We Found Love escrita por Jessie Austen


Capítulo 19
A Armadilha


Notas iniciais do capítulo

A minha imaginação é uma coisa de doido!
Espero que gostem! >;D



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Thor retornou um pouco mais tarde até o quarto de Loki. Tinha errado, sabia.

Reconhecia que às vezes podia ser muito temperamental e egoísta. Mas até onde ele tinha culpa? Sempre havia agido assim, sido assim...até Loki chegar e fazê-lo reconhecer seu defeito.

A verdade é que não sabia como lidar com aquela situação. Para ele ainda era novidade estar apaixonado por alguém que ele devia odiar.

Abrindo a porta viu que a cama do jotun estava vazia e seu coração disparou. Onde ele estaria? Não podia ter ido longe.

Indo até o pátio ele o encontrou, sentado perto dos pilares e olhando com tristeza e confusão para o nada.

- Ei...- Thor disse se aproximando lentamente.

- Ei...sente-se aqui. – Loki sorriu e Thor percebeu que ele parecia mais calmo, mais ele mesmo agora.

- Você me perdoa?

- Thor, eu...é claro que eu perdoo. Nem sei como você aguenta ficar perto de mim! – Loki respondeu com seus olhos enchendo de lágrimas.

- Shh. Venha aqui...- o loiro disse abraçando-o – eu sempre vou querer ficar ao seu lado.

Os dois ficaram então em silêncio. Loki, com seus pensamentos muito longe e Thor o encarando. Era possível escutar as folhas dos pinheiros atrás deles chacoalhando ao fundo.

- Você também tem essa sensação de que tudo está errado? – o moreno perguntou após um tempo.

- Nós começamos de uma maneira atípica, a nossa história...de forma incomum. Mas Loki, sempre temos como recomeçar...

O jotun sorriu tristemente e Thor se perguntou o que estava acontecendo.

- É o que eu mais queria. Mas dizem que podemos escrever a nossa história uma vez...por mais que voltemos atrás, existem coisas que se perdem.

- Vai ficar tudo bem. Precisamos ser fortes...

- Como, Thor? Como? Apenas me diga como e não tente me bajular...não tente ser o único que me suporta neste lugar.

- Aconteceu algo que eu não saiba?

- Nada que realmente me surpreendesse. Mas estou tão assustado ultimamente...eu jamais pensaria que pudesse ter um filho, e nessas circunstâncias...

Thor segurou a sua mão muito forte e o beijou levemente no rosto.

- Eu me sinto tão diferente. Tão mudado.

- Loki, olhe para mim. Você ficará bem...- o loiro interrompeu segurando seu rosto – Nós ficaremos bem. Só prometa que ficaremos juntos e todo o resto dará certo.

Loki sorriu, mas Thor viu que o sorriso era apenas para agradá-lo. Logo, ele disse:

- Eu já decidi. Vou para Jotunheim.

- O quê? Não, você não pode...por quê?

- Porque os seus pais sabem, asgardiano. Se quisermos manter a paz, teremos que declarar a minha gravidez...eu terei que ver meu pai  e para isso eu terei que ir até lá ou ele vir até aqui.

- Mas Loki, meus pais...eles não podem fazer nada contra você! Eu não permitiria!

- Mas irão. Preciso que você me entenda, que eu farei o que é melhor para todos, principalmente para o nosso filho. Vou ser obrigado a escolher um lado neste caso. Logo eu, que queria ficar longe disso...

- E o que você acha que Laufey fará? Que o receberá bem? Não...nós podemos ficar juntos e bem aqui mesmo!

- Não tenho ideia de como ele me receberá, mas qualquer coisa é melhor do que estar aqui. Loki declarou – Eu tenho que ir. Eu tenho pensado muito, sobre tudo...e isso, asgardiano...tudo isso...é muito além do que podemos suportar.

- Eu não te entendo...você mesmo me disse uma vez que o seu lar era onde eu estivesse. Loki, esse bebê é o meu filho também!

Os dois se olharam e Loki o abraçou muito forte. Era difícil, mas era necessário. O melhor a ser feito era abrir o jogo e ver o poderia ser feito agora com a noticia da vinda do inesperado bebê.

- Eu não disse que não voltaria. Só disse que preciso ir. Thor, eu preciso saber o que devo fazer, quais decisões tomar.

- Mas eu tenho que ficar do seu lado!

- Por favor, asgardiano. Me ouça sem brigar...eu sei que o que eu estou pedindo é muito. Mas eu preciso ir. Por favor, pelo nosso filho. – respondeu Loki beijando delicadamente sua mão.

A ideia não era ruim, pelo contrário. Era o ideal a se fazer, se eles não quisessem causar um alvoroço por causa do bebê. Mas ao abraçar o jotun, Thor sentiu que com aquela partida, seu mundo jamais seria o mesmo. Nem ele. Nem Loki.

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Obviamente Frigga e Odin quiseram que Loki partisse ao invés de deixar Laufey entrar em Asgard. E foi isso que ele fez, desde que Haimdall o vigiasse.

Após conversarem e decidirem, Thor o acompanhou até a entrada da ponte Bifrost, entrada de reino.

- Não precisava vir.- Loki disse ao segurar sua mão.

- É claro que eu precisava. E eu vou esperar você voltar, Loki. Exatamente aqui...não farei outra coisa além de esperar.

- Eu te amo...- o moreno declarou.

Thor passou a mão sobre sua barriga e percebeu que ela estava um pouco maior.

- Tome cuidado.

- Eu estou voltando de onde eu vim...

- É, eu sei mas...

- Eu sou tão jotun quanto aqueles que me esperam.  – Loki sorriu.

- Certo. Volte logo.

- Eu voltarei...

- Não existe uma forma de me tornar um jotun e me levar com você? Para sempre? Sabe, ultimamente eu não tenho gostado de ser asgardiano...

- Oh, você não duraria um dia como Gigante... – ele sorriu, mas uma lágrima corria pelo seu rosto agora.

Os dois se olharam e Thor percebeu finalmente o que Loki quis dizer. Não, nada daquilo estava certo. Não era assim que as coisas deviam acontecer. Mas como eles podiam lidar com algo que estava acima deles?

- Sabe...eu, eu queria...que tudo fosse diferente. Tudo.

- Eu também, asgardiano. Eu também. Talvez exista uma forma de refazermos o nosso destino. É só sabermos como. Descobrirmos...

- Ou talvez não seja muito tarde. E se quando você voltar nós fôssemos embora daqui?

- Para onde?

- Vanaheim...você iria adorar.

- Oh, sim. Eu adoraria...- Loki sorriu tristemente.

Thor então se aproximou e abraçando-o sussurrou em seu ouvido:

- Eu te amo. Nunca se esqueça disso.

Loki o beijou carinhosamente e se despediu passando pela ponte, partindo rapidamente e surgindo entre as geleiras, retornando para sua casa.

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Houve um imenso clarão no céu negro de Jotunheim e neste momento Laufey teve a certeza que era Loki. Ele seus soldados foram onde o príncipe surgiu e com um sorriso, disse:

- Bem, bem...vejam quem voltou.

Loki tentou controlar o enjoo que sentia, mas encarar seu pai sorrir daquela maneira triunfante não ajudava em nada.

- Pai...

Os dois se olharam e então Laufey abriu um sorriso ainda maior e disse:

- Mandei um para Asgard e dois voltaram. Parece que tornar o pacto de fato verdadeiro não foi tão ruim para você quanto eu pensava que seria!

Loki não disse nada e após ver que ele não falaria nada, o rei continuou:

- O que devo a honra? Alguma noticia para dar? Alguma criança para nascer?

- Provavelmente todos já devem saber. Que eu...eu espero um filho de Thor.

Laufey fez uma careta fazendo os outros soldados rirem.

- Oh, isso é muito perceptível.  Senti o cheiro deste bebê de longe...eu esperava que você fizesse algo estúpido, mas isso? Você se superou!

- Vim porque não me sinto bem...porque sei que posso fazer mais por esse bebê e eu não exatamente o quê.

- Primeiro de tudo: não seja patético e volte a ser quem realmente é.

Loki fechou os olhos e então voltou à sua forma de Jotun, sua forma natural.

- Muito melhor, não acha? – Laufey perguntou após ver um alívio surgir no rosto de seu filho - Em sua forma asgardiana você estava fraco, nunca pensou o quanto isso é óbvio? Jotuns têm bebês...asgardianos não.

Loki respirou fundo e percebeu o quanto se sentia perfeitamente bem. Como não tinha pensado nisso antes?

- Me sinto muito melhor agora.

- Claro que sim. Você voltou a ser o que sempre foi, Loki. Eu posso te ajudar...afinal de contas, esse bebê muito me interessa. – o jotun sorriu fazendo-o tremer.

- O que quer dizer com isso?

- Às vezes me pergunto de qual reino você poderia ter vindo...lembra o que eu mandei você fazer em Asgard? Me ajudar, nos ajudar com a nossa vingança. E o que você fez? Consumou seu casamento com o estúpido do filho de Odin! E o que disse para mim depois disso? Que nunca voltaria para Jotunheim...e aqui está você! Fragilizado, esperando uma pequena aberração e o pior: apaixonado.

Loki se segurou  suas lágrimas e por um segundo se questionou se tudo que estava acontecendo não era culpa do rei dos Gigantes.

- O que você achou que aconteceria afinal? Que Thor e seus pais te amariam e te aceitariam? E por favor, não me diga que acredita que ele te ama realmente...

- Ele me ama.

- Te ama tanto que ia te dar um elixir para vocês terem sua primeira noite...constrangedor!

- Ele não ia me dar...isso foi antes de muitas coisas e...como você sabe de tudo isso?

- Eu sei de tudo. Não é apenas Heimdall que tem o poder de ver tudo. – Laufey piscou em direção onde Loki havia surgido do céu.

- Eu não ficarei. Só vim para anunciar a minha gravidez. Eu só quero paz.

- Oh, mas nós jotuns também...mas isso é um pouco tarde, graças ao seu bondoso sogro! – Laufey respondeu, seu tom de voz agora muito grave – Diga-me o quanto eles te humilharam, não só os reis, mas todos os habitantes de Asgard com seus olhares cheios de julgamentos , até Thor...que é pai do seu filho já te maltratou!

Loki e Laufey se encararam. Tudo isso era verdade. Loki não suportava Odin, Frigga ou todos aqueles que tentavam agradar e depois riam às suas custas. Mas Thor, era diferente.

Sim, o príncipe asgardiano havia errado, havia julgado mal, mas Loki também. Eles não tinham, não podiam se culpar pela atmosfera pela qual foram criados. E apesar de tudo eles descobriram o amor.

Como se em um campo devastado pela doença, morte e devastação, houvesse uma planta rara e beleza sem igual nascendo. Ele tinha chance de ser feliz. Realmente feliz.

Era nisso que Loki acreditava, era nisso que ele se apegava quando tentava enxergar seu futuro com Thor e com seu filho agora.

Essa chance era o seu bebê. Seu precioso bebê.

- Eu odeio Odin e sua esposa estúpida. E sim, eles me maltrataram...mas isso nunca foi novidade para mim. Eu sabia disso quando fui para Asgard, e me saí muito bem. A única coisa que eu quero agora é que meu filho fique bem, não importa o que eu tenha que fazer.

Laufey sorriu e respondeu:

- Agora começamos a falar a mesma língua. Eu prometo proteger seu filho...mas isso tem um custo. Um preço que eu tenho certeza que você pagará.


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