente pareciam ter dado lugar para a caverna. Ao entrar, fiquei de boca a aberta. Era verdade sobre a floresta.

O arvoredo não era gigante, mas era grande o suficiente para serem mais alto que eu, no entanto o estranho era que as árvores estavam divididas corretamente, oito para cada lado, fazendo com que a estrada continua-se em seu meio.

Essa gruta com certeza era uma enorme controvérsia, além das árvores a catacumba nunca se escurecia, pelo contrário em muitos momentos simplesmente parecia soltar pequenos feixes de luz, que pairavam sobre nossos rostos.

A extensão que a cova possuía era inimaginável, caminhávamos e nada de encontrar um fim.

–Gente. – Katrina começou a dizer. – E se essa caverna não tiver fim? Vamos ficar o resto da vida andando aqui? – Me deu uma vontade de respondê-la, mas como minha consciência esta me educando, me mostrou que era uma pergunta recíproca e que eu não deveria respondê-la, mas confesso que fiquei tentado a fazê-la.

–O que acham de andarmos mais uns cinco minutos e depois sairmos daqui? – Sugeriu minha jogadora de pôquer predileta.

–Tudo bem. – Respondeu Dean, mas ele respondeu por todos! Que ousadia.

Nossa caminhada de cinco minutos durou muito pouco, pois logo encontramos o fim da caverna.


Na parede do fundo daquele fim, encontrava-se algo escrito. No entanto, só consegui ler a palavra “Leshy”, mas não consegui decifra - lá.


Katrina, Narcysa, Luke e Ren aproximaram-se para ver mais de perto. Eu encostei-me a uma das paredes daquele “salão cavernoso”. Dean estava recostado em uma pedra em um canto qualquer.

O teto desse fim de gruta possuía riscos, que possibilitavam a passagem de

Reluzentes feixes de luz finos, que desciam angelicais e pousavam sobre o chão formando nitidamente uma cruz.


–Olhem isso!- Exclamou os três que observavam os escritos em uníssono.


–O que foi? – Perguntei. Fiquei interessado, e é bom que seja algo interessante mesmo.

–Isso aqui é um poema.

–Poema?- Eu e Dean parecíamos intrigados com a descoberta e com o fato de termos falado ao mesmo tempo.

–Sim. Vejam:


“...Eu deixo a vida como deixa o tédio


Do deserto, o poento caminheiro,

– Como as horas de um longo pesadelo

Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh’alma errante,

Onde fogo insensato a consumia:

Só levo uma saudade - é desses tempos

Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade - é dessas sombras

Que eu sentia velar nas noites minhas.

De ti, ó minha mãe, pobre coitada,

Que por minha tristeza te definhas!

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,

Se um suspiro nos seios treme ainda,

É pela virgem que sonhei. que nunca

Aos lábios me encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora

Do pálido poeta deste flores.

Se viveu, foi por ti! e de esperança

De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,

Verei cristalizar-se o sonho amigo.

Ó minha virgem dos errantes sonhos,

Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário

Na floresta dos homens esquecida,

À sombra de uma cruz, e escrevam nela:

Foi poeta - sonhou - e amou na vida...”


O poema era bonito, estranho e meio perturbador. Todos silenciavam, enquanto os três revezavam para ler trechos do poema. Quando a leitura acabou a cruz antes formada no chão cobriu-se por uma sombra, assim como o resto da caverna, deixando apenas alguns feixes de luz iluminar nossos rostos.


Ouviu-se um ruído. Era tenebroso aquele guinchado demoníaco, que se repetiu algumas vezes. Então a criatura saia de onde havíamos vindo. Como não o vimos?

Era uma criatura masculina, era alto e tinha uma espécie de barba feita de grama, além dos cascos, rabo e chifres dignos de um monstro com corpo de um quadrúpede. Possuía a pele pálida e uma espécie de olho com uma coloração clara. Tinha garras encobertas por sangue nas mãos. A besta gritou mais uma vez.

Estávamos pasmos ao ver algo como aquilo. Dean foi pegar sua arma em sua mochila, Ren estava em posição de ataque, mas Luke segurava-o com medo de que pudesse ocorrer algo com ele. Katrina deu idéia a Cys de procuraram no poema algo, que pudesse ajudar contra essa besta, eu fui contra, mas não me expressei.

A criatura avançou em minha direção. Com ferocidade ele conseguiu aranhar meu rosto, que começou a pingar sangue, deixando um rastro por onde eu desviava da besta, que me derrubou no chão. No entanto, ela parecia ter reconhecido o Brooks, então foi atacá-lo.

Luke não conseguiu conter o felino de pelo branco, que em um salto atacou o monstro, não espere, ele errou. Em sua segunda tentativa leva uma espécie de coice do bicho, batendo na parede e ficando quieto no chão, com a respiração acelerada.

Dean essa hora já estava com seu revólver em mãos. Ele atirava contra o ser, mas este resistia em pé. Aproximando-se do cowboy montanhês com um golpe desarmou-o. O novato agarrou o punho da criatura , que crava suas garras no pulso de Dean. Eu confesso que, estava em estado de choque. As gotas de sangue escorriam por minha alva pele, e as lembras da última tragédia em que estive voltam a minha mente. É doloroso.

O empurra-empurra entre os dois conduzindo-os ao meio daquele “salão”. A cruz ainda era vista sob a sombra que pairava sobre ela. Lá a criatura sente-se enfraquecida. Ouvindo Cys e a rica ex-menina do circo relendo o poema, percebo que a criatura só pode ser morta sobre a sombra da cruz.

Dean cai e a criatura começou a fraquejar. O endiabrado de quatro patas soltava suas garras dos pulsos do Brooks, mostrando o quão profundo havia sido o ataque. Agora ele lentamente dirigia seu ataque ao pescoço do novato. Eu sabia a teoria, mas agora faltava a pratica. Corri em busca do revólver de Dean. Não conseguia encontrar, era algo frustrante e que misturado com a adrenalina veloz em minhas veias acelerava demasiado meu coração.

O revólver estava preso entre algumas rochas. Minha mão não alcançava-o. E no calor do momento lembrei-me de meu sonho e das palavras de Luke, Sabe, se mudar de idéia sobre a viagem, terá meu apoio.” Tive uma idéia.

–Luke, vem cá! – Exclamei alto, virando meu rosto vem que a criatura estava perto o suficiente do pescoço do montanhês, lembrei-me do corte em meu rosto. Luke levantou-se e veio.

–Eu preciso que pague a arma ali. – Disse apontando para pistola. Ele me olhava intrigado. – Eu tenho um plano, só faz o que eu to dizendo.

Ele concordou com a cabeça, e foi tentar pegar arma entre as pedras. Sua mão era pequena, mas ainda sim, não passava por todos os pedregulhos, até que.

–Eu consegui. – Gritou ele estendendo-me a arma.

Eu sem hesitar atirei na criatura, que gemeu ao ser atacada no lado esquerdo de suas costas, é provável que tenha atingido o coração ou sei lá, tomara. Vendo meu olhar temeroso, Dean atirou a criatura, sobre ele ao chão e deitou-se sobre ela com seu peso, isso por tempo o suficiente para que eu pudesse acertá-lo mais uma vez.

O monstro gemia e contorcia-se, e com aquela espécie de olho, parecia ver meu interior. Sabia que eu estava com medo, e tentava usar isso contra mim.

Eu cerrei meus olhos com força e apertei o gatilho, abri meus olhos após ouvir mais um grunhido desesperado da besta.

O tal monstro parecia estar morto. As garotas, que antes reliam o poema, agora ajudavam Dean a levantar-se. Todos rodeavam o corpo do bicho, menos o veterinário de circo que via como o tigre estava.

A criatura quadrúpede começou a ser envolvida por pequenos laços de luz. Então, sua pele tornava-se algo como um espelho quebrado, e com uma rajada de vento levou os pedaços, ou cacos do bicho, sei lá para onde.Todas as árvores começaram a ser envoltas pelos pequenos laços de luz, e começavam a desaparecer tal qual a criatura.




Leiam as notas finais.

 

 

 

 

 





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Notas finais do capítulo

Dean Brooks:
http://www.google.com.br/imgres?q=country+boy&start=168&um=1&hl=pt-PT&tbo=d&biw=1024&bih=667&noj=1&tbm=isch&tbnid=N2nVAB_xqatVMM:&imgrefurl=http://www.fanpop.com/clubs/jackson-rathbone/images/2831271/title&docid=nZ71zucWJG6qKM&imgurl=http://images2.fanpop.com/images/photos/2800000/Cute-Country-Boy-Jackson-jackson-rathbone-2831271-600-896.jpg&w=600&h=896&ei=smW-UP6BOqup0AGJ
O monstro:
http://www.google.com.br/imgres?q=leshy+mitologia&um=1&hl=pt-BR&sa=X&biw=1137&bih=752&tbm=isch&tbnid=9mWQQabIMqLzTM:&imgrefurl=http://forgetthefear.blogspot.com/2010/10/lechies.html&docid=eu57ChyY05nP5M&imgurl=http://4.bp.blogspot.com/_oLh1xqLxnjs/TLN0NmsXiGI/AAAAAAAAAQg/gs9I9svmcTI/s1600/Leshy_by_Mentosik8.jpg&w=692&h=1153&ei=MtwoUaq4OJKO8wT60YDgDg&zoom=1&ved=1t:3588,i:79&iact=rc&dur=150&sig=112032861222336959771&page=1&tbnh=185&tbnw=104&start=0&ndsp=23&tx=68&ty=40
Gente, sei que demorei, e tive outros compromissos, e etc.. É provável que tenha sido importuno de mais de minha parte demorar, no entanto tenho novidades. Sim, postarei seguido, OU pelo menos irei tentar. Mudei algumas coisas que eu mesmo havia planejado para essa fic, e espero que tenham gostado, comentem e acho que é isso. Beijos ;)



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