We Found Love escrita por Jessie Austen


Capítulo 5
O Plano




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Loki caminhava lentamente pelo imenso jardim com Tristan o acompanhando de longe.

O caminho era plano e por causa da estação, estava repleto de folhas caídas, enquanto as árvores tinham um tom amarronzado.

– Então...você realmente tem medo de mim? – perguntou a certa altura virando-se para o soldado que não se mexeu nem muito menos disse algo.

Ele suspirou e voltou pelo caminho que fizeram. Concluiu que medo era melhor, muito melhor que ódio.

Desde que chegou naquele reino desconhecido pode perceber o quanto era mal vindo, odiado. Olhares, cochichos, sorrisos maldosos, ninguém resistiria por muito tempo.

Mas ele era forte. Por mais que sofresse, não demonstraria, nunca.

Havia aprendido a ser independente e nunca precisou de ninguém antes, nunca se afeiçoou. Essa era a educação que havia recebido como jotun. Era fácil, porque era a maneira que tinha aprendido.

Solidão era sinônimo de liberdade assim como amor era para a fraqueza. Não entendia o motivo de alguns reinos darem tanto ênfase para os sentimentos de alguém, mas também não tinha curiosidade para saber.

Desde o primeiro momento em que soube ter sido praticamente entregue para Asgard, Loki sentia-se infortunado, mas não considerava o ato de seu pai como abandono ou traição. O rei Laufey tinha feito o que era necessário, o que era racional, como sempre.

O que Loki se negava era fazer parte da guerra, do banho de sangue derramado pelos dois reinos.

Se ele não era capaz de possuir sentimentos nobres, logo deveria se sentir indiferente para com os outros, certo? Mas a verdade é que só desejava agora estar morando sozinho em lugar muito longe, onde pudesse ser apenas o que era.

Enquanto voltava para o quarto, concluiu que de todos ali, Thor era o pior.

Ele era o típico estereótipo de um asgardiano: orgulhoso, de cabeça quente e pouca inteligência.

Não se impressionava com sua postura, afinal ele próprio não estava ali por queria, mas era impossível não se perguntar se algum dia suportaria o loiro.

Enquanto isso, obviamente conseguia ser violento, arredio, prepotente e irônico quando fosse necessário.

Deitando-se no chão, em cima de todos os lençóis espalhados, viu o dia chegar e quanto Thor acordou, fingiu dormir apenas para não ter que trocarem mais insultos.





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Logo após o café, os dois foram obrigados a cumprir a agenda real que naquele dia seria um discurso e logo após um almoço para todos da corte.

Andando um do lado do outro, com o rei a rainha atrás deles, eles partiram para o salão onde deveriam fazer o tal “Discurso de Paz”, que fazia parte do protocolo após o pacto.

Thor o encarava de maneira ameaçadora, mas Loki ignorava da maneira mais convincente possível.

– Tudo isso. Tolice. Falarei mentiras para estes homens que nem ao menos sabem o que realmente se passa. – disse o loiro.

– Você faz tão pouco dos seus, futuro rei de Asgard.

– Não. Ao contrário de você, sou verdadeiro. Sei que falaremos o que eles precisam ouvir...mas estarão sendo enganados. Para você deve ser muito fácil...

Os dois se olharam e sorrindo, Loki respondeu:

– A mentira na maioria das vezes é bem melhor do que a verdade. Eu escolho sempre o que é melhor para mim, asgardiano.

– Eu tenho um nome. – disse Thor entredentes olhando para sua frente novamente.

– Eu prefiro asgardiano. Fala muito mais sobre você.

– Você deve achar que eu não entendo esse seu tom? Ou o que quer dizer? Ou que ainda me ofenderei? Sendo assim, devo colocar um apelido também...devo chama-lo de gigante de gelo ou de monstro?

Loki mordeu seus lábios por um segundo e depois encarou aqueles olhos azuis que agora estavam próximos do dele.

– Faça o que quiser. Não me interesso por você.

Quando chegaram, sentaram-se ao lado dos reis em suas cadeiras próximas ao trono. Alguns mensageiros vieram trazer recados e noticias para o rei e a rainha que os ouviam e tomavam suas decisões.

Thor não conseguia tirar seus olhos de Loki. Não entendia muito o por que mas simplesmente não conseguia. Esperava que ele o atacasse, que usasse de sua maldade para fazer algo contra um dos seus.

Desejou que ele fosse embora, que fosse covarde e desistisse, quebrando todo aquele estúpido pacto. Mas ele percebeu que Loki não era assim. Ele era forte e muito estrategista, era preciso dançar conforme a sua música.

Loki o encarou neste momento, parecendo adivinhar seus pensamentos e com um quase sorriso, disse:

– Você deveria disfarçar melhor suas verdadeiras intenções, asgardiano.

– Por quê você acha que eu poderia ter algum tipo de interesse em você, monstro?

– Interesse? Eu havia pensado que este olhar era me desejando...morto. Interesse? Uau!

Thor então engoliu seco e voltou a encarar o grande salão onde se encontravam enquanto foi obrigado a ouvir a risada abafada do moreno.

Mais tarde, Odin e Frigga não puderam deixar de comentar sobre os olhares que Thor e Loki, cheio de amargor e animosidade.

– Temos que fazer algo rápido. – ela disse enquanto voltavam para o seu aposento após a ceia.

– Sim. Eu sei. Mas o quê? Começamos do zero...queremos Loki do nosso lado, mas Thor não nos ajudará. – ele respondeu enquanto fechava a porta e pegava um livro para ler.

– Temos que recorrer a medidas drásticas, meu amor. Thor e Loki deverão consumar o casamento o quanto antes.

– Falar é fácil, mas sentimentos não podem ser forjados. Nem todos tem sorte que tivemos, de encontrar alguém que nos complete, Frigga.

A rainha sorriu deitando-se ao lado do seu marido e ficou pensativa por um tempo.

– O que une as pessoas são suas semelhanças ou maiores diferenças, em alguns casos. Temos que descobrir o une os dois, temos que deixá-los próximos, ambos têm que conhecer um ao outro...tem que superar as aparências e ver que podem construir um relacionamento juntos.

– Nunca pensei que forçaria meu filho a se apaixonar por um monstro...

– Odin, já chega. Não fale dessa maneira pejorativa. Loki não fez nada de mal para nós, devemos tratá-lo com respeito e ver qual a melhor saída. Se a decisão de juntar os dois neste pacto era a melhor, devemos então fazer com que ela funcione...

– Mas como?! Thor não nos ouve mais...e Loki ainda não é totalmente confiável...

– Acharemos um jeito. Eu do meu e você do seu. De um jeito de outro dará certo. Boa noite, meu rei... – disse Frigga.

– Boa noite, meu amor.




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Longe dali, no outro lado do palácio, Thor encarava o céu na varanda de seu quarto.

“Eu prefiro asgardiano. Fala muito mais sobre você.”

“Faça o que quiser. Não me interesso por você.”

“Você deveria disfarçar melhor suas verdadeiras intenções, asgardiano.”

Ele podia sentir o veneno saindo de todas as palavras pronunciadas por aquele intruso.

Tinha que pensar em algo, rápido para manda-lo embora dali o quanto antes.

Em contrapartida, Loki, que estava em seu aposento também se recordava da maneira como o olhar de Thor sempre encontrava maneiras diferentes de humilhá-lo.

Enquanto se banhava decidiu que, para o bem de todos, ficaria o mais longe que conseguisse do herdeiro de Asgard.



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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo fresquinho!
Espero que gostem!
Um beijinho *_*



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