We Found Love escrita por Jessie Austen


Capítulo 30
O Agora




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Thor e Loki caminhavam entre a plantação de uvas naquele final da tarde. O sol de se pondo dava um brilho dourado, simplesmente lindo e indescritível por onde quer que olhassem.

- É fascinante a maneira como aqui tudo é belo. – o moreno disse enquanto observava pássaros voarem ao longe.

Aproximou se de Thor e o beijou carinhosamente antes de segurar suas mãos, abraçando-o.

- Eles estão chegando...- disse o loiro ao ver a carruagem do grupo parar e Gerda e Frigga descerem.

- Ei, como foi o dia de vocês? – Frey perguntou descendo por último enquanto todos agora se cumprimentavam.

- Foi perfeito. E o de vocês? – Loki questionou.

- Também...vimos lugares, sentimos aromas. Por um momento pensei que estivesse em um sonho! – Frigga respondeu animada.

- Vamos entrar. Vou providenciar um chá...Loki, gostaria de nos acompanhar? – Gerda convidou e em seguida apenas Thor e Odin ficaram ali.

- Vamos nos sentar na varanda? – o mais novo propôs apontando o banco de madeira. Assim que se ajeitaram, os dois ficaram olhando o por do sol em silêncio.

Sem conter sua ansiedade e sem ter certeza se era momento certo, o príncipe declarou:

- Eu amo Loki, pai.

Odin respirou fundo e segurando no banco, replicou:

- Como poderia, Thor? Você o conhece há pouco tempo, se é que o conhece...

- Pai, por favor. Eu sei que o senhor e a mamãe sempre quiseram o melhor para mim, às vezes sem medir as consequências. Mas quero que a partir de agora a minha vontade seja no mínimo respeitada.

- Sim, Thor. Você está certo...sempre quisemos o melhor para você.

- Mas a que custo? Eu não quero nem imaginar o que vocês pensaram em fazer para prejudicar Loki ou manter os interesses de vocês intactos. Mas acredite em mim quando digo que eu o amo. Eu quero ficar com ele...

- Eu vou continuar insistindo...ele é um jotun.

- Ele não é Laufey, meu pai.

- Isso não quer dizer muita coisa. Digamos que Loki seja realmente bom, é o pai dele quem tem poder...

- Hoje. Hoje ele tem...mas, assim como eu, ele nasceu para ser rei. E um dia será. Chega de mentiras, conspirações, planos mirabolantes. Eu estou sendo franco e muito claro quando digo que eu quero Loki. Eu quero ficar com ele o resto da minha vida.

- Não sobre o meu teto, não em Asgard. – o rei respondeu com todas as letras.

- Lá é meu lar também. Pai, por favor...eu não cederei.

- E o que você pretende fazer? Uh? Pretende abandonar o seu reino, suas obrigações...viver de ar, de amor? Você é inteligente para saber que isso acaba um dia.

- E aí que o senhor se engana. Loki não vai deixar de me amar nunca. Ele não me quer por causa do poder, ou qualquer outra coisa...ele não esta enganando ninguém.

- Thor, como você pode dizer isso com tanta propriedade? Você enlouqueceu? E de onde você tirou tanta serenidade, seriedade?

Thor sorriu e após pensar um bom tempo, respondeu:

- Eu não mudei, pai. Estou apenas vendo as coisas por outras perspectivas.

-Você enlouqueceu sim. O jotun fez magia, tenho certeza! Quando eu aceitei o pacto, Thor, eu nunca quis enganar ninguém, muito menos meu próprio filho...mas eu precisava ter vantagens contra o nosso maior inimigo. Não podemos arriscar o tanto que temos hoje. Aquele gigante...

- O nome dele é Loki Laufeyson.

- Sim, sim...Loki aparentemente é diferente de Laufey, mas como posso garantir essa segurança para sempre?

- Não há como garantir essa segurança para sempre. Você não consegue entender? Essa luta não é minha, não é de Loki.

- Mas se houver guerra...

- Não queremos guerra. Mas se houver, vou enfrentar como se deve. Sem armadilhas, sem esconderijos. Frente a frente, não só com os jotuns, mas com qualquer outro reino que ameaçar quem eu amo, que ameaçar o meu povo.

Odin então deu um quase sorriso e suspirando respondeu:

- Eu sonhava com o dia que o veria falar assim, como um rei. Você mudou tanto...da água para o vinho. Eu não sei se é esse clima daqui, ou...bem, sua mãe e eu estávamos conversando hoje e dizendo o quanto mudou. É algo assustador. É como se você tivesse envelhecido, ou melhor, amadurecido anos só em poucos meses. Definitivamente Loki é a razão. Isso nos preocupa, mas não temos como não nos sentir orgulhos. Quero dizer, o jeito como você o olha...o jeito como se tratam.

- Eu sei que talvez tudo tenha começado da pior maneira possível. Eu sendo forçado a um casamento, com alguém que eu não conhecia...mas pai, acredite, eu não sou mais aquele Thor.

- Eu não sei, mas...eu sinto que quando voltarmos nada será como antes. Você me entende? Estamos aqui e ficaremos por mais alguns meses, mas quando voltarmos, eu não sei...pode ser bobagem da minha parte.

- Oh, o poderoso pai de todos nunca fala bobagens...- Thor brincou fazendo seu pai sorrir.

- Eu só peço uma coisa, Thor. Não vá embora. Não deixe eu e sua mãe...muito em breve você será o rei. E então, o que seremos além de seus pais? Não nos abandone, não negue seu destino. Asgard precisa de você.

- E eu preciso de Asgard. – o loiro declarou  – Mas antes, eu preciso de Loki. Só voltarei se ele for tratado, se ele for aceito e recebido como deve.

Odin balançou a cabeça em reprovação e não disse mais nada, apenas encarando o céu agora em tom azul marinho.

- E então? Acordo feito?

- Ainda falta muito tempo. Não voltaremos agora para casa, Thor. Por que não aproveitamos o clima desse reino? Vou jantar, estou faminto. – o rei disse levantando-se.

- Certo. Mas prometa para mim que vai pensar...

- Sim, Thor. Eu pensarei...

Seu pai entrou e Thor continuou ali, sentado. Era engraçado, até estranho, mas se sentia tão bem. A conversa tinha fluido com tanta calma, com tanto respeito. Por sua parte e pela parte de Odin, algo raro numa conversa entre os dois. Ele havia ficado tão apreensivo, mas agora via como era bobagem. Apesar de nada ter sido decidido, ele havia sido escutado e havia escutado Odin.

- Não há nada que não possa ser resolvido com uma boa conversa. Isso serve para os pais e filhos. – Frey surgiu entregando uma xícara de café para Thor que sorriu.

- Obrigado.

- Não por isso. É café gelado, você vai adorar...

- Obrigado pelo café e por tudo o mais. Frey, você colocou algo no ar, ou na comida?

- Por quê? – o rei perguntou sorrindo enquanto tomava um gole de sua xícara.

- Eu...eu me sinto tão bem. Tão em paz. Sinto que o meu pai e minha mãe também...não é a primeira vez que me sinto assim.

- Provavelmente Loki o fez sentir assim, estou certo? – ele brincou piscando.

- Não, não é isso. Antes de Loki e eu nos acertarmos finalmente...eu senti...é como se eu fosse inundado por paz e por coragem e pensamentos bons, sabe? É você que está fazendo isso?

- Nunca se sabe. Não tem aquele ditado? “Meu reino, meus truques?”

- Não deixe Loki ouvir isso...- Thor riu.

- Thor, quando eu disse que ia ajudar Loki e você, eu disse com todas as letras.

- Obrigado, de novo.

- Loki mencionou o seu desejo de ficar em Vanaheim. Saiba que vocês sempre serão recebidos com muito carinho, mas aqui não é o seu lar.

- Eu temo, eu...não quero voltar...

- Mas vocês tem que voltar. – Frey disse calmamente.

- Eu não posso perder Loki, eu...eu não conseguiria mais uma vez e...

- Thor, escute-me. Você está fazendo o melhor possível e nada de mal acontecerá.

- Mas e Laufey? Às vezes eu tenho vontade de mostrar a carta que Loki me escreveu no passado.

- Sua proteção beira o egoísmo. Cuidado. – Frey disse sério – Imagine contar para Loki que você viajou no tempo, pois houve um tempo em que ele foi morto pelo seu próprio pai? Um tempo em que ele havia tido um filho seu, que foi morto também? Thor, não...isso o enlouqueceria. Esse é o preço de se viajar no tempo, você tem que estar sozinho e existem coisas que precisam tomar seu curso natural. Loki precisará ver com os seus próprios olhos o que o seu pai almeja. Da última vez não deu tempo...mas agora você estará ao lado dele.

O deus do trovão respirou fundo e por mudou de assunto:

- Quando eu vim para cá pela segunda vez, eu achei que você não fosse me reconhecer, sabe. Quero dizer, como poderia?

- Eu tenho poder sobre o tempo, Thor...isso me dá algumas vantagens. – Frey sorriu.

 Após um período em silêncio, o rei falou:

- Seu pai tem uma postura inadequada, Thor. Na maioria das vezes. Mas ele quer o seu melhor...e eu sou pai então...posso dizer que não deve ser nada fácil para ele.

- Você tem um filho? Não sabia!  

- Tenho, Fjölnir é o nome dele! Está viajando...é um ótimo garoto. É a melhor coisa que eu fiz...mas acho que o mérito todo é da Gerda no final das contas. – Frey declarou orgulhoso.

- Uau. Que bacana.

- Pois é. E muito em breve você será também...e saberá o que é ter um filho, olhar por ele, querer o melhor em qualquer circunstância.

- É. Meu filho...é engraçado, mas eu lembro dele com todos os detalhes. As mãozinhas, Frey...tão minúsculas. Lembro-me que em meio a tanta tristeza, confusão, dor...eu consegui ver um motivo para viver, só ao ver naqueles olhinhos. É como se a minha existência se justificasse nele. – Thor se emocionou ao lembrar. – Eu não vejo a hora de segurar de novo o meu filho. Eu não vejo a hora abraçá-lo. Eu vou ser o melhor para ele. Ei, é você quem está fazendo isso, não? Estou ficando tão emotivo! – Thor disse tentando disfarçar uma lágrima.

- Não, eu nunca poderia gerar um sentimento tão lindo se ele já não existisse dentro de você...- Frey sorriu, fazendo Thor sorrir de volta.

- Thor, aproveite o momento. Não viva no futuro e nem no passado. Planos e lembranças são bons desde que eles sirvam para nos deixar felizes e nos ensinar agora. Vocês ficarão um tempo aqui conosco. Apenas viva, combinado? Assim como seus pais estão fazendo.

- Combinado, Frey. Eu prometo que vou.

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Thor entrou no quarto que estava completamente escuro, sendo iluminado apenas com a luz da lua lá fora.

- Finalmente você veio. – o loiro sorriu ao ver Avilah nua em cima de sua cama.

- Oi.

- Oi. Sabe, Loki não vai gostar de te ver assim na minha cama. – brincou, fazendo a linda mulher sorrir de volta.

- Loki me deixou vir...ele quis. Você não me quer? – ela disse puxando-o pelas mãos, fazendo-o sentar.

- Pelo Loki eu faria qualquer coisa...- ele revelou beijando Avilah demoradamente.

- É por isso que ele te ama...- ela respondeu sem fôlego.

- Oh, ele me ama? Ele disse para você? Para mim ele não disse ainda...não com todas as letras. - Thor brincou puxando a morena para perto.

- Mesmo? Que insensível que ele é!

- Se bem que...bom, eu desconfio que ele me ama, sabia?

- Oh, é mesmo? Por quê? – ela perguntou curiosa e Thor respondeu em seu ouvido, fazendo-a gargalhar - Bom, quem não o amaria por isso, certo?

Os dois então se encararam e Avilah beijou Thor fazendo rir e deitar na cama com ela.

- Como foi a conversa com seu pai, asgardiano? –  perguntou a bela jovem de olhos esmeralda enquanto se abraçavam.

- Apenas foi. Não sei o que vai acontecer...mas também temos tanto tempo, certo? Quero dizer, vamos viver o agora!

- Acho uma ideia maravilhosa! – ela respondeu com um sorriso travesso.


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Notas finais do capítulo

Carpe Diem! :3



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