The Hunger Games: We Always Were escrita por Beatriz Costa


Capítulo 3
Adeus, Distrito 12


Notas iniciais do capítulo

NESSE CAPITULO, PEETA DIZ ADEUS, KATNISS QUESTIONA SEU RELACIONAMENTO COM PEETA E OS DOIS SE DIRIGEM Á CAPITAL.
OBRIGADA
Daniela Everdeen;
Aline Everdeen Mellark;
Luli Melo;
Elyon;
PELOS REVIEWS!
BOA LEITURA:)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/287944/chapter/3

Eles foram levados para fora do palco pelos Pacificadores. Homens e mulheres de uniformes brancos, armados com pistolas. Proibidos de sorrir. Forçando as pessoas a fazerem as vontades do Capitol. Fora do 12, os Pacificadores eram temidos. Em dias normais, dentro dos limites do 12, não eram tão cruéis como a maioria. Eles seguiam a maioria das leis, mas negligenciavam muitos. O Distrito 12 era o mais pobre de todos os distritos, o que significava que os Pacificadores não tinham muita comida. Mas no dia da Colheita o lugar estava cheio de oficiais e eram para ser temidos.

Katniss e Peeta foram colocados em salas separadas, no Edifício da Justiça. Cada um teve uma hora para se despedir de seus entes queridos.

Um milhão de pensamentos atravessaram a mente de Katniss. Diga adeus a mãe e Prim. Se certifique que Gale as mantem alimentadas. Você vai morrer em breve. Você tem que manter uma cara brava. Porque é que você cedeu a Peeta? Você tem que terminar com ele. No trem. Se você acabar com ele, então vai ser mais fácil para ambos quando entrarem na arena. Se os outros tributos descobrirem sobre vocês dois, eles vão usar isso contra vocês de certeza. Eles vão torturá-lo ou a você. Ela tinha que colocar esses pensamentos fora de sua mente. Agora ela tinha que se concentrar em Prim. Em sua mãe. Principalmente me Prim.

Assim que Prim entrou na sala Katniss a engoliu num abraço. “Não, Katniss! Você não pode ir! Você não pode.”

“Hey.” Katniss acalmou a irmã. “Pare com isso agora. Nada de chorar.”

“Você pode ganhar, você sabe.” Prim falou com uma voz encorajadora. “Você pode caçar.”

“E sou inteligente.”, acrescentou Katniss.

“Então você vai tentar? Você vai tentar ganhar?”

Katniss não podia falar. Apenas acenou com a cabeça, “Sim.”

Peeta se sentou em silêncio, com os cotovelos sobre os joelhos e os dedos cruzados sobre a ponte do nariz. Seu irmão mais velho veio em primeiro. Peeta ergueu os olhos para ele e, em seguida, se levantou. Ele tentou não chorar, mas era tarde demais. As lágrimas simplesmente vinham. Seu irmão abraçou-o e disse, “Sinto muito.” Eles ficaram abraçados alguns minutos até que seu outro irmão entrou na sala.

Quando seu outro irmão o abraçou, ele disse: “Eu não sabia o que fazer. Não sabia se devia me voluntariar como fez Katniss.”

Peeta o interrompeu, “Não. Eu queria ir.”

“Porquê?”

“Ela precisa voltar para casa.” Peeta conteve as lágrimas e agarrou os ombros do irmão. “Ela tem que voltar para casa. Ela tem que voltar.”

Seu irmão o segurou ao perceber o que Peeta estava dizendo. “Eu não quero que você morra.”

“Mas eu tenho que morrer”, sussurrou Peeta. Eles se abraçaram uma última vez e depois Peeta o empurrou suavemente, “Vá em frente. Diga ao pai para entrar.” Antes de seus irmãos saírem da sala, ele os deteve. “Hey. Eu amo vocês.” Sua família não era muito de demonstrar afeto, mas esta era a última vez que ia ver os irmãos e queria que eles soubessem que os amava.

Peeta esperava seu pai entrar na sala, mas quando entrou sua mãe, ele prendeu a respiração. Ele não se havia preparado para ela ainda. Seu rosto ainda estava coberto de lágrimas da visita de seu irmão. Ele rapidamente limpou o nariz na manga e esperou sua mãe dizer alguma coisa. Ela estava ao lado dele e estendeu a mão para acariciar as costas desajeitadamente. Não era muito, mas era algo e ele se sentia estranhamente bem para receber o toque de sua mãe por amor em vez de medo. Normalmente ela iria bater-lhe, ameaçar não confortá-lo.

“Bem, Peeta. Pelos menos o Distrito 12 pode realmente ter um vencedor esse ano.” Peeta mal podia acreditar. Depois de tantos anos pensando que sua mãe o odiava. Tantos anos sendo intimidado sob seu punho, ela realmente achava que ele podia ganhar. Ele não ia ganhar, mas apenas o pensamento dela de acreditar que ele ia ganhar, lhe deu um sentimento de esperança. Sua mãe realmente o amava. “Aquela lá é uma sobrevivente.” Sua mãe dá enfase na frase, dando tapinhas em suas costas.

Todas as esperanças de Peeta foram destruídas. Não, essa mulher, sua mãe, não o amava, afinal. Nunca amou. Eu era apenas trabalho livre. Na verdade, eu lhe custei dinheiro. Eu comi sua comida e ela tinha que me vestir. Ela provavelmente estava grata por eu estar indo para os Jogos Vorazes, pensou. Uma boca a menos para alimentar. Mas então quem vai decorar os bolos querida mãe? Ele ouviu as palavras de novo. “Ela é uma sobrevivente…”

“Sim, ela é, mãe. É com isso que estou contando.” Sua mãe lhe deu um olhar estranho. “Se você não se importa, eu gostaria que você saísse agora.” Ele desejou que as lágrimas se fossem, mas elas não foram. Agora havia arrependimento junto da dor.

Seu pai entrou na sala, no momento em que a mãe estava saindo. Peeta voou para seus braços e deixou as lágrimas fluírem. Ele se agarrou ao pai e desejou voltar no tempo. Voltar á infância, quando seu pai era o seu herói e o dia da Colheita era jantar de comemoração, não de pânico e medo.

“Você precisa tentar e voltar para casa, Peeta.” A voz de seu pai continha desespero. “Me prometa.”

“Pai, eu não posso.” As palavras de Peeta mal saíram.

“Você tem que tentar”, seu pai soou histérico. “Nós podemos mante-las alimentadas. Nós podemos garantir que a família de Katniss tem comida.”

“Não, pai. Não.” Peeta se afastou do pai. “Eu não posso voltar aqui sem ela. Eu não posso fazer isso. Não me peça para fazer isso, pai.”

“Mas você vai me pedir para ficar bem com você se matando?”

“Sim.” Peeta ergueu os olhos para o pai. “Eu a amo.” Ele caminhou até ao pai e pegou em sua mão. “Eu a amo.”

Seu pai segurou sua mão e disse, “Eu sei.” Eles ficaram em silêncio por alguns segundos, até que ele disse, “Eu ainda vou garantir que Prim tenha comida.”

“Obrigado, pai. Eu agradeço, mas… e a mãe?”

“Não se preocupe com sua mãe. Ela não está no comando da padaria. Eu estou.”

Peeta não podia deixar de se surpreender. Toda sua vida Peeta queria que seu pai fizesse frente a sua mãe. Que ficasse do seu lado. E agora que Peeta estava indo para a arena, seu pai finalmente encontrara a coragem para fazer frente á mulher por causa de Prim. Essas mulheres Everdeen com certeza têm um monte de poder sobre os homens, pensou Peeta.

Um último abraço e um beijo na bochecha. “Eu amo você, Peeta.”

“Eu também te amo, pai.”

“Se mantenha forte. Lute por ela.”

“Esse é meu plano.”

“Eu estou orgulhoso de você, filho.”

“Obrigado, pai.” Peeta olhou para a porta fechada e disse: “Tchau, pai.”

Quando a porta se abriu e entrou Delly Cartwright, Peeta não se surpreendeu ao ver sua melhor amiga chorando histericamente. Delly, que sempre foi alegre, jogou os braços ao redor do pescoço de Peeta e disse, “Você não vai voltar, pois não? Você vai morrer lá, só assim vai conseguir protege-la e não diga que você não vai, porque passei minha vida inteira vendo você bajular ela e eu sei, eu sei o que você vai fazer Peeta. Eu sei seu plano.”

“Pare com isso Delly.” Peeta estava chorando em seu ombro. “Não faça isso.”

“Porquê? Porque estou certa?”

“Delly, eu preciso de alguém que seja forte por mim. Por favor.”

“Eu não posso ser forte, Peeta. Não posso”, ela soluçava. “Eu pensei que depois que vocês dois começassem a namorar, talvez as coisas finalmente fossem ficar a vosso favor e agora…” Delly e Madge Undersee tinham sido as únicas pessoas que sabiam sobre a relação de Katniss e Peeta. Katniss não tinha permissão para namorar alguém porque sua mãe achava que ela era muito jovem e Peeta prometeu mantê-lo em segredo, mas nenhum deles conseguia descobrir uma maneira de estarem juntos. Daí Delly e Madge. Ninguém questionou a amizade de Peeta com Delly e Katniss almoçava com Madge todos os dias. Como Delly era amigável com todos, parecia normal quando ela começou uma amizade com Madge. Havia alguns olhares estranho no início, mas ninguém suspeitava depois de algum tempo. Katniss usaria Madge como desculpa para estar com Peeta. Peeta usaria Delly como desculpa para estar com Katniss e ninguém era o mais esperto.

“Delly, Katniss e eu realmente agradecemos tudo o que você fez por nós. Você realmente nos ajudou quando… quando…” Peeta não conseguia se controlar. Ele continuou relembrando todas as tardes que ele e Katniss passaram debaixo do grande carvalho. Fora da vista de todos. De mãos dadas. Falando sobre a floresta. Dizendo a ela o seu amor pela arte. Partilhando seus segredos. Sussurrando seus desejos. A primeira vez que ele a segurou em seus braços Delly foi até eles e lhes disse que era hora de ir para a aula. Ela corou quando foi até eles. Peeta tinha subido na árvore nessa tarde e quase quebrou a perna tentando descer, escalada realmente não era para si. Ele esculpiu suas iniciais e as de Katniss no carvalho, rodeando com um coração. Ele nunca disse a Katniss sobre isso. “Delly, quando Katniss chegar em casa. Leva ela até á árvore e lhe mostre o coração com as nossas iniciais.”

Delly assentiu freneticamente. Ela estava lá quando Peeta esculpiu.

“Você vai fazer isso por mim?”

“Sim. Mas você tem de voltar para casa também.”

“Eu não posso, Delly. Um vencedor.”

“Oh, Peeta.” Ela chorou. “Eu odeio isso.” Eles se abraçaram com força. “Você tem sido um grande amigo para mim. Ela é tão sortuda por ser amada por você.”

“Obrigado.” Peeta beijou sua testa e disse, “Até mais, Delly.” Ele a observou indo embora. Ele não esperava mais ninguém entrar na sala. Ele limpou os olhos e o nariz na camisa e tentou se recompor. Quando a porte se abriu mais uma vez, seus olhos mal podiam acreditar.

“Peeta.”

“Gale”, os olhos de Peeta estavam interrogadores.

“Você não a pode matar. Só me prometa isso. Não importa o que você faz na arena, você não a vai matar.”

Ele não sabia o que esperar de Gale, mas essa era a última coisa. “Ela vai voltar para casa, Gale. Eu vou me certificar disso.”

O olhar de Gale foi de choque. “Então você vai… protege-la?”

“Eu fazer tudo o que puder, para ter certeza que ela ganha esse negócio.”

Gale se sentou e começou em entrar em modo de defesa. “E os Carreiristas? Eles vão querer matar ela de certeza.”

“Eu não sei ainda. Eu ainda não tenho realmente um plano.”

“Bom, você terá de ter um em andamento. Katniss começou a trabalhar num no momento em que se voluntariou. Você pode apostar.”

“Ótimo. Ela vai precisar de um.”

“Você tem certeza sobre isso, Peeta?”

“Sobre o quê?”

“Você está disposto a morrer por ela? Você mal a conhece.”

Peeta apenas olhou para Gale. Se ele soubesse, pensou. “Eu sei que morreria por ela.”

Gale não podia acreditar no que estava ouvindo, mas ele não estava ali para o questionar. Ele apenas acenou com a cabeça e apertou a mão de Peeta. “Não se preocupe com os Carreiristas. Tenho certeza que você vai pensar em algo. Talvez Haymitch possa descobrir alguma coisa.”

“É… alguma coisa. Embora não tenha certeza do quê. Minha cabeça ainda não está no jogo.”

“Bom, você tem de arranjar algo no jogo e rápido.”

Peeta estava tendo um tempo difícil para controlar sua própria morte. Sobre a possibilidade da morte de Katniss e Gale de pé na sua frente lhe pedindo para fazer um plano? Todo o mundo sabia que os Carreiristas normalmente ganham os Jogos Vorazes. Os Carreiristas eram os Distritos 1, 2 e 4. Embora eles não fossem autorizados a treinar para os Jogos, eles o faziam. Pelo dia da Colheita, eles tinham mais voluntários do que eles sabiam o que fazer com eles. Pessoas como Katniss, eram uma raridade nos outros distritos. Peeta verbalizou seus pensamentos: “Eu não sei como vou derrotar os Carreiristas.”

“Bem, se você não pode vencê-los… se junte a eles.”

“Sim, certo.” Peeta encaminhou Gale até á porta. “Gale, eu preciso que você me prometa uma coisa.”

“Claro.”

“Eu prometo que vou cuidar de Katniss na arena, mas eu preciso que você prometa que vai cuidar dela quando ela chegar em casa.”

“Eu prometo.”

Peeta sabia que ia deixar Katniss louca se ela descobrir o acordo que acabara de fazer, mas ele não se importava.

Gale esperava que Katniss nunca descobrisse que ele e Peeta estavam discutindo seu futuro.

Quando Gale deixou a sala, Peeta se sentou numa cadeira e sentiu um alívio ao saber que Katniss teria quem tomasse conta dela durante o resto da vida. Gale iria cuidar dela. Ela iria mantê-la seguida. Ela vai passar a vida com Gale. Gale. Gale. Você não, Peeta, pensou. E mais uma vez sua morte iminente se formou em sua mente. Desta vez as lágrimas foram de limpeza. Só mais uma vez, pensou. Mais uma vez e depois nada mais. Eu não me vou deixar chorar mais. Não há nada mais que possa ser feito, mas por agora posso sentir remorso pela vida que estou prestes a perder. Pelo amor que não vou mais explorar. Pelo futuro que vou dar a outro homem.

Katniss e Peeta foram levados até um carro. Eles iam ser conduzidos até á estação de trem. Ela viu os olhos de Peeta. Estavam inchados. Obviamente ele tinha chorado. Ela não derramou uma lágrima. Ela disse seu adeus a Prim, sua mãe, sua amiga Madge, que lhe dera um broche de um mockingjay, Gale e de todas as pessoas, o pai de Peeta. Ela ficou aliviada ao ouvi-lo dizer que ia manter Prim alimentada. Katniss não podia chorar. Ela continuou dizendo isso a si mesma até entrar no veículo com Effie Trinket e Peeta. Como Effie não parava de tagarelar sobre como eles iriam se divertir e como o trem estava maravilhoso, Katniss tinha que descobrir como terminar as coisas com Peeta. Era o melhor, disse para si mesma. Deixe que ele me odeie. Deixe que ele se ressinta antes da arena. No segundo em que ficassem sozinhos, ela prometeu lhe dizer estar tudo acabado. Eles não podiam continuar mais o relacionamento. Eles tinham de ser inimigos para a sua sobrevivência. Mas só um deles poderia sobreviver. Ela fechou os olhos e engoliu o nó na garganta. Odiava-se naquele momento. Se desprezava a si mesma, mas ela tinha que fazer isso por Prim. Ela prometeu a Prim que tentaria ganhar.

Quando entraram no trem, Katniss se sentiu tonta. Ela nunca tinha visto tal luxo em toda a vida. Mesas de mármore, lustres de cristal e comida em todos os lugares. Tanta comida.

“Não é de morrer?” perguntou Effie Trinket.

Literalmente, pensou Katniss.

Peeta saiu atrás dela e levou tudo para dentro. A vista do cómodo lhe fez mal. Quantas crianças já morreram ao longo dos anos para que o Capitol pudesse viver assim? Ele se perguntou. Mas o cheiro de comida finalmente chegou e seu estômago vazio rosnou. Embora estivesse com fome, ele não tocou em nada.

“Venham. Venham.”, Effie os chamou. “Cada um tem seu próprio quarto.” Só então o trem começou a se mover. Katniss e Peeta pegaram no objeto mais próximo. “Não é incrível? Mais de 200 km/h e você mal consegue sentir algo.”

Effie leva Katniss até seu quarto e mostra ao seu redor, “Cada um tem seu próprio quarto.” Ela informa Katniss que pode vestir o que quiser, tomar um banho, fazer o que quiser. “Apenas esteja pronta para o jantar em uma hora.” Com isso ela sai. Katniss se senta na beira da cama, sentindo a maciez do edredom sob seu toque. É suave, mas não quente como os lábios de Peeta, ela pensa. Pare com isso, Katniss. Ela diz para si mesma. Você não pode pensar mais nele. Não dessa maneira. Ela se levanta para esquadrinhar as gavetas, encontrando roupas de todas as cores, perguntando porque todas têm seu tamanho. Ela se assusta quando ouve uma batida suave na porta.

“Peeta.” Ela não fica surpresa ao vê-lo em pé do outro lado da porta. “Você não deveria estar aqui.”

“Me deixe entrar antes que alguém venha.”, sussurra.

Katniss olha o corredor dos dois lados. “Você devia ir.”

“Eu não vou sair daqui por isso me deixe entrar.” Ele passou por ela e entrou no quarto.

Ela continuou na porta e respirou fundo. Quando fechou a porta pensou consigo mesma, você pode acabar com isso. Quando se virou ele a puxou para seus braços.

Ela não queria sentir seus braços em volta dela. Ela não queria precisar dele, mas ela o fez. Seus dedos se cravaram em suas costas e o puxou para mais perto dela. Eles ficaram em silêncio por um minuto, até que ele o quebrou: “Não se preocupe. Vai dar tudo certo.” Mas ele sabia que não iria.

“Não, não vai, Peeta.” Ela o empurrou. “São vinte e quatro tributos e apenas um sai. Um.”

“Sim e é você.”

Ela olhou para ele balançando a cabeça em descrença, “O que… o que você está dizendo?”

“Eu estou dizendo que você está indo para ganhar esse negócio.” Ele andou até ela, mas Katniss se afastou. “Não faça isso. Não se afaste de mim.”

“Eu tenho que o fazer.”

“Eu estou lhe pedindo para não o fazer.”

“Eu não tenho escolha, Peeta. Nós não podemos continuar fazendo isso. Tem de acabar.” Ela podia sentir as lágrimas queimando, mas ela as enxugou. Ela precisava encontrar a garota que era antes de ficar presa no elevador com Peeta. Antes de ela conhecer o toque de sua mão. A segurança de seus braços. Ela era mais forte. Ela tinha um exterior robusto que combinava com seu interior até Peeta aparecer. De alguma forma, ela o deixou desbastar e ressentiu-o por isso. Ela estava indo para os Jogos agora. Ela tinha que lutar por sua vida. Pela vida de sua família e ela não podia deixar que ninguém eclipsasse seu julgamento.

Peeta estava completamente confuso. “O que tem de acabar?”

“Isso. Você e eu. Essa coisa toda entre nós.” Katniss começou a andar em círculos pelo quarto. “Isso não pode continuar.” Sua voz era fria e calculada.

Peeta não podia acreditar no que estava ouvindo. “Você… você está terminado comigo? Katniss? Você está realmente acabando tudo? No dia da Colheita?”

Katniss parou de andar e olhou para ele. Até mesmo para ela soou baixo. “Não acabar exatamente.”

“Então o que você está dizendo? Porque parece que você está terminado comigo.” Peeta olhou para ela de sobrolho franzido. “Katniss, eu perdi tudo hoje.” Ele passou a mão pelo rosto e disse: “Eu acho que não consigo se perder você também.”

Um milhão de pensamentos passaram por sua cabeça. Estamos lutando até á morte. Eu tenho que assassinar estranhos… crianças. Eu posso morrer. Peeta pode morrer. Oh, meu Deus. Peeta pode morrer. Todos os seus planos foram pela janela com o pensamento da morte de Peeta. Ela correu para seus braços. “Nós não podemos deixar que saibam. Não podemos deixar que os outros tributos saibam sobre nós. Vão ver isso como uma fraqueza. Eles vão usar isso contra nós.” Ela beijou sua bochecha.

“Ok, Katniss. Eu não vou contar a ninguém.”

“Promete?” Ela se afastou um pouco e olhou em seu rosto. “Me promete que você não vai entregar isso para os outros tributos?”

“Eu prometo. Apenas… não me deixe. Não me assuste assim de novo, ok?”

“Ok.” Ela não poderia fazer isso. Por mais que quisesse, ela não conseguiria terminar seu relacionamento com Peeta. Uma vez que chegarem na Capital, eles irão se separar de qualquer maneira eventualmente. Nesse meio tempo, ela não iria partir o coração de Peeta. Se isso era tudo o que restava, então ela iria levá-la.

“Jura?”

“Juro.”

Ele suspirou em seu cabelo.

“Peeta, eu não quero que você morra.”

“Eu não quero morrer, mas se eu tiver que o fazer para que você possa viver, é o que vou fazer.”

“Não diga isso.”

“É como me sinto.”

“Nós deveríamos ter fugido essa manhã. Nós deveríamos ter apenas corrido para a floresta sem olhar para trás.”

“E o que teria acontecido com Prim?”

“Nós poderíamos ter levado ela com a gente.” Katniss esboçou um sorriso. “É claro que provavelmente ela não teria feito meia milha, mas é um pensamento agradável.”

“É. É um pensamento agradável.” Peeta se inclinou e a beijou levemente. Ele se sentou na cama e deu um tapinha no lugar ao lado dele. Quando ela se sentou, ele disse: “Sabe o que eu pensei hoje quando Delly veio me ver? Eu pensei sobre a primeira vez que você veio ao meu encontro no carvalho ao almoço.”

Katniss apertou a mão de Peeta. “Eu me lembro desse dia.”

“Você estava carrancuda.” Peeta olhou para Katniss. “Sim, exatamente igual.”

Katniss fez uma careta para ele. “Eu não estou irritada.”

Peeta riu dela. “Ela foi embora.”

“Você parecia um gato que apanhou um canário.”

“Sério?” Peeta sorriu.

“Sim.” Katniss sorriu timidamente com a memória. “Eu não sabia o que estava fazendo lá. Todo o tempo que andei até lá, eu dizia a mim mesma que estava louca.”

“Eu esperava que você aparecesse.”

“Mas e se você tivesse mudado de ideia.”

“Então eu iria até lá e diria que tinha mudado de ideia.”

“Delly não sabia o que pensar quando perguntei se queria almoçar fora dali.”

“Madge pensou que eu estava louca quando pedi para ir almoçar comigo. E quando vimos você e Delly ela apenas me olhou como se tivesse um parafuso solto.”

Peeta começou a rir. “Você lembra, quando Madge sentou para comer e Delly começou a falar com ela? Madge disse, “Não sou de falar muito, e Delly respondeu, Tudo bem. Eu sou.”” Os dois começaram a rir com a lembrança.

“Eu pensei que Madge ia sair logo dali, mas ela não o fez.” Katniss deu um obrigado silencioso a Madge e apertou o broche de mockingjay que estava usando no vestido.

Peeta levou os dedos de Katniss aos lábios e os beijou. “Não, ela não o fez. O que foi uma sorte para mim, porque eu tenho que passar meu almoço comendo morangos com você.”

“Eles foram esmagados.”

“Eles foram deliciosos”, disse Peeta enquanto encostava sua testa na dela.

Ficaram em silêncio até Peeta o quebrar. “É melhor eu ir antes que seja apanhado.”

Katniss saiu do seu transe e disse: “Me deixe checar o corredor primeiro.”

Peeta escapou de volta para seu quarto e tomou um banho. Foi uma coisa estranha ficar em pé numa banheira em vez de sentar. Na verdade, ele preferiu o chuveiro á banheira, mas principalmente porque não havia água quente. Uma coisa rara no Distrito 12. Quando saiu do banho, vestiu uma providenciada pela Capital assim como uma camisa. Pode muito bem aproveitar o luxo enquanto pode, Peeta, pensou consigo mesmo. Já era tempo, ele pensou. Hora de começar a formular um plano. Como você ganha os Jogos Vorazes? Bem, havia uma pessoa que poderia responder a essa pergunta. Um vencedor. Haymitch Abernathy. Ele era o único mentor do Distrito 12 e a tábua de salvação para Katniss e Peeta. Peeta ia ter de escolher o cérebro. Ele pediu para encontra-lo. Enquanto caminhava pelo trem, encontrou-o no vagão-bar. “Haymitch?”

“O que…” O resto da palavra foi cortada com um arroto.

“Eu só queria me apresentar. Sou Peeta Mellark.” Peeta estendeu a mão numa tentativa de sacudir a de Haymitch.

“Eu estou tirando uma soneca.”

Haymitch era uma causa perdida. Agora Peeta sabia que teria que fazer muito mais do que contar com seu mentor para se certificar que Katniss ganha esses Jogos. Deste ponto em diante, ele ia ter de amar a Capital e todos os seus habitantes. Essas eram as pessoas para as quais os Jogos foram criados. Eles eram os patrocinadores e você precisa de patrocinadores para ganhar. Mas como poderia conseguir patrocinadores para Katniss? Essa era a pergunta.

O jantar foi servido vagão de jantar e Peeta estava morrendo de fome. Quando Effie fez um comentário sobre os tributos do ano anterior comerem com as mãos ele queria dizer algo sobre eles nunca terem comida suficiente para comer com garfo e faca, mas depois ele viu como Katniss terminou a refeição com os dedos e fez de tudo para não rir. Ele queria se juntar a ela, mas ele tinha feito uma promessa. Fazer as pessoas da Capital o adorarem e isso incluía Effie Trinket. Ela não era capaz de os patrocinar, mas ela era sua acompanhante e ele tinha a certeza que ela tinha alguma influência na Capital.

Quando a refeição acabou, ele sabia que tinha comido demais. Aparentemente Katniss também. Ela parecia um pouco verde, mas ele precisava de sua força. Ele precisava ganhar peso se estava disposto a entrar nos Carreiristas e iria consegui-lo.

Effie sugeriu assistirem as repescagens das colheitas na televisão. Katniss e Peeta a seguiram e se sentaram precariamente um perto do outro no sofá. Effie não prestava atenção neles. Eles olharam para a tela e viram como cada distrito entrou em jogo. Do Distrito 1, um garoto arrogante e uma garota de tirar o fôlego, ambos sem hesitação quando são chamados. Do Distrito 3 um garoto de estatura média ao Katniss não presta atenção, mas Peeta se sente mal. Do Distrito 8 um garoto e uma garota que parece a Katniss olhar o passado, mas por algum motivo Peeta toma conhecimento deles todos. Eles estavam assustados. Como todo o resto de nós, pensa. Ambos notam o garoto aleijado do 10 e quando Rue, a garota do Distrito 11 é chamada, os dedos de Katniss encontram os de Peeta nas almofadas entre eles. Enquanto Peeta e Katniss revivem o horror de Prim ser chamada e Katniss se voluntariando, Effie está muito obcecada por sua aparência na televisão para perceber como o par está perturbado.

“Seu mentor tem muito a aprender sobre apresentação. Muito sobre comportamento televisivo.”

Peeta tentou fazer luz da situação para beneficio de Katniss: “Ele estava bêbado. Ele fica bêbado todos os anos.”

Katniss se junta a ele, “Todos os dias.” E riem olhando um para o outro.

“Sim. Que estranho vocês acharem divertido. O vosso mentor é a vossa tábua de salvação para o mundo nesses Jogos. Aquele que aconselha, junta patrocinadores e dita as apresentações de qualquer presente. Haymitch pode muito bem ser a diferença entre sua vida e sua morte.”

Suas palavras chegaram a Peeta como um soco. Ele precisava de Haymitch. Katniss precisava de Haymitch. Peeta não se importava com o que seria necessário, ele iria fazer com que Haymitch os ajudasse, não importa o quê. Se isso o matasse, e ia matá-lo, Katniss iria para casa.

Foi então que Haymitch entrou na sala, disse alguma coisa e vomitou.

Peeta tinha um monte de trabalho para fazer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero-vos no capitulo 4.
BJS!